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Terror em Brasília na Véspera da noite de Natal

Posted by Cottidianos on 22:47

Domingo, 25 de novembro



Prezados leitores e leitoras,

Desejo um Feliz Natal a todos e todas vocês!

Não importa se você mora no Brasil ou em outros países, o fato é que todos nós vivenciamos tempos complicados ultimamente. Ainda vivemos sob a ameaça do coronavírus, embora a vida tenha quase voltado ao normal. Também ainda testemunhamos a guerra na Ucrânia, guerra estúpida e sem sentido provocada por um tirano chamado Vladimir Putin.

Aqueles da Ucrânia ainda vivem pesadelo maior que imaginamos, pois lá o inverno é rigorosíssimo, e ainda estão tendo que racionar energia, isso quando tem energia para racionar. Imaginem o que é passar o inverno com temperaturas baixíssimas sem banho quente e sem aquecimento. Que sofrimento deve ser para todos, principalmente, para idosos e crianças. A gente vê as bombas caindo pelos noticiários, se revolta, as vezes nem raciocinamos que aquilo é apenas mais um prego nas mãos e nos pés de quem vive tal martírio.

Outro povo que tem passado maus bocados são os Estados Unidos da América. Os americanos enfrentam a pior tempestade de inverno em décadas que até agora vitimou 30 pessoas, e fez com que milhares de casas ficassem sem energia em plena noite de Natal. As nevascas e temperaturas de até 48 graus negativos obrigaram aeroportos a cancelar milhares de voos e várias estradas ficaram interditadas. O Natal por lá deve estar sendo, no mínimo, de muito transtorno, preocupação e tristeza para milhares de pessoas.

Países como Afeganistão e Iran, não vivem fenômenos climáticos tão devastadores, mas lá existe os regimes brutais que promovem retrocesso após retrocesso, sendo a principal vítimas desses regimes, as mulheres. Semana passada o Taliban determinou que as mulheres estão impedidas de frequentar universidades. No Irã, o jogador de futebol Amir Nars Azadani foi condenado à morte. O crime que ele cometeu? Participar de manifestações pelos direitos das mulheres no Irã. Regime político? De jeito nenhum. Regime de brutamontes, isso sim. Acho que os homens das cavernas conseguiam ser mais civilizados dos que os líderes desses regimes.

E aqui no Brasil, temos muita gente vivendo o melhor dos Natais com mesa e comida farta, e outros muitos mais sem tem o que comer. É assim o país da desigualdade.

Uma cena que chamou a atenção nesse ano foi o amontoado de gente em frente aos quarteis protestando contra o resultado das últimas eleições presidenciais. Quando será que esse povo vai se dar conta de que está fazendo papel de idiota? Parte das Forças Armadas foi e está sendo coniventes com esses fanáticos, e nem percebem que estão a criar ninhos de monstrengos terroristas. Nesses acampamentos em frente aos quarteis já chegaram a se realizar casamentos, e até funerais. Um absurdo sem tamanho. E eles ainda acreditam que estão defendo a Pátria. Defendendo a Pátria de que inimigos, pergunto eu?

Neste sábado, 24, a Polícia Civil de Brasília prendeu o bolsonarista George Washington de Oliveira Souza, 54 anos. Ele foi autuado em flagrante por ato de terrorismo. George confessou aos policiais que montou um artefato que foi instalado em um caminhão carregado de combustível estacionado em uma via de acesso ao aeroporto de Brasília.

Ele disse aos policiais que o objetivo era dar início ao caos na capital do país, forçando, dessa forma, a decretação de um estado de sítio. Durante um estado de sítio os poderes do Legislativo e do Judiciário ficam reduzidos, dessa forma, abrindo caminho para que as Forças Armadas assumissem o controle e recolocassem o capitão derrotado deles, Jair Bolsonaro, de volta ao poder. O objetivo de tamanha violência? Nas palavras do próprio detido “impedir a instalação do comunismo no Brasil”.

