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Selvagens em Brasília

Posted by Cottidianos on 22:55

Segunda-feira, 09 de janeiro de 2023

Quem acompanha esse blog sabe que não foi uma nem duas vezes que foi dito que corria o risco de acontecer aqui o que aconteceu no Capitólio, nos Estados Unidos, em 06 de janeiro de 2021, deixando não apenas os USA chocados, mas também o mundo inteiro.

Pois bem, caros leitores e leitoras, aconteceu aqui bem pior do que o ocorrido nos Estados Unidos. Lá, apesar dos fatos terem acontecido quando os parlamentares estavam dentro das instalações do capitólio, bem como jornalistas, e de ter havido mortes, lá o ataque