Apenas uma pausa para o BBB
Quarta-feira, 24 de fevereiro
Não
acompanho a edição 21 do Big Brother Brasil. Respeito quem gosta e quem
acompanha o programa. Eu mesmo já acompanhei algumas edições dele. Já votei. Já
torci. Já me irritei e me alegrei com este ou aquele participante. Antes o
programa era comandado pelo jornalista Pedro Bial. O Bial é sempre genial,
mesmo comandando um reality show ele dava um jeito de fazer sua estrela de
jornalista brilhar. Seus textos, por ocasião da eliminação dos candidatos eram
sempre muito bons.
Entretanto,
depois fui perdendo o entusiasmo pelo BBB. É como uma novela sempre com o mesmo
enredo e os mesmos tipos de personagem. Preferi sair da tela da TV e ir para a
janela, acompanhar o BBB da vida real. Pelo menos nesse, aqui e acolá, variam
os personagens. O enredo é o mesmo de dentro da casa, mas, enfim, é vida real.
Vida que segue.
No
jogo da vida também, às vezes ganhamos, à vezes perdemos, às vezes eliminamos
alguém, às vezes somos eliminados,
outras vezes damos ou recebemos o presente do anjo, e por aí vai. Como
disse: vida que segue. O importante é seguir sem mágoas, sem ressentimentos.
Até porque essas coisas são venenos. Se decidirmos beber do cálice tóxico cheio
dessas substâncias o problema é só nosso. Somos nós, compreendidos como corpo e
espírito, físico e espiritual, quem sentirá as consequências. E quem bebe
veneno não espere nada de bom.
Enfim,
como já disse, não acompanho o BBB. Mas, por não gostar de uma coisa,ou de um
programa, não devemos nos desligar de todo. Sempre tem que ter uma antena
ligada, pois, de tudo podemos extrair uma reflexão, uma lição para a nossa
própria vida.
Mesmo
não estando ligado na casa mais vigiada do Brasil, é impossível, nestes tempos
de Internet, não ficar sabendo de algumas coisas que se passam lá dentro. Não
tem como fugir disso. Você abre um site e de lá já salta uma manchete
relacionada ao assunto. Na TV. O BBB é produto da Globo. Então nos programas do
canal também se fala disso. É produto e toda empresa tem que divulgar seus
produtos. Isso é normal.
Então,
estava vendo o Bom Dia Brasil, na quarta-feira da semana passada, dia 17, e ao
final do programa foi anunciado que, Nego Di, um humorista, participante do
reality show havia sido eliminado na noite anterior com uma taxa de rejeição de
98,76%, e seria o entrevistado do programa Mais Você, apresentado pela Ana
Maria Braga. Curioso, até para ver como estava um cara que tem uma taxa de
rejeição tão alta. E o cara estava arrasado. Conversava normal com a Ana Maria,
mas dava para ver que a eliminação tinha mexido com ele.
Durante
o Mais Você, Ana Maria Braga, conversa com o participante e vai mostrando cenas
do programa, onde ele teria errado, e questionando-o sobre aqueles
comportamentos. Não vou entrar aqui em detalhes sobre as falhas do Nego Di
dentro da casa, mas mesmo sem acompanhar o programa, só por aqueles trechos,
já, dava para ver que ele tinha, como diz o ditado popular, “pisado na bola”
com alguns participantes, tivera algumas atitudes egoístas mesmo.
Durante
a entrevista, também fiquei sabendo que havia uma participante no programa, uma
cantora chamada Karol Conká, que estava tumultuando o ambiente e agindo como
uma vilã: ofendendo e magoando todo mundo. Depois comecei a prestar mais
atenção e vi que em outros programas, inclusive de rádio, se fazia referência a
ela.
Tudo
bem, correu a semana, fiquei refletindo sobre a eliminação de Nego Di e sua
alta taxa de rejeição.
Por
coincidência, estava, no dia de hoje, novamente assistindo o Bom Dia Brasil,
quando a apresentadora, Ana Paula Araújo, anunciou que Ana Maria Braga entrevistaria,
logo em seguida ao Bom Dia Brasil, justamente a participante Karol Conká. Não
consegui deixar de ver a entrevista.
Soube
pela Ana Maria que a participante havia sido eliminada na noite anterior com um
índice de rejeição ainda maior: 99, 17%. Karol bateu o recorde de rejeição de
todas as edições do BBB. O recorde de Nego Di durou apenas uma semana e já foi
cedido para a Karol.
Ao
ver as cenas da participante na casa logo ficou evidente sua atitude má e
egoísta. Ela se justificou dizendo que ela não era daquele jeito e que sua
atitude na casa se devia a traumas pelos quais ela havia passado durante fases
de sua vida.
Porém
nada justifica. Tanto Nego Di quando Karol Conká entraram no reality show e
deram o que de pior havia dentro deles. Se tivessem deixado aflorar dentro da
casa suas melhores qualidades, certamente, não teriam tido índices de rejeição
tão altos por parte do público. Adotaram, dentro da casa mais vigiada do
Brasil, uma atitude que pode, inclusive, prejudicar suas carreiras profissionais.
A
vida também é uma espécie de reality show. Nós, todos os dias, desempenhamos
nossos papéis. Vivemos nossas vidas, e nem nos damos conta de que, em algum
lugar do universo há um Big Pai que, desse lugar sagrado, observa todas as
nossas atitudes, e, ao final, pode nos dar o grande prêmio, ou não.
Portanto,
cabe a nós, todos os dias, examinarmos nossas consciências e nossas atitudes.
Nunca é demais dar um mergulho dentro de si e fazer uma análise de como está
sendo o nosso agir para conosco mesmos e para com aqueles que nos rodeiam, seja
em casa, no trabalho, ou em qualquer lugar a que formos.
O
comportamento do público que assiste ao BBB-21 talvez também nos dê um recado
para os tempos sombrios em que estamos vivendo, no qual são constantes os
discursos de ódio e os ataques a este ou aquele. A sociedade está cansada
desses comportamentos e desses discursos proferidos por bocas raivosas.
Queria
Deus que as pessoas estejam se dando conta de que uma sociedade alicerçada no
ódio não poderá produzir outra coisa senão ódio. E que num país onde o
governante privilegia as armas de fogo, em vez de incentivar a educação e a
cultura apenas será como um livro de capa colorida e bem ilustrada por fora,
mas vazio de conteúdo por dentro.
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