Selvagens em Brasília
Segunda-feira,
09 de janeiro de 2023
Quem
acompanha esse blog sabe que não foi uma nem duas vezes que foi dito que corria
o risco de acontecer aqui o que aconteceu no Capitólio, nos Estados Unidos, em 06
de janeiro de 2021, deixando não apenas os USA chocados, mas também o mundo
inteiro.
Pois
bem, caros leitores e leitoras, aconteceu aqui bem pior do que o ocorrido nos
Estados Unidos. Lá, apesar dos fatos terem acontecido quando os parlamentares
estavam dentro das instalações do capitólio, bem como jornalistas, e de ter
havido mortes, lá o ataque foi apenas na sede do legislativo. Aqui o ataque foi
geral: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Sem
contar que o prejuízo material foi imensamente maior. Apenas em obras de arte
destruídas pelos golpistas o prejuízo chega a R$ 9 milhões. Sem contar tudo o
mais que eles destruíram; cadeiras, mesas, vidraças, e o que pudessem encontrar
pela frente. Não contentes com isso, alguns golpistas chegaram a fazer
necessidades fisiológicas dentro das instalações dos Três Poderes.
E
eu que pensava que seria um domingo supertranquilo. Saí para dar uma volta no
parque, apesar de um dia chuvoso e nublado. Talvez por isso mesmo tinha menos
gente passeando por lá e, consequentemente, mais tranquilidade.
Estava
por lá à tarde, quando comecei a receber dos amigos notícias pelo WhatsApp da barbárie
que ocorria em Brasília. Não acreditei. Corri para os sites de notícias, e eles
confirmavam as informações que recebia. Corri para casa para acompanhar o caso
pela TV.
Uma
coisa que me chamou a atenção foi o fato da TV Globo ter feito uma coisa que
nunca fizera antes. Derrubou a programação da TV aberta e colocou a Globo News transmitindo,
em tempo real, tudo o que acontecia em Brasília.
Interessante
é que semana passada, havia recebido um vídeo pelo WhatsApp no qual um
jornalista dizia que havia se infiltrado um grupo que organizava manifestações
golpista em Brasília. No grupo, ele descobriu que os bolsonaristas estavam
organizando uma grande manifestação golpista na capital federal. Os motivos
eram os insanos motivos que os bolsonaristas costumam usar e que só existem na
cabeça deles, como por exemplo, o de que estavam lutando contra a instalação do
comunismo no Brasil. Vários outros sinais os bolsonaristas davam nas redes
sociais de que pretendiam fazer o que fizeram em Brasília. Se, nós, leigos,
sabíamos disso, imaginem então as forças de segurança do Distrito Federal.
No
sábado, 7, às 21h30min o Poder 360 noticiava em seu site: “As forças de segurança do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e do
governo do Distrito Federal, sob comando de Ibaneis Rocha (MDB), identificaram
a chegada de cerca de 80 ônibus e caminhões a Brasília nas últimas 24h. O
objetivo dos manifestantes é protestar em frente ao Congresso, Supremo Tribunal
Federal e Palácio do Planalto”.
Ou
seja, não era novidade para ninguém que os manifestantes pretendiam estar na
Esplanada dos Ministérios, no dia seguinte.
No
domingo, 8, a polícia do DF, não apenas tolerou os golpistas, como também os
guiou, conduziu, escoltou eles até a Esplanada dos Ministérios.
O
número 2 da Segurança Pública do DF, Fernando de Souza Oliveira, enviou um áudio
ao governador Ibaneis Rocha. O áudio foi gravado às 13h23min, uma hora antes de
acontecer a invasão do Congresso, do STF, e do Palácio do Planalto. No áudio
ele diz: “Governador, bom dia. Delegado
Fernando falando. Governador, passar o último informe aqui do meio-dia para o
senhor. Tudo tranquilo. Os manifestantes estão descendo lá do SMU (Setor
Militar Urbano), controlado, escoltado pela polícia. Tivemos uma negociação
para eles descerem de forma pacífica, organizada, acompanhada. Toparam. Não
precisou conter lá em cima ônibus. É um ou outro ônibus que vai descer. Se
descer perto da rodoviária, eles desembarcam ali na alça leste e seguem
acompanhados pela Polícia Militar”.
