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Como combater um vírus! Devemos ficar em casa?

Posted by Cottidianos on 01:37
Sábado, 02 de maio

Cariocas ignoraram quarentena e foram à praia neste 1 de maio

Prezados leitores e leitoras, gostaria de ter apresentado esse texto que vos apresento hoje, pelo menos há umas três semanas, mas foi quando meu notebook resolveu me deixar na mão durante a pandemia. Por aqueles dias, uma amiga que é médica e mora na Itália havia me enviado, pelo WhatsApp, um vídeo que explicava de uma forma bem clara, o que é um vírus, e a importância do isolamento social, e do uso das máscaras. Gostei do vídeo e tive a ideia de transcrever o texto e apresenta-lo a vocês, mas o notebook apresentou problemas, eu tive que deixa-lo em uma eletrônica para o conserto.
Enfim, apresento agora o texto a vocês, mas somente depois de ter encontrado o vídeo no Youtube. Sim, pois quando do envio do vídeo a mim, não havia nenhum indicativo de onde encontra-lo na Internet, nenhum link. Sabia que não era nenhuma fakenews, pois a fonte era confiável, mas para apresenta-lo a vocês precisava da informação original, finalmente, depois de algumas pesquisas, encontrei o canal de quem o postou no Youtube.
E que postou o vídeo foi o Dr. Vladmir Carvalho, estudante de medicina, na China, que, no momento, faz naquele país, doutorado em endocrinologia.
Em seu vídeo o Dr. Vladmir faz um questionamento interessante a respeito do Covid-19. Pergunta ele: Qual a maior batalha que estamos travando neste momento? É contra o vírus? Sim, responderão muitos. Mas, não é. Na verdade, como diz Vladmir, a maior batalha que estamos travando no momento é a batalha contra nós mesmos, ou melhor, contra a nossa vontade sair para a rua e jogar, e ir à praia, ao cinema, ao restaurante, encontrar os amigos. Essa é batalha mais difícil que estamos enfrentando. E essa batalha contra a nossa vontade de fazer tudo o que fazíamos antes da pandemia é que nos fará vencer esse inimigo pequeno, mas poderoso. É aí que podemos ganhar ou perder o jogo para o vírus.
Um exemplo bem claro disso. Ontem, primeiro de maio, Dia do Trabalhador. Feriado. Com o sistema de saúde do Rio de Janeiro muito próximo de um colapso, muitos cariocas e turistas, simplesmente, ignoraram os alertas do governo para que permanecessem em suas casas, e foram aproveitar o belo dia de sol nas praias. No final da manhã, a movimentação no calçadão junto às praias da zona oeste e sul do Rio de Janeiro, foi bastante intensa no final da manhã.
O vírus se espalhando de forma violente na capital carioca e o carioca e os turistas, simplesmente ignorando tudo isso, e se se banhando, caminhando, bebendo água de coco, tomando banho de sol, como se se não houvesse coronavírus no país. Claro, o coronavírus ficou muito feliz com tudo aquilo e até agradeceu. Certamente, contaminou mais alguns, que passarão o vírus para outros, e o final da história nós já sabemos. Não precisa nem ser vidente para ver que o resultado disso tudo será um aumento de casos no Rio de Janeiro nas próximas semanas.
E não são apenas os cariocas que estão ignorando o inimigo, não. Por todo o país, ainda tem muita gente que acha que tudo isso é fantasia, brincadeira, exageros, apesar de a curva de contaminados está em visível crescimento, bem como o número de mortos.
Não se pode deixar de falar, quando se fala da questão do coronavírus no Brasil, no negacionismo do presidente. Por ele, estaria mesmo todo mundo na rua. Morreriam, milhões de brasileiros, mas e daí? perguntaria ele.
Hoje também houve protestos e carreatas contra o fim do isolamento por parte dos apoiadores do presidente. É óbvio que o comportamento do mandatário da nação influencia muitas outras pessoas, e isso é muito perigoso. O presidente tem muitos seguidores nas redes sociais e os empurra para o caos, e eles nem percebem. E as consequências de toda essa irresponsabilidade tanto do presidente quanto dos seus apoiadores pode ser muito grave.
Por isso que é tão importante ouvir o conselho das autoridades da área da saúde: Fiquem em casa. Vençam a batalha contra si mesmos para que todos possamos vencer a batalha contra o coronavírus.
Aqui está o link para o vídeo no Youtube: Coronavírus: Como combater um vírus!Devemos ficar em casa? Parte -1, e a seguir, o texto transcrito. O leitor, ou leitora pode ir direto para o texto e depois assistir o vídeo, ou vice-versa, fica a critério de cada um. Sinta-se à vontade e faça o que achar melhor.

***

Coronavírus: Como combater um vírus! Devemos ficar em casa?



