Terror em Brasília na Véspera da noite de Natal
Domingo,
25 de novembro
Prezados
leitores e leitoras,
Desejo
um Feliz Natal a todos e todas vocês!
Não
importa se você mora no Brasil ou em outros países, o fato é que todos nós
vivenciamos tempos complicados ultimamente. Ainda vivemos sob a ameaça do
coronavírus, embora a vida tenha quase voltado ao normal. Também ainda
testemunhamos a guerra na Ucrânia, guerra estúpida e sem sentido provocada por
um tirano chamado Vladimir Putin.
Aqueles
da Ucrânia ainda vivem pesadelo maior que imaginamos, pois lá o inverno é rigorosíssimo,
e ainda estão tendo que racionar energia, isso quando tem energia para
racionar. Imaginem o que é passar o inverno com temperaturas baixíssimas sem
banho quente e sem aquecimento. Que sofrimento deve ser para todos,
principalmente, para idosos e crianças. A gente vê as bombas caindo pelos noticiários,
se revolta, as vezes nem raciocinamos que aquilo é apenas mais um prego nas mãos
e nos pés de quem vive tal martírio.
Outro
povo que tem passado maus bocados são os Estados Unidos da América. Os americanos
enfrentam a pior tempestade de inverno em décadas que até agora vitimou 30
pessoas, e fez com que milhares de casas ficassem sem energia em plena noite de
Natal. As nevascas e temperaturas de até 48 graus negativos obrigaram
aeroportos a cancelar milhares de voos e várias estradas ficaram interditadas. O
Natal por lá deve estar sendo, no mínimo, de muito transtorno, preocupação e
tristeza para milhares de pessoas.
Países
como Afeganistão e Iran, não vivem fenômenos climáticos tão devastadores, mas
lá existe os regimes brutais que promovem retrocesso após retrocesso, sendo a
principal vítimas desses regimes, as mulheres. Semana passada o Taliban determinou
que as mulheres estão impedidas de frequentar universidades. No Irã, o jogador
de futebol Amir Nars Azadani foi condenado à morte. O crime que ele cometeu?
Participar de manifestações pelos direitos das mulheres no Irã. Regime
político? De jeito nenhum. Regime de brutamontes, isso sim. Acho que os homens
das cavernas conseguiam ser mais civilizados dos que os líderes desses regimes.
E
aqui no Brasil, temos muita gente vivendo o melhor dos Natais com mesa e comida
farta, e outros muitos mais sem tem o que comer. É assim o país da desigualdade.
Uma
cena que chamou a atenção nesse ano foi o amontoado de gente em frente aos
quarteis protestando contra o resultado das últimas eleições presidenciais. Quando
será que esse povo vai se dar conta de que está fazendo papel de idiota? Parte
das Forças Armadas foi e está sendo coniventes com esses fanáticos, e nem
percebem que estão a criar ninhos de monstrengos terroristas. Nesses acampamentos
em frente aos quarteis já chegaram a se realizar casamentos, e até funerais. Um
absurdo sem tamanho. E eles ainda acreditam que estão defendo a Pátria.
Defendendo a Pátria de que inimigos, pergunto eu?
Neste
sábado, 24, a Polícia Civil de Brasília prendeu o bolsonarista George
Washington de Oliveira Souza, 54 anos. Ele foi autuado em flagrante por ato de
terrorismo. George confessou aos policiais que montou um artefato que foi
instalado em um caminhão carregado de combustível estacionado em uma via de
acesso ao aeroporto de Brasília.
Ele
disse aos policiais que o objetivo era dar início ao caos na capital do país, forçando,
dessa forma, a decretação de um estado de sítio. Durante um estado de sítio os
poderes do Legislativo e do Judiciário ficam reduzidos, dessa forma, abrindo caminho
para que as Forças Armadas assumissem o controle e recolocassem o capitão
derrotado deles, Jair Bolsonaro, de volta ao poder. O objetivo de tamanha
violência? Nas palavras do próprio detido “impedir a instalação do comunismo
no Brasil”.
O
plano era explodir o caminhão, na véspera da noite de Natal, depois fazer denúncias anônimas dizendo que
havia mais bombas montadas na área de embarque do aeroporto. Eles também
planejaram instalar mais uma bomba na subestação de energia elétrica de Taguatinga,
instalando de vez o caos. A bomba só não foi levada até a subestação elétrica
porque uma das integrantes que apresentou a ideia e que participava do plano
não conseguiu carro para levar o artefato até lá.
