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Menino de 10 anos cai de prédio de 10 andares e sofre apenas uma fratura no quadril

Posted by Cottidianos on 23:30
Quinta-feira, 26 de fevereiro


Ói, oia o trem, vem surgindo
de trás das montanhas azuis, olha o trem
Ói, oia o trem, vem trazendo
de longe as cinzas doVelho Aeon
Ói, já é vem, fumegando, apitando,
chamando os que sabem do trem
Ói, é o trem, não precisa passagem
nem mesmo bagagem no trem
Quem vai chorar, quem vai sorrir?
Quem vai ficar, quem vai partir?
Pois o trem está chegando, tá chegando na estação
É o trem das sete horas, é o último do sertão
Do sertão

(O trem das sete – Raul Seixas)



Há fatos que, por mais que se procure uma explicação lógica, não conseguimos entendê-los, mesmo que especialistas no assunto expliquem teorias, digam isso ou aquilo.

Isso me faz pensar nas seguintes questões: “Temos um dia determinado para chegar na vida terrena, e um dia determinado para sair dela? Como se a vida não passasse de uma grande fábrica, a qual se tem a hora exata de entrar e a hora exata de sair? Seriamos todos nós, apenas operários sendo treinados na grande fábrica-escola da vida, para continuarmos nossa missão-trabalho em outro plano espiritual? Porque alguma pessoas sofrem gravíssimos acidentes e saem ilesas, e outras sofrem apenas um acidente banal, e perdem a vida?”




Por exemplo, ontem, na cidade de São Paulo, caiu o maior “pé d’água”, ou seja, uma chuva torrencial. Só não digo um dilúvio, pois não vi a arca de Noé, por lá.  O administrador e empresas, José Paulo Machado, 47 anos, passava de carro pela Rua Tupi, no centro de São Paulo na hora do temporal, por volta das três e dez da tarde. Desempregado, o administrador tinha uma entrevista de emprego agendada nas redondezas.  A forte chuva era acompanhada de ventos intensos, raios e trovoadas.  Uma enorme árvore, de cerca de 14 metros de altura e de aspecto sadio, não aguentado a situação climática adversa, quebrou-se um pouco abaixo da bifurcação dos galhos, e caiu, levando consigo parte da fiação elétrica.  Parte dos fios ficou pendurada dentro d’água, tornando a água potencial condutora de eletricidade. Assustado com a tempestade e com a explosão provocada pelos problemas na rede elétrica, o homem, desesperado, pensando em preservar a vida, desceu do carro e, ao tocar os pés na água, levou uma descarga elétrica de 13 mil volts. Algumas pessoas ainda tentaram reanimá-lo, mas ele veio a falecer ainda no local do acidente.




Durante essa mesma tempestade, em outro ponto da cidade, no bairro do Tucuruvi, Zona Norte de São Paulo, um ônibus, lotado de passageiros, passava pela Avenida Ataliba Leonel. Segundo relatos de passageiros, o veículo trafegava em alta velocidade. O motorista perdeu o controle do veículo e bateu em um poste de iluminação pública. Com o forte impacto o poste caiu em cima do ônibus e, junto com ele, caíram dois transformadores de alta potencia. Um caiu em frente a uma casa, o outro caiu em cima do ônibus, arrebentando a lataria, atingindo o cobrador.  O susto foi grande, mas o cobrador e outros três passageiros tiveram apenas ferimentos leves, quando a probabilidade era de que todos os passageiros do ônibus, inclusive, motorista e cobrador, tivessem tido um final trágico.




Fora da tempestade na capital paulista, na tarde desta quinta-feira, 26, aqui na cidade de Campinas (SP), no Paineiras, um dos bairros de alto padrão da cidade, um garoto de dez anos, caiu do décimo andar de um prédio residencial. A criança caiu com os pés no telhado do estacionamento, provocando um grande barulho, antes de chegar ao chão. Quando as equipes do corpo de bombeiros e da polícia militar chegaram ao local, a criança estava consciente, conseguiu trocar algumas palavras com os socorristas, mas não soube explicar o motivo da queda. Após os primeiros socorros, ela foi levada no helicóptero da polícia militar, para o Hospital das Clinicas da Unicamp.

Ainda segundo informações prestadas pelos bombeiros, a criança caiu da janela de um quarto que fica na área de serviço de uma cobertura duplex, onde mora com a família. Na janela do quarto havia uma rede de proteção, mas estava cortada. No momento do acidente, somente a empregada e o garoto estavam em casa. À polícia, a empregada contou que estava em outro cômodo que fica na parte de cima do apartamento, e somente percebeu algo errado, depois que ouviu o forte barulho provocado pela queda do garoto.