Das
coisas que vimos podemos dizer sem medo de errar que ou as forças de segurança
do DF foram muito incompetentes, muito inocentes, ou coniventes com o que
aconteceu. Isso ao certo as investigações dirão.
No
sábado, 7, Flávio Dino, ministro da Justiça, no sábado havia autorizado o uso
da Força Nacional em Brasília. Cerca de 400 homens. No fatídico domingo, 8,
apesar da chegada de vários ônibus à Brasília, cheio de bolsonaristas exalando
ódio por todos os poros, a Esplanada dos Ministérios não foi fechada, o efetivo
policial que estava guardando o local talvez passasse um pouco de20 policiais,
a tropa de choque não foi acionada, nem muito menos a Força Nacional autorizada
por Dino. Enfim, algo muito estranho aconteceu no DF.
Ainda
na tarde de domingo, o presidente Luís Inácio Lula, fez um pronunciamento no
qual decretou intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal. E nomeou,
Ricardo Capelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça como interventor.
Na
madrugada de domingo para segunda, o ministro do STF, Alexandre de Moraes,
determinou o afastamento do governo do DF, Ibaneis Rocha, de suas funções por
90 dias. Na decisão, o ministro classificou a atitude do governador como “dolosamente omissiva”, diante dos atos
golpistas que depredaram a sede dos Três Poderes.
Moraes
também destaca o fato do governador ter dado declarações públicas que defendia
uma falsa “livre manifestação política em
Brasília”, e dele ter ignorado o apelo de autoridades para traçar um plano
de segurança mais eficiente.
Ao
afastar Ibaneis, Moraes atendeu a dois pedidos: Um feito pela AGU (Advocacia
Geral da União), e outro feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder
do governo no Congresso. No pedido AGU e Randolfe pedem providências para
coibir os atos democráticos, como por exemplo, a desocupação dos prédios
públicos, e dissolução das manifestações golpistas. Nenhum deles pediu o
afastamento de Ibaneis. Para decidir afastar Ibaneis o ministro usou como
argumento: “Diversos e fortíssimos
indícios apontam graves falhas na atuação dos órgãos de segurança pública do
Distrito Federal, pelos quais é o responsável direto o governador do Distrito
Federal, Ibaneis Rocha”.
Outro
grande erro de Ibaneis Rocha foi ter colocado como secretário de Segurança do
DF, o bolsonarista Anderson Torres, que atuou como ministro da Justiça e
Segurança Pública do governo Bolsonaro, após a saída de Sérgio Moro. Inclusive,
Ibaneis recebeu conselhos de ministro do STF para que não o colocasse como secretário
de Segurança. Ibaneis fez como diz o ditado “ouvidos de mercador”.
Anderson
Torre, inclusive, nem estava no Brasil neste domingo, ele está de férias nos
Estados Unidos. Logo após a barbárie cometida pelos golpistas o governador
Ibaneis Rocha exonerou Torres, e pediu desculpas aos representantes dos Três
Poderes da República, talvez, numa tentativa de evitar a decretação de
intervenção federal, mas não houve jeito.
A
respeito dele, Moraes disse na decisão: “O
descaso e conivência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e, até
então, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres –
cuja responsabilidade está sendo apurada em petição em separado – com qualquer
planejamento que garantisse a segurança e a ordem no Distrito Federal, tanto do
patrimônio público só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente
omissiva do Governador do DF, Ibaneis Rocha”.
Nesta
mesma decisão, Moraes determina que sejam desfeitos os acampamentos dos
bolsonaristas em frente aos quartéis em todo o país.
Muita
gente já foi presa, e muita gente ainda será. E é preciso que assim seja. Os golpistas,
inimigos da democracia, devem ser punidos exemplarmente, até para que o pior
não aconteça. Isso mesmo, caros leitores e leitores, do jeito que esse povo
está cheio de ódio, pode ser que um dele, ou alguns deles, planejem algum
atentado conta o presidente Lula. Deus nos livre que isso aconteça. Mas, Lula
que se cuide. Todo cuidado é pouco.