E
a bomba que foi colocada no caminhão só não explodiu por pura falta de
experiência dos planejadores. A sorte foi que o motorista do caminhão, que nada
tem a ver com história, percebeu algo estranho no veículo, e chamou a polícia.
A
polícia foi lá, desarmou o artifício, e desbaratou o plano dos terroristas.
George Washington nem de Brasília é. Ele chegou à capital em 12 de novembro, especialmente,
para se juntar aos bolsonaristas acampados em frente ao quartel.
Em
depoimento à polícia ele disse que em outubro do ano passado, tirou licença de Colecionador,
Atirador Desportivo e Caçador (CAC). A partir daí, passou a comprar pistolas,
revólveres, fuzis, carabinas, e muita munição. No apartamento onde a polícia o
encontrou, havia um verdadeiro arsenal. Porém, os documentos estavam
irregulares, e ele foi autuado por porte e posse ilegal de armas de fogo e de
uso restrito.
Ele
trouxe as armas no próprio carro quando veio de Xinguá. Se os policiais o parassem
no caminho, ele diria que iria participar de um concurso de tiros. George
também disse aos policiais que foi a Brasília para aguardar a ordem para pegar em
armas, e que distribuiria as armas entre os outros manifestantes.
George,
que se diz gerente de um posto de gasolina na cidade onde mora, disse que
resolveu tirar certificado de Colecionador de CACs por influência dos discursos
de Jair Bolsonaro: “O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras
do presidente Bolsonaro que sempre enfatizava a importância do armamento civil”.
Uma
das coisas interessantes que ele disse à polícia foi que ele participou dos
atos terroristas em Brasília, dia 12 deste mês, e que teria conversado com os
PMs que lá estavam, e os PMs haviam dito a ele que não iriam coibir os atos de
vandalismo, desde que os manifestantes não agredissem os policiais.
Para
ele, aquilo foi uma senha: A PM e os bombeiros estavam ao lado do presidente, e
que, em breve seria decretada a intervenção militar que eles tanto desejavam e
desejam. Como isso não ocorreu, então eles resolveram agir por conta própria e
provocar um estado de sítio para forçar as FA a agirem.
Na
manhã deste domingo, 25, a Justiça do Distrito Federal resolveu converter a
prisão em flagrante de George em prisão preventiva, quando não há data para
soltura.
Robson
Candido, delegado da Polícia Civil do DF, disse em entrevista coletiva que “[O
suspeito] veio justamente para participar das manifestações lá no QG, né, que é
assim que eles se intitulam. Ele faz parte desse movimento de apoio ao atual
presidente. E eles estão aí nessa missão ideológica, mas que saiu do controle.
E as autoridades policiais, principalmente aqui em Brasília, nós iremos tomar
todas as providências. Iremos prender qualquer um que atente contra o Estado
Democrático de Direito, principalmente com ameaças e, principalmente agora, com
bombas”.
Flávio
Dino, futuro ministro da Justiça, disse, neste domingo, que os acampamentos de
bolsonaristas em frente aos quartéis se tornaram “incubadoras de terroristas”. “Os
graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos
‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e
serão ampliadas, com a velocidade possível”
Após
certa demora o ministro da Justiça Anderson Torres disse, neste domingo, que o
ministério oficiou a PM para acompanhar as investigações sobre o ato terrorista
planejado pelos bolsonaristas para ser acionado na véspera da noite de Natal.
Quem
não se pronunciou sobre o acontecido foi o presidente Jair Bolsonaro. Até aí,
nenhuma novidade. Acho até que Bolsonaro se pudesse se manifestar publicamente
sobre o fato diria a seu apoiador terrorista: “Muito bem, patriota! Só estou
bravo contigo porque o plano não deu certo”.
Neste
domingo, nas redes sociais, o presidente se limitou a publicar um vídeo
natalino no qual entrega presentes a crianças e diz: “Um feliz Natal com
muita paz, ao lado daqueles que vocês mais amam!”. Até frases feitas como
essas, na boca de Bolsonaro, viram pura falsidade.
Por
causa do que aconteceu em Brasília neste fim de semana, o futuro ministro da
Justiça, Flávio Dino, disse, neste domingo, que os procedimentos para a posse
de Lula, dia 1o de janeiro, serão reavaliados.
Pois
é, amigos e amigas, o pesadelo ainda não acabou! Mas vai acabar! Faltam pouco
dias para a posse do novo presidente, e é nosso desejo que tudo transcorra em
paz.
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