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Roberto Alvim: a máscara caiu

Posted by Cottidianos on 22:12
Sexta-feira, 17 de janeiro


Sei que é doloroso um palhaço
se afastar dos palcos por alguém
Volta que a plateia te reclama, sei que choras palhaço,
por alguém que não te ama.
Enxuga os olhos e me dá um abraço,
não te esqueças que és um palhaço
Faça a plateia gargalhar,
um palhaço não deve chorar
(Palhaço – Nelson Cavaquinho
Interpretação: Clara Nunes)



A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”.
Foi no dia 08 de maio de 1933 que o ministro de comunicação da Alemanha de Hitler, Joseph Goebbels, pronunciou estas palavras dirigindo-se a diretores de teatro, em uma espécie de orientação artística e estética para a classe.
Dois dias após esse discurso, Goebbels, o homem forte da propaganda nazista, fez do dia 10 de maio daquele ano, um marco do auge da perseguição do regime aos intelectuais que ele considerava “inconvenientes”, ou seja, aqueles artistas que não estavam alinhados as ideias de Hitler.
Por toda a Alemanha, principalmente, em cidades universitárias, pilhas de livros — centenas de milhares deles — foram colocados nas praças, e em seguida, queimados. Das obras que criticavam o nazismo sobraram apenas cinzas, e daquele dia, tristes lembranças. Era preciso “purificar” a cultura alemã, disse o poeta nazista Hanns Johst na ocasião.
Surpreendentemente, 87 anos depois, quando todos pensávamos que as palavras pronunciadas por Goebbels tivesse virado cinzas no tempo, tivemos de ouvi-las novamente, desta vez, pela boca do secretário Especial de Cultura do governo Bolsonaro, Ricardo Alvim.
O cenário: uma sala em tons pasteis. Uma mesa de gabinete, ladeada por uma bandeira brasileira e pela cruz de Lorena. Ao fundo, um quadro com a imagem do presidente Jair Bolsonaro. Sob a trilha sonora Lohengrin, ópera romântica, composta e escrita por Richard Wagner (1813-1883), compositor favorito do Führer, sentado à mesa, com ar grave, Alvim inicia seu pronunciamento: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”.