No Hospital da Unicamp, após uma série de exames, os médicos atestaram que o pequeno paciente havia sofrido apenas uma fratura no quadril, apesar disso, deveria permanecer na UTI, entre doze e vinte quatro horas, apenas por precaução.

O caso está no 4o Distrito Policial de Campinas e a polícia investigará os motivos da queda.

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Petrobrás sofre mais um duro golpe ao perder grau de investimento

Posted by Cottidianos on 01:17
Quarta-feira, 25 de fevereiro



Se o setor petrolífero brasileiro fosse o palco de algum dos confrontos do UFC, a gigante Petrobrás estaria sendo nocauteada. Esse nocaute não estaria sendo realizado por nenhum gigante rival, mas pelos nanicos, pelos “ratos” que a administraram. Os “ratos” roeram os cofres do capital da companhia, e depois os saquearam, colocando em risco a integridade e o desenvolvimento da empresa.

No dia de ontem, a estatal brasileira sofreu mais um duro golpe ao ver a Moody's — agência de classificação de risco — rebaixar suas notas em dois degraus de investimento ao nível especulativo. Isso significa que investimentos na Petrobrás passam a não são seguras por parte de investidores.

As agências de classificação dividem o mundo em dois grandes grupos:   os de grau de investimento e os de grau especulativo. Ao provarem que são bons pagadores, os países, ou empresas, ganham uma espécie de selo de qualidade perante os mercados, denominado grau de investimento. Esse selo especial indica que o risco de calote ao investir naquele país é muito baixo. Quanto mais o país, ou empresa, honra seus compromissos, mais selos recebe, tornando-se aos olhos dos investidores, verdadeiros portos-seguros para investimentos. No outro grupo as agências colocam os países, ou empresas, que nos quais não é bom confiar muito, pois eles não bons pagadores, e o risco de calote ao se investir neles é grande. Pois é nesse segundo grupo que a Petrobrás foi parar. Isso é mal, muito mal para os negócios da companhia, que enfrenta uma das crises mais graves de sua história, e por tabela, para a economia brasileira que anda “mal das pernas”.

Abaixo, compartilho, texto publicado pelo site do Jornal El País/Brasil, falando a respeito do assunto.

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Lula faz ato pró-Petrobras no dia em que estatal perde grau de investimento

TALITA BEDINELLI / AGENCIAS São Paulo

Não foi uma coincidência feliz. No dia escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para iniciar atos públicos em defesa do Governo petista e do legado do partido na Petrobras, a principal empresa brasileira recebeu mais um golpe relacionado ao esquema de corrupção que desviou bilhões, revelado pela Operação Lava Jato.

A agência de classificação de risco Moody's rebaixou as notas da estatal em dois degraus, de investimento ao nível especulativo. Ou seja, aplicações na companhia, que vive uma das maiores crises de sua história, não são mais recomendadas como seguras aos investidores. A Moody's citou as dificuldades da Petrobras em divulgar o balanço do terceiro trimestre de 2014, auditado conforme a lei e já com as baixas causadas pelo esquema de desvios contabilizadas, como um dos motivos.

Enquanto o mercado americano reagia à notícia da Moodys, com queda nas ações da Petrobras, no Rio, o ex-presidente Lula lembrava o momento, que parece distante, em que a companhia realizava sem melindres "a maior capitalização da história" para um ambicioso plano de investimentos, agora congelado.

"O objetivo é penalizar a Petrobras e criminalizar a política", disse o petista, criticando a cobertura da imprensa brasileira às investigações da Polícia Federal, que obrigaram o governo Dilma Rousseff a trocar toda a diretoria da empresa no começo deste mês.

O evento foi organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), que lançou um manifesto no ato, do qual participaram artistas, intelectuais e representantes de diversos movimentos sociais. O objetivo declarado era alertar a população sobre a "ofensiva" para desvalorizar a Petrobras por meio de vazamento de informações "direcionadas" contra o PT cuja meta final, pregavam os participantes, é a privatização da estatal.

"Estou percebendo que eles estão fazendo hoje o que fizeram a vida inteira. A ideia básica é criminalizar antes de ser julgado, criminalizar antes pela imprensa. Se eu conto uma inverdade muitas vezes, ela vira verdade no inconsciente de milhares de pessoas", disse Lula, com desenvoltura habitual, na semana em que se espera que o Ministério Público Federal entregue à corte máxima do país os nomes dos políticos envolvidos no escândalo. "Ao invés de ficar reclamando, vamos defender o que é nosso, a Petrobras, que isso é defender a democracia", seguiu.