Não
esqueçamos do principal personagem dos atos golpistas e bárbaros de ontem, e
ele se chama Jair Bolsonaro. Ora, todos sabemos que quando a gente planta uma
rosa e a rega com carinho, ela cresce vigorosa e linda, e enfeita o nosso
jardim.
Da
mesma forma, quando plantamos ervas daninhas e as regamos, elas crescem e
destroem o nosso jardim, o nosso pomar, as nossas plantações. E foi o que fez
Bolsonaro. Ele passou quatro anos, plantando a erva daninha do ódio,
estimulando seus eleitores a se armarem.
O
resultado disso tudo nós vimos ontem. Anteriormente, em menor grau havíamos
visto quando da diplomação de Lula, também em Brasília. Se nos distanciarmos
dos fatos veremos o quão nocivo Bolsonaro foi para os seus eleitores. Eles os
transformou seus seguidores em cães raivosos, em gado indomado solto no pasto,
em zumbis sem cérebro, e o que é pior, cheio de raiva, repletos de ódio.
Abaixo,
segue texto do pronunciamento do presidente, Luís Inácio Lula da Silva, na
tarde de ontem, após os atos de barbárie ocorrida ontem em Brasília, divulgado
no site GGN.
****
Bem, vocês devem
ter acompanhado pelo celular de vocês a barbárie que aconteceu em Brasília
hoje. Aquelas pessoas que nós chamamos de fascistas, nós chamamos essas pessoas
de tudo que é abominável na política. Invadiram a sede do Governo, invadiram a
sede do Congresso Nacional, invadiram a Suprema Corte, como verdadeiros vândalos,
destruindo o que encontravam pela frente.
Nós achamos que
houve falta de segurança e eu queria dizer para vocês que todas essas pessoas
que fizeram isso serão encontradas e serão punidas. Eles vão perceber que a
democracia garante o direito da liberdade, ela garante o direito de livre
comunicação, de livre expressão, mas ela também exige que as pessoas respeitem
as instituições que foram criadas para fortalecer a democracia. E essas
pessoas, esses vândalos, que a gente poderia chamar de nazistas fanáticos, de
stalinistas fanáticos, ou melhor, de stalinista não, de fascistas fanáticos,
fizeram o que nunca foi feito na história desse país.
É importante
lembrar que a esquerda brasileira já teve gente torturada, já teve gente morta,
já teve gente desaparecida. E nunca, nunca, vocês viram alguma notícia de algum
partido de esquerda, de algum movimento da esquerda que invadisse o Congresso
Nacional, a Suprema Corte e o Palácio do Planalto.
Não tem precedente
na história do nosso país. Não existe precedente o que essa gente fez e por
isso essa gente terá que ser punida. E nós, inclusive, vamos descobrir quem são
os financiadores desses vândalos que foram à Brasília. Nós vamos descobrir os financiadores
e todos eles pagarão com a força da lei esse gesto de irresponsabilidade, esse
gesto antidemocrático e esse gesto de vândalos e de fascistas. Eu vou ler para
vocês o decreto que eu vou assinar agora:
Decreto a
intervenção federal no Distrito Federal, com o objetivo de pôr termo ao grave
comprometimento da ordem pública, nos termos em que especifica:
O presidente da
República no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84, caput, inciso 10 e
no artigo 34 inciso terceiro da Constituição decreta:
Artigo 1º – Fica
decretada a intervenção federal no Distrito Federal até 31 de janeiro de 2023.
A intervenção de que se trata o caput se limita à área de segurança pública,
conforme o disposto no artigo 117A da Lei Orgânica do Distrito Federal.
Parágrafo 2º – O
objetivo da intervenção é pôr termo a grave comprometimento da ordem pública no
Distrito Federal, marcado por ato de violência e invasão de prédios públicos.
Artigo 2º – Fica
nomeado para o cargo de interventor Ricardo Garcia Cappelli, que é o secretário
executivo do Ministério da Justiça.
Parágrafo 1º – O
interventor fica subordinado ao presidente da República e não está sujeito às
normas distritais que conflitarem com as medidas necessárias à execução da
intervenção.
