Depois da vitória, o deboche
Quinta-feira, 04 de fevereiro
O governo obteve uma
grande vitória, recentemente: conseguiu eleger o presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
O presidente da
República, Jair Bolsonaro, investiu pesado — e quando digo investir pesado, é
investir muito dinheiro — para garantir que Lira e Pacheco fosse eleitos. Ele,
que durante a campanha presidencial era um árduo defensor da velha política
baseada no toma lá dá cá, que nada mais é do que a manutenção do balcão de
negócios no Congresso quando o executivo oferece cargos, e também dinheiro, em
troca de apoio para votar seus projetos.
Hoje, vemos que
Bolsonaro apenas fingia ser contra a velha política, assim como fingia ser a
favor da luta contra a corrupção, desse modo, enganou e mantém enganados
aqueles seus apoiadores que continuam gritando, vaziamente, mito, mito.
Porém, invertamos a
ordem das coisas e comecemos a narração dos fatos pelo seu final, e não pelo seu início. E o
final foi a festa de arromba que Lira concedeu a cerca de 300 convidados, na
casa dele, no Lago Sul, região nobre de Brasília, após a votação que o tornou o
novo presidente da Câmara. A festa começou logo após a votação, no dia 01 de
fevereiro e se estendeu até a madrugada do dia 02.
Se alguém vê as fotos
e imagens que circulam pela Internet, vai pensar que os deputados e deputadas,
ministros de estados, e assessores que por lá estiveram, estavam em festa nos
tempos pré-pandemia. Tempos em que a gente nem sonhava com a ameaça e, depois,
com a realidade terrível do coronavírus.
Aglomeração total.
Máscaras de proteção, distanciamento social, e álcool gel eram
artigos desnecessários naquela festa. Minto em relação ao álcool: havia muito
circulando entre os convidados, mas não era para higienizar as mãos. Era para
ser ingerido mesmo. E com que vontade eles esvaziavam os copos. Minto também em
relação às máscaras: os garçons e os outros profissionais que trabalhavam no
evento, usavam máscaras, sim. Só eles.
O evento organizado por Lira foi um
tapa na cara dos brasileiros. Um escândalo. Naquele dia 01, o Brasil registrava
609 mortes por Covid-19. Lembrando que estávamos saindo de um fim de semana e,
geralmente, os números divulgados sobre a doença costumam ser mais baixos
devido a repasse das Secretárias Estaduais de Saúde. Mas a média móvel de
mortes em 07 dias, naquele dia era de 1.062. E assim, já são quase duas semanas
com um média do mortes por Covid-19, acima de 1.000.
No dia da festa para
comemorar a vitória de Lira, o total de mortos pelo coronavírus desde o início
da pandemia era de 225.143 óbitos.
A festa dada pelo
novo presidente da Câmara e na qual estavam seus aliados, e até alguns adversários,
era também um atestado de hipocrisia.
Hora antes, em seu
primeiro discurso como presidente da Câmara, Arthur Lira dizia: “O país
atravessa a mais cruel, devastadora e feroz pandemia do último século, o povo
sofre com seus efeitos e mais do que nunca precisa que os poderes da República
atuem com harmonia e responsabilidade, sem abrir mão de sua independência, pois
a democracia é um mosaico em que os contrastes produzem ao final um resultado
multifacetado, como é a nossa sociedade”.
Se, realmente,
houvesse uma preocupação com a saúde do povo brasileiro, eles mesmo teriam dado
o exemplo. Mas, como vimos não foi bem isso que aconteceu.
Claro, que o deputado
tem o direito de comemorar a vitória. Afinal, não é todo dia que alguém se
elege presidente da Câmara. O que ele não tinham era o direito de comemorar
essa vitória regada a champagne com Covid em cima de uma montanha de cadáveres tombados pelo
coronavírus.
Essa eleição tanto da
Câmara quanto do Senado, tiveram os ingredientes que sempre estiveram presentes
em outras votações do Congresso: mentiras, intrigas, traições, muito dinheiro
na jogada, e oferecimento de cargos públicos em troca de apoio.
O governo despejou
muito dinheiro no Congresso, e o Congresso brasileiro, não negando a sua
inclinação, se rendeu ao seu habitual fisiologismo, e se vendeu em troca de
dinheiro e de cargos.
O governo de Jair
Bolsonaro, sem dúvida, conseguiu uma grande vitória, mas, pelo menos na Câmara,
ficou refém daquilo que de pior existe na política brasileira: os políticos do
Centrão. Estes não possuem lealdade a quem quer que seja. Nem a direita, nem a
esquerda, talvez nem a eles mesmos eles devem lealdade. E logo partirão para
cima do presidente como abutres querendo mais e mais cargos, mais poder e
participação no governo.