Em seu discurso, Lula defendeu ainda o ressurgimento da indústria naval brasileira nos governos petistas, alavancada pela Petrobras e pelas políticas industriais do governo. O setor é, no entanto, um dos afetados em cheio pelo escândalo da Lava Jato. Em meio às denúncias, que afetam as principais construtoras do país, a petroleira tem deixado de pagar fornecedores. No último domingo, o Estaleiro Atlântico Sul, das construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, rompeu um contrato de 6 bilhões de dólares para a construção de sondas do pré-sal que era gerenciado pela Sete Brasil. O argumento da empresa é que não recebe pagamentos desde novembro.

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Átimos de tempo

Posted by Cottidianos on 00:30
Terça-feira, 24 de fevereiro
A vida é agora,
No velho albergue
da Terra, e cada um num
quarto e numa história, de manhãs mais leves
E céus à margem de esperança e de silêncios de escutar,
E te surpreenderás a cantar,
Mas não sabes porque
(La vita é adesso – Renato Russo)



O que é a vida senão uma sucessão de instantes?

Os centésimos de tempo vão se juntando e formando os segundos. Os segundos vão se somando e formam as horas. As horas se avolumam e formam os dias. Os dias se multiplicam e formam os meses. Os meses se juntam, ganham força e formam os anos.  Como as águas de águas de uma cachoeira os anos vão rolando vida afora e tornam-se séculos, que por sua vez explodem em milênios. Os milênios se juntam, como se juntam as estrelas que formam as galáxias distantes, e em uma explosão multicor formam a eternidade.

E nós, homens, mulheres, humanos, estamos no meio de todo esse turbilhão de movimento como pequenas partículas cósmicas dotadas de vida. Corpos formados de 7 octilhões de pequenas vidas, batizadas pelos cientistas com o nome de átomos. Tem ideia do que sejam 7 octilhões? Não tem? Então escreva o numeral 7 e a ele acrescente vinte e sete zeros à direita. Se dá trabalho apenas imaginar, imagine ver-se as voltas com um número tão grande. Estas pequenas consciências de nós mesmos atuam como eficientes centrais de informações, guardando segredos de nossos códigos genéticos e formam o conjunto de organismos e sistemas que somos nós mesmos.

Talvez por isso se diga da felicidade que ela é o instante. Ninguém é sempre feliz, bem como, nem ninguém é infeliz para sempre. Nessa guerra de partículas de átomos navegando no tempo, temos liberdade de escolher em que mar queremos navegar de forma mais constante, se no mar da alegria ou no mar da tristeza.

Na vida, tudo passa e nada fica... Inerte. O universo é uma força vibrante. Nele tudo é movimento, tudo é movente. Já pensou se o sol resolvesse tirar férias em alguma praia do Caribe, e deixasse de dar sua volta rotineira e diária em volta da Terra? Quanto distúrbio planetário não nos custaria essas férias solares? Que seria de nós se os rios parassem de correr para o mar? Se as flores parassem de brotar? Se as estrelas parassem de brilhar. Mesmo quando a noite se vai e as leva consigo, elas não perdem o brilho, apenas são ofuscadas pelo brilho do astro-rei.

Olhe para o seu corpo. Muito mais que olhar, tome consciência dele, perceba-o. Seu corpo também é um constante movimento, quer você esteja dormindo ou acordado, ele está sempre trabalhando. Continuamente, diurna ou noturnamente, trabalhando. Já pensou se seu coração resolvesse tirar uns dias de folga? Que bom que ele é bastante trabalhador, não é verdade?

Fiquei a pensar estas coisas após grande susto que passei no sábado (21), à tarde. Permitam-me partilhar com vocês está experiência desagradável.

Sábado, havia saído de casa para o ensaio do Coral Pio XI. Sai um pouco mais cedo, por volta das três e quinze da tarde, pois havia recebido comunicado do presidente do coral, pedindo que chegássemos mais cedo, pois haveria uma reunião antes do ensaio. Tranquila e prudentemente, peguei o meu capacete, calcei as luvas — acho estranho dizer calcei as luvas, mas esse é o termo correto —, montei na bicicleta, disposto a percorrer, em menor tempo possível, os três quilômetros que separam minha casa da sede do coral.

Sábado à tarde, é um dia em que o transito começar a ficar menos pesado. Fazia uma tarde quente, porém, agradável. Desci, e depois subi a Rua Conceição, passei pelo Centro de Convivência. Algumas pessoas aproveitavam a sombra de um Café e, embaixo das árvores, tomavam um liquido refrescante e batiam um papo, proseavam um pouco, aproveitando a calma vespertina. Entrei na Rua Maria Monteiro, pedalando rápido, mas com certa tranquilidade, e sempre com prudência. No cruzamento da Maria Monteiro com a General Osório, o sinal estava verde para mim e eu segui com minhas pedaladas regulares.