 Comparemos a fala de Goebbels com a de Alvim, e encontraremos aí um plágio. E ainda há todo um conjunto de elementos cênicos que nos remetem aos tristes tempos do nazismo.
O vídeo em que Ricardo Alvim aparece fazendo o referido pronunciamento foi publicado na rede social da Secretaria Especial de Cultura, na noite de quinta-feira, 16. O vídeo tem o objetivo de divulgar o Prêmio Nacional de Artes: um programa do governo com o objetivo de patrocinar óperas, contos, pintura, escultura, espetáculos teatrais e outras produções culturais inéditas. Segundo informações do governo o valor estimado do prêmio é de R$ 20,625 milhões.
A seguir trecho completo do discurso de Ricardo Alvim, de onde a citação acima foi extraída:
Olá, meus amigos, eu sou Roberto Alvim, secretário Especial de Cultura do governo do presidente Jair Bolsonaro. Eu venho falar a vocês sobre um assunto muito importante.
Quando eu assumi este cargo em novembro de 2019, o presidente me fez um pedido. Ele pediu que eu faça uma cultura que não destrua, mas que salve a nossa juventude. A cultura é a base da Pátria. Quando a cultura adoece, o povo adoece junto. É por isso que queremos uma cultura dinâmica e, ao mesmo tempo, enraizada na nobreza de nossos mitos fundantes. A Pátria, a família, a coragem do povo e sua profunda ligação com Deus, amparam nossas ações na criação de políticas públicas. As virtudes da fé, da lealdade, do autossacrifício e da luta contra o mal serão alçadas ao território sagrado das obras de Arte.
Nossos valores culturais também conferem grande importância à harmonia dos brasileiros com a sua terra e sua natureza, assim como enfatizam a elevação da nação e do povo acima de interesses mesquinhos particulares. A cultura não pode ficar alheia às imensas transformações intelectuais e políticas que estamos vivendo.
A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada.
Ao país a que servimos, só interessa uma arte que cria a sua própria qualidade a partir da nacionalidade plena, e que tem significado constitutivo para o povo para o qual é criada.
Portanto, almejamos uma nova Arte nacional, capaz de encarnar simbolicamente os anseios dessa imensa maioria da população brasileira com artistas dotados de sensibilidade e formação intelectual, capazes de olhar fundo e perceber os movimentos que brotam do coração do Brasil, transformando-os em poderosas formas estéticas.
São estas formas estéticas, geradas por uma arte nacional, que agora começará a se desenhar, que terão o poder de nos conferir, a todos, energia e impulso para avançarmos na direção da construção de uma nova e pujante civilização brasileira. É neste espírito que o governo federal tem o orgulho de lançar os seguintes Prêmios Nacionais de fomento às Artes...
Em seguida, é feita uma apresentação do projeto propriamente dito, e ao final,  o secretário retorna para o encerramento.
O pronunciamento de cunho nazista caiu como uma bomba na sociedade brasileira, vários setores se levantaram contra esse discurso, inclusive a embaixada da Alemanha, federações israelitas, STF e OAB. Até o ideólogo do governo Bolsonaro Olavo de Carvalho, disse de Alvim: “talvez não esteja muito bem da cabeça”.
Os presidentes da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também se manifestaram contra e pediram o afastamento imediato do secretário de Cultura. E foi justamente isso que aconteceu. Nesta sexta-feira, 17, a assessoria de imprensa da Secretaria Especial de Cultura, informou que Ricardo Alvim havia sido demitido do cargo.
Quando as reações à fala dele eclodiram e as críticas vieram fortes, e de todos os lados, Alvim ainda tentou se justificar, dizendo que havia sido apenas uma coincidência retórica. Disse também que as críticas eram coisa da esquerda. Mas era óbvio demais que ele havia plagiado o que de pior havia no governo de Hitler, e Alvim caiu.
Ainda na quinta-feira, 16, durante o lançamento do Prêmio, Bolsonaro foi só elogios a Ricardo Alvim: “Agora temos um secretário de Cultura de verdade. Da maioria da população brasileira. População conservadora e cristã. Muito obrigado por aceitar esta missão”, disse ele, para horas depois, exonerar o secretário.
E logo Bolsonaro que gosta de fritar gente do primeiro e segundo escalão do governo. Gosta de ficar enrolando antes de demitir alguém, dizendo de um modo bem popular. Dessa vez agiu rápido. Deve ter sido aconselhado por assessores de que a encrenca era grande demais e que ele tinha que agir depressa.
Engraçado, ou melhor, trágico, é a gente perceber que as promessas de campanha, ficam exatamente onde foram feitas, na campanha. Em outubro de 2018, ainda em campanha eleitoral, falando a respeito de educação, Bolsonaro disse que o ministro da Educação e todo o primeiro escalão do governo iriam ser escolhidos com base em critérios técnicos: “Tem que ser alguém que entenda daquele assunto. Assim como na Defesa vai ter um oficial quatro estrelas, no Itamaraty, alguém do Itamaraty, na Agricultura, alguém que venha indicado pelo setor produtivo, com a Educação, não é diferente. A gente está escolhendo por critérios técnicos, né? Competência, autoridade, patriotismo e iniciativa”, disse ele na ocasião.
E o que vemos, salvo raríssimas exceções como o ministro da Economia, Paulo Guedes, e da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, o pessoal do Bolsonaro só tem feito trapalhadas, seja através de atos ou palavras.
Voltando as consequências do discurso de Roberto Alvim, quem deve ter assistido de camarote — com toda a serenidade característica de uma diva — a queda do secretário de Cultura foi a grande dama do teatro, do cinema e da televisão, Fernanda Montenegro.
Em setembro, quando ainda ocupava o cargo de dramaturgo e diretor do Centro de Artes e Ciências da Funarte, Roberto Alvim, usou as redes sociais para atacar Fernanda Montenegro por ocasião de uma série de reportagens que estavam sendo feitas com a atriz por causa do lançamento de sua autobiografia, Prólogo, ato, epílogo.
O fato que motivou as críticas de Alvim foi uma foto que a atriz fez para a capa da revista Quatro Cinco Um na qual ela encarnava uma bruxa medieval sendo queimada numa fogueira de livros.
A "intocável" Fernanda Montenegro faz uma foto pra capa de uma revista esquerdista vestida de bruxa. Na entrevista, vilipendia a religião da maioria do povo, através de falas carregadas de preconceito e ignorância. Essa foto é ecoada por quase toda a classe artística como sendo um retrato fiel de nosso tempo, em postagens que difamam violentamente o nosso presidente”, disse ele nas redes sociais. E acrescentou: “Então acuso Fernanda de mentirosa, além de expor meu desprezo por ela, oriundo de sua deliberada distorção abjeta dos fatos. Fernanda mente escandalosamente, deturpa a realidade de modo grotesco, ataca o presidente e seus eleitores de modo brutal, e eu sou grosseiro e desrespeitoso, apenas por ter revidado a agressão falaciosa perpetrada por ela?
Depois desse lamentável episódio, Bolsonaro, ao invés de punir Alvim, o promoveu, fazendo dele secretário Especial de Cultura.
Quanto a Fernanda Montenegro, esta respondeu às críticas de Alvim com a melhor e mais eficaz das armas: o silêncio. Com isso a fenomenal, premiada, e aclamada atriz nos ensinou que com os tolos não se discute. Eles não merecem a nossa resposta. E, se ocupam cargos importantes, mais cedo ou mais tarde cairão, pois se tem cabeça de ouro, peito e braços de prata, ventre e coxas de cobre, pernas de ferro, mas se tem os pés de barro, eles não se manterão de pé.
No encerramento de seu tão criticado pronunciamento, o secretário Especial de Cultura diz: “Trata-se de um marco histórico nas artes brasileiras, de relevância imensurável, e sua implementação ao longo dos próximos anos irá redefinir a qualidade da produção cultural em nosso país. Por tudo isso que afirmo a vocês, meus amigos, 2020 será o ano de uma virada histórica, 2020 será o ano do renascimento da Arte e da Cultura no Brasil”.
Joseph Goebbels, eficiente cérebro da propaganda nazista, também poderia, perfeitamente, ter encerrado o discurso dele deste modo. Por isso, as palavras bonitas e as promessas de que o ano de 2020 sejam um “marco histórico nas artes brasileiras” e o “ano do renascimento da Arte da Cultura”, deveriam nos encher de alegria, mas ao contrário, nos trazem muitas preocupações.
De que modo? Na Alemanha nazista a única arte boa e bela era aquela que agradava ao regime. Se não expressasse a forma com a qual Hitler e seus seguidores viam o mundo, então não era digna de ser vista, de ser exposta ao público, então deveria ser banida, queimada, como foram queimados milhões de livros na Alemanha. Esse era o marco histórico e o renascimento das artes na concepção de Goebbels.
Para finalizar este artigo, trago aos leitores e leitoras, as palavras da brilhante jornalista, Miriam Leitão. Em sua coluna na rádio CBN, na manhã desta sexta-feira, 17, Miriam comenta o pronunciamento de Roberto Alvim, e ao final chama a atenção para valores primordiais em nome dos quais todas essas arbitrariedades na cultura e em outras áreas da vida social estão sendo cometidas em nosso país: Deus, a Pátria, e a Família.
Ele (Roberto Alvim), usou no discurso dele, ele tem usado, ele usou em toda entrevista dele, e o presidente (Jair Bolsonaro) tem feito isso, e outras autoridades do governo tem feito isso, que é o uso de valores comuns para favorecer um grupo político como se fosse propriedade (deles). DEUS não é propriedade de um grupo político. PÁTRIA não é propriedade de um grupo político. FAMÍLIA todos têm. Eles têm usado essa manipulação de Deus, Pátria, e Família, como se fossem pertencentes a um grupo político. Isso sempre foi feito. Por quem? Pelo nazismo. Então, nós temos que levar esse assunto muito a sério. Não é brincadeira o que aconteceu ontem. Não se cita um nazista. Uma autoridade brasileira não pode citar palavras de um nazista”, diz a jornalista.
Se o leitor, ou leitora, ainda não viu o plágio de Ricardo Alvim do discurso de Joseph Goebbels, segue o link para a íntegra do vídeo no Youtube:




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E se você tivesse a oportunidade de recomeçar?

