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Um raio de esperança nos céus do Brasil

Posted by Cottidianos on 00:25

 Terça-feira, 03 de janeiro

Prezados leitores e leitoras,

Feliz 2023 a todos e todas vocês! Que seja um ano de muitos sonhos a serem realizados, amores a serem vividos e principalmente, muita vida a transbordar em cada um e cada uma de vocês.

Este ano tivemos a volta dos grandes shows de réveillon em várias partes do mundo. Sinal de que ganhamos a guerra contra o coronavírus? Espero que sim, e que ele não volte a ser ameaça para nós. Isso, é sim, um grande motivo para comemorar. Vitória da ciência. Vitória da vacina e dos vacinados. Pena que o negacionismo tenha feito perder tantas vidas, que hoje ainda poderiam estar entre nós. Mas vamos torcer para que o negacionismo também perca força, e volte para o esgoto de onde nunca deveria ter saído.

É comum vermos várias pessoas, videntes, astrólogos, tarólogos, fazendo previsões por ocasião de mais uma passagem de ano. Uns acertam, outros erram feio, entretanto eles podem se dar a esse luxo, correr esse risco. São videntes, são adivinhos, não tem a resposta pronta para coisa alguma. Uns guiam-se pelos astros, talvez esses tenham mais possibilidade de acertos, e outros guiam-se pela intuição, pelo instinto.

No caso dos jornalistas, eles não podem se dar ao luxo de fazer previsões. Eles não lidam com conjunções astrais, nem com intuição, e muito menos com adivinhação. Sua matéria de trabalho são os fatos.

O jornalista J.R. Guzzo, se aventurou a seguir pelos caminhos dos charlatões e fazer previsões sobre a posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva e passou vergonha. Deve estar até agora procurando um buraco para se esconder.

Em matéria publicada no jornal Gazeta do Povo, publicada no dia 29 de dezembro de 2022, ele escreveu um artigo sombrio sobre o que ele achava que seria a posse do novo presidente: “A festa da posse vai ser a portas fechadas, e reservada exclusivamente a militantes e à multidão de aproveitadores que gira em torno deles: empreiteiros de obras, banqueiros com problemas na justiça, advogados criminalistas de corruptos milionários, mandarins do Judiciário, a politicalha em peso. O povo brasileiro está de fora. As bandeiras do Brasil, o verde-amarelo e o Hino Nacional estão longe de lá – estão diante das guarnições militares, em protesto contra eleições que consideram roubadas, um governo que não reconhecem como legítimo e uma dupla STF-TSE que fez todo o esforço possível para os manifestantes acharem as duas coisas”.

Ao contrário do que previu o vidente jornalista não houve nada disso e a posse o presidente eleito democraticamente nas últimas eleições presidenciais foi uma festa maravilhosa, muito democrática e cheia de simbolismos.

É bem verdade que havia muita tensão dias antes da posse por causa da descoberta de uma bomba que foi colocada em um caminhão que transportava combustíveis, estacionado em uma das vias de acesso do aeroporto de Brasília. Só não houve naquele dia uma tragédia de grandes proporções devido; primeiro a inabilidade dos bolsonaristas terroristas que não conseguiram acionar o botão detonador; segundo ao motorista do caminhão que notou algo estranho no veículo, e chamou a polícia; e em terceiro lugar, a própria polícia que foi até o local e desativou o dispositivo.

A segurança foi reforçada. Houve muito suspense sobre se Lula desfilaria em carro aberto ou em carro à prova de bala. Certamente deve ter havido pedidos nesse sentido por parte da equipe de segurança. Mas Lula é Lula, é do povo, é teimoso. Nem conseguiríamos imaginar ele desfilando em carro blindado, longe do povo.

Não há como não fazer comparações com a posse de Bolsonaro. Naquela ocasião, em cima do Rolls-Royce presidencial estavam Bolsonaro e Michele. O vice-presidente, Hamilton Mourão, não estava com eles. Era como se não fizesse parte daquela festa, daquele momento. E o que vimos durante os quatro anos de governo foi uma relação fria entre Bolsonaro e Mourão. O vice-presidente não tinha voz nem vez no governo.