Uma quadra à frente um carro vinha subindo a Antonio R. de Melo, uma rua transversal que termina na Maria Monteiro. Como a preferencial era minha, segui em frente, tranquilo. A motorista que vinha na transversal, ao invés de parar, avançou, atingindo em cheio a bike na qual eu estava. A bicicleta voou para um lado e eu para outro. Caí no meio da rua, me contorcendo de dor. Consegui ficar sentado, mas não conseguia me levantar. Por sorte, na hora da queda, o sinal de transito na quadra anterior, estava fechado e, naquele momento, só estávamos nós, eu e a motorista que me atropelou. Logo em seguida, chegou um jovem casal que ajudou a levantar-me e me fez sentar-se na frente de um luxuoso prédio, desses muito comuns no bairro do Cambuí. Disseram-me que eram médicos e chamaram uma ambulância. Em seguida, chegou a motorista que havia me atropelado — que também era médica — querendo saber se eu estava bem. A queda foi muito forte, porém, a proteção de divina foi bem maior. Apesar de doloridas, as duas pernas, uma vez que rolei no asfalto, sentia que não havia quebrado nenhum osso. Mesmo assim, era recomendável que fosse o hospital para uma verificação mais segura.

Como a ambulância estava demorando, o jovem casal de médicos teve que ir embora, pois ainda tinham que trabalhar em um plantão. Fiquei em companhia da médica que havia provocado o acidente. Passado mais alguns minutos, como a ambulância, ainda não havia chegado, ela me levou no carro dela, ao hospital mais próximo. O rapaz, chamado Lucas, antes de ir embora, havia guardado minha bike, no prédio na frente do qual estávamos, e eu pude ir mais tranquilo ao hospital.

No hospital, o médico fez alguns Raios-X, e para meu alívio, realmente, não havia quebrado nenhum osso. Tomei uma injeção anti-inflamatória e fiquei mais cerca de uma hora, até que a injeção fizesse efeito. Deitado na cama do hospital, só pensava na pedalada que havia combinado com amigos, no domingo pela manhã. Quando o médico me liberou, perguntei à ele:

— Já posso pedalar uns cinquenta quilômetros, amanhã de manhã?

Ele riu, e disse:

— Vá com calma. Um pouco de cada vez.

Saí do hospital ás sete horas da noite, andando ainda meio cambaleante, e voltei ao local do acidente, para pegar a bicicleta que havia guardado no prédio residencial. Após verificar que ela também não havia sofrido nenhum dano, montei nela e rumei para casa, pedalando devagar e com cuidado.

À noite, o machucado inchou e tornou-se mais dolorido. Tive que enviar mensagem pelo celular, avisando aos amigos de que não iria pedalar com eles, nas belas trilhas do Distrito de Joaquim Egídio. Fiquei em casa, em meio a medicamentos e compressas de gelo. Ainda estou em meio a esses cuidados, mas estou aqui contando a história.

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Brasileiro preso por ameaçar voo nos Estados Unidos, é libertado após cumprir pena, e retorna ao Brasil

Posted by Cottidianos on 13:11
Sábado, 21 de fevereiro



Conhecem o ditado popular que diz: Com coisa séria não se brinca? Francisco Fernando Cruz, natural de Sorocaba, interior do estado de São Paulo, brincou. Pagou um preço justo pela “brincadeira” e, com certeza, deve ter aprendido a lição. O jovem ameaçou a segurança do voo da TAM linhas aéreas, enviando e-mails ameaçadores à companhia aérea. Um desses e-mails dizia: “Voo não deve decolar. Alvejado. Ele vai cair. Retaliação”. O jovem causou uma tremenda confusão e foi preso pela polícia americana. Falei desse assunto na postagem, Brasileiro ameaça segurança de voo e é preso no aeroporto de Miami. Libertado dia 18 deste mês, o jovem chegou ao Brasil na quinta-feira (19). Após ter passado por um grande susto e também por maus bocados, chega a ser engraçado o momento em que o jovem conta a imprensa sobre o momento da prisão. Ele conta que quando viu todos aqueles agentes da CIA e do FBI, dentro do avião, logo pensou que eles estavam à procura de alguém muito perigoso, que na verdade, era ele mesmo.

Abaixo compartilho matéria publicada no site globo.com, falando a respeito do assunto.

***



'Não sabia que era crime', diz jovem preso por ameaça de bomba nos EUA

Jovem de Sorocaba (SP) desembarcou no Brasil após ficar um ano detido.
Segundo ele, trote para o FBI foi um 'desafio' proposto por amigos.

