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Câmara de gás em Sergipe

Posted by Cottidianos on 23:20

Sexta-feira, 27 de maio


Pensemos no maestro de uma orquestra. Ele está ali para fazer com que instrumentos diferentes, tocados por pessoas diferentes, façam ecoar sons diferentes. Apesar dessas disparidades, a função do maestro é fazer com que a música tocada por cada um dos músicos sob seu comando faça ecoar música de forma harmoniosa.   

Sendo assim, o maestro é o homem que pode fazer os ouvidos da plateia se deleitar com a execução das músicas, ou sair do espetáculo profundamente aborrecida com a desafinação dos músicos e dos instrumentos.

Entenderemos mais à frente por que comecei usando a figura da orquestra e do maestro em um texto que fala de morte.

Voltemos nossa atenção do maestro para algum carrasco nazista em alguns dos campos de concentração, em algum lugar da Alemanha nazista. O que levava aqueles carrascos de negros, deficientes físicos, homossexuais, ciganos e, especialmente, de judeus a colocarem seres vivos em câmaras de gás, e exterminá-los com um sorriso nos lábios? Senso de superioridade, de dever cumprido? Perguntas difíceis, eu sei. Tem que ser especialista para desvendar e decifrar mentes assassinas.

O fato é que resquícios do método nazista de exterminar pessoas em câmaras de gás despontou na quarta-feira, 25, na cidade de Umbaúba, litoral Sul de Sergipe. E os agentes causadores agiram com a mesma brutalidade e frieza para com um cidadão, negro, com problemas mentais, do mesmo modo como agiram os carrascos nazistas comandados por Hitler.

Era início da tarde de quarta-feira, 25. Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, seguia, de moto, sem capacete, por uma rodovia do munícipio de Umbaúba. Quando foi abordado por agentes da Polícia Rodoviária Federal. Os policiais já começaram fazendo uma abordagem truculenta, como se estivessem diante de um perigoso bandido.

Amedrontado, Genivaldo puxa do bolso os remédios que tomava, juntamente com a receita médica, para mostrar aos policiais que tinha problemas mentais. Os policiais desconsideram tudo isso, e pediram para Genivaldo colocar as mãos na cabeça.

O homem não mostrou reação alguma de violência contra os policiais, ainda assim foi agredido por eles. Um dos policiais bota as mãos dele para trás e começa a chutar as pernas dele. Derrubam ele não chão. “Por que estão fazendo isso comigo, se eu não fiz nada com vocês?” Pergunta o homem.

Mal sabia ele que o pior ainda estava por vir. Os policiais jogaram uma bomba de gás lacrimogênio e spray de pimenta dentro do porta-malas da viatura, coloram Genivaldo lá dentro, deixando de fora apenas as pernas da vítima. A fumaça era tanta que quase encobria a viatura.

Tudo isso aconteceu a luz do dia, e com testemunhas. Dentre as pessoas que presenciavam a terrível cena foi possível ouvir um homem dizer: “Vão matar o rapaz”.

Enquanto isso, já dera tempo de os parentes de Genivaldo serem avisados do que estava acontecendo e virem em socorro do rapaz. A mulher, a irmã, e outros familiares imploraram para que os policiais parassem com a brutalidade e retirassem o rapaz do porta-malas do carro. Mas parece que eles estavam mesmo determinados a executar o homem.

A confusão toda durou cerca de meia hora. Genivaldo então foi trancado no porta-malas da viatura, e levado ao hospital, no mesmo porta-malas onde os policiais haviam jogado a bomba de gás lacrimogênio a pouco tempo. Segunda a equipe a equipe médica que fez o primeiro atendimento, ele já chegou sem vida à unidade de saúde. O Instituto Médico Legal de Sergipe afirmou que a causa da morte de Genivaldo de Jesus dos Santos foi insuficiência respiratória aguda e asfixia.

Diante das evidências, das gravações feitas com celulares, de testemunhas do ocorrido, a Polícia Rodoviária declarou em nota que “devido à reiterada desobediência às ordens dos policiais e em função da agitação de Genivaldo, tornou-se necessário realizar sua contenção”, e que o rapaz havia falecido, não em decorrência da abordagem truculenta dos PMs, mas devido a um “mal súbito”.

A morte provocou a revolta da população, e reação de entidades. “Não é esse tipo de proteção que a sociedade espera da polícia. A OAB já expediu um ofício à PRF para obter maiores informações, designar uma reunião e solicitar que todo o amparo seja oferecido aos familiares”, disse Danniel Alves da Costa, presidente da OAB-Sergipe.

Diante da repercussão do caso, a PRF afastou os agentes envolvidos no crime. Mas afastar das funções esses agentes, não basta. Eles sim, são criminosos e, como todo criminoso, devem ser levados a julgamento, e depois de condenados, amargarem alguns bons anos na cadeia.

Em maio de 2020, morria em Mineápolis, Minnesota, EUA, George Floyd. Homem negro, morto por asfixia, devido a ter passado vários minutos com o pescoço debaixo do joelho de um policial branco. Quem diria que, em maio de 2022, iríamos assistir, no Brasil, a morte de um homem, de forma ainda mais brutal que a morte de Floyd em terras americanas, e, ironicamente, por quem devia proteger o cidadão.

Um dia antes, na terça-feira, 24, a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, havia sido banhada de sangue em uma operação que se tornou a segunda mais letal da história do Rio de Janeiro. A primeira operação mais letal do Rio de Janeiro, ocorreu ano passado, em maio de 2021, no Jacarezinho, e resultou em 28 mortes.

“Existe indícios de execuções, em algumas regiões. Indícios de que pelo menos uma pessoa foi torturada antes de ser morta, ontem. E existe indícios de mortos a facadas. Então, a gente está aguardando o desenrolar da perícia do IML para ver em que condições essas pessoas foram mortas”, disse Rodrigo Mondego, procurador da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, da OAB-Rio de Janeiro.

Onde está o sucesso da polícia nessas operações desastradas, e que mais parecem execuções do que operações policiais? A PM entra nos morros cariocas em busca de bandidos, mas desconsidera o fato de que naquelas comunidades existem trabalhadores, existem crianças, existem idosos, enfim, existem cidadãos que não tem nada a ver com o crime, e que são tão honestos quanto eu ou você.

Não sou a favor de bandidos, nem serei. Quem fez o errado tem que pagar por ele. Mas não vou aqui também defender ações desastradas da polícia, como a que resultou na morte do homem em Sergipe, e essa operação feita pela PM na Vila Cruzeiro.

E o maestro, o que tem a ver com tudo isso? Deve estar perguntando vocês.

Metaforicamente, podemos dizer que o presidente é um maestro. Está sob o comando dele a batuta que pode trazer a paz ou a guerra a uma nação. E essa letalidade, essa brutalidade com que tem agido a polícia brasileira tem muito a ver com palavra de ordem que sai da boca do ocupante temporário da cadeira presidencial no Palácio do Planalto.