O plano era explodir o caminhão, na véspera da noite de Natal, depois fazer denúncias anônimas dizendo que havia mais bombas montadas na área de embarque do aeroporto. Eles também planejaram instalar mais uma bomba na subestação de energia elétrica de Taguatinga, instalando de vez o caos. A bomba só não foi levada até a subestação elétrica porque uma das integrantes que apresentou a ideia e que participava do plano não conseguiu carro para levar o artefato até lá.

E a bomba que foi colocada no caminhão só não explodiu por pura falta de experiência dos planejadores. A sorte foi que o motorista do caminhão, que nada tem a ver com história, percebeu algo estranho no veículo, e chamou a polícia.

A polícia foi lá, desarmou o artifício, e desbaratou o plano dos terroristas. George Washington nem de Brasília é. Ele chegou à capital em 12 de novembro, especialmente, para se juntar aos bolsonaristas acampados em frente ao quartel.

Em depoimento à polícia ele disse que em outubro do ano passado, tirou licença de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). A partir daí, passou a comprar pistolas, revólveres, fuzis, carabinas, e muita munição. No apartamento onde a polícia o encontrou, havia um verdadeiro arsenal. Porém, os documentos estavam irregulares, e ele foi autuado por porte e posse ilegal de armas de fogo e de uso restrito.

Ele trouxe as armas no próprio carro quando veio de Xinguá. Se os policiais o parassem no caminho, ele diria que iria participar de um concurso de tiros. George também disse aos policiais que foi a Brasília para aguardar a ordem para pegar em armas, e que distribuiria as armas entre os outros manifestantes.

George, que se diz gerente de um posto de gasolina na cidade onde mora, disse que resolveu tirar certificado de Colecionador de CACs por influência dos discursos de Jair Bolsonaro: “O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro que sempre enfatizava a importância do armamento civil”.

Uma das coisas interessantes que ele disse à polícia foi que ele participou dos atos terroristas em Brasília, dia 12 deste mês, e que teria conversado com os PMs que lá estavam, e os PMs haviam dito a ele que não iriam coibir os atos de vandalismo, desde que os manifestantes não agredissem os policiais.

Para ele, aquilo foi uma senha: A PM e os bombeiros estavam ao lado do presidente, e que, em breve seria decretada a intervenção militar que eles tanto desejavam e desejam. Como isso não ocorreu, então eles resolveram agir por conta própria e provocar um estado de sítio para forçar as FA a agirem.

Na manhã deste domingo, 25, a Justiça do Distrito Federal resolveu converter a prisão em flagrante de George em prisão preventiva, quando não há data para soltura.

Robson Candido, delegado da Polícia Civil do DF, disse em entrevista coletiva que “[O suspeito] veio justamente para participar das manifestações lá no QG, né, que é assim que eles se intitulam. Ele faz parte desse movimento de apoio ao atual presidente. E eles estão aí nessa missão ideológica, mas que saiu do controle. E as autoridades policiais, principalmente aqui em Brasília, nós iremos tomar todas as providências. Iremos prender qualquer um que atente contra o Estado Democrático de Direito, principalmente com ameaças e, principalmente agora, com bombas”.

Flávio Dino, futuro ministro da Justiça, disse, neste domingo, que os acampamentos de bolsonaristas em frente aos quartéis se tornaram “incubadoras de terroristas”. “Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que os tais acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível

Após certa demora o ministro da Justiça Anderson Torres disse, neste domingo, que o ministério oficiou a PM para acompanhar as investigações sobre o ato terrorista planejado pelos bolsonaristas para ser acionado na véspera da noite de Natal.

Quem não se pronunciou sobre o acontecido foi o presidente Jair Bolsonaro. Até aí, nenhuma novidade. Acho até que Bolsonaro se pudesse se manifestar publicamente sobre o fato diria a seu apoiador terrorista: “Muito bem, patriota! Só estou bravo contigo porque o plano não deu certo”.

Neste domingo, nas redes sociais, o presidente se limitou a publicar um vídeo natalino no qual entrega presentes a crianças e diz: “Um feliz Natal com muita paz, ao lado daqueles que vocês mais amam!”. Até frases feitas como essas, na boca de Bolsonaro, viram pura falsidade.