O brasileiro que ficou mais de um ano preso nos Estados Unidos por ter enviado um e-mail às autoridades americanas dizendo que havia uma bomba em um avião disse ao G1 que mandou a mensagem porque não conhecia as leis do país. "Não sabia que era crime. Se soubesse, jamais teria enviado", afirma Francisco Fernando Cruz, que voltou para casa, em Sorocaba (SP), nesta quinta-feira (19).

Eu estava sentado na minha poltrona quando vi uns dez agentes do FBI, da CIA e da polícia de Miami entrando no avião. Na hora, pensei: 'nossa, deve ter alguém muito perigoso aqui dentro'. E no fim, era eu"

Segundo ele, um grupo de amigos que ele conheceu na internet fez com que ele lançasse um "trote" como desafio. "A gente sempre se desafiava e tinha que provar que realmente tinha cumprido a missão. Eu esperava que o FBI respondesse meu e-mail com algo como: 'precisamos de mais informações sobre isso', porque a intenção era chamar a atenção deles. Mas ninguém respondeu nada, já foram direto para a investigação", justifica o estudante.

Francisco foi preso no aeroporto de Miami no dia 9 de janeiro de 2014, dentro do avião que o traria de volta ao Brasil depois de passar um ano e meio estudando e trabalhando em Nova York. Ele lembra que foi um susto ser abordado por uma equipe tão grande. "Eu estava sentado na minha poltrona quando vi uns dez agentes do FBI, da CIA e da polícia de Miami entrando no avião. Na hora, pensei: 'nossa, deve ter alguém muito perigoso aqui dentro'. E no fim, era eu", relata.

Da aeronave, o estudante foi escoltado até uma sala do aeroporto, onde foi interrogado e confessou que tudo não passava de uma brincadeira. "Eles orientam todo mundo a avisar quando achar que tem alguma coisa suspeita. Se eu dissesse que tive um mau pressentimento, não teria acontecido nada comigo, mas, como falei dando certeza do que ia acontecer, acabei sendo preso", conta Francisco.

Nos meses seguintes, ele passou por penitenciárias de três estados americanos e dividiu cela com até 60 presos estrangeiros. Devido ao bom comportamento, a pena de um ano e um dia foi reduzida, e Francisco deveria ter sido libertado no dia 23 de novembro de 2014. No entanto, a burocracia do processo de deportação atrasou a volta do brasileiro ao país de origem, e ele acabou saindo de Atlanta, na Geórgia, apenas na última quarta-feira (18).

Da experiência, o estudante diz que ficou o aprendizado. "Você aprende a não confiar muito nas pessoas. Eu tinha vários amigos nos Estados Unidos que sumiram quando eu fui preso. Ninguém quis tentar ajudar, todo mundo dizia que não queria se envolver. Nessas horas, a gente aprende quem realmente está do nosso lado", declara Francisco.

Viagem e reecontro

Depois de deixar a última penitenciária, na Geórgia, o brasileiro foi acompanhado por dois oficiais de imigração até o aeroporto de Atlanta, e só teve as algemas dos pés e das mãos retiradas na sala de embarque. Ainda assim, os agentes viajaram com ele até o Brasil, um de cada lado da poltrona onde ele estava. "Se eu ia ao banheiro, um deles ia comigo. Me senti um pouco humilhado. Não tinha necessidade de tudo isso", conta o estudante, que só foi totalmente libertado após passar pela Polícia Federal no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

Do lado de fora do portão de desembarque, a mãe, Cláudia Cruz, o esperava de braços abertos. Sobre o reencontro, Francisco resume: "Foi perfeito". Depois do longo abraço que se seguiu, Cláudia não desgrudou mais do filho. "Agora, estou feliz de verdade", diz, com um sorriso no rosto. Após o desembarque no Rio de Janeiro, mãe e filho pegaram outro voo para o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), onde chegaram pouco depois das 19h30 desta quinta-feira (19). Em seguida, os dois seguiram de ônibus para Sorocaba, onde a família mora.

Ele já pagou tudo o que tinha que pagar. Ele não matou, não roubou e não fez mal a ninguém, só a ele mesmo"

Questionada se perdoa a atitude do filho, Cláudia não hesita : "E que mãe não perdoa o próprio filho? Ele já pagou tudo o que tinha que pagar. Ele não matou, não roubou e não fez mal a ninguém, só a ele mesmo", afirma a cabeleireira.

Planos para o futuro

Francisco não vai poder entrar nos Estados Unidos por dez anos, mas diz que não pensa em voltar para lá, mesmo que conseguisse o visto. "Não tenho mais vontade nenhuma. Agora, vou voltar a estudar e concluir minha faculdade aqui", afirma o estudante de marketing.
Recém chegado, ele ainda não encontrou os amigos, mas diz que isso deve acontecer em breve. "Primeiro, quero matar a saudade da minha família. Já entrei em contato com alguns amigos, mas ainda não combinamos nada. Vou falar com eles esses dias para ver se a gente faz uma festa", encerra.