Por exemplo, nas duas maiores operações mais letais da história do Rio, tanto na do Jacarezinho, em 2021, quanto a recém-ocorrida na Vila Cruzeiro, em ambas o presidente veio a público elogiou o trabalho da polícia. Com isso, ele estimula o lado mais perverso dos policiais, estimula-os a agir como executores, e não como cumpridores da lei, e protetores da vida do cidadão.

Bolsonaro é não é um ser que transmite vida, mas que louva a morte em todas as suas formas, seja na forma pandêmica, quando estimula seus concidadãos a saírem de casa e se contaminarem com o vírus, seja na forma de violência policial quando estimula os policiais a saírem por aí matando como se fossem assassinos de aluguel do Estado.

Mas tudo isso pode ter um fim nas eleições de outubro deste ano. Obviamente, os problemas estruturais do Brasil não deixarão de existir se Bolsonaro deixar de ser presidente, mas, com certeza, com Bolsonaro eles se tornarão cada vez mais dominantes.

Em seu artigo no portal UOL, o jornalista Kennedy Alencar diz: “Temos um presidente que se comporta um genocida. Suas palavras e atitudes na área de segurança pública estimulam o guarda da esquina a agir no modo assassino. Bolsonaro avaliza a selvageria”.

Kennedy diz ainda em seu artigo que Bolsonaro “oferece aos brasileiros a paz dos cemitérios”. E nós, brasileiros e brasileiros, não queremos esse tipo de paz. Queremos, sim, uma paz que nos vivifique, que nos renove.

Por isso, caros leitores e leitoras, se não quisermos viver um inferno por mais quatro anos, é urgente retirar esse homem que brinca de ser presidente, que brinca com o sentimento dos brasileiros, que zomba do sentimento humano, precisamos retirá-lo da cadeira presidencial, e de preferência, no primeiro turno das eleições. Não podemos correr riscos.

Este blog ainda falará desse assunto, mas a terceira via parece ter-se esvaído, virado fumaça no ar. É quase certo que só restarão dois polos na eleição de outubro: Lula e Jair Bolsonaro. Quem acompanha esse blog desde o início sabe que o Cottidianos já foi muito crítico do Lula e do PT, e continua sendo. Mas é como diz o ditado popular: “Dos males, o menor”.

Ainda mais uma palavra acerca dessas ações selvagens da PM que temos visto ultimamente: A violência institucionalizada, e o preconceito disfarçado que existe na sociedade brasileira, muitas vezes praticados por agentes do estado tem um endereço certo: pobres e negros. Fica esse ponto também para nossa reflexão.

Abaixo, segue link para o Jornal Nacional com reportagem sobre o caso Genivaldo. Imagens fortes.

https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/05/26/pf-abre-inquerito-sobre-morte-de-homem-abordado-por-policiais-rodoviarios-federais-em-sergipe.ghtml



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Nas asas da demagogia

Posted by Cottidianos on 23:36

Quarta-feira, 25 de maio

Confesso que algumas coisas que leio, vejo, ouço, me deixam por vezes perplexo, por vezes incrédulo, por vezes preocupado, como por exemplo o que ouvi, ou melhor que li, em uma entrevista de Sérgio Reis ao jornal Folha de São Paulo, publicada hoje. Reis é bolsonarista de carteirinha.

E os bolsonaristas de carteirinha parecem que foram todos fabricados no mesmo molde, não importa se são ricos, ou pobres, letrados ou ignorantes. Acho que esse exemplifica bem o que chamamos de lavagem cerebral.

E para eles, a Globo, a Rede Globo é a grande inimiga. A culpada de todos os males pelos quais o país atravessa. É risível, mas é verdade.

E Sérgio Reis, saindo, desse mesmo molde, não seria diferente. O jornalista Gustavo Alonso que é o entrevistador, entra no assunto da novela Pantanal, novela de grande sucesso, exibida pela extinta TV Manchete, em 1990. A Globo exibe atualmente um remake da novela também com grande sucesso, em horário nobre.

Na versão antiga, Sérgio Reis, interpretava o peão Tibério, vivido na nova versão por Guito, ator revelação da novela. Então Sérgio Reis assiste a novela pela questão do saudosismo, e também porque dois grandes amigos dele atuam na novela: os cantores Almir Sater e Renato Teixeira. Teixeira fez participação especial apenas na primeira fase da novela. Entretanto, a filha dele interpreta a personagem Maria Bruaca, que, na novela vive uma personagem enganada e maltratada psicologicamente pelo marido, e após descobrir a traição dele, muda de atitude, assume as rédeas da própria vida.

Então Sérgio tem essa ligação afetiva e sentimental com a novela apesar de não atuar no remake de Pantanal exibido pela Globo. Em meio aos seus comentários sobre a novela ele dá um jeito de destilar suas críticas a emissora.

O cantor fala também que respeita pessoas de esquerda, e que algumas delas são seus amigos. Que, inclusive o candidato a presidente, Lula, é fã dele, que tem todos os seus discos. Também diz que é amigo de Bolsonaro, e que foram colegas na Câmara dos Deputados na época em que Reis também era deputado, e que torcem pelo mesmo time e essas coisas. O cantor segue falando de vários assuntos, inclusive da confusão em que se meteu por ocasião dos atos antidemocráticos em meados do ano passado.

Porém, o que mais me chamou a atenção nessa entrevista foi apenas uma frase. A certa altura da entrevista o repórter questiona o cantor: “E se Bolsonaro não for para o segundo turno? ”. Sérgio Reis responde então: “Ele ganha no primeiro. Não tem como! De cara. Só [não ganha] se roubarem”.

Isso, caros leitores e leitoras, é o que me preocupa. Pois é Sérgio Reis falando, mas não é apenas ele. Na frase dita pelo cantor com tanta ênfase, está contido o pensamento de milhões de pessoas que ainda apoiam Bolsonaro. É esse tipo de raciocínio que está por trás das demandas de Bolsonaro na questão das urnas eletrônicas, e na desconfiança que tenta, a todo custo, lançar sobre elas, e sobre o processo eleitoral de forma geral. Daí os embates com o STF, com Alexandre de Moraes, e tudo o mais.

É uma narrativa que se tenta construir. E sabemos que, para as mentes mais fracas, uma mentira contada centenas de vezes toma corpo de verdade.

E qual a narrativa que o bolsonarismo almeja seja dominante na sociedade brasileira: a de que apenas e tão somente Bolsonaro pode ganhar a eleição. Se algum outro candidato ganhar, principalmente se for o Lula, as eleições brasileiras terão sido uma imensa fraude. Esse raciocínio torto também revela um flagrante desrespeito à maioria da população brasileira, se essa maioria assim decidir que não quer mais Jair Bolsonaro como presidente.

                                Bolsonaro, na Marcha para Jesus, Curitiba                           

Com suas palavras, atitudes e ações, o mandatário da nação se coloca numa posição em que apenas ele, e só ele, possa ser eleito nas eleições de outubro. Por exemplo, no sábado, 21, o presidente participou da Marcha para Jesus, evento religioso na cidade de Curitiba, Paraná.