Por causa do que aconteceu em Brasília neste fim de semana, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse, neste domingo, que os procedimentos para a posse de Lula, dia 1o de janeiro, serão reavaliados.

Pois é, amigos e amigas, o pesadelo ainda não acabou! Mas vai acabar! Faltam pouco dias para a posse do novo presidente, e é nosso desejo que tudo transcorra em paz.


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Copa 2022: A consagração do rei

Posted by Cottidianos on 21:39

 Segunda-feira, 19 de dezembro

  

Domingo, meio dia, horário de Brasília. Para quem acompanhou os jogos da Copa do Mundo no Qatar, não havia outro programa a ser feito senão assistir a grande final entre dois grandes do futebol: França e Argentina.

Eu também estava nessa ansiedade desde o dia anterior, quando Croácia e Marrocos disputaram a 3ª colocação, tendo a Croácia ficado com a vaga. A Croácia vem fazendo boas campanhas desde 1998 quando participou do torneio pela primeira vez, e já chegou bem. Ficou com a 3ª colocação na ocasião. Nada mal para quem havia acabado de chegar. Nas Copas de 2002, 2006, e 2014, os Croatas nem chegaram a passar da fase de grupos. Em 2010 nem passou da fase eliminatória.

Em 2018 foi para a final com a França e ficou com o vice-campeonato. Este ano ficou com a terceira colocação.

Já a seleção de Marrocos também merece os parabéns. Foi a primeira vez que uma seleção do continente europeu chega a uma semifinal de Copa do Mundo. A seleção Marroquina jogou muito bem nessa Copa.

Mas o grande duelo mesmo ficou reservado para a final. E que final! De um lado o francês Kylian Mbappé e o do outro, o Argentino Lionel Messi. Não dava para dizer quem ganharia a competição. O nível das duas seleções foi muito bom durante toda a Copa.

Na estreia, a seleção argentina havia perdido de virada para a Arábia Saudita, mas conseguiu se formar no campeonato, graças a habilidade de seus jogadores e a inteligência do técnico, que escalou um time diferente a cada jogo, conforme as caraterísticas do adversário. Muitos pensaram: É louco. Mas ao final, venceu o louco.

O jogo foi quente do começo ao fim. Na metade do primeiro, Messi abriu o placar com gol de pênalti. Ainda no primeiro tempo, Di Maria fez outro para a Argentina. Soou o apito indicando o final do primeiro tempo. E a impressão que se tinha era a de que a Argentina já havia ganhado o jogo.

Mas, não esqueçamos que, do outro lado, havia um tal de Mbappé. Os times voltaram à campo para o segundo tempo e, apesar da melhora da França, a seleção Argentina ainda parecia mandar no jogo. A partida seguia, os torcedores argentinos gritavam olé, e faziam aquela festa. Cantar vitória antes do tempo nunca é bom. Principalmente quando se joga com a campeão da edição anterior do torneio ao qual se disputa.

Aos 35 minutos do segundo tempo, Mbappé abriu o placar para a França com gol de pênalti, e, menos de dois minutos depois, fez outro no canto esquerdo do goleiro Emiliano Martinez.

A seleção francesa, graças à habilidade de sua jovem estrela, conseguiu levar o jogo para a prorrogação. O jogo ficou ainda mais equilibrado na prorrogação com ataques e chances de gol perdidas dos dois lados. Para alívio da torcida, Messi fez mais um gol. Mbappé não podia deixar barato foi lá e fez um de pênalti. Perto do final da prorrogação, Emiliano Martinez, goleiro argentino, fez uma defesa heroica, não fosse isso, quem estaria celebrando o título de tricampeã era a França.

Veio a batalha dos pênaltis, e nela os argentinos se deram melhor e levaram o título de seleção campeã da Copa do Mundo do Qatar. Os argentinos tornaram-se tricampeões mundiais, quebrando um jejum de 36 anos de espera para colocar a terceira estrela no uniforme.