Entenda o caso

O sorocabano foi preso no dia 9 de janeiro em Miami, nos Estados Unidos. A polícia americana publicou a queixa em seu site informando que Francisco, que morava nos EUA havia dois anos, tinha enviado no dia 8 um e-mail ao Departamento de Polícia de Miami (MDPD) e à TAM Linhas Aéreas alertando sobre a existência de uma bomba em um avião da empresa.

A mensagem informava: "Flight must not take off. Targeted. It will go down. Retaliation. Cargo is dangerous. Be advised" (Voo não deve decolar. Marcado. Vai cair. Retaliação. Carga é perigosa. Estejam avisados). Segundo a polícia americana, o Departamento de Polícia de Miami rastreou a origem da mensagem e concluiu que ela foi enviada de um computador na Montclair State University, na cidade de Montclair, estado de Nova Jersey.

A polícia teve acesso às imagens que mostram o terminal de computador usado para enviar a mensagem. "A segurança pública de quem viaja é fundamental, e quaisquer ameaças feitas para perturbá-la serão investigadas sem impunidade", declarou JD Patterson, diretor do MDPD.

Na época, a assessoria da TAM Linhas Aéreas afirmou que foi notificada pelas autoridades do EUA sobre a suposta presença de bombas a bordo de uma de suas aeronaves.

"Para garantir a segurança dos clientes e da tripulação, a companhia, como já fez em outras circunstâncias de alarme falso, reforçou a inspeção de todas as cargas despachadas, assim como aos passageiros", diz a nota.


Ainda segundo a TAM, após investigações, foi confirmada que a ameaça era falsa. "Nenhum risco foi detectado à segurança do voo JJ8043. A aeronave decolou normalmente, no horário previsto", completa a nota.

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É o fim... Do horário de verão

Posted by Cottidianos on 22:28
Sexta-feira, 20 de fevereiro



O Relógio

Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Dia e noite
Noite e dia.

O porquê desse poeminha de Vinícius de Moraes?

É apenas para lembrá-los de não esquecer de que, no cruzamento dos ponteiros do relógio, na madrugada de sábado (21) para domingo (22), ou seja, quando o relógio marcar exatamente, meia-noite de domingo, o relógio deve ser atrasado em uma hora. Boa notícia, não? Tiraram-nos uma hora, em 19 de outubro, data em que começou a vigorar mais uma etapa de mais um horário de verão e agora ela nos é devolvida.

Lembrando que você deve se adiantar para adiantar seu relógio apenas se morar nas regiões, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, que é onde vigora o horário especial. Se morar no Norte e Nordeste, nem se atrase ou se adiante, apenas deixe seu relógio quietinho, do jeito que ele está.

O objetivo do governo com o horário de verão é a economia de energia. Espero que tenha atingido seus objetivos, pois, no momento atual, precisamos economizar tudo, inclusive, e principalmente, água, e água gera energia, que por sua vez chegam as nossas casas e possibilitam aquele banho quentinho nos dias frios e aquele banho frio nos dias quentes, e assim vai rodando o moinho da vida... Mas, por favor, lembre sempre de economizar a água que move o moinho, porque senão, a água acaba, o moinho para de funcionar, e a vida morre.

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A marcha do silêncio e uma morte enigmática

Posted by Cottidianos on 00:05
Sexta-feira, 20 de janeiro

Mistérios da meia-noite
Que voam longe
Que você nunca
Não sabe nunca
Se vão se ficam
Quem vai quem foi
(Mistérios da Meia Noite – Zé Ramalho)



Olho para Argentina por sobre as notícias que me chegam através dos meios de comunicação e tudo que acontece por lá me parece tão surreal, misterioso e tenebroso, que tenho a impressão de que estou diante de um muito bem elaborado roteiro de filme hollywoodiano de suspense. Afinal, o que teria realmente acontecido no apartamento do promotor federal, Alberto Nisman, entre os dias 18 e 19 de janeiro? O promotor foi encontrado morto no banheiro de seu apartamento, na madrugada de domingo para segunda do dia 19, em Buenos Aires, no Bairro de Puerto Madero, area nobre da capital argentina, com um tiro na cabeça. Segunda a polícia, o tiro fora disparado ainda no domingo.Antes de sua morte, Nisman tornou públicas as ameaças de morte que vinham sofrendo. O promotor estava sob intensa vigilância de dez agentes policiais que faziam sua segurança. Ao constatar que Nisman não atendia aos telefonemas, os agentes resolveram levar a mãe do procurador até o edifício onde o filho morava. Ao constatar que a porta estava fechada por dentro, chamaram um chaveiro para que conseguisse abri-la. Ao adentrarem o local, encontraram o corpo de Nisman caído. Ao lado do corpo estava uma arma calibre 22 e uma capsula de bala.


