Um raio de esperança nos céus do Brasil
Terça-feira, 03 de janeiro
Prezados
leitores e leitoras,
Feliz
2023 a todos e todas vocês! Que seja um ano de muitos sonhos a serem realizados,
amores a serem vividos e principalmente, muita vida a transbordar em cada um e cada
uma de vocês.
Este
ano tivemos a volta dos grandes shows de réveillon em várias partes do mundo. Sinal
de que ganhamos a guerra contra o coronavírus? Espero que sim, e que ele não volte
a ser ameaça para nós. Isso, é sim, um grande motivo para comemorar. Vitória da
ciência. Vitória da vacina e dos vacinados. Pena que o negacionismo tenha feito
perder tantas vidas, que hoje ainda poderiam estar entre nós. Mas vamos torcer
para que o negacionismo também perca força, e volte para o esgoto de onde nunca
deveria ter saído.
É
comum vermos várias pessoas, videntes, astrólogos, tarólogos, fazendo previsões
por ocasião de mais uma passagem de ano. Uns acertam, outros erram feio, entretanto
eles podem se dar a esse luxo, correr esse risco. São videntes, são adivinhos,
não tem a resposta pronta para coisa alguma. Uns guiam-se pelos astros, talvez
esses tenham mais possibilidade de acertos, e outros guiam-se pela intuição, pelo
instinto.
No
caso dos jornalistas, eles não podem se dar ao luxo de fazer previsões. Eles não
lidam com conjunções astrais, nem com intuição, e muito menos com adivinhação. Sua
matéria de trabalho são os fatos.
O
jornalista J.R. Guzzo, se aventurou a seguir pelos caminhos dos charlatões e fazer
previsões sobre a posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva e passou
vergonha. Deve estar até agora procurando um buraco para se esconder.
Em
matéria publicada no jornal Gazeta do Povo, publicada no dia 29 de dezembro de
2022, ele escreveu um artigo sombrio sobre o que ele achava que seria a posse do
novo presidente: “A festa da posse vai ser a portas fechadas, e reservada
exclusivamente a militantes e à multidão de aproveitadores que gira em torno
deles: empreiteiros de obras, banqueiros com problemas na justiça, advogados
criminalistas de corruptos milionários, mandarins do Judiciário, a politicalha
em peso. O povo brasileiro está de fora. As bandeiras do Brasil, o
verde-amarelo e o Hino Nacional estão longe de lá – estão diante das guarnições
militares, em protesto contra eleições que consideram roubadas, um governo que
não reconhecem como legítimo e uma dupla STF-TSE que fez todo o esforço
possível para os manifestantes acharem as duas coisas”.
Ao
contrário do que previu o vidente jornalista não houve nada disso e a posse o
presidente eleito democraticamente nas últimas eleições presidenciais foi uma
festa maravilhosa, muito democrática e cheia de simbolismos.
É
bem verdade que havia muita tensão dias antes da posse por causa da descoberta de
uma bomba que foi colocada em um caminhão que transportava combustíveis,
estacionado em uma das vias de acesso do aeroporto de Brasília. Só não houve
naquele dia uma tragédia de grandes proporções devido; primeiro a inabilidade
dos bolsonaristas terroristas que não conseguiram acionar o botão detonador; segundo
ao motorista do caminhão que notou algo estranho no veículo, e chamou a polícia;
e em terceiro lugar, a própria polícia que foi até o local e desativou o dispositivo.
A
segurança foi reforçada. Houve muito suspense sobre se Lula desfilaria em carro
aberto ou em carro à prova de bala. Certamente deve ter havido pedidos nesse
sentido por parte da equipe de segurança. Mas Lula é Lula, é do povo, é
teimoso. Nem conseguiríamos imaginar ele desfilando em carro blindado, longe do
povo.
Não
há como não fazer comparações com a posse de Bolsonaro. Naquela ocasião, em
cima do Rolls-Royce presidencial estavam Bolsonaro e Michele. O vice-presidente,
Hamilton Mourão, não estava com eles. Era como se não fizesse parte daquela
festa, daquele momento. E o que vimos durante os quatro anos de governo foi uma
relação fria entre Bolsonaro e Mourão. O vice-presidente não tinha voz nem vez
no governo.