Na verdade, a seleção argentina estava com sede de títulos havia 28 anos, e esse sede foi satisfeita na Copa América. Em julho deste ano, disputando a Copa América, no Maracanã, a Argentina derrotou o Brasil pelo placar de 1 a 0. Acho que isso deu a eles a sensação de "nós podemos". E realmente estavam certos.

Para falar da vitória da seleção da Argentina tem que falar de quem estava por trás dela, pensando táticas, armando jogadas, observando adversários: Lionel Scaloni. Scaloni nunca havia assumido cargo de técnico principal. Em 2016-2017, ele atuou como auxiliar de Jorge Sampaoli no Sevilla, e em 2017-2018, na própria seleção argentina estava junto com Sampaoli desempenhando a mesma função.

Após a péssima campanha da seleção argentina na Copa de 2018, Sampaoli saiu da seleção e o cargo ficou vago. Por absoluta falta de opções, Scaloni assumiu o cargo como técnico interino, até encontrar alguém capaz de conduzir a seleção. Os resultados foram acontecendo e Scaloni acabou sendo efetivado. Outro feito importante do técnico foi aproximar a seleção do povo argentino que andava um pouco decepcionado com os jogadores devido às péssimas campanhas.

Scaloni já havia jogado como titular na seleção argentina, inclusive na de 2006. Messi também fez parte desse time, juntamente com dois outros jogadores que hoje auxiliam Scaloni na comissão técnica: Ayala e Pablo Aimar.

Quanto a Messi, quem disse que o sete vezes vencedor do prêmio de melhor do mundo precisa de apresentações? Messi é o cara. Essa foi a Copa dele. Um líder de seu grupo. Basta ver a fila de jogadores e membros da comissão técnica que se formou para poder abraça-lo depois da conquista do título.

Nem sempre essa relação foi assim tão amistosa. Os dias de Messi na seleção já foram um inferno. Depois da Copa de 2014, ele chegou a se afastar da seleção, deixou, inclusive, de participar de vários jogos, mas depois, mudou de ideia e voltou.

A situação não mudou depois da Argentina perder para a França nas oitavas de final, a ideia de deixar a seleção ainda rondava sua cabeça. Depois tudo mudou. Scaloni entrou e deu sangue novo aos jogadores argentinos, e o resultado vimos na tarde de ontem: a vitória da Argentina sobre a França e a consagração de Leonel Messi. Esse um menino que nasceu pobre, em dos subúrbios de Rosário, baixinho, com problemas de crescimento, viria a se tornar um predestinado, um gênio da bola.  

Neste domingo o Fantástico mostrou uma reportagem especial mostrando os lugares os lugares por onde Lionel Messi viveu antes de sair de Rosário há 28 anos. Na reportagem, Antonio Enrique Domínguez, último treinador de Messi em Rosário, diz: "Ele tinha uns sete anos quando chegou". Eu começo a treiná-lo aos 11, na última categoria do infantil. E ele já sabia tudo de futebol. Leo aprendeu o que sabe na rua, no quintal de casa. Ele chegou com um nível de conhecimento que os garotos demoravam cinco, seis, sete anos para alcançar".

Mas apesar de mesmo pequeno já mostrar tanto talento, o pequeno Messi tinha um problema. Na hora de correr ele não era o mais rápido.

"Avisaram que iam me mandar a joia da divisão infantil de Rosário. Eles falaram 'Olha ele é muito baixinho. Precisamos ajuda-lo a crescer", diz Diego Schwartzstein, médico endocrinologista.

E qual foi o diagnóstico? Quis saber o repórter.

"Ele tinha um déficit de hormônio do crescimento. Decidi fazer o tratamento que permite repor esse hormônio em falta para que a criança cresça normalmente e atinja a altura que sua genética permite", disse o médico.

Todo o tratamento era coberto pela situação financeira do pai de Messi. A situação na Argentina se tornou caótica. As famílias ficaram sem dinheiro. O pai de Messi também. E agora, seria o fim? Foi nessa hora que apareceu um personagem importantíssimo na carreira de Messi: O Barcelona.