Assassinato? Suicídio? Ou suicídio induzido?



O que levaria ao suicídio um homem que quatro dias antes apresentara grave denúncia contra a presidente Cristina Kirchner, o chanceler Héctor Timerman e outros dirigentes argentinos, e que, no dia seguinte, apresentaria, no Congresso, detalhes do caso? Nisman acusava-os de ter acobertado o Irã, em suposto envolvimento no atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), tendo em vista a manutenção de acordos comerciais entre os dois países. A tragédia ocorrida no dia 18 de julho de 1994 deixando 85 mortos e 300 feridos. À exemplo do ataque terrorista ocorrido contra a embaixada israelense em 1992, matando 29 pessoas, esse de 1994 também nunca foi esclarecido.

As primeiras investigações acerca do atentado à AMIA indicavam uma autoria dos sírios que teriam planejado o atentado em vingança contra o então presidente Carlos Menem, que governou o país de 1989 a1999, que teria tido sua candidatura financiada em troca de tecnologia nuclear. Tecnologia essa que nunca foi recebida por Menem. Outro motivo da vingança seria o fato de ele ter apoiado os Estados Unidos, na guerra contra o Iraque, depois que esse país invadiu o Kuait. Após se ter descoberto que o juiz que cuidava do caso comprou um depoimento falso, as investigações que apontavam essa linha foram arquivadas.

No governo de Nestor Kirchner, que governou o país de 2003 a 2007, Alberto Nisman foi encarregado de reabrir o caso. As investigações de Nisman apontaram para uma participação iraniana no atentado, cuja execução teria ficado a cargo de um grupo xiita do Líbano. Apoiado nas evidências que tinha, Nisman pediu a captura de altos funcionários do regime iraniano, com a finalidade de interrogá-los. As investigações avançavam, e em 2007, um alerta vermelho foi emitido pela Interpool para cinco dos oito acusados. Os iranianos, porém, nunca admitiram qualquer participação no ato terrorista.

Após anos fugindo da verdade, em 2013, o caso ganhou novo capítulo e Argentina, agora comandada por Cristina Kirchner, e o Irã, firmaram um acordo no sentido de esclarecer a verdade. formaram então, uma comissão da verdade. À época, o acordo foi bastante criticado por amplos setores da sociedade, inclusive, pelo próprio Nisman.

No dia 14 de janeiro deste ano, quatro dias antes de morrer, Alberto Nisman havia acusado a presidente argentina e seu chanceler, de terem negociado o acordo firmado em 2013 com os iranianos, para, em segredo, acobertar os suspeitos, dos quais ele havia pedido a prisão anteriormente, causando desse modo, a morte da investigação. O acordo permitia que os acusados iranianos fossem ouvidos em seu próprio país, sendo que, Ahmad Vahidi, um dos principais acusados era, na época, Ministro de Defesa.

O documento elaborado pelo promotor tem 300 páginas e é baseado em escutas telefônicas. Ainda segundo Nismam, os motivos dessa escusa negociação teriam sido econômicos: O governo argentino teria interesse em reatar os laços com o Irã, país com o qual trocaria grãos e armas por petróleo.

Diante das graves acusações do promotor, a oposição pediu que ele fosse ao Congresso para que desse detalhes da acusação que fazia contra o governo. O depoimento seria dado naquela segunda-feira, mas o promotor foi encontrado morto horas antes.

Estaria o governo argentino envolvido no assassinato cinematográfico de Nisman?

“… E ficamos com o canto, ficamos com a alegria, ficamos com esse grito de ‘viva a Pátria’. E para eles, para eles deixamos o silêncio. Sempre gostaram do silêncio, deixamos para eles o silêncio, que é ou porque não têm nada a falar ou porque realmente não podem falar o que pensam”. Essas foram as palavras da presidente argentina, recentemente, em um discurso na Casa Rosada. A resposta do povo argentino a essas palavras foi grandiosa, emblemática e significativa.

Em mais uma das cenas que parecem saltar das telas do cinema e invadir a dura realidade, os argentinos, debaixo de pesada chuva, munidos de guarda-chuvas, marcharam, em completo silêncio. E eles eram muitos. Milhares deles. Um mar de gente invadindo às ruas. Enquanto os céus choravam, os argentinos marchavam. Apesar de inúmeros, falavam a poderosa linguagem do silêncio. Segundo estimativas, cerca de 400 mil pessoas aderiram a marcha.