Pode se dizer que
Jair Bolsonaro conquistou uma vitória, mas em se tratando do Centrão, não
significa que conquistou aliados. E os conquistou até que não
contrarie os desejos dos que integram essa corrente política.
Pelo menos de uma
coisa se sabe: se os pedidos de impeacheamente contra Jair Bolsonaro não saíram
da gaveta de Rodrigo Maia, com certeza da gaveta de Arhur Lira é que não sairão.
Falando em Rodrigo Maia, ele sai dessa eleição como o grande derrotado. Empenhou-se na campanha de Baleia Rossi, seu preferido, mas as coisas não andaram como ele previa. Um a um os políticos da base de apoio ao candidato Baleia Rossi, que era o candidato apoiado por Maia foram pulando do barco. E ele, que até então dava as cartas na Câmara, se viu então sozinho, abandonado, inclusive, pelo seu próprio partido.
Aglomeração
total. Máscaras de proteção, distanciamento social, e álcool gel eram artigos
desnecessários naquela festa. Minto em relação ao álcool: havia muito circulando
entre os convidados, mas não era para higienizar as mãos. Era para ser ingerido
mesmo. E com que vontade eles esvaziavam os copos. Minto também em relação às
máscaras: os garçons e os outros profissionais que trabalhavam no evento,
usavam máscaras, sim. Só eles.
O
evento organizado por Lira foi um tapa na cara dos brasileiros. Um escândalo. Naquele
dia 01, o Brasil registrava 609 mortes por Covid-19. Lembrando que estávamos saindo de um fim de semana e, geralmente, os números divulgados sobre a doença
costumam ser mais baixos devido a repasse das Secretárias Estaduais de Saúde.
Mas a média móvel de mortes em 07 dias, naquele dia era de 1.062. E assim, já são
quase duas semanas com um média do mortes por Covid-19, acima de 1.000.
No
dia da festa para comemorar a vitória de Lira, o total de mortos pelo coronavírus
desde o início da pandemia era de 225.143 óbitos.
A
festa dada pelo novo presidente da Câmara e na qual estavam seus aliados, e até alguns adversários, era também um atestado de hipocrisia.
Hora
antes, em seu primeiro discurso como presidente da Câmara, Arthur Lira dizia: “O país atravessa a mais cruel, devastadora e
feroz pandemia do último século, o povo sofre com seus efeitos e mais do que
nunca precisa que os poderes da República atuem com harmonia e
responsabilidade, sem abrir mão de sua independência, pois a democracia é um
mosaico em que os contrastes produzem ao final um resultado multifacetado, como
é a nossa sociedade”.
Se,
realmente, houvesse uma preocupação com a saúde do povo brasileiro, eles mesmo
teriam dado o exemplo. Mas, como vimos não foi bem isso que aconteceu.
Claro,
que o deputado tem o direito de comemorar a vitória. Afinal, não é todo dia que
alguém se elege presidente da Câmara. O que ele não tinham era o direito de
comemorar essa vitória regada a champagne com Covid em cima de uma montanha de cadáveres tombados pelo coronavírus.
Essa
eleição tanto da Câmara quanto do Senado, tiveram os ingredientes que sempre
estiveram presentes em outras votações do Congresso: mentiras, intrigas,
traições, muito dinheiro na jogada, e oferecimento de cargos públicos em troca
de apoio.
O
governo despejou muito dinheiro no Congresso, e o Congresso brasileiro, não
negando a sua inclinação, se rendeu ao seu habitual fisiologismo, e se vendeu
em troca de dinheiro e de cargos.
O
governo de Jair Bolsonaro, sem dúvida, conseguiu uma grande vitória, mas, pelo
menos na Câmara, ficou refém daquilo que de pior existe na política brasileira:
os políticos do Centrão. Estes não possuem lealdade a quem quer que seja. Nem a
direita, nem a esquerda, talvez nem a eles mesmos eles devem lealdade. E logo
partirão para cima do presidente como abutres querendo mais e mais cargos, mais
poder e participação no governo.
Pode
se dizer que Jair Bolsonaro conquistou uma vitória, mas em se tratando do
Centrão, não significa que conquistou aliados. E os conquistou até que não contrarie
os desejos dos que integram essa corrente política.
Pelo
menos de uma coisa se sabe: se os pedidos de impeacheamente contra Jair
Bolsonaro não saíram da gaveta de Rodrigo Maia, com certeza da gaveta de Arhur
Lira é que não sairão.
Falando
em Rodrigo Maia, ele sai dessa eleição como o grande derrotado. Empenhou-se na
campanha de Baleia Rossi, seu preferido, mas as coisas não andaram como ele previa.
Um a um os políticos da base de apoio ao candidato Baleia Rossi, que era o
candidato apoiado por Maia foram pulando do barco. E ele, que até então dava as
cartas na Câmara, se viu então sozinho, abandonado, inclusive, pelo seu próprio
partido.
Postar um comentário