O clube propôs pagar todo o tratamento com a condição de que o pequeno fosse para a Europa, jogar pelo Barcelona. Messi foi para a Europa e o resto da história a gente já sabe.

Porém, o espetáculo dessa grandiosa final não teria sido tão belo se do outro lado não estivesse uma França de cheia de talentos e com uma vontade danada também de ser tricampeã. Se a Argentina tinha Messi, a França tinha Mbappé.

A França fez uma campanha excelente nesta Copa, apesar dos problemas internos que enfrentou com jogadores lesionados. Terminou o primeiro tempo perdendo o jogo por 2 x 0, mas teve sangue frio para ir buscar o empate e levar o jogo para a prorrogação. Quase vencia a prorrogação não fosse a defesa salvadora do goleiro argentino.

Na França podemos destacar a atuação de Mbappé autor dos dois gols na final. O jovem de 22 anos é um fenômeno do futebol. É artilheiro no Paris Saint-Germain, onde tem Messi como companheiro de time, e foi artilheiro desta Copa. Estreou na seleção francesa, em março de 2017, aos 18 anos e, aos 22 anos, é um dos melhores jogadores do mundo, e logo de chegada fez parte da França campeã de 2018. Certamente dará muito trabalho aos adversários nas copas vindouras.

A nota que destoa de toda essa festa e que relato aqui nesse texto que é a atitude racista de alguns torcedores argentinos em diversos momentos da Copa, inclusive na final.

Primeiro os torcedores, alguns deles, fizeram ataques racistas aos jogadores da África do Sul após venceram o time argentino ainda na primeira fase da competição. Torcedores argentinos foram às redes sociais e fizeram postagens do tipo: “Desde quando o escravo aprendeu a jogar futebol?” Nesta final, os alvos dos ataques racistas dos argentinos foi Mbappé.

Infelizmente, em pleno século da tecnologia, ainda temos de aturar pessoas de pensamento pequeno, e que não tem a consciência de que somos todos iguais. A cor da pele não é nenhum indicativo de superioridade por parte deste ou daquele povo. E ainda mais nas Américas cujo sangue negro escorre em cada veia de corpo, em cada paralelepípedo de cada cidade, ser racista, é ser no mínimo, ignorante.


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A alegria dos vitoriosos e o choro estridente dos derrotados

Posted by Cottidianos on 00:39

Terça-feira, 13 de dezembro

E assim, caros amigos e amigas, a roda da vida segue girando, e girando, e girando. Dias atrás, o entusiasmo dos jogadores da seleção, e dos brasileiros estava em alta, e hoje ele nem existe mais. A seleção brasileira era uma das favoritas, e hoje apenas assiste de camarote, saboreando os patês com o gosto amargo da derrota, o desenrolar das semifinais, e da final, no domingo. Aliás, não o Brasil, mas outras favoritas, com grandes estrelas, também já arrumaram a malas e voltaram chorosas e tristes para casa. Domingo, 17, conheceremos a grande campeã desse disputado torneio que acontece a cada quatro ano.

O Brasil vinha jogado bem as partidas da Copa, mas faltou maturidade e experiência aos nossos jogadores. Esqueceram o básico, as lições que se aprende ainda nas escolas de futebol.

Da derrota da seleção, podemos colher, dentre outras, duas grandes lições. A primeira: Quando se deseja conquistar algo que é realmente importante, é preciso esforço, foco, e algum sacrifício. E aqui falo das folgas que os jogadores da seleção tiveram no Qatar. Até carne folheada a ouro teve. Não que não seja bom passar momentos com a família. Sim, é maravilhoso. Mas o que estava em jogo era o título de hexacampeão, e para isso todo empenho era necessário. Ao final, todos ficariam felizes: família, jogadores e torcedores.

É assim quando se deseja passar num vestibular, num concurso, ou algo semelhante. É preciso dias de muito estudo, muito esforço, algum sacrifício. Depois, vencida a luta, então pode sair para comemorar o dia que quiser e quando quiser, já não haverá mais o peso da responsabilidade de tal batalha nas costas.