Posted by Cottidianos on 11:46
Sexta-feira, 03 de janeiro

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
...
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre

(Receita de Ano Novo - Carlos Drummond de Andrade)



Caros leitores e leitoras, o mundo está pegando fogo. As coisas já começaram quente. Falo do ataque coordenado pelos Estados Unidos contra um aeroporto em Bagdá, matando o chefe militar iraniano, Qasem Soleimani, e que pode ter consequências imprevisíveis.
Mas as primeiras palavras que gostaria de usar para preencher as linhas desta primeira postagem do ano de 2020, são palavras de incentivo, de esperança, e de paz. Algo que você que lê esta postagem possa aproveitar não apenas para o momento presente, mas sim, para uma vida toda.
Mais um ano foi embora com expectativas e sonhos realizados e outros tantos a realizar, mas, em lugar dele, fomos presenteados com outro ano novinho em folha. É como se, novamente, recebêssemos do universo papel e caneta para escrever uma nova história, ou pintar um novo quadro.
Como preencher esse espaço em branco que é esse novo ano?
Pintará você um quadro com as cores frias da tristeza ou com as cores vivas da alegria?
Escreverá uma história de amor, de superação, de força, de fé, de perdão, ou escreverá uma história de amargura, ódio e rancor?
A lei universal da atração nos diz que atraímos aquilo em que constantemente pensamos e as coisas nas quais focamos nossa atenção. Então você tem a opção de mergulhar num mar de sentimentos negativos que apenas te puxam para baixo ou mergulhar em um oceano de sentimentos positivos que lhe trazem vida, coragem, força e fé. É como duas opções que você tem a disposição no catalogo do universo: faça a sua escolha e seja feliz... ou infeliz, dependendo do que escolher.
É interessante lembrar que durante as festas de passagem de ano muitas pessoas fazem promessas e mais promessas a si mesmas. Muitas vezes promessas que não são assim tão mirabolantes, mas, pequenos propósitos, e nem assim são capazes de cumprir. Do tipo: começar um regime, iniciar os exercícios físicos, e coisas desse tipo.
Mas quando se dão conta, chegou dezembro e os planos não saíram do papel, nem para aquelas pessoas que fizeram pequenos propósitos, nem para aquelas que fizeram grandes promessas. O que falta, na maioria dos casos, é determinação. Vontade de fazer. Talvez as pessoas confiem demais no tempo, e não se apercebem de que ele passa rápido como um vento ligeiro.
“Ah, mês que vem eu visito aquele familiar”. “Semana que vem eu ligo para aquele amigo”. Meu amigo, minha amiga, desperte, o tempo não é seu empregado. Ele não está aí para atender aos seus desejos na hora que você quiser e desejar. Não dá para colocar algum empecilho nos ponteiros do relógio para que ele pare de correr, e muito menos dá ordem ao sol para que ele percorra o céu mais devagar. É você que tem que se adequar a essa estrutura temporal perfeitamente montada pelo senhor do tempo.
“Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”. Há muita sabedoria escondida neste ditado popular. Até porque em nossa vida o que temos por certo é o momento presente, o agora. “O futuro a Deus pertence”. Também nesse outro ditado popular há grande sabedoria. Na verdade os dois ditos populares se complementam.
Portanto, visite o seu familiar hoje, ligue para seu amigo, ou amiga hoje, reconcilie-se com a pessoa que você ama hoje, acredite em você e em suas capacidades hoje. Afinal, existe um oceano de plenitude e felicidade a sua espera. Você vai querer adiar isso também?
Prezadores leitores e leitoras, para brindá-los com votos de um 2020 pleno de felicidades de realizações, escolhi um texto motivacional, intitulado, E se você tivesse a oportunidade de recomeçar? retirado do site Fearless Motivation — um site americano que traz textos e vídeos motivacionais muito bons, que dão aquele “up” no astral de quem está precisando. Fiz uma tradução livre desse texto que agora apresento a vocês.
No site vocês podem encontrar o conteúdo também em vídeo.
É um texto curto, mas que dá aquela sacudida em quem está hesitando em ser melhor e fazer melhor a cada dia.

FELIZ ANO NOVO! FELIZ 2020 a todos!

***

E se você tivesse a oportunidade de recomeçar?

Tradução: José Flávio


E se você tivesse a oportunidade de recomeçar? Voltar atrás.
Aprender com cada erro, apagar as experiências do passado, e começar do zero?
O que você faria diferente?
Que lições você aprendeu no passado e como as aplicaria se pudesse começar de novo?
E se você tivesse outra oportunidade, para fazer melhor, para ser melhor. Você aceitaria?
Bem, você tem essa oportunidade todos os dias. Todos nós temos essa oportunidade todos os dias. Chama-se DESPERTAR. A cada dia que você acorda é uma bênção e você nunca deve tomar essa bênção como garantida.
VOCÊ PODE ESCOLHER INICIAR NOVAMENTE.
VOCÊ PODE ESCOLHER SER MELHOR HOJE.
VOCÊ PODE ESCOLHER COMEÇAR DO ZERO.
Isso significa que VOCÊ DEVE DEIXAR o PASSADO para trás e FOCAR no AGORA. No MOMENTO PRESENTE. O que você está fazendo AGORA para criar um FUTURO melhor para você mesmo?
Que PLANOS você está fazendo AGORA, para hoje e no futuro, garantir que essa NOVA VERSÃO de si mesmo seja melhor que a anterior?
Seu futuro se orgulhará de você? Seu amanhã se orgulhará de você pelo trabalho que você faz hoje? Pela pessoa que você é hoje?
Você tem que CONQUISTAR o orgulho que o futuro sentirá de você. Se você não está se esforçando hoje, seu futuro pagará o preço.
Deixe de lado QUEM VOCÊ ERA, se você não fizer isso, você nunca saberá quem você REALMENTE PODE SER. Deixe de lado QUEM VOCÊ ERA e CONCENTRE-SE em QUEM VOCÊ SE TORNARÁ.
Todas as manhãs, ao acordar, lembre-se de que você tem outra oportunidade de experimentar o seu MELHOR dia. Outra oportunidade para se esforçar. Outra oportunidade para dar um exemplo. Outra oportunidade de APRENDER algo que o fará melhor. Outra oportunidade para APROVEITAR o dia, para curtir outras pessoas ... curtir a vida.
Você foi abençoado com a oportunidade de VIVER... Aproveite essa oportunidade ao máximo.
Crie a MELHOR VERSÃO DE SI MESMO.
COMEÇE HOJE.

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Juiz das garantias: Avanço ou retrocesso no Judiciário?