Parágrafo 2º – O
interventor poderá requisitar, se necessário, os recursos financeiros,
tecnológicos, estruturais e humanos do Distrito Federal afetos ao objeto e
necessários à consecução do objetivo da intervenção.
Parágrafo 3º – O
interventor poderá requisitar a quaisquer órgãos civis e militares da
administração pública federal os meios necessários para a consecução do
objetivo da intervenção.
Parágrafo 4º – As
atribuições previstas no artigo 117A, da Lei Orgânica do Distrito Federal, que
não tiverem relação direta ou indireta com a segurança pública permanecerão sob
a titularidade do Governo do Distrito Federal.
Parágrafo 5º – O
interventor no âmbito do estado do Distrito Federal exercerá o controle
operacional de todos os órgãos distritais de segurança pública previstos no
artigo 144 da Constituição e no artigo 117A da Lei Orgânica do Distrito
Federal.
Artigo 4º –
Poderão ser requisitados durante o período de intervenção os bens, serviços e
servidores afetos às áreas da Secretaria de Estado da Segurança do Distrito
Federal, da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito
Federal e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal para emprego em
ações de segurança pública determinadas pelo interventor.
Artigo 5º – Este
decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Eu tinha vindo, eu
tomei a decisão de vir a Araraquara, porque eu estava em São Paulo e, antes de
voltar a Brasília, eu queria prestar solidariedade ao companheiro Edinho e ao
povo de Araraquara e, sobretudo, às vítimas, aos parentes da família que
morreram todas as pessoas. Eu passei, aqui, junto com meu ministro da Cidade,
junto com o meu ministro do Desenvolvimento Regional, para que a gente possa
discutir com o Edinho e saber o quanto vai custar a reposição das coisas que
foram destruídas aqui na cidade de Araraquara.
Nós sabemos que no
Brasil existem muitas cidades que estão com problemas de chuva, com problemas
de destruição de estradas e, lamentavelmente, o genocida que deixou o poder,
deixou apenas R$ 25 mil para que a gente pudesse cuidar do desastre. Ou seja,
ele não deixou nada para a gente cuidar das cidades, cuidar dos estados e do
próprio Governo Federal.
Por isso, eu vim
aqui com muita tranquilidade, até imaginava que o Edinho iria me convidar para
o almoço depois da visita, depois da conversa, quando começamos a assistir pela
televisão, a caminhada dos vândalos em direção à Praça dos Três Poderes.
Chegando lá, vocês acompanharam, eles invadiram, quebraram muitas coisas e,
lamentavelmente, quem tem que fazer a segurança do Distrito Federal é a Polícia
Militar do Distrito Federal, que não fez. Houve, eu diria, incompetência, má
vontade ou má-fé das pessoas que cuidam da segurança pública do Distrito
Federal.
Não é a primeira
vez, vocês vão ver nas imagens que eles estão guiando as pessoas na caminhada
até a Praça dos Três Poderes. No dia 30, quando houve a minha diplomação, vocês
viram aquele quebra-quebra em Brasília à noite, a Polícia Militar de Brasília
estava guiando eles e vendo eles tocarem fogo em ônibus e não fazia
absolutamente nada.
Esses policiais
que participaram disso não poderão ficar impunes e não poderão participar da
corporação, porque não são de confiança da sociedade brasileira. Eu espero que,
a partir desse decreto, a gente possa não só cuidar da segurança do Distrito
Federal, mas garantir de uma vez por todas, que isso não se repetirá mais no
Brasil. É preciso que essa gente seja punida de forma exemplar, que essas
pessoas sejam punidas de forma a que ninguém nunca mais ouse — com a bandeira
nacional nas costas ou com a camiseta da seleção da brasileira, para se fingir
de nacionalistas, para se fingirem de brasileiros — faça o que eles fizeram
hoje.
Isto nunca tinha
acontecido. Nem no auge da chamada da luta armada neste país nos anos setenta,
houve tentativa de qualquer tentativa de qualquer grupo fazer qualquer
quebra-quebra na Praça dos Três Poderes, no Palácio do presidente, no Palácio
da Justiça e na Câmara dos Deputados.