Segundo: Não acredita que o jogo está ganho, e relaxar. É preciso se agarrar com afinco ao que já foi conquistado para que a conquista se torne definitiva. Por exemplo, no jogo contra a Croácia, Neymar faz um gol de pênaltis faltando cinco minutos para o fim da prorrogação. E, em vez do time se fechar todo na defesa, não, foram correr para o ataque, dando assim oportunidade para o adversário empatar a partida, e vencer nos pênaltis.

Como diz o ditado: “Bola pra frente”. Daqui a quatro anos a gente sonha com o hexacampeonato novamente.

Rola bola nos gramados do Qatar, e rola bola nos gramados de Brasília também. O presidente eleito, Lula, já está veemente, fazendo negociações, escolhendo ministros, buscando o melhor caminho para tirar o país do atoleiro no qual o presidente Jair Bolsonaro o colocou.

Ontem, segunda-feira, 12, aconteceu o ato final do processo eleitoral com a diplomação de Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), respectivamente, presidente e vice-presidente da República. Com a diplomação, o TSE os declara aptos a tomar posse no dia 1o de janeiro. A cerimônia ocorreu no TSE.

A entrega dos diplomas foi feita pelo ministro-presidente do órgão, Alexandre de Moraes. O ministro teve papel preponderante, juntamente com outros ministros do TSE e do STF, nessa eleição ao combater as fake news e coibir os atos golpistas.

O presidente eleito estava visivelmente emocionado. “Esse diploma não é do Lula presidente, mas de parcela significativa do povo que conquistou o direito de viver em democracia. Vocês ganharam esse diploma”, disse ele durante o discurso. Ao lembrar da sua primeira diplomação Lula foi às lágrimas ao lembrar as críticas que sofreu por não ter diploma universitário.

Penso que não apenas a lembrança de sua primeira diplomação levou Lula às lagrimas, mas, sim, também ao pensar em quão difícil foi vencer essas eleições, na qual o candidato oponente usou, sem cerimonia nenhuma, a máquina estatal a seu favor nas eleições.

Em seu discurso Lula destacou a importância da frente ampla que agregou vários partidos e diversas correntes para que a vitória acontecesse. “Hoje, na transição de governo, se amplia para outras legendas e se favorece o protagonismo de trabalhadores, empresários, artistas, intelectuais, cientistas e lideranças dos mais diversos e combativos movimentos populares desse país”, disse ele.

Uma ausência bastante notada foi a da senadora Simone Tebet. A assessoria de imprensa da senadora, informou que ela estava em compromissos no Mato Grosso, e por isso, não pode comparecer. Porém, nas redes sociais, Simone Tebet, parabenizou Lula. Ela é cotada para ocupar algum ministério no próximo governo. A senadora foi grande força para Lula no segundo turno das eleições. Porém, essas coisas entre partidos não são assim tão fáceis. Tebet enfrenta resistência de integrantes do PT, e até do próprio partido, o MDB.

Na cerimonia de diplomação, a linha que alinhavou o tecido dos discursos foi a defesa da democracia. Tanto Lula, quanto Alexandre de Moraes exaltaram a defesa da democracia, e nem poderia ser diferente: faz quatro anos que a democracia está sendo atacada tanto por Bolsonaro quanto por seus apoiadores. “Vitória do respeito ao Estado de Direito, da fiel observância à Constituição. A diplomação da chapa é o reconhecimento da lisura do pleito, da legitimidade política conferida soberanamente. A Justiça Eleitoral se preparou para garantir transparência e lisura das eleições”, disse o presidente do TSE.

Alexandre de Moraes também disse que haverá punição para os golpistas. “Essa diplomação atesta vitória plena e incontestável da democracia contra os ataques antidemocráticos, desinformação e contra o discurso de ódio proferido por diversos grupos que, identificados, garanto, serão responsabilizados, para que isso não retorne nas próximas eleições”, disse ele.