Posted by Cottidianos on 22:19

Domingo, 29 de dezembro
A justiça só é cega / Quando não quer ver
Quando a lei se nega / A se fazer valer
Para uns implacável / Para outros maleável
Ou até negociável
...
A impunidade / É um grave problema
É a face mais falha da sociedade
É o lado mais sujo do sistema
(Impunidade – Tribo de Jah)



Um lugar paradisíaco.  Desses que revigoram qualquer corpo e mente cansados. Um afago para o corpo e para a alma. Um lugar cercado pela beleza que resta do pouco que restou da exuberante Mata Atlântica. Areia branca e fofinha a se perde de vista: um fino tapete para pés cansados. A água morna em cor verde esmeralda convida a um suave mergulho. Acresça a tudo isso uma praia privatiza e teremos o cenária dos sonhos para se tirar uns dias de férias.
Este lugar é a Base Naval de Aratu, que fica localizada na Península de Paripe, na Bahia. Esse belo paraíso natural fica a apenas 42 km do centro de Salvador. É lá que o presidente, Jair Bolsonaro, está passando as férias.
Neste sábado, 28, foi o primeiro dia de férias do presidente no local. Ele chegou a praia de Inema por volta das 11h30min da manhã. Levou consigo a filha, Laura, de 9 anos, e mais uma comitiva de trinta pessoas. A primeira dama, Michele, ficou em Brasília, e vai passar a virada de ano com familiares. Michele deverá ser submetida a uma cirurgia nos próximos dias, mas segundo fontes oficiais não é nada grave.
O presidente deverá voltar aos seus compromissos em Brasília no dia 05 de janeiro. Descanso merecido, depois de um ano cheios de tensões e polêmicas, acusações, alfinetadas em adversários, e outras situações desagradáveis. Confusões essas, diga-se de passagem, criadas pelo próprio presidente e seus filhos.
Aratu, era um dos lugares favoritos da ex-presidente, Dilma Rousseff, e do ex-presidente Lula. Como vemos, o presidente tem muito mais em comum com Lula e Dilma do que podíamos imaginar. Por exemplo, nas bobagens que a ex-presidente dizia. Estocar vento foi apenas uma delas. Com uma diferença: as bobagens que Dilma dizia dizia eram do tipo piada de salão, a maior consequência delas é o riso. As bobagens que o presidente e seus diletos filhos falam, não. Essas preocupam, e muito.
Enfim, Bolsonaro viajou de férias, porém... Engraçado é que com Bolsonaro sempre tem um porém... Antes de viajar ele, como se diz no meio popular, “embaralhou o meio de campo” no judiciário ao criar a figura do juiz das garantias. Os tribunais e comarcas de todo o país devem estar quebrando a cabeça para saber como resolverão a questão agora transformada em lei.
O fato que provocou muitas discussões e uma avalanche de críticas, se deve ao fato de que o presidente, dia 24, véspera de Natal, sancionou a lei que reforma o Código Penal e o Código de Processo Penal, popularmente chamada de “pacote anticrime”, enviada ao Congresso pelo ministro Sérgio Moro. O texto inicial enviado por Moro entrou no Congresso cheio de vigor e saiu desidratado. O texto final foi publicado no Diário Oficial da União no dia 25, e entrará em vigor no dia 23 de janeiro do próximo ano.
O pacote anticrime era a “menina dos olhos” de Moro. Era a sua principal meta desde que assumiu o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em fevereiro, o próprio ministro foi pessoalmente ao Congresso entregar as propostas. Grande parte delas, partes importantes foi soterrada, enterrada, sepultada, na votação que ocorreu na Câmara dos Deputados, na quarta-feira, 4, quando os deputados votaram o pacote anticrime com o placar de 408 votos favoráveis e 9 contrários, e duas abstenções.
Uma semana após ser aprovado na Câmara, na quarta-feira, 11, o plenário do Senado também aprovou o projeto, que seguiu para ser sancionado pelo presidente da República, o que foi feito na véspera de Natal.
O texto final, na verdade é uma mistura das propostas enviadas por Sérgio Moro e das propostas enviadas anteriormente às de Moro pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que também havia enviado ao Congresso propostas semelhantes às de Moro para reforma do Código Penal e de Processo Penal. Na redação final do texto, a Câmara dos Deputados acabou privilegiando as propostas enviadas por Moraes mais que as de Moro. Desde 2018, os parlamentares já analisavam a proposta de Moraes.
Como sabemos, pelo menos no Congresso, Moro é visto com certa reserva. Afinal, foi pelas mãos dele que passaram a condenação de muitos políticos influentes e outros tantos tiveram seus nomes investigados e citados. Ao que parece, ironia das ironias, aqueles que lutam contra o combate à corrupção não são bem vistos naquele ambiente parlamentar. Inclusive líderes do chamado centrão e de partidos de oposição o acusam de criminalizar a política.
O governo poderia ter sido um grande aliado de Moro na aprovação da proposta conforme constava do texto original, mas ao contrário, “pôs as barbas de molho”, isto é, não agiu com vontade necessária para que o projeto de Moro fosse aprovado na integra, ou pelo menos aprovado em grande parte. Foi o jeito então Moro ir, pessoalmente, ao Congresso defender sua proposta, mas com o cenário descrito no paragrafo anterior à sua espera naquele ambiente, ele não teve muito êxito. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, o acusou de descumprir acordo com o governo que era priorizar as reformas, e de feito “cópia e cola” do projeto apresentado anteriormente por Alexandre de Moraes.
Enfim, o projeto anticrime foi aprovado, e algumas das alterações foram o aumento da pena máxima de 30 para 40 anos, aumento da pena de homicídio, ampliação da permanência de presos perigosos em presídios federais de 360 dias para três anos, proibição de saída temporária para presos por crime hediondo, sugestão da criação de um banco nacional de perfil balístico para melhorar a investigação de crimes.
Outros pontos do pacote anticrime esse blog foi buscar no site do Senado Federal, diz o texto publicado no site:
Embora o Congresso tenha retirado da proposta o excludente de ilicitude para agentes de segurança pública — no qual não responderiam por crime quando no exercício da função e dentro das suas prerrogativas —, um ponto que vem no texto é o que considera legítima defesa os atos de agentes que repelem agressão ou risco de agressão à vítima mantida refém durante a prática de crimes.
O texto também prevê aumento da pena por roubo quando for usada arma branca, como faca. Esse aumento pode ser de um terço até a metade da pena. Em caso de roubo quando houver uso de arma de fogo de uso restrito ou proibido, a pena pode ser aumenta em até a metade de sua duração. Para quem vende ilegalmente armas, a pena aumentou da faixa de quatro a oito anos para a faixa de seis a 12 anos.
Além disso, a lei aumenta a pena máxima de oito para 12 anos para servidores públicos que cometem o crime de concussão — exigir vantagem indevida, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela.
No quesito delação premiada, novas regras devem dificultar o uso das declarações e as medidas cautelares em favor do delator”  
Fonte: Agência Senado
Porém um dos pontos mais polêmicos foi a criação do juiz das garantias, e que provocou muitas críticas do próprio ministro da Justiça, Sérgio Moro, de associações de magistrados, e de diversos políticos contrários à medida.
De acordo com o Código de Processo Penal vigente, o juiz que acompanha a fase de investigação e produção de provas é o mesmo que julga e profere a sentença em um processo.
Esse procedimento muda com a redação da nova lei anticrime. Agora será um juiz a acompanhar a fase de investigação e a produção de provas. Ele permanecerá no caso até o momento em que a denúncia for apresentada ao Ministério Público. Esse será o papel a desempenhar na cena jurídica o juiz das garantias. A partir daí, entrará em cena um outro juiz que conduzirá o caso até o final. Caberá a ele analisar provas, ouvir testemunhas, e julgar os acusados. Esse juiz poderá inclusive, determinar o arquivamento do inquérito quando decidir que não há argumento suficientes para a investigação.
Apesar da medida ser elogiada por grandes nomes do meio jurídico, e até por ministros do STF, ela, na verdade, é uma espécie de pegadinha. O que deu celeridade nas investigações da Lava Jato e que mandou tanta gente importante para a cadeia foi o modelo vigente, no qual o juiz acompanha o caso do início ao fim.
Já imaginou se fosse necessário dois juízes a acompanhar o mesmo processo, como naquelas provas de revezamento em que um atleta passa o bastão para outro? Certamente, os processos iriam demorar bem mais, pois até que o novo juiz se inteirasse inteiramente do caso isto levaria um pouco mais de tempo.
Outro aspecto a ser considerado são os custos para o Judiciário. Em grande parte das comarcas brasileiras, principalmente, naquelas afastadas dos grandes centros urbanos a falta de juízes já e uma realidade. Como contar com dois juízes onde não há nenhum, precisando vir alguém de outra comarca para suprir a necessidade?  Haverá abertura de concursos públicos para esta função?
E porque a pressa em fazer valer a instauração do juiz das garantas, uma medida que afetará profundamente o judiciário de todo o país, e não apenas de uma comarca ou outra? Os tribunais estão todos de recesso. Voltam dia 08 de janeiro. Os prazos processuais estão suspensos até dia 20 de janeiro. Certamente não dará tempo de implantar essas medidas. E aí, como fazer? Como agir?
Em resposta às críticas, Bolsonaro foi muito polido nas redes sociais, seu meio de comunicação preferido: “Na elaboração de leis, quem dá a última palavra sempre é o Congresso. Não posso sempre dizer NÃO ao parlamento, pois estaria fechando as portas a qualquer entendimento”, escreveu ele. Esse, definitivamente, não é o Bolsonaro. Se ele quisesse, poderia ter vetado esse ponto da lei. Afinal, ele não é de levar em consideração a opinião de ninguém, conforme demonstrado já em dezenas de vezes.
Então por que não disse não? Talvez, mais uma tentativa de proteger o filho, Flávio Bolsonaro, familiares e amigos? Quem sabe?
Lembremos que, recentemente, o Ministério Público deflagrou uma operação de busca e apreensão em endereços ligados a Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, e outras pessoas ligadas aos dois, inclusive amigos e familiares de Queiroz, seu ex-assessor na Alerj. Logo após a realização da operação, Flávio foi às redes sociais criticar o juiz, Flávio Itabaiana, que conduz as investigações do caso.
Flávio Itabaiana, 27a Vara Criminal do Rio de Janeiro, é conhecido como juiz linha dura. Com a medida do juiz das garantias já passando a vigorar no dia 23 de janeiro, ele só poderá atuar no processo que apura a conduta de Flávio Bolsonaro como deputado estadual no Rio de Janeiro, e de Fabrício Queiroz, seu assessor naquele época, até a formalização da denúncia no MP.
A figura do juiz dos garantias não é nenhuma novidade, pelo menos não no Congresso, ela já ronda aquela casa legislativa desde 2009, quando, naquela época, já se discutia um novo Código de Processo Penal. A figura do juiz das garantias foi incluída no pacote anticrime, sancionado pelo presidente, pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL), que fazia parte do grupo de trabalho que analisou as propostas do pacote anticrime.
A figura do juiz das garantias, tidas por muito como “avanço civilizatório” é na verdade um entrave, um obstáculo, um empecilho, para aqueles que desejam uma justiça mais ágil e mais célere. E também para aqueles que desejam ver morto, ou pelo menos, sem força, o monstro da corrupção que insiste em reinar em nosso país.
Por outro lado, ficam felizes, Lula, Dilma, Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, Marcelo Freixo, os deputados e senadores que estão na mira da Lava Jato, e tantos outros. Será que os brasileiros estarão começando a descobrir que Bolsonaro, Dilma, e Lula tem muito mais em comum do que o gosto pela paradisíaca Base Naval de Aratu?