Na posse deste domingo, 1o, estavam no carro presidencial não apenas Lula e Janja sua esposa, mas também o vice-presidente, Geraldo Alckmin e sua esposa, Lu. Desfilaram em carro aberto, acenando para os seus apoiadores e admiradores. Nem sinal em suas faces da tensão prevista pelo jornalista J.R. Guzzo.

O presidente Jair Bolsonaro deveria estar presente e entregar a faixa presidencial para Lula, mas seria esperar demais dele uma atitude tão nobre. Ao invés disso, dois dias antes da festa, ele fugiu do país. Foi passar o fim de ano nos Estados Unidos. Ainda não tem data para voltar.

Foi de avião da Força Aérea Brasileira e deixou a ver navios seus apoiadores, que esperavam ardentemente por uma intervenção militar, uma ordem do capitão para agir, uma tomada do país pelas forças do Exército, Marinha e Aeronáutica. Foi para eles um fim melancólico.

Outro suspense que se criou foi sobre quem passaria a faixa presidencial para Lula. Mistério desfeito, quem passou a faixa para ele foram representantes do povo brasileiro. Subiram a rampa com Lula; Francisco Filho, 10 anos, estudante; Aline Sousa, 33 anos, catadora; Cacique Raoni, 90 anos; Weslley Rocha, 36 anos, metalúrgico; Murilo Jesus, 28 anos, professor; Jucimara Santos, cozinheira; Ivan Baron, influencer anticapacitista; Flávio Pereira, 50 anos, artesão; também subiu a rampa com eles uma representante do reino animal: Resistência, cachorra de Janja adotada por ela ainda nos dias que Lula esteve preso em Curitiba.

A faixa presidencial passou de mão em mão de cada um deles, terminando na catadora de materiais recicláveis, Aline Souza, a quem coube colocar a faixa presidencial em Lula.

Enquanto isso, em Orlando, nos Estados Unidos, Bolsonaro ignorava momento tão significativo e se reunia com apoiadores. Nunca teve, nem nunca terá a menor noção do que é ser presidente de uma nação.

Lula fez dois discursos, um durante cerimônia de posse no Congresso Nacional, presidida pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, e outro no Palácio do Planalto. Nos discursos que proferiu ele conclamou o Brasil a retomar o caminho da paz, mas também cobrou punição para os que praticaram atos violentos. Alguns veículos de imprensa viram discursos contrastantes no discurso dele, eu não entendi assim. Afinal, quem errou que pague pelos seus erros, inclusive o ex-presidente, Jair Bolsonaro.

Agora, botamos o pé no barco de 2023 com novo comandante, e que esta viagem nos seja agradável e justa.

Nota triste nessa festa toda, foi a partida para a eternidade do brasileiro mais ilustre de todos os tempos: o rei Pelé. O rei do futebol faleceu no dia 29 de janeiro, mas só será sepultado nesta terça-feira. Foi um pedido da família que as cerimonias de despedida dele só acontecessem depois da posse de Lula.

O corpo de Pelé está sendo velado na Vila Belmiro, em Santos, na sede do clube que o consagrou, mais verdade que Pelé consagrou o Santos F.C. O sepultamento deverá ocorrer nesta terça-feira, 03 de janeiro.

Quem também nos deixou ainda no último dia do ano passado foi o Papa emérito Bento XVI. O pontífice faleceu no dia 31 de janeiro, e está sendo velado na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

É assim o destino inevitável: Um dia a morte vem para todos; reis, rainhas, papas, nobres e plebeus, velhos e jovens. Não adianta chorar, não adianta se esconder, quando chega a hora de partir, não há desculpas, tem-se apenas que partir.

E como teve famosos pegando o bonde para a eternidade este ano... O céu procurou celebridades para levar embora, não apenas no Brasil, mas também no exterior. Gente muito talentosa pegou o caminho das estrelas, como Gal Costa, Erasmo Carlos, Jô Soares, e a Rainha Elizabeth II.

Que sejam todos bem acolhidos na pátria celeste.

Quanto ao governo de Lula e Alckmin, que venha carregado de bonança e que consigamos reconstruir o Brasil que Bolsonaro havia posto abaixo.


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