Enquanto Lula está cada vez mais perto de colocar a faixa presidencial, os lunáticos bolsonaristas continuam brincando de golpismos, infantilmente, sendo visivelmente objetos de manipulação por parte dessa indústria destruidora de reputações que vem do submundo das redes sociais.

Ainda no dia de ontem eles deram trabalho à Polícia Militar do Distrito Federal. Os bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal. A PM precisou usar gás lacrimogênio, os bolsonaristas não se deram por satisfeitos e revidaram jogando paus e pedras nos agentes policiais.

Eles ficaram indignados com a prisão de um índio que participava dos atos golpistas. A ordem de prisão do indígena, José Acácio Serere Xavante foi dado por Alexandre de Moraes. Segundo ele, José Acácio havia convocado manifestantes armados para impedir a diplomação de Lula e Alckmin. Um ônibus que passava pelas proximidades foi incendiado pelos golpistas, bem como carros que estavam estacionados nas proximidades.

Enquanto atos golpistas ocorrem em várias cidades do país, o governo federal assiste a tudo isso, inerte, como se estivesse concordando e apoiando toda essa baderna promovida pelos golpistas em frente aos quarteis e rodovias.

Doentes. Não há outra palavra para descrever essa gente, e seus atos golpistas ridículos.


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Ciclos

Posted by Cottidianos on 00:16

Sexta-feira, 02 de dezembro

A vida é como uma grande roda gigante. É cíclica. Tudo vem, e logo tudo passa. Há pouco estávamos todos preocupados com as eleições brasileiras. Elas chegaram e passaram. É bem que verdade que os bolsonaristas ainda estão por aí esperneando, mas isso também passará. Ninguém fica chorando a vida inteira. “O choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria”, diz o salmo 30:5. E foi assim, um ciclo de eleições se iniciou e findou. Da mesma forma, em janeiro termina o ciclo governo Bolsonaro, e começará mais um ciclo de governo para Lula. Oxalá, queira Deus, que seja melhor do que o vivido por nós nesses quatro últimos anos.

Agora, todas as atenções, todos os olhares, todas as manchetes estão voltadas para o Qatar, país que sedia a 22ª edição da Copa do Mundo. Uma Copa do Mundo cheia e particularidades e peculiaridades. É a primeira Copa a ser sediada por um país do Oriente Médio. Geralmente o torneio mundial de futebol acontece no mês de julho, mas este ano está acontecendo nos meses de novembro/dezembro devido as altas temperaturas Qatar. 

 Os verões no país são extremante quentes, passam de 40º graus. Por isso a FIFA achou melhor realizar o torneio no outono quando as temperaturas caem para 25º a 30º graus. Outra coisa que chama a atenção é a área territorial do Qatar, muito menor do que os demais países que sediaram Copas do Mundo. A área territorial ocupada pelo Catar é de 11,6 mil km2. Bom para as equipes que não precisam ficar se descolocando de avião de um lugar para outro. Entretanto, o que falta de área territorial no Catar, sobre em dinheiro.

Outra particularidade, é que, diferentemente da grande maioria dos países que já sediaram Copas no Catar os direitos humanos não são respeitados. Para começar, as catarenses devem ser totalmente submissas aos homens. Elas não podem estudar no exterior, casar, procurar empregos, viajar para outros países. Em resumo, é como se a mulher fosse incapaz.

Se uma mulher catarense é infeliz no casamento e quiser se divorciar, ela terá de ser muito corajosa, os obstáculos são quase intransponíveis, e, mesmo assim, quando a mulher consegue a façanha, perde a guarda dos filhos.

Outro público que sofre horrores no Catar são os homossexuais. A prática é considerada crime punível com até sete anos de prisão. O preconceito contra o público LGBTQIA+ é tão forte que, já nesta Copa do Mundo, um repórter de Pernambuco ostentava uma bandeira do estado onde mora, e a bandeira foi confiscada pela polícia catariana por remeter a bandeira LGBT.