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Caso Queiroz volta a preocupar os Bolsonaro

Posted by Cottidianos on 17:23

Terça-feira, 24 de dezembro


Quedas e tombos, quem não está sujeito a eles?
Alguns são graves, gravíssimos, como foi o caso do acidente que vitimou o apresentador, Gugu Liberato, em 22 de novembro deste ano.
Outros são coisinhas à toa. Tombinhos dos quais o sujeito levanta-se rapidinho, e ainda sacode a poeira, como foi o caso do tombo que o presidente, Jair Bolsonaro, levou na noite desta segunda-feira, 23, segundo relatos oficiais, em um dos banheiros do Palácio da Alvorada.
Nesse caso, não havia poeira para sacudir, a não ser que o banheiro estivesse em reformas, o que não era o caso. Nada demais. Apenas um susto, e o presidente foi liberado na manhã desta terça-feira, 24, pela equipe médica do hospital onde passou  a noite, porém com a recomendação de repouso. Vale lembrar que o presidente passou por uma cirurgia no abdômen quando foi vítima de uma facada quando estava em campanha pela presidência ainda no ano passado. Em decorrência desse fato, o presidente já precisou ser submetido a outras quatro cirurgias.
Por falar nisso, esse é um fato ainda envolto nas nevoas do mistério. Apenas se sabe quem foi o autor da facada, Adélio Bispo, entretanto, muitas coisas ainda estão soltas, como as peças de um quebra-cabeças a ser montado. Não se sabe, por exemplo, quem foi o mandante, se é que houve, quem pagou os advogados caríssimos que defenderam Adélio. Até delação premiada o homem não aceitou fazer, sustentando a versão de que agiu sozinho.
Voltando ao momento presente e ao tombo que o presidente levou na noite de segunda, segundo relatos da Folha, já nesta manhã, o presidente foi visto caminhando e conversando com funcionários nas dependências do Alvorada. Foi apenas um susto.
Susto grande e que tem rondado a Família Bolsonaro como um fantasma que se recusa a ir embora deste mundo, assombrando, especialmente, o filho zero 1, Flávio Bolsonaro, é essa escandalosa relação dele com o ex-assessor, Fabricio Queiroz, no caso das “rachadinhas” quando ele ainda era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Na manhã de quarta-feira, 18, o Ministério Público-Rio de Janeiro, cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, e de familiares de Ana Cristina Siqueira Vale, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro.
É a primeira vez que a PF faz uma operação ostensiva no caso a fim de investigar as denúncias de lavagem de dinheiro e peculato quando Flávio era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
A operação foi deflagrada apenas três semana após ter sido destrava pelo Supremo Tribunal Federal. Em Julho, a troca de informações entre o Coaf e o Ministério Público havia levado o presidente do STF, Dias Toffolli, a paralisar as investigações. Instaurado em Julho de deste ano, o inquérito corre em sigilo, e busca apurar se o deputado praticou os crimes de lavagem de dinheiro e peculato durante o seu mandato como deputado na Alerj.
Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz são suspeitos de praticar o esquema de “rachadinha” no gabinete do parlamentar na Alerj. Esta prática ilegal funciona da seguinte forma: um prestador de serviços, ou até mesmo um servidor público, repassa ao parlamentar parte do salário recebido pelo serviço prestado ao próprio parlamentar.
Com isso, o político age de má fé duas vezes: uma quando se aproveita de alguém que está precisando do emprego e topa entrar no esquema, e outra quando lesa os cofres públicos. Também pode entrar no esquema funcionários fantasmas: alguém que nunca deu expediente no gabinete de um deputado, por exemplo, mas recebe o salário como se desempenhasse funções naquela repartição pública, com o compromisso de também devolver parte do salário ao parlamentar. É mais uma das tantas formas de corrupção que assolam o nosso país.
Essa investigação foi iniciada em julho de 2018. Em dezembro daquele ano uma reportagem feita pelo jornal o Estado de São Paulo, revelou que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) havia encontrado movimentações atípicas na contas de Fabrício Queiroz. Entre saques e depósitos, havia sido movimentada a quantia de R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017. Entre 2014 e 2015, já haviam passado pela conta de Fabricio outros R$ 5,8 milhão. A conta também estava recheada por centenas de depósitos feitos por assessores que prestavam serviços no gabinete de Flávio Bolsonaro.
É muito dinheiro para ser movimentado para um assessor que recebia um salário de R$ 23 mil.
Muitos desses assessores entram na categoria dos funcionários fantasmas, como é o caso de Ana Cristina, que nunca chegou nem a retirar o crachá funcional para adentrar as dependências da Alerj.
Flávio Bolsonaro afirma que nunca agiu de forma ilegal, embora a lógica mostrada pelas investigações o desdigam. Pelos dados mostrados pela PF e pelo MP fica bem claro o círculo vicioso do dinheiro: a quantia saia da conta dos assessores, passava pela conta do Queiroz, e depois voltava para Flávio.
De qualquer modo, é provável que essa investigação, mesmo que venha a comprovar culpa de Flávio Bolsonaro, não resulte em punição para ele. Ele agora é senador, e o senador não vai julgá-lo culpado por um ato praticado quando ele ainda era deputado. É como se a nova condição política do filho do presidente o resgatasse de qualquer ilícito praticado no passado. Coisas da justiça e da política brasileira que a gente fica às vezes sem entender a lógica e a coerência de tais julgamentos.
Para finalizar este artigo, este blog diz: “não acreditem em políticos e muito menos em suas promessas”, elas, as promessas servem apenas para tapar o sol com a peneira ou para fazer afagos à bases eleitorais dos candidatos. Depois de eleitos elas são facilmente esquecidas.
Por exemplo, logo após a campanha eleitoral, em fins de novembro de 2018, Bolsonaro disse em sua conta no Twitter, que, em seu governo, não editaria nenhum indulto de Natal. O indulto representa uma espécie de perdão a pena e que geralmente é concedido próximo ao Natal.
Fui escolhido presidente do Brasil para atender aos anseios do povo brasileiro. Pegar pesado na questão da violência e criminalidade foi um dos nossos principais compromissos de campanha. Garanto a vocês, se houver indulto para criminosos neste ano, certamente será o último”, escreveu ele na ocasião.
Apenas nessa fala já se vão, pelo menos, duas promessas não cumpridas: uma foi a de “pegar pesado” no combate à violência e a criminalidade. Esses quesitos, inclusive, o combate a corrupção, que também foi uma de suas promessas de campanha, ficaram muito abaixo do esperado, em alguns momentos, inclusive, Bolsonaro, afastou quem tentou se empenhar na luta contra a corrupção.
Por exemplo, agora mesmo, depois da operação de busca e apreensão em endereços de envolvidos no caso Queiroz, o presidente disse em relação ao Ministério Público: “Todo poder tem que ter uma forma de sofrer um controle. Não é do Executivo, é um controle”. Ora, um presidente que se elegeu com a bandeira da luta contra a corrupção, agora quer calar o órgão que busca um país mais transparente e livre da corrupção. Isso é, no mínimo, estranho.
Outra das promessas descumpridas por Bolsonaro em sua publicação no Twitter, em novembro de 2018, foi a de não editar mais indultos de Natal. Ele, que disse que, aquele o indulto de fins de 2018, seria o último, mas acabou de conceder mais um perdão natalino. Nesta segunda-feira, 23, o presidente assinou decreto com as regras para o indulto de Natal deste ano. O texto autoriza perdão da pena para agentes de segurança pública condenados por crimes culposos praticados durante o exercício da profissão. Crimes culposos são aqueles praticados sem intenção.
Um decreto de Natal nunca havia sido concedido a uma categoria em especifico, e essa é novidade desse decreto. O indulto deste ano também vale para militares das Forças Armadas que tenha praticado crimes não intencionais em operações de garantia da Lei e da Ordem. O texto foi publicado nesta terça, 24, e passa a valer a partir desta data. A justiça terá que ser acionada para que seja concedida a soltura de cada beneficiado, uma vez que o decreto não tem efeito automático.
A polícia no Brasil anda tão violenta... Se antes ela atirava para depois averiguar, essa parece ter se tornado a regra amparada pela lei... Será que desresponsabilizar agentes de segurança pública ajuda no combate a violência ou atrai ainda mais violência?
Talvez sejamos obrigados a concordar com o jornalista, Thiago Amparo, em seu artigo para a Folha, publicado nesta terá, 24, sob o título Bolsonaro arrisca ao transformar indulto em afago a policiais. Diz o jornalista no artigo: “Simbolicamente, pode-se ler o indulto natalino de Bolsonaro como uma versão póstuma do projeto de excludente de ilicitude, morto no Congresso Nacional

