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Perigo nos céus de Brasília
Posted by Cottidianos
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00:15
Segunda-feira,
31 de março
Imagem: http://www.spotterjpanoar.com |
O
que é espírito de liderança?
Não
pretendo discorrer sobre essa questão. Ela foi respondida, na prática, por Eduardo
Verli, 45 anos, comandante de uma aeronave Fokker 100 de fabricação holandesa,
durante uma situação de perigo extremo. Eduardo era instrutor de voo e há sete
anos é piloto de aviação comercial.
Na
noite de sexta-feira, (28), o Fokker 100 decolou do Aeroporto Senador Nilo
Coelho, na cidade de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, com destino a Belo Horizonte,
com conexão no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, Distrito Federal. A
bordo estavam 44 passageiros e cinco tripulantes.
O
voo acontecia normalmente e as condições de tempo eram boas. Na metade da
viagem problemas começaram a ocorrer. Um defeito no circuito hidráulico número
1, impediu que o trem de pouso dianteiro, mesmo baixado, permanecesse travado. O
piloto e o copiloto perceberam o defeito enquanto o avião ainda estava em voo. Eles
tentaram resolver o problema, porém, não obtiveram sucesso.
Foi
quando o comandante Eduardo Verli, entrou em cena. Com uma calma e
profissionalismo impressionantes, relata o problema à torre de controle de
Brasília, diz que vai declarar emergência e pede apoio em solo:
“Não obtivemos sucesso, ainda temos a
informação do trem de nariz ainda que não baixado e travado. A partir de agora,
a gente declara emergência. A gente ainda tem ainda aproximadamente mais 17, 18
minutos de combustível. Eu não quero assustar os passageiros com passagem
baixa, vou prosseguir, solicito apoio de solo, bombeiros e ambulância”.
Após
realizar os contatos com a torre de controle, era hora de conversar com os
passageiros, e ele o fez com a mesma tranquilidade com que se comunicou com os
controladores de voo. Aos passageiros, ele disse que eles teriam um pequeno
problema na descida, devido ao fato de que o trem de pouso dianteiro não havia
fechado e, por esse motivo, ele não conseguiria fazer a curva quando o avião aterrissasse.
Era possível também que, após a aterrissar, eles fossem rebocados até a base de
desembarque. Quando o avião já sobrevoava a cidade de Brasília, o comandante se
dirigiu novamente aos passageiros e lhes disse que sobrevoariam a capital
federal por mais algum tempo, até que todo o combustível estivesse esgotado. A
aterrissagem forçada tinha a finalidade de evitar o risco de explosão com o
combustível que ainda restaria no tanque. O atrito do avião com o solo poderia
provocar faíscas e estas poderiam provocar uma explosão.
Foram
1h e 40min de voo pelos céus da cidade de Brasília. Em uma situação de alto
risco, a maioria dos passageiros permaneceu tranquila, como se estivesse
fazendo um sobrevoo turístico por sobre a capital federal. Claro, algumas
pessoas ficaram nervosas, porém, não aterrorizadas.
O
trabalho dos comissários de bordo também foi de fundamental importância. Eles pediram
aos passageiros que não fizessem alarde da situação, não fizessem ligações de
seus celulares para nenhuma equipe de reportagem. Eles deram aos passageiros
toda a assistência necessária e lhes passaram tranquilidade. Enquanto isso, em
solo, o apoio em solo para a aterrissagem estava sendo preparada.
Imagem: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-03/aviao-realiza-pouso-de-emergencia-em-brasilia |
Quando
o avião, finalmente, veio para pouso na cabeceira 11 da direita, uma das pistas
mais longas e modernas dos aeroportos brasileiros, os bombeiros já haviam
preparado a pista com espuma para evitar que o atrito do metal da aeronave com
o solo provocasse um incêndio e, consequentemente, uma explosão. Em uma manobra
eficiente, o piloto fez com que o avião tocasse o solo somente com as rodas do
trem principal, localizada junto ás asas. Isso segurou o nariz da aeronave no
alto, até que ela perdesse velocidade e baixasse completamente. O avião, que
pesa 24 toneladas, ficou bastante danificado, porém, nenhum passageiro sofreu
qualquer ferimento. Após o pouso de emergência, todos seguiram seus destinos
normalmente: 14 ficaram em Brasília, 20 seguiram viagem com destino a outras
cidades e 9 adultos e 1 criança ficaram acomodados em hotéis de Brasília.
Após
o susto o comandante dirigiu-se, novamente, aos passageiros. Ele perguntou:
_
Vocês estão bem?!
Os
passageiros o olharam como se estivessem voltando de um passeio. Ao ver a
tranquilidade estampada no rosto dos passageiros, o comandante pensou: “Fiz um
bom trabalho”.
Então,
a atitude louvável do comandante Eduardo Verli, responde ou não a questão
inicial?
Falando
em acidente de avião, na Malásia ainda não se tem notícias dos destroços do
avião, nem de sua localização, a cada dia surgem versões do fato, mas até
agora, nada foi encontrado. Só tem notícias de que foram encontrados objetos
que podem ser do Boing 777-200. Parentes chineses dos passageiros do voo
cobraram mais transparência do governo da Malásia a respeito do que aconteceu
com o voo.