As explorações dos migrantes sofrem exploração de todo tipo com autorização da lei. O país do Oriente Médio construiu estádios belíssimos e modernos para esta Copa. Alguns desmontáveis. É só terminar o campeonato e recolher as estruturas. Obviamente, isso custou muito dinheiro, mas custou também vidas humanas. Cerca de 400 a 500 trabalhadores morreram durante a construção dos estádios. Nem se estivéssemos falando de países pobres isso seria admissível, imagina então num país cheio da grana.

Liberdade de expressão? No Catar? Qual nada. O regime persegue violentamente qualquer voz que ouse discordar das regras vigentes.

Por essas e outras a gente fica se questionando sobre o que vale mais: o dinheiro ou a liberdade. De que adianta viver numa gaiola de ouro e não poder voar para lugar algum?

Era desejo de jogadores de sete seleções europeias usarem uma braçadeira com as cores da causa LGBTQIA+. A iniciativa faz parte do movimento “One Love” e surgiu na Holanda. As braçadeiras são uma forma de inclusão, de mostrar que o futebol é para todos. A braçadeira seria usada por capitães das seleções da Inglaterra, País de Gales, Holanda, Alemanha, Suíça, Bélgica e Dinamarca.

Os jogadores, entretanto, foram calados pela FIFA. A entidade proibiu a iniciativa e ameaçou dar cartão amarelo para eles antes mesmo do início da partida. Os alemães deram um jeito de protesto contra o ato da FIFA. Na sexta-feira, 23, antes da partida contra o Japão, no momento em que tiravam a foto oficial da equipe, os alemães botaram na mão boca, como a dizer ao mundo: Fomos silenciados.

Polêmicas à parte, e bola rolando em campo, o espetáculo está bonito. Campeãs indo embora na primeira fase, outras zebras aparecendo, surpresas aparecendo, como é o caso do Japão vencendo as campeãs Alemanha e Espanha, e assim vamos nos aproximando das oitavas de final.

O Brasil estreou muito bem, com direito a golaço de Richarlison. Jogão contra a Sérvia. 2 x 0 para o Brasil. Depois veio jogo contra a Suíça. A seleção canarinho venceu pelo placar de 1 x 0, também com direito golaço de Cassimiro. Porém, foi um jogo mais morno, não tão bom quanto o jogo contra a Sérvia, no qual o Brasil foi mais quente, mais ofensivo. Mas, não dá para reclamar. Brasil está classificado para as oitavas de final.

Hoje,  sexta-feira, 02, o Brasil joga contra Camarões. Estará em campo o time reserva. O técnico Tite resolveu poupar os titulares. Bom para os titulares que descansarão, bom para os reservas que terão oportunidade de mostrar seu trabalho, e bom para nós, torcedores, que teremos oportunidade de ver um novo desenho de jogo em campo, sem sobressaltos.

Quem apareceu por lá pelo Catar para ver o jogo do Brasil foi Eduardo Bolsonaro. Deixou aqui os patriotários na frente dos quarteis, clamando por uma intervenção militar, pedindo SOS a ETs, cantando Hino Nacional para pneu em rodovia, e foi ver a seleção brasileira, com direito a hotel cinco estrelas, buffet de luxo, e outras cositas mais. É como diz a letra a do samba “malandro é malandro, e mané é mané”.

No mais, a vida segue seu curso. A transição do governo Bolsonaro para o governo Lula continua a todo vapor, muito trabalho, e muitas especulações. Os bolsonaristas continuam com seus chamados golpistas, dentre eles a deputada Carla Zambelli, o pastor Silas Malafaia, alguns militares aliados a Bolsonaro.

Dias atrás, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, inventou de entrar com uma ação esdruxula pedindo a anulação de algumas urnas usadas no segundo turno. Mais uma vez, questionando a lisura do processo eleitoral, e o que é pior, sem provas.

A ação era tão sem sentido, que o ministro Alexandre de Moraes, não apenas rejeitou a ação, como ainda multou o PL em 22,9 milhões. Note-se, 22 foi o número usado por Jair Bolsonaro nas eleições deste ano. Qualquer semelhança é mera coincidência?


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