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Greta Thunberg: Uma pirallha do barulho

Posted by Cottidianos on 18:51

Domingo, 15 de dezembro


Ela tem tradição. A primeira edição dela foi publicada em 1923. Já são quase 97 anos informando com credibilidade. Uma senhora revista. Falo da americana Times. A Times é um dos veículos de comunicação semanal de maior circulação em todo o planeta.  Além dos Estados Unidos, é publicada também na Europa e na América Latina. A edição do semanário publicada em Londres cobre o Oriente Médio e a África. Uma edição também é publicada em Hong Kong. No Canadá a Times editada em Toronto.  Segundo informação do Wikipédia Brasil, a Times “tem a maior circulação do mundo para uma revista semanal de notícias e tem um público de 26 milhões de pessoas, 20 milhões das quais baseadas nos Estados Unidos. Em 2012, teve uma tiragem de 3,3 milhões de exemplares, tornando-se a 11ª revista de maior circulação nos Estados Unidos e a segunda de circulação semanal, atrás da People”.
Foi essa revista de peso que, semana passada, concedeu o título de personalidade do ano, a ativista sueca, Greta Thunberg.
É impressionante como os ataques verbais a jovem ativista vem acontecendo com certa frequência.
Semana passada mesmo, depois que já era tornado público o fato de que ela fora eleita personalidade do ano pela revista americana começaram a circular notícias de que a publicação americana já concedeu o prêmio a pessoas que de boas e santas não tinham nada, como por exemplo, o alemão Adolf Hitler, o soviético Josef Stalin e o iraniano aiatolá Ruhollah Khomeini. E é verdade. Apesar das polêmicas escolhas, a informação é verídica, segundo checagem feita pelo site AFP Brasil.
Obviamente, tudo isso faz parte da linha editorial da revista, cujo critério não é escolher heróis ou vilões, mas as pessoas que dentro de um determinado ano, tiveram maior impacto nas notícias, que foram destaque dentro do meio noticioso, seja para o bem ou para o mal.
Oxalá seja louvado, esse foi ano foi a vez da ativista sueca ter forte destaque nos noticiários do mundo todo. Que bom a pessoa a quem a revista concedeu o prêmio este ano caminha na claridade, lutando por causa justa e de interesse no bem estar de toda a humanidade.
Assim como uma casa não se constrói do dia para a noite, como num passe de mágica, assim também as convicções forte e ideias arejadoras não surgem do nada. Para construir uma casa é preciso planejamento, alicerce, colocar tijolo por tijolo, e assim por diante. Para formar convicções forte a respeito de algum tema também é preciso uma ideia aqui, outra acolá, uma conversa, as notícias que nos chegam pelo meios de comunicação impressos, pelo rádio, pela TV, ou pela Internet. Tudo isso e, principalmente, as reflexões que brotam do íntimo da consciência de cada um vão formando ideais e princípios que mudam o mundo.  
A paixão da jovem de 16 anos pela causa ambiental começou na escola. Tinha ela 11 anos quando foi apresentada a crise climática por um de seus professores. Certo dia, o professor resolveu levar para a sala de aula um vídeo para ser exibido aos alunos e que mostrava as consequências terríveis para o clima do planeta se algo não fosse feito, com urgência, para conter os efeitos das alterações climáticas. E aquele vídeo deve ter impressionado grandemente a menina.
Naquela noite, ela deve ter tido pesadelos no qual apareciam geleiras derretendo, cidades sendo inundadas pelo elevação do nível dos oceanos, ursos polares famintos, maremotos, terremotos, furacões, tsunamis, e tantos outros monstros semelhantes.
A estudante foi então sugada por um túnel de tristeza que a levou a um estado depressivo. Quase não tinha vontade de falar, alimentava-se muito pouco, a vida social dela ficou ameaçada. Obviamente, os pais ficaram preocupados.
Foi por essa época que a família começou a formar os hábitos que Greta tem hoje: hábitos alimentares mais conscientes, como evitar o consumo de carnes, por exemplo. Também passaram a cultivar os próprios vegetais, além de instalarem painéis solares em casa, e a dar preferência a outros meios de transporte que não o avião.
A depressão passou, mas de tudo isso, como uma fênix que renasce das cinzas, emergiu uma adolescente profundamente preocupada com a questão climática.
A ativista, Greta Ernman Thunberg, nasceu em 3 de janeiro de 2003. O interessante é a família da ativista está toda centrada no ramo do entretenimento. A mãe, Malena Ernmam, é cantora de ópera. O pai, Svante Thunberg, é ator. O avó paterno, Olof Thunberg, é ator e diretor, e a avó paterna, Mona Anderson, é atriz. Dessa árvore genealógica pautada no entretenimento nasceu um rebento de ativista. Assim é a vida: imprevisível.
Em agosto do ano passado, a jovem sueca, resolveu fazer uma greve diferente: uma greve escolar. Todas as sextas-feiras, ela deixava a mochila com material escolar e, ao invés de ir à escola, ela ia para a frente do Parlamento sueco, em Estocolmo. Ficava lá, segurando cartaz com apelos ambientalistas, na tentativa de convencer os políticos suecos a tomarem consciência da importância da luta para conservar vivo o planeta.
E quem disse que “uma andorinha só não faz verão” estava errado, pelo menos no caso de Greta. Seu gesto chamou a atenção da imprensa e logo sua greve escolar passou a ser transmitida pelos canais de comunicação, atravessou fronteiras, e inspirou o movimento global “Sextas-feiras para o futuro”.
Em março deste ano, aquela menina parada na frente do parlamento sueco, com um grito solitário a favor do planeta, viu que não estava mais sozinha.  No dia 15 daquele mês, o movimento “Sextas-feiras para o futuro”, liderado por Greta, fez uma grande mobilização global que atingiu cerca de 123 países. Era a juventude exigindo que os adultos prestassem mais atenção e levassem mais a sério a questão das mudanças climáticas que põe em risco todo o planeta.