Nesse evento, em um discurso pra lá de demagógico, Bolsonaro disse que só Deus o tira da cadeira da presidência. “A oração é individual de cada um, pertencemos a nação mais cristã do mundo, o Brasil é uma referência para o globo todo, um país que tem vocação para o futuro sem se descuidar do presente. Juntos, com fé, atingiremos os nossos objetivos. É uma missão que tenho e só Deus me tira daquela cadeira. Somos democratas, respeitamos nossa Constituição. É um dever meu como chefe do Executivo fazer com que todo aquele que esteja fora das quatro linhas da Constituição venham para dentro da mesma. É a maneira que temos de viver em paz e em harmonia e sonhar com um futuro promissor para todos”.

Percebem que em todos os seus discursos, Bolsonaro, veste uma roupa ideológica que não é dele. De onde é que ele tirou essa de que é democrata se está a todo o tempo tumultuando o processo democrático, subvertendo-o. Além do que, que joga fora das quatro linhas da Constituição é ele próprio.

Ele também falou acerca de liberdade: “Sabemos o quão importante é a liberdade de religião e a de expressão no Brasil. Tenho certeza, assim como entrei como praça [no Exército] há mais de 40 anos, quando jurei dar minha vida pela pátria, que hoje daremos nossa vida pela liberdade. Esse é o bem maior em um país que se diz democrático. Essa é a razão maior de lutarmos pelo nosso objetivo, a liberdade é mais importante que a própria vida, a história nos mostra isso”.

A mim, me parece um raciocínio meio torto esse de dizer que a liberdade é mais importante que a própria vida. A vida é o bem maior. Se vida não liberdade, não há nação, não educação, enfim, não há coisa alguma.

Há quem diga que todo esse apego de Bolsonaro à cadeira presidencial não tem nada de nobre por trás disso, mas, sim, o medo de ser preso, ele e seus filhos que estão envolvidos em escândalos de corrupção.

Talvez isso explique o desespero do presidente em lançar sombras de desconfiança em um processo eleitoral que é respeitado em todo o mundo por sua eficiência e agilidade.

É preciso então vociferar de todos os lados, e interferir onde puder interferir, a fim de ser reeleito. E a Petrobrás tem sido uma vítima da sanha eleitoreira do presidente. No afã de conter a alta dos combustíveis e, por tabela, a dos preços também, o governo decidiu, mais uma vez, trocar o presidente da estatal.

Na noite da segunda-feira, 24, o presidente resolveu fazer, mais uma vez, a dança das cadeiras na presidência da Petrobrás, e demitiu José Mauro Coelho, que estava no cargo há apenas 40 dias. Ele havia sido nomeado presidente da empresa no mês de abril. Antes dele, já haviam assumido a presidência da estatal Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna.

                                                              Caio Paes de Andrade

Para o lugar de José Mauro Coelho foi indicado o nome de Caio Paes de Andrade, que é homem de confiança de Paulo Guedes. Caio atuava no ministério da Economia. Ele tem um bom currículo. É formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduado em Administração e Gestão pela Harvard University e mestre em Administração de Empresas pela Duke University.

Apesar disso, seus requisitos profissionais não preenchem o estabelecido pelas Lei das Estatais, aprovada no governo de Michel Temer, e adotadas pela Petrobrás em seu estatuto social.

Segundo essa lei o postulante a cargos de direção deve ter experiência de 10 anos atuando na mesma área de atuação da empresa pública que pretende gerir, ou quatro anos chefiando empresa de porte equivalente, ou ainda, cargo de docente ou pesquisador em áreas de atuação da estatal para a qual foi nomeado.

Mas para o presidente, nada disso importa. Ele quer apenas mais uma marionete. Alguém que sente na cadeira da presidência da Petrobras e faça tudo o que ele quer, assim como fez com o ministério da Saúde, do Meio Ambiente, da Justiça e Segurança Pública com Sérgio Moro, apenas para citar esses exemplos.

Mas a Petrobrás é diferente de um ministério do governo. É uma empresa de capital aberto. Tem sócios, tem acionistas. É regida pelas leis do mercado internacional. O sócio majoritário da empresa é a União, mas a União não é dona da Petrobras.

Então o que o governo quer fazer é segurar os preços dos combustíveis. O que ele tenta fazer é o mesmo que eu tentava fazer quando criança, em época de chuva. Eu morava em área rural, no interior do Rio Grande do Norte. Quando chovia, a meninada fazia festa. Era tanta água escorrendo por aquelas terras...

Então o que fazia a meninada, inclusive eu? A gente brincava de represar a água que corria veloz. A gente até conseguia. E ficava feliz com isso. Mas apenas por alguns minutos. Depois a água ia se acumulando, se acumulando, e, obviamente, conseguia romper as frágeis barreiras que construíamos, e seguia novamente seu curso em direção ao rio, seu destino.

Não adianta querer segurar o preço dos combustíveis. Depois a água rompe a barreira e o preço vem mais alto e em dobro para todos nós. A ex-presidente Dilma Rousseff fez isso também, e o resultado foi desastroso. E será também com Bolsonaro. É uma atitude puramente eleitoreira da qual a população brasileira, principalmente os mais vulneráveis pagarão a conta. Mais cedo ou mais tarde. Ou melhor, depois das eleições.


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Viagens espaciais e pesadelos na política

Posted by Cottidianos on 21:44

Segunda-feira, 16 de maio de 2022


Caros leitores e leitoras, que tal começar a postagem de hoje com uma notícia boa, notícia leve? Nada mal, não é?

Para começar, vocês sabem quanto custa uma viagem espacial? Segundo uma pesquisa rápida no site Tecmundo, o cobiçado passeio pode custar entre R$ 580,00 mil e R$ 280 milhões. Vai depender de classe econômica ou executiva. Brincadeiras à parte, vocês encarariam uma viagem dessas? Se a conta bancária permite, então boa sorte, aproveitem, pois eu, por enquanto, vou ficar viajando aqui pela Terra mesmo.

Ano passado, o homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, 57, fez um desses passeios dos sonhos para muitas pessoas — para outras nem tanto. Ele viajou pela companhia Blue Origin, fundada por ele mesmo, em 20 de julho de 2021.

A viagem foi bem curta: durou 15 minutos, mas foi suficiente para ser considerada um marco no mercado espacial. A viagem no foguete VSS Unity foi a primeiro voo civil sem piloto ao espaço. Além de Bezos, estavam no foguete; Mark Bezos, irmão de Jeff, a piloto Wally Funk que, com 82 anos, se tornou a pessoa mais velha a viajar para o espaço, e o holandês Oliver Daemen que, em contraste com Wally, se tornou a pessoa mais jovem a sair da órbita terrestre. Oliver foi também a primeira pessoa que pagou por isso.

Em imagens divulgadas após o voo o quarteto parecia crianças no jardim de infância de tão alegres, brincando com a gravidade, e atirando bolinhas e doces uns para os outros.