Eu vou voltar para
Brasília agora e vou visitar os três palácios que foram quebrados e pode ficar
certo que isso não se repetirá, nós vamos tentar descobrir quem financiou isso,
quem pagou os ônibus, quem pagava estadia, quem pagava churrasco todo dia e
essa gente toda vai pagar. E também da parte do Governo Federal, se houve
omissão de alguém no Governo Federal que facilitou isso, também será punido.
Nós não vamos admitir.
Vocês sabem que eu
perdi eleições em 89, eu perdi as eleições em 94, eu perdi a eleição em 98 e
nenhum momento vocês viram qualquer militante do meu partido ou qualquer
militante da esquerda fazer qualquer objeção ao presidente da República eleito.
Esse genocida não só provocou isso, não só estimulou isso, como, quem sabe,
está estimulando ainda pelas redes sociais, que a gente tá sabendo, lá de Miami
de onde ele foi descansar.
Essa gente já estava
em Brasília e essa gente teve medo de descer a Brasília com medo da multidão
que estava lá para a posse. E aproveitaram o silêncio de um domingo, quando a
gente ainda está montando um governo, para fazer o que eles fizeram hoje. Todo
mundo sabe que tem vários discursos do ex-presidente da República estimulando
isso.
Ele estimulou a
invasão na Suprema Corte, estimulou invasão, só não estimulou a invasão do
Palácio porque ele estava lá dentro. Ele estimulou invasão nos Três Poderes
sempre que ele pôde e isso também é da responsabilidade dele, isso é de
responsabilidade dos partidos que sustentam ele e tudo isso vai ser apurado com
muita força e com muita rapidez.
Eu quero agradecer
a vocês porque eu vim aqui para outra coisa e vou deixar aqui, depois, os meus
ministros para falar com vocês — já conversaram com o Edinho o que o Governo
Federal pode fazer para que a gente possa recuperar essa cidade maravilhosa
chamada Morada do Sol.
Eu quero, Edinho,
dizer para você que eu vou quarta-feira receber o governador do estado em
Brasília e eu vou falar com ele que agora é a hora da gente provar que o ente
federativo precisa funcionar. A Prefeitura vai utilizar o dinheiro que ela pode
utilizar, o Estado precisa colocar dinheiro e o Governo Federal colocar dinheiro,
porque o povo de Araraquara paga imposto e esse imposto vai para São Paulo, vai
para o Brasil e a gente deve devolvê-lo em forma de benefício, para recuperar
os prejuízos que a natureza causou.
É importante
lembrar que, quando alguém hoje achar que a questão climática é uma coisa
menor, que a questão climática é uma coisa de estudante, que é uma coisa de
esquerdista, que é uma coisa de Partido Verde, não. A questão climática é uma
coisa que está mudando por causa da irresponsabilidade do ser humano. O ser
humano é o único animal capaz de destruir as coisas que prejudicam ele mesmo.
É por isso que
muita gente que estava em Brasília hoje, quem sabe eram garimpeiros,
garimpeiros ilegais, quem sabe sejam madeireiros ilegais. O cidadão não tem
direito de cortar uma árvore que tem 300 anos na Amazônia, que é de todos os
215 milhões de brasileiros, cortar para ele ganhar dinheiro. Se ele quer
utilizar a madeira para ganhar dinheiro, ele que plante e espere crescer, aí
ele corte quantas madeiras ele quiser, mas ele não pode cortar aquilo que é
patrimônio de toda humanidade e, sobretudo, patrimônio do povo brasileiro.
Essa gente estava
hoje lá, o agronegócio maldoso, aquele agronegócio que quer utilizar agrotóxico
sem nenhum respeito à saúde humana, possivelmente, também estava lá. E essa
gente toda vai ser investigada, vai ser apurada e será punida.
Por isso, Edinho,
eu peço desculpas de não ter podido fazer o que eu vim fazer aqui, mas meus
dois ministros vão falar com vocês agora e nós vamos distribuir cópias do
decreto para vocês, eu não sei se já está na internet e vocês podem pegar a
cópia do decreto. No mais, gente, muito obrigado e eu espero voltar a
Araraquara, o Edinho está me devendo há muito tempo um almoço e eu virei cobrar
dele esse almoço.
Obrigado, gente.”
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