Na
posse deste domingo, 1o, estavam no carro presidencial não apenas
Lula e Janja sua esposa, mas também o vice-presidente, Geraldo Alckmin e sua
esposa, Lu. Desfilaram em carro aberto, acenando para os seus apoiadores e
admiradores. Nem sinal em suas faces da tensão prevista pelo jornalista J.R.
Guzzo.
O
presidente Jair Bolsonaro deveria estar presente e entregar a faixa presidencial
para Lula, mas seria esperar demais dele uma atitude tão nobre. Ao invés disso,
dois dias antes da festa, ele fugiu do país. Foi passar o fim de ano nos
Estados Unidos. Ainda não tem data para voltar.
Foi
de avião da Força Aérea Brasileira e deixou a ver navios seus apoiadores, que
esperavam ardentemente por uma intervenção militar, uma ordem do capitão para
agir, uma tomada do país pelas forças do Exército, Marinha e Aeronáutica. Foi para
eles um fim melancólico.
Outro
suspense que se criou foi sobre quem passaria a faixa presidencial para Lula. Mistério
desfeito, quem passou a faixa para ele foram representantes do povo brasileiro.
Subiram a rampa com Lula; Francisco Filho, 10 anos, estudante; Aline Sousa, 33
anos, catadora; Cacique Raoni, 90 anos; Weslley Rocha, 36 anos, metalúrgico; Murilo
Jesus, 28 anos, professor; Jucimara Santos, cozinheira; Ivan Baron, influencer
anticapacitista; Flávio Pereira, 50 anos, artesão; também subiu a rampa com
eles uma representante do reino animal: Resistência, cachorra de Janja adotada
por ela ainda nos dias que Lula esteve preso em Curitiba.
A
faixa presidencial passou de mão em mão de cada um deles, terminando na catadora
de materiais recicláveis, Aline Souza, a quem coube colocar a faixa presidencial
em Lula.
Enquanto
isso, em Orlando, nos Estados Unidos, Bolsonaro ignorava momento tão
significativo e se reunia com apoiadores. Nunca teve, nem nunca terá a menor
noção do que é ser presidente de uma nação.
Lula
fez dois discursos, um durante cerimônia de posse no Congresso Nacional, presidida
pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, e outro no Palácio do Planalto. Nos
discursos que proferiu ele conclamou o Brasil a retomar o caminho da paz, mas
também cobrou punição para os que praticaram atos violentos. Alguns veículos de
imprensa viram discursos contrastantes no discurso dele, eu não entendi assim. Afinal,
quem errou que pague pelos seus erros, inclusive o ex-presidente, Jair
Bolsonaro.
Agora,
botamos o pé no barco de 2023 com novo comandante, e que esta viagem nos seja
agradável e justa.
Nota
triste nessa festa toda, foi a partida para a eternidade do brasileiro mais
ilustre de todos os tempos: o rei Pelé. O rei do futebol faleceu no dia 29 de
janeiro, mas só será sepultado nesta terça-feira. Foi um pedido da família que
as cerimonias de despedida dele só acontecessem depois da posse de Lula.
O
corpo de Pelé está sendo velado na Vila Belmiro, em Santos, na sede do clube
que o consagrou, mais verdade que Pelé consagrou o Santos F.C. O sepultamento
deverá ocorrer nesta terça-feira, 03 de janeiro.
Quem
também nos deixou ainda no último dia do ano passado foi o Papa emérito Bento
XVI. O pontífice faleceu no dia 31 de janeiro, e está sendo velado na Basílica
de São Pedro, no Vaticano.
É
assim o destino inevitável: Um dia a morte vem para todos; reis, rainhas,
papas, nobres e plebeus, velhos e jovens. Não adianta chorar, não adianta se
esconder, quando chega a hora de partir, não há desculpas, tem-se apenas que partir.
E
como teve famosos pegando o bonde para a eternidade este ano... O céu procurou
celebridades para levar embora, não apenas no Brasil, mas também no exterior. Gente
muito talentosa pegou o caminho das estrelas, como Gal Costa, Erasmo Carlos, Jô
Soares, e a Rainha Elizabeth II.
Que
sejam todos bem acolhidos na pátria celeste.
Quanto
ao governo de Lula e Alckmin, que venha carregado de bonança e que consigamos
reconstruir o Brasil que Bolsonaro havia posto abaixo.
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