Apesar de ser, segundo a Forbes, dono de um patrimônio líquido de US$ 177 bilhões, a viagem no foguete VSS Unity foi paga pela Amazon, empresa da qual Jeff Bezos também é criador. A passagem de cada passageiro custou US$ 28 milhões (R$ 146 milhões).

Em entrevista após a aterrisagem de volta à Terra, Jeff Bezos, obviamente, agradeceu a Amazon: “Agradeço a cada funcionário da Amazon, a cada cliente. Vocês pagaram por isto tudo aqui”.


Trouxe esse assunto de volta à discussão, primeiro porque é matéria sempre atual, mexe com nossos sonhos, nossas fantasias, e é mais um lampejo de um futuro que, igual criança, começa a engatinhar no momento presente; segundo porque representa passos gigantes da ciência espacial em relação à exploração espacial e ao desenvolvimento tecnológico que pode advir disso, e em terceiro lugar por que tem brasileiro rindo por poder ir, literalmente, para o espaço. E sem pagar nenhuma fortuna por isso. R$ 4 mil foi o que esse brasileiro sortudo pagou por um passeio caríssimo.

O nome dele é Victor Correa Hespanha, um jovem de 28 anos, engenheiro de produção, morador de Belo Horizonte, Minas Gerais e, imaginem só, ganhou a passagem em um sorteio.

A história se deu dessa forma. A empresa Crypto Space Agency (CSA), é uma empresa que tem a missão de unir tecnologia da indústria espacial com o mercado de criptomoedas.

Em 25 de abril deste ano de 2022, a empresa resolveu colocar 5.555 NFTs à disposição do público. Ela prometeu que um dos compradores teria a oportunidade de viajar ao espaço e cumpriu a promessa.

Cinco dias após, no dia 30 de abril a CSA realizou um sorteio e o brasileiro acabou sendo o grande sortudo. Levou como prêmio uma viagem ao espaço. Ele que comprou o NFT (token não fungível) apenas para diversificar seus investimentos, pagando por ele a quantia de R$ 4.000, ganhou o direito a uma viagem que foi realizada, até agora, por pouquíssimas pessoas, e todas elas bilionárias.

Victor já está em solo americano. Desembarcou nos Estados Unidos nesta segunda (16). Nas terras do Tio Sam, o brasileiro está pronto para iniciar os três dias de treinamento oficial antes da decolagem.

Sexta-feira, 20, é o grande dia. O lançamento do foguete está previsto para as 8h30 (10h30, horário de Brasília). O evento acontecerá na região Oeste do Texas. A viagem será bem curta. Durará apenas 10 minutos, mas será suficiente para marcar para sempre a vida de Victor.

Após saber que tinha sido escolhido para a viagem dos sonhos, Victor disse ao G1 Minas, Gerais: “É assustador, nunca pensei [que conseguiria], sou pessoa comum, mas estou tendo essa oportunidade incrível. Isso é para mostrar que viagem ao espaço não é só coisa de bilionário”.

É caro Victor, boa sorte na sua viagem espacial. Apenas complementando sua frase, por enquanto, para se viajar ao espeço é necessário duas coisas: ser bilionário como Jeff Bezos, ou ter muita sorte igual a você. De qualquer modo ficaremos de olho na sua aventura espacial, e torcendo para que vá e volte em paz e segurança.

Quando decolar para o espaço na sexta-feira, 20, Victor se tornará o primeiro turista espacial brasileiro. Na verdade, o mineiro será o segundo brasileiro a conhecer o espaço sideral. O primeiro foi o astronauta, engenheiro, e agora político, Marcos Pontes.

Porém, Marcos Pontes não viajou como turista espacial. Ele participou da Missão Centenário, que recebeu esse nome em comemoração aos 100 anos de Santos Dumont a bordo de 14-bis. Pontes decolou da Estação Espacial Internacional (ISS), a bordo da nave russa soyuz TMA-8.

Nas eleições de 2018, Marcos Pontes foi eleito segundo suplente de senador na chapa de Major Olímpio. No dia 31 de outubro de 2018, foi convidado pelo recém-eleito presidente Jair Bolsonaro para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, cargo no qual permanece até hoje.

O senador Major Olímpio (PSL-SP), elegeu-se para o senado nas eleições de 2018 como o senador mais votado do estado de São Paulo. Apoiou o presidente Jair Bolsonaro no pleito daquele ano. Levou para o plenário do senado pautas conservadoras defendidas por Jair Bolsonaro como a flexibilização das armas, por exemplo.

Entretanto, Major Olímpio começou a se distanciar do presidente no ano de 2020 diante da conduta e das atitudes do presidente em relação a Operação Lava Jato. O senador compreendeu que havia comprado gato por lebre.

Ele distanciou-se ainda mais do presidente quando veio à pandemia. A condução da pandemia por parte do presidente, e do governo de um modo geral, desagradou profundamente Major Olímpio. No plenário do senado fez várias declarações favoráveis à vacinação contra a covid enquanto o presidente se colocava contra a vacina.  Infelizmente, o senador Major Olímpio, 58 anos, foi mais uma das tantas vítimas da covid-19. Ele faleceu no dia 18 de março de 2021. Havia recebido diagnóstico positivo da doença em 02 de março daquele ano.


Aqui pelo Brasil quem continua atingindo alturas estratosféricas são os preços dos combustíveis e de tudo mais.

Segundo dados divulgados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), divulgados na sexta-feira, 13, os preços da gasolina e do diesel bateram recordes. Naquela semana, o preço registrado para a gasolina foi de R$ 7,298 por litro, e do diesel R$ 6,971. São os maiores valores para a gasolina desde 2004 quando a ANP passou a fazer levantamentos semanais, e para o diesel desde 2012.

Em meio a tudo isso temos um governo que não sabe governar. Não soube conduzir a pandemia, nem sabe conduzir a economia (perdoem o trocadilho, mas não houve como escapar dele).


E Bolsonaro diz que não interfere na Petrobrás, mas troca ministro da Petrobrás, troca ministro das Minas e Energias. Na quarta-feira, 11, deste mês, o Diário Oficial da União trazia a publicação da troca naquele ministério. Saiu Bento Albuquerque, entrou Adolfo Sachsida.

Tudo cortina de fumaça. Uma tentativa, um truque do presidente para dissociar sua imagem da alta dos combustíveis e da má fase da economia. Assim, ele pode falar para os ignorantes que o seguem: “Eu fiz o máximo que pude. Tentei de todas as formas. A culpa não é minha”. Teatro.

Aliás, a culpa nunca é dele. É da pandemia. Dos governadores. Das pessoas que ficaram em casa com receio de pegar o vírus. Da guerra na Ucrânia. Do papa. De Leonardo di Caprio, e de quem mais aparecer na mente dele no momento em que estiver falando. Nunca dele mesmo e de seu incompetente governo.

Às vezes, muitas vezes, ele atua como critico e expectador do próprio governo, como fez na live do dia 05 deste mês. Nela, falava um presidente esbravejando, como se não fizesse parte do governo, fazendo uma crítica, dizia ele:

“Eu não posso entender, a Petrobras durante crise da pandemia e a guerra lá fora, a Petrobras faturar horrores. O lucro da Petrobras é maior que a crise. Isso é um crime, é inadmissível. Eu posso estar equivocado, mas não consigo entender.