Por tudo isso, Greta Thunberg tem sido muito criticada, atacada por alguns líderes mundiais, como Donald Trump, e Jair Bolsonaro.
No início da tarde de sábado, 07, dois índios da etnia Guajajara foram mortos às margens da BR-226, no munícipio de Jenipapo dos Vieiras, no Maranhão. O local fica a 500 quilômetros da capital, São Luís.
No dia domingo, 8, Greta fez uma crítica à morte dos índios, e disse que os povos indígenas no Brasil estavam sendo mortos por defenderem a floresta. Na terça-feira, 10, Bolsonaro foi questionado, em frente ao Palácio da Alvorada, por jornalistas, sobre se ele estava preocupado com a morte dos índios e os comentários de Greta. Ao que o presidente respondeu: “Como é, índio? Qual o nome daquela menina lá? Não, lá de fora, lá. Aquela Tabata, não. Como é? Greta. A Greta já falou que os índios morreram porque estão defendendo a Amazônia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí. Uma pirralha”.
O interessante em Greta é que ela sempre responde às críticas de seus adversários com bom humor, e com a jovialidade que lhe é própria da idade. Respondendo ao comentário de Bolsonaro, na capa de sua rede social, ela mudou o status para “Pirralha”.
Após saber que Greta tinha sido escolhida pela Times como personalidade do ano, o presidente brasileiro voltou a atacar a jovem sueca. “Tem até uma pirralha que tudo o que ela fala à nossa imprensa, a nossa imprensa, pelo amor de Deus, dá um destaque enorme. Ela está agora fazendo o seu showzinho lá na COP25. Mas tudo bem. Eu acredito que nós temos, ao trabalhar em equipe, meios de mudar o Brasil”.
A ativista também foi criticada por Donald Trump. Após saber da escolha da Times para personalidade do ano, Trump escreveu no Twitter: “Ridículo. Greta deve trabalhar seu problema de gestão da raiva e depois assistir a um bom filme com algum amigo. Relaxe, Greta, relaxe”.
Como havia feito com Bolsonaro, Greta usou de ironia para responder a outra ironia, e respondendo a Trump, ela mudou seu status no Twitter e escreveu: “Uma adolescente trabalhando no controle da sua raiva. Atualmente descansando e assistindo a um filminho com um amigo”. É como diz o ditado: “Enquanto os cães ladram a caravana passa”.
Lembrando que, em setembro deste ano, o filho do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo, também havia publicado uma foto fake da ambientalista. Na foto original a ativista faz uma refeição, enquanto viaja em um trem, com paisagens ao fundo. Na foto fake montada por Eduardo Bolsonaro, ao invés da paisagem, aparecem crianças africanas pobres, sentadas na calçada de algum povoado. Lutar pelo meio ambiente não é coisa de pirralha, mas montar foto fake com quem se dedica a essa causa, isso sim, é coisa de pirralho.
Na verdade, os críticos de Greta são pessoas que, ideologicamente, tem o mesmo perfil. E as críticas a sua escolha pela Times como personalidade do ano, tem muito de “dor de cotovelo”. Tipo aquela história: “Por que ela e não eu?”
Tratando mais especificamente do caso brasileiro, é evidente o descaso e o desprezo que tem o presidente Jair Bolsonaro para com a questão ambiental. Ele não está nem aí se a floresta está sendo queimada, ou desmatada, ou que índios estejam sendo assassinados. O importante é que os que desmatam ilegalmente a Amazônia, e os que ilegalmente exploram as reservas indígenas estejam beneficiados.  São vastos as falas do presidente estimulando essas ações.
Na terça-feira, 10, o presidente assinou uma Medida Provisória, que regulariza a questão fundiária. A medida precisa da aprovação do Congresso, em até 120 dias, para virar lei. Segundo o governo, as novas regras simplificam e modernizam o processo de regularização fundiária.
Segundo a reportagem Porque Bolsonaro se irrita tanto com Greta, de autoria de Antonio Carlos Prado e Gilherme Sette, publicada pela revista Isto É no último dia 13, A MP tem um bonito nome “mas esconde uma armadilha: a de dar aos grileiros as terras que eles roubaram a partir de 2014. A medida será bombardeada no Senado, conforme já anunciou o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, mas chega a ser inacreditável a iniciativa do ex-capitão a favor da grilagem: é presentear o ladrão com o produto de seu roubo”, diz trecho da reportagem Na verdade, a MP da regularização fundiária parece mais um prêmio aos grileiros que invadem e desmatam a floresta do que propriamente um avanço como pretende o governo.
Para Brenda Brito, pesquisadora do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a MP está associada aos interesses da bancada ruralista no Congresso. “Se o Congresso Nacional aceitar essa MP, será cúmplice de mais uma anistia ao roubo de terra pública, já que quem invadiu após 2011 sabia que estava cometendo um crime. Vai reforçar a mensagem de que invadir e desmatar são ações que merecem ser premiadas ao em vez de punidas”.
Diz uma lei da natureza que os semelhantes se atraem. Greta e Bolsonaro não são em nada semelhantes no campo das ideias. Ideologicamente falando, na questão ambiental, a ativista sueca Greta Thunberg é a luz, aquela que vem exortar os homens a preocuparem-se com o futuro do planeta, que é, afinal, nossa casa comum. Sem planeta Terra e sem seus recursos, não existe raça humana. Bolsonaro, ao contrário, é o representante das trevas, aquele que prega o atraso e a destruição dos recursos naturais, e dos povos que lutam por essa causa.
É por isso que Bolsonaro não suporta aquela pirallha de apenas 16 anos, escolhida como personalidade do ano pela Times. É ela é o seu oposto. O seu avesso.

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