Dr. Vladmir Carvalho
O que é um vírus?
Um vírus é simplesmente um material genético. Eu sei que muitos de nós sabemos o que significa um ADN ou DNA que, normalmente, a célula consegue ler para fazer ARN (RNA), que a célula também consegue ler para fazer proteínas, e as proteínas são as que, realmente, desempenham funções diferentes. E esse coronavírus é simplesmente um ARN (RNA)  que, quando entrar na célula a célula consegue ler para fazer as proteínas necessárias, incluindo proteínas que servem para multiplicar esses vírus.
Mas vocês tem que saber que o vírus não tem vida própria. Por exemplo, se o vírus tiver fora do corpo não consegue multiplicar, não consegue voar, não consegue andar, não consegue correr, e, depois de alguns dias, o vírus será completamente morto.
Isso significa que, se por acaso, um vírus entrar no meu corpo, nesse caso estamos falando desse corona, desse Covid-19, se entrar no meu corpo é porque eu ajudei o vírus a entrar no meu corpo.
Por exemplo, as gotículas de uma pessoa se estiver com o vírus, depois de uma tosse, ou depois de falar, ou depois de um espirro, sair para o ar, e eu estou perto, o vírus entra no meu corpo, ou também de uma maneira indireta, por exemplo, se essas gotículas caírem sobre um objeto, por exemplo, sobre uma mesa, uma porta, as mãos, ou qualquer objeto, e depois eu tocar esse objeto e colocar o vírus na minha boca, no meu nariz, ou então nos meus olhos... Nós temos que entender que o vírus não consegue sair de uma pessoa para outra sem ajuda.
É um dos organismos mais fracos que existem. Nesse caso do vírus corona, por exemplo, se cair num plástico pode durar até três dias, mas temos que saber que, de qualquer maneira, depois de alguns dias, esse vírus já não existe.
A pessoa que tem o vírus tem que passar o vírus para uma outra pessoa. E essa pessoa para uma outra pessoa, e assim por diante. Se, em qualquer momento pararmos de fazer isso, esse vírus já era. É como aquelas corridas de 400 metros, nas quais uma pessoa que tem o objeto quando corre 100 metros entrega o objeto para uma outra pessoa, que depois continua correndo. Se por acaso, não conseguir entregar o objeto, mesmo se a pessoa continuar a correr, queima (a corrida).
A mesma coisa acontece com o vírus. Imagina se todos nós decidirmos ficar em casa por duas semanas, ou três semanas, nem imagina porque seria uma tragédia... para o vírus. Porque se isso acontecesse o vírus já não vai existir naquele lugar.
É por isso que quando a pandemia começou aqui na China, colocaram milhões e milhões de pessoas em quarentena. Porque? Porque já sabem que se não há transmissão de uma pessoa para outra o vírus acaba.
Mas depois de entenderem isso eu pergunto: Quem é o nosso adversário? Será que é o vírus do corona? Não. Porque o vírus do corona, como muitos outros vírus, não consegue fazer nada. Deixamos o vírus de fora e, depois de alguns dias, ele já eram.
Então, com esse entendimento, eu acredito que a batalha não é contra o vírus, mas a batalha é contra nós mesmos. A batalha é contra a vontade de sair para ir a restaurante. A batalha é contra a vontade de sair para jogar bola. A vontade de sair para conversar com os vizinhos, jogar cartas, jogar outras coisas.
A batalha é contra a vontade de sair para ir ao mar, para ir fazer coisas lá fora. Se deixarmos os vírus sozinhos, eles não conseguem continuar a viver. É impossível.
Então, entendendo o que significa um vírus, todas as vezes que formos sair de casa temos que pensar e dizer assim: “Estou indo lá fora para fazer com que esses vírus continuem a existir.
Para além do isolamento, quais são as outras coisas que foram implementadas aqui na China, e que ajudaram a combater esse vírus?
Algumas coisas que fizeram foram: o uso obrigatório de máscaras. Estou vendo que alguns países, principalmente, países europeus, países da América, não aconselham o uso de máscaras para as pessoas que não estão doentes, para as pessoas que não tem o vírus.
Nós, aqui na China, somos forçados a usar máscaras. Se fores para um supermercado sem máscaras não te deixam entrar. E podem ver esse vídeo de um dos médicos chineses que foram para ajudar a Itália, como reclamaram da situação na Itália. Em primeiro lugar, temos que entender que apanhar alguns vírus, é diferente de apanhar um montão de vírus. A máscara não consegue impedir completamente a entrada dos vírus, mas consegue reduzir. A outra razão é que, com esse vírus, temos uma transmissão assintomática. Significa que uma pessoa que não tem sintomas, pode transmitir esse vírus por até duas semanas.
Então, como é que sabemos quem tem o vírus e quem não tem para dar as máscaras para as pessoas que tem os vírus? Por isso o que fizeram aqui na China acho que está correto. Deram máscaras para todo mundo. Significa que os que estão com vírus, certamente, estão a usar máscaras. E as máscaras podem impedir que as pessoas que tem os vírus, transmitam esses vírus. Se Cabo Verde não tem máscaras suficientes, tentam comprar ou pedir ajuda, ou fazer com que as máscaras possam chegar a Cabo Verde, porque eu acho que são importantes.
A outra coisa é lavar as mãos. Temos que lavar as mãos, e bem. No hospital, normalmente, temos regras, mas o que é importante é lavar todos os cantos das mãos por, pelos menos, quinze a vinte segundos. E, se não temos maneira de lavar as mãos com água e sabão, podemos usar os desinfetantes com mais de 60% de álcool.
Agora, depois de falar tudo isso, vou dar um exemplo prático. Se eu estivesse em um hotel que está em quarentena, e soubesse que uma pessoa do lado tem o vírus, o que eu faria? Eu ficava dentro do meu quarto, porque eu sei que os vírus não conseguem andar, ou voar.
Seu eu ficar dentro do meu quarto, estou completamente seguro. Se eu morrer, vai ser de fome, não do vírus.
Mas se, por acaso, eu tiver um pacote de bolachas e uma lata de leite, eu só sairia depois de alguns meses... gordinho. Seu eu fico dentro de casa, nunca vou ter esse vírus, mas se eu tentar sair, posso apanhar o vírus no caminho. Então, sair de casa, mesmo para fugir da situação, vai trazer mais riscos do que se eu ficar em casa.

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