O Brasil, se tiver mais um aumento (no preços dos combustíveis), pode quebrar o Brasil. E o pessoal da Petrobras não entende, ou não quer entender. A gente sabe que têm leis. Mas a gente apela para a Petrobras que não aumente os preços.

Sei que tem acionistas. Mas quem são os acionistas? Fundos de pensões dos Estados Unidos. Nós estamos bancando pensões gordas nos Estados Unidos. Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem mais aumentar mais os preços dos combustíveis.

O momento é de guerra. A gente apela para a Petrobras. Não reajuste os preços dos combustíveis. Vocês estão tendo um lucro absurdo. Se continuar tendo lucro dessa forma, e aumentando o preço dos combustíveis, vai quebrar o Brasil”.

O presidente da Petrobras, não quero criticá-lo, acabou de entrar, mas ele ganha por mês R$ 210 mil. Cada um dos diretores ganha R$ 110 mil. E, quando acaba o ano, se a Petrobras for lucrativa, como está sendo, eles ganham mais seis, sete ou oito salários de bonificação. Essas pessoas não estão preocupadas com o preço do combustível. Não quero criticá-los, mas com esse salário vocês têm obrigação de buscar alternativa”.

O presidente sabe que a economia pode ser a pedra de tropeço, o calcanhar de Aquiles no caminho de sua tão sonhada reeleição — e que Deus nos livre dessa tragédia — então faz teatro para os apoiadores dele. E os eleitores dele, ingênuos como são, tomam as palavras do ator como verdade e o cenário da peça como realidade única.

Além disso, ainda tem os ataques às urnas eletrônicas. Enredo esse que começou a ser construído ainda em 2018, ainda durante a campanha presidencial. Lembro, perfeitamente, de estar junto com bolsonaristas — apesar de não ser um deles, e muito menos desejar sê-lo — em alguns momentos sociais, enquanto se desenhava o cenário daquela eleição, e eles já defendiam que as urnas eletrônicas eram passíveis de serem fraudadas. Eu ficava ouvindo tudo aquilo, e pensando em como podiam acreditar em coisas tão tolas, que eles viam no WhatsApp.

Naquela época o ataque às urnas eletrônicas já era a montagem de um enredo, assim como é agora. E o enredo é o seguinte: Apenas Jair Bolsonaro pode ganhar as eleições. Se ele perder, as eleições terão sido uma fraude e isso justificaria um golpe. Segundo essa narrativa bolsonarista todos estão tramando esse plano diabólico para fraudar as eleições, o STF, a imprensa, e todo mundo que não votou em Bolsonaro.

Não se iludam os caros leitores e leitoras com outra conversa, pois o que está desenhado é justamente isso.

E assim, caminhamos para mais uma eleição presidencial que promete ser bastante tumultuada. Mas torçamos para que o mal não prevaleça, pois com todos os defeitos que tem a nossa democracia, ela ainda é melhor que as cortinas de ferro da ditadura.

Pois, por trás delas e nos seus porões já jorrou muito sangue inocente no passado, e jorrará novamente se ela, novamente, ela baixar sobre o nosso país. Além do que, o povo será jogado às margens do rio, senão totalmente jogado para fora dele, e na corte do rei, apenas os amigos do rei se saciarão de vinhos franceses e queijos suíços. E os amigos do rei, também pelo desenho que se forma, sabemos perfeitamente quem serão.

E não haverá mais bocas nem jornais para denunciar o mar de lama de corrupção.


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Dia da Vitória

Posted by Cottidianos on 23:43

Segunda-feira, 09 de maio

75 dias.

75 dias de agonia e sofrimento para o povo ucraniano provocados por uma guerra absurda, começada por um governante insano.

Foram meses de tensão na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. Mais e mais tropas russas foram se aglomerando por lá, e Putin dizendo que eram apenas exercícios militares.

Até que no dia 24 de fevereiro — igual a um lobo que há tempos espreitava sua presa e em determinado momento avança vorazmente para a devorar —, eis que a cobra dá o bote em sua vítima.

Vladmir Putin pensava que a investida militar iria ser um passeio. Que ia ser fácil, fácil se apoderar do território ucraniano. Em sua delirante imaginação ele imaginava que os próprios militares ucranianos iriam depor Zelensky, e facilitariam muito as coisas para ele, Putin.

Não deixe que os banderites e os neonazistas tomem como reféns seus filhos e mulheres. Tomem o poder com suas próprias mãos”. “Será mais fácil negociar com vocês [militares da Ucrânia] do que com esse bando de neonazistas viciados que tomaram Kiev e estão fazendo como refém todo um povo”. Foram frases ditas pelo governante russo, em pronunciamento feito à nação russa em uma sexta-feira, 25 de fevereiro.

Ainda se dirigindo aos militares ucranianos ele disse: “Larguem suas armas e voltem para casa”, dirigindo-se aos russos ele disse que o país não poderia mais “tolerar ameaças da Ucrânia”.

O que ele não contava era que o povo ucraniano, liderado por um presidente que surpreendeu a todos com sua força e determinação, iria defender país com a força dos leões.

Segundo estimativas, mais de 5 milhões de pessoas já deixaram a Ucrânia. Cidades ucranianas foram e são intensamente bombardeadas, com destaque para a cidade de Mariupol. Militares ucranianos e russos foram mortos em combate. O sangue da população civil também já se derramou sobre o solo pátrio. Dentre elas, muitas crianças. Segundo a ONU, 1.123 já foram mortos ou feridos na guerra. Deve ter muito mais mortos e feridos que as estatísticas mostram.

Se Putin se levantou contra a Ucrânia, sem que tivesse havido provocação nenhuma por parte dos ucranianos, o mundo também se levantou contra Putin. Se ele resolveu bombardear cidades ucranianas, o mundo ocidental também resolveu bombardeá-lo com sanções econômicas. Já são dezenas as medidas com a finalidade de atingir o coração da economia russa.

Apesar de não querer interferir diretamente no conflito, vários países da Otan já enviaram, e continuam enviando equipamentos de guerra para o país comandado por Zelensky. Os Estados Unidos, além das armas, também têm enviado robustas ajudas financeiras ao país.

Em meio a tudo isso, ficamos a refletir em como é eficiente o poder dos ditadores de convencer populações inteiras a apoiarem o massacre, a destruição, o genocídio. Eles constroem uma narrativa inverossímil, absurda, mentirosa, e a fazem parecer real, crível.

No caso de Putin e a guerra da Ucrânia a qual ele, estupida e descaradamente, chama de “operação militar especial” foi construída uma narrativa de que é preciso acabar com os nazistas que dominaram a Ucrânia, quando na verdade quem está copiando os modos de agir e de pensar dos nazistas, são integrantes do governo russo, e quem encarnou Hitler foi o próprio Vladmir Putin.

Nesta segunda-feira, 09, a Rússia celebrou o dia da Vitória. As comemorações marcaram o 77º aniversário da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista. O líder russo aproveitou para exibir o vasto poderio militar que possue.

Na Praça Vermelha, em Moscou, houve desfile militar e houve também discurso para centenas de milhares de pessoas. Esperava-se que Putin fosse, oficialmente, declarar guerra à Ucrânia, citar alguma ação que pudesse servir como vitoriosa no conflito, preparar o povo russo para um conflito mais prolongado, mas diante do que era esperado, o discurso de Putin até que foi um tanto quanto tímido. Até porque não há vitória nenhuma a apresentar.

O presidente russo discurso por cerca de onze minutos. Porém, durante sua fala não revelou os planos para a guerra travada contra o país vizinho.

Entretanto, em seu discurso, ele disse que o exército russo luta para defender a pátria contra inimigos, culpou a OTAN pela guerra, voltou a falar mais uma vez da ameaça neozista que rondava a Ucrânia, e mais algumas mentiras.

 Obviamente, o discurso de Vladimir Putin não passaria sem ecoar nos ouvidos de Vladimir Zelensky. Ainda antes do discurso do seu opositor em Moscou, o presidente ucraniano divulgou um vídeo no qual buscava dissociar a invasão da Ucrânia à derrota da Alemanha nazista pela União Soviética, conforme a narrativa que Putin apresenta aos russos.

No vídeo bastante simbólico, Zelensky faz um discurso de 5 minutos e 33 segundos, enquanto caminha por uma rua, em alguma cidade da Ucrânia não atingida pela guerra. “No dia da vitória sobre o nazismo estamos lutando por uma nova vitória. O caminho para isso é difícil, mas não temos dúvidas de que venceremos”.

Abaixo, segue, na íntegra, o discurso firme e verdadeiro feito por Volodmyr Zelensky e, ao final, o link para que vocês possam  assistir a íntegra do vídeo no Youtube.

Grande povo da Ucrânia!

Em 24 de agosto de 2021, o país inteiro celebrou o 30º aniversário de nossa independência! Nossos soldados, nossos defensores, nossos equipamentos estavam se movendo ao longo do Khreshcatyk, nosso “Mriya” estava voando no céu!

“Não existe nada mais perigoso que um inimigo traiçoeiro, não existe nada mais venenoso que um falso amigo”. Essas são as palavras do grande filósofo ucraniano Hryhorii Skovoroda.

Em 24 de fevereiro, nós acreditamos quando um falso amigo começou uma guerra contra a Ucrânia. Esta não é uma guerra de dois exércitos. Esta é uma guerra de duas visões de mundo. A guerra travada por bárbaros que bombardeiam o museu Skorovoda e acredita que os mísseis deles podem destruir nossa filosofia. Isto irrita eles. Não é familiar para eles. Isto assusta eles. Esta essência é que somo um povo livre que temos nosso próprio caminho.

Hoje nós estamos travando uma guerra neste caminho e não vamos entregar a ninguém um único pedaço de nossa terra. Hoje nós celebramos o Dia da Vitória contra o Nazismo. E nós não entregaremos a ninguém um único pedaço de nossa história.

Nós temos orgulho de nossos ancestrais que, junto com outras nações em uma coalisão anti-Hilter, derrotaram o nazismo. E nós não vamos permitir a ninguém anexar esta vitória, nós não vamos permitir que isso seja apropriado.

Nossos inimigos sonharam que recusaríamos celebrar o 9 de maio e a vitória contra o nazismo. Então, para que esta palavra “desnazificação” tenha uma chance. Milhares de ucranianos lutaram contra o Nazismo e atravessaram uma difícil e longa jornada.

Os nazistas foram expelidos de Luhansk, os nazistas foram expelidos de Donestk, e Kherson, Melitopol e Berdyansk foi liberada dos ocupantes. Os nazistas foram expelidos de Yalta, Simferopol, Kerch, e toda a Criméia. Mariupol foi liberada dos nazistas. Eles expeliram os nazistas de toda a Ucrânia, mas as cidades que citei estão especialmente nos inspirando hoje. Elas nos dão a fé que conduziremos os ocupantes para fora de nossa terra definitivamente.  

No dia da Vitória contra o nazismo, nós estamos lutando por uma nova vitória. A estrada para isso é muito difícil, mas não temos dúvida que iremos ganhar.

Qual é a nossa vantagem sobre o inimigo? Somos mais inteligentes por um livro. Isto é um livro didático na história da Ucrânia. Não conheceríamos a dor se todos os nossos inimigos pudessem ler e desenhassem as conclusões corretas.

Em 24 de fevereiro, a Rússia lançou uma ofensiva. Pisando no mesmo ancinho. Todo ocupante que vem para nossa terra pisa nele. Nós passamos por diferentes guerras. Mas todas tiveram o mesmo final. Nossa terra foi semeada com balas e cartuchos. Mas nenhum inimigo foi capaz de criar raiz aqui.

Carruagens inimigas e tanques dirigiram através de nossos campos, mas não deu frutos. Flechas inimigas e mísseis voaram por nossos céus, mas nenhum foi capaz de ofuscar o nosso céu azul.

Não há algemas que possam prender nosso espírito livre. Não há invasor que possa governar sobre nosso povo livre. Cedo ou tarde nós vamos vencer. Apesar da horda, apesar do nazismo, apesar da mistura do primeiro e do segundo que é nosso inimigo atual, nós venceremos porque essa é a nossa terra.

Porque alguém está lutando pelo czar, pelo führer, pelo partido e pelo governante, e nós estamos lutando pela nossa pátria. Nós nunca lutamos contra ninguém. Nós sempre lutamos por nós. Pela nossa liberdade. Pela nossa independência.

Então, para que a vitória de nossos ancestrais não tenha sido em vão. Eles lutaram pela nossa liberdade e ganharam. Nós estamos lutando pela liberdade de nossas crianças, e, portanto, nós venceremos.

Nós nunca esqueceremos o que nossos ancestrais fizeram na Segunda Guerra Mundial, onde mais de 8 milhões de Ucranianos morreram, e um quinto dos ucranianos não retornou para casa. No total a guerra reivindicou ao menos 50 m milhões de vidas.

Nós não dizemos “nós podemos repetir”. Porque apenas um louco pode desejar repetir os 2.194 dias de guerra. Aquele que está repetindo os crimes horríveis do regime de Hitler hoje, copiando a filosofia nazista, copiando tudo o que eles fizeram, ele está condenado.

Porque ele foi amaldiçoado por milhões de ancestrais quando ele começou a imitar os assassinos deles. E, portanto, ele irá perder tudo. E logo irá ter dois Dias da Vitória na Ucrânia. E alguém não terá nenhum sobrando.

Nós vencemos antes. Nós venceremos também agora! E Khreshchatyk verá o desfile da vitória: A vitória da Ucrânia! Parabéns ao Dia da Vitória contra o Nazismo! Glória a Ucrânia!


https://www.youtube.com/watch?v=pYc88HDAot0


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Dia do Trabalho x Madame bandida

Posted by Cottidianos on 23:36

 Domingo, 01 de maio


Hoje, 1o de maio, os parabéns deste blog vão especialmente para os trabalhadores e trabalhadoras do mundo inteiro. Dia de comemorações, dia de luta, mas também de glórias e conquistas.

Este ano, pelo menos no Brasil, para os trabalhadores é um período de reflexões que precisam levar a uma ação, pois o trabalhador brasileiro está sufocado com a inflação galopante e a alta taxa de juros. Isso acontece em parte devido as medidas, necessárias, contra a covid-19, e em parte devido a uma política econômica equivocada, cheia de altos e baixos. Também podemos colocar nessa conta a grande instabilidade política que dominou o Brasil de 2019 para cá.

Neste 1o de maio houve manifestações em várias cidades brasileiras, organizados por partidos de esquerda, de direita, de centro, enfim, o espaço estava livre para a manifestações de ideias. Porém, nem a tão criticada esquerda brasileira é tão nociva ao Brasil quanto a extrema direita radical. Por quê? Pelo simples fato de que a esquerda não ameaça a democracia. Jair Bolsonaro, seus aliados, seu partido, e os partidos que o apoiam, estes, sim, podem jogar o Brasil nas trevas de um regime ditatorial.

E esse regime ditatorial seria um desastre total. Podemos dizer isso baseados no que eles conseguem fazer e dizer em plena luz do sol da democracia. Imagina, então nas trevas da ditadura. Aí, sim, estaríamos perdidos de vez.

Há muita gente por aí que diz: “Ah, mas Bolsonaro não é capaz disto. Ele é apenas de bravata. Não vai conseguir implantar uma ditadura no Brasil”. Acho as pessoas que pensam assim extremamente inocentes. É como se o individuo se colocasse diante de uma cobra que está, aparentemente, alheia a tudo, e dissesse: “Ah, ela não é capaz de me morder. Está apenas tomando um sol no jardim”.  E, de repente, recebe uma carga de veneno na perna. Com cobra você tem que ter cuidado, sempre. Se possível, pegá-la com uma vara grande, colocá-la numa caixa de proteção, e levar para o Instituto Butantan, para que eles possam extrair o veneno dela.

Várias manifestações da extrema direita não eram contra a situação econômica que o Brasil atravessa, mas, sim contra o STF e contra os ministros que o compõem. Para o evento ocorrido na Avenida Paulista, o presidente gravou um vídeo que foi exibido durante o ato.

No vídeo, o presidente, como sempre, carrega na demagogia, usando no nome de Deus em vão e, assim, conseguindo enganar, tranquilamente, o eleitorado evangélico e os moralistas. “É uma satisfação muito grande poder cumprimentá-los nesta manifestação pacífica com todas as idades em defesa da constituição, das famílias e da liberdade. Eu devo lealdade a todos vocês. Temos um governo que acredita em Deus, respeita as autoridades, defende a família e deve lealdade a seu povo. E eu irei onde vocês estiverem. Estarei sempre ao lado da população brasileira”.

Os apoiadores do presidente, não apenas na Paulista, mas em várias cidades brasileiras, se reuniram para defender o deputado federal, Daniel Silveira, condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão, e ‘perdoado’ pelo presidente. Obviamente, ao defender o deputado Silveira, também atacam o STF, órgão que o julgou. Houve também ataques às urnas eletrônicas e o processo eleitoral.

É surreal o que acontece no Brasil. E olhem, caros leitores e leitoras, que estamos apenas no início da maratona das eleições que ocorrem em outubro. Senhoras e senhores, apertem os cintos que o ano eleitoral vai ser de muita turbulência, e muito jogo sujo, destruição de reputações, e muito mais.

Quem esteve também falando a apoiadores neste Dia do Trabalho foi o ex-presidente, e candidato a presidência, Luís Inácio Lula da Silva. Lula participou de seu maior ato de campanha até agora. Ele esteve presente em evento realizado pelas centrais sindicais na Praça Charles Miller, no Pacaembu, zona Oeste de São Paulo.

Logo no início do discurso Lula disse aos seus apoiadores que não iria falar de eleições para não ter problemas coma Justiça Eleitoral. Então ele falou da situação que o Brasil atravessa atualmente, e também criticou o presidente Bolsonaro, chamando-o de genocida. “Não aceitamos esse ódio que está sendo imposto por esse genocida que governa o país. Eu disse ontem e vou dizer agora: ao invés de abrir salões e salões de treino de tiros, vamos abrir salões para fazer biblioteca”, disse Lula.

Ele também insinuou que os apoiadores do presidente têm alguma participação no assassinato da vereadora Marille Franco: “Este cidadão só governa, para quem sabe, os milicianos deles. E alguns inclusive têm responsabilidade pela morte da Marielle que a gente quer saber quem é que mandou matar a Marielle”.

Gostaria de comentar com vocês uma reportagem divulgada neste domingo, 01, pelo jornal O Globo, que é a questão do estado do Rio de Janeiro estar concedendo escolta policial, 24 horas, a uma criminosa, mulher do ex-capitão do Bope, e miliciano, Adriano da Nobrega, morto em 2020, em Esplanada, Bahia.

                                                                 Júlia Emília Mello Lotufo

A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), é um grupo de Elite da Polícia Civil. Os policiais desse grupo são treinados para atuar em caso que exijam grande habilidade por causa das complexidades e riscos que as operações envolvem. A maioria das operações do Core se desenvolvem em áreas de alto risco e são realizadas contra narcotraficantes. Estes estão sempre fortemente armados. Usando uma expressão popular, são “gente da pesada”.

Segundo a reportagem do Globo.com, a remuneração de um policial do Core, em valores brutos, é de R$ 10.000. Além disso, por serem uma tropa especializada, eles ainda recebem uma gratificação de R$ 1.500.

Alguém consegue imaginar que equipes de uma corporação tão conceituada como essa, pagos com o dinheiro do estado, estejam sendo usadas para proteger a mulher de um bandido, que herdou os negócios ilícitos do marido.

Ainda segundo a reportagem citada, desde junho do ano passado três equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais montam guarda, 24 horas, em um condomínio de luxo à beira-mar, na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, um dos bairros mais famosos e mais caros para se morar no Rio de Janeiro.

Tal tratamento protecional não é dedicado a nenhuma grande autoridade do estado brasileiro, mas sim a Júlia Emília Mello Lotufo. Ela é viúva de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope e miliciano. Para falar da viúva dele é interessante falarmos sobre quem era o sujeito.

Enquanto policial, Adriano era a personificação do que há de pior na polícia, a chamada “banda podre da polícia” do estado do Rio de Janeiro. Um profissional desses que a PM do Rio não tem do que se orgulhar.

Era um exímio atirador, fez a segurança de várias pessoas ligadas ao jogo do bicho, e também montou o Escritório do Crime, um grupo de extermínio formado por policiais e ex-policiais. Além disso, integrava um grupo de policiais milicianos que atuava em Rio das Pedras, zona oeste do Rio de Janeiro.