Eu vejo tudo isso e continuo achando tudo muito nebuloso, envolto em véus. Tudo continua me parecendo muito surreal. Leio livros de grandes mestres do mistério e assisto filmes de segredos de estado e de assassinatos políticos, e suicídios inexplicáveis, a fim de ver se, através da arte, consigo algum fio condutor que me revele algum de sinal de sanidade na fria realidade. Tudo, porém, me escapa dos esclarecimentos e me lança em um mar de divagações.

Abaixo, compartilho texto do site El País/Brasil, falando a respeito dessa marcha silenciosa, organizada pelos argentinos,na quarta-feira (18).

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Milhares de pessoas homenageiam Nisman e desafiam o ‘kirchnerismo’


Francisco Peregil - Buenos Aires

Silêncio e aplausos em meio ao vento e à chuva. Essa é a homenagem que dezenas de milhares de pessoas renderam em Buenos Aires à figura de Alberto Nisman, o promotor que morreu em 18 de janeiro, quatro dias depois de denunciar a presidenta. As previsões meteorológicas eram de chuva forte e muitos chegaram com guarda-chuvas. Outros procuraram refúgio debaixo de toldos e árvores. O resultado foi que depois de um mês cheio de insultos, acusações, censuras e críticas, o silêncio se impôs. O silêncio estrondoso de dezenas de milhares de pessoas caminhando lentamente debaixo da chuva.

A marcha foi convocada por cinco promotores como uma homenagem ao companheiro falecido quando se cumpre um mês de sua morte. Era um fato insólito. O Poder Judicial, ou parte dele, jamais havia convocado uma marcha ao longo das últimas três décadas de democracia argentina. Os principais dirigentes da oposição se somaram imediatamente à iniciativa. Mas o Governo viu uma tentativa de desestabilização, uma forma suja de fazer política sob o pretexto de render homenagem ao promotor morto. Entre as duas posições ficou gente como o prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, que se mostrou crítico ao Governo e também aos organizadores da marcha, que acusou de oportunismo político.

Havia grande expectativa em relação à decisão que tomaria a ex-esposa de Nisman, a juíza Sandra Arroyo Salgado, mãe de suas duas filhas. Ela mesma havia pedido, semanas antes, que a investigação sobre a morte de Nisman não fosse politizada. Finalmente, participou da marcha com as duas meninas, de 7 e 15 anos. Arroyo Salgado esclareceu, em um comunicado no dia anterior, os motivos pelos quais havia decidido participar com suas filhas: “Nossa presença está voltada a prestar um reconhecimento à pessoa que ele foi e ao funcionário cuja incondicional e valente entrega ao trabalho deve ser destacada”.

Os ministros de Cristina Kirchner alegaram várias razões para explicar sua ausência: que alguns dos promotores que organizavam a marcha só possuem fins políticos, que os dirigentes opositores que se somaram à marcha tampouco pretendiam prestar uma homenagem a Nisman, mas tinham interesse eleitoral quando restam apenas oito meses para que se realizem as eleições presidenciais de 25 de outubro. Mas quem marcou a divisão foi a própria presidenta, que na semana anterior concluiu assim um discurso na Casa Rosada entre os vivas e cantos dos militantes kirchneristas: “E ficamos com o canto, ficamos com a alegria, ficamos com esse grito de ‘viva a Pátria’. E para eles, para eles deixamos o silêncio. Sempre gostaram do silêncio, deixamos para eles o silêncio, que é ou porque não têm nada a falar ou porque realmente não podem falar o que pensam”.

Houve muito silêncio, desde as imediações do Congresso, onde começava a marcha, até a Praça de Maio, onde ela terminava. Era possível ver os mesmos cartazes que foram vistos na noite em que faleceu o promotor: “Verdade e justiça”, “Todos somos Nisman”. “Lamento ver muito pouca juventude e muita gente mais velha”, queixava-se uma manifestante para o canal Todo Noticias, do grupo Clarín. Às vezes se escutava algum coro: “Não temos medo, não temos medo”. Outros gritavam simplesmente “Argentina, Argentina”.

Os locutores perguntavam aos cidadãos por que iam à marcha e as respostas eram muito variadas, mas mostravam um cansaço da política do Governo. Uns reclamavam justiça, alguns recordavam a oposição ao acordo que a Argentina assinou com o Irã (motivo da acusação de encobrimento que Nisman fez contra Cristina Kirchner), outros expressaram seu desejo de lutar por um país para seus netos, alguns se queixavam da corrupção, outros da insegurança... E a maioria dos participantes pertencia à classe média e média alta, a mais crítica ao Governo.


A manifestação mostrou a imagem perfeita da divisão social que a Argentina está sofrendo nos últimos anos.

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