Ainda na PM Adriano foi preso, acusado por três crimes, sendo dois deles um assassinato, e uma tentativa de assassinato. Foi solto por falta de provas. Em 2014 foi expulso da polícia, e continuou sua carreira no crime.

É conhecida de todos a relação próxima de Flávio Bolsonaro com o miliciano. Ainda quando estava preso pela acusação de homicídio de um guardador de carros, Adriano foi condecorado pelo então deputado estadual, Flávio Bolsonaro, no ano de 2005, com a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O então deputado Jair Bolsonaro também usou a tribuna da Câmara dos Deputados para defender Adriano.

A partir daí, a relação entre Flávio e Adriano aumentou ainda mais. Em 2006, o policial foi inocentado dos crimes e saiu da cadeia. Em 2007, o deputado estadual, Flávio Bolsonaro, contratou a mãe e mulher do policial-miliciano para trabalhar em seu gabinete, na Alerj.

As duas seriam apenas mais duas a irrigar com seu salário as contas escusas do deputado com o esquema da rachadinha, que nada mais é do que apropriação indébita do dinheiro público. O esquema era operado por Fabrício Queiroz, também funcionário de Flávio na Alerj. Um homem “de confiança”, digamos assim. Queiroz também era parceiro de Adriano da Nóbrega no 18o Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Segundo o MP do Rio de Janeiro, parte do dinheiro arrecadado com o esquema das rachadinhas ia parar no bolso de Adriano.

Em 2019, o MP iniciou uma investigação contra a milícia envolvendo crimes de agiotagem, grilagem de terras, pagamento de propinas a agentes públicos, e receptação de mercadoria roubada. Os métodos usados pelos milicianos para concretizar os seus planos não eram nada republicanos e envolviam violência física e psicológica para com suas vítimas. Em linhas acima, falei do Escritório do Crime, um grupo de matadores de aluguel do qual o ex-capitão fazia parte. Deste grupo também fazia parte o amigo dele, o também ex-policial Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco, e o motorista dela, Anderson Gomes, em março de 2018.

Ou seja, Adriano era um homem que sabia demais. E quem sabe demais, no mundo do crime, vira arquivo morto.

Quando se iniciaram as investigações do MP, em 2019, o miliciano fugiu. Desde então, Adriano era procurado pela justiça. Adriano fugiu, penso eu, mais com medo de virar arquivo morto, do que, propriamente, de ser preso pela polícia. Até porque, se fosse preso, seria morto do mesmo jeito, dentro da cadeia.

                                                      Adriano da Nobrega


Enfim, depois de uma intensa rotina de fuga, Adriano da Nóbrega, foi localizado e morto pela polícia, em 09 de fevereiro de 2020, em sítio na zona rural da cidade de Esplanada, no estado da Bahia.

Porém, a operação policial que resultou na morte do ex-policial, parecia mais uma operação de guerra contra um homem só, do que uma operação policial normal. Para Esplanada foram destacadas equipes do Bope (Batalhão de Operações Policiais) da Bahia, da Cipe (Companhia Independente de Policiamento Especializado) Litoral Norte, da Superintendência de Inteligência da Secretária da Segurança Pública, e Agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Segundo a SSP (Secretária de Segurança Pública da Bahia), Adriano teria reagido a chegada dos policiais com disparos de armas de fogo, e por isso teria sido alvejado.

À época, o advogado Emílio Catta Preta, disse ter recebido, cinco dias antes da morte do ex-policial, uma ligação dele dizendo que temia ser assassinado por saber demais. Recentemente, a imprensa publicou áudios de Daniela Magalhães da Nóbrega, irmã de Adriano, que apontam na mesma direção.

Nesse caso, não precisa nem ser especialista para se chegar a essa conclusão. Como é que, cerca de 70 policiais são enviados para prender um único homem escondido numa casa num sítio rural, e não conseguem capturá-lo com vida? O que faz um polícia eficiente quando quer prender um homem que sabe muita coisa, não apenas acerca dos negócios da milicia, mas também do assassinato de uma vereadora e de seu motorista, que até hoje, 4 anos depois, ainda não se sabe quem foi o mandante do crime, apesar de já terem prendido o matador? Mata o foragido, ou o captura vivo?

A verdade é que a morte de Adriano da Nóbrega tem mais jeito de execução do que tentativa de prender alguém. Quanto ao assassinato de Marielle e Anderson, o mandante deve ser alguém muito poderoso como diria o dito popular “peixe grande”.

Voltando a viúva de Adriano Magalhães da Nobrega, após um parágrafo que já se faz longo, mas necessário.

Após a morte do marido, Júlia Emília Mello Lotufo, casou-se, em 05 de dezembro de 2020, com Eduardo Vinícius Giraldes Silva, em regime total de bens. Segundo a PF, ela ficou com a herança herdada dos negócios ilícitos do falecido marido. De acordo com relatório sigiloso da PF, Giraldes devia dinheiro de agiotagem a Adriano de um empréstimo contraído em 2018.

Em julho do ano passado, Júlia apresentou-se ao Ministério Público e ofereceu acordo de delação premiada. Após a morte do marido, ela teve prisão preventiva decretada e ficou foragida. Porém, a pena foi convertida em prisão domiciliar, e ela passou a responder a um processo na 1a Vara Especializada da Capital do Rio de Janeiro por organização criminosa e lavagem de dinheiro. No processo consta uma contabilidade dos negócios ilegais de Adriano.

Porém, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) rejeitou a proposta. Os promotores chegaram à conclusão de que havia muitas inconsistências na delação premiada de Júlia, que ficaram agravadas por ela não ter assumido os crimes que a levaram a prisão em 2020, dentre os quais lavagem de dinheiro.

Ela queira fazer delação premiada para reduzir a pena, mas também para poder morar em Portugal.

O reforço da segurança nesse contexto foi feito pela Secretaria Estadual de Polícia Civil, pois na época havia risco de algum atentado a ela por conta da delação, uma vez que ela prometia revelar crimes dos quais tomara conhecimento durante o período que estivera em união estável com Adriano.

O acordo de delação premiada de Júlia Lotufo começou a ser desenhado com as promotoras Simone Sibilo e Letícia Emile, que estavam à frente das investigações do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018. As promotoras queriam em troca informações sobre o mandante  e a motivação do crime. A delação premiada de Júlia acabou provocando uma crise no MP que culminou com a saída das promotoras no caso Marielle. As duas alegaram como motivo da saída do caso “interferências externas”.

Ao ser perguntado pelo jornal O Globo o motivo de ainda manter a segurança da viúva de Adriano a assessoria da Secretaria de Polícia Civil informou que pelo fato de ela ter prestado depoimento que denunciavam o crime organizado, colocou em risco a própria vida. A PM informou ainda que espera decisão judicial para ver se mantém a escolta policial que “por enquanto está mantida por precaução para que não seja cometido nenhum atentado, e que a secretaria vai solicitar uma avaliação de risco para decidir sobre a manutenção ou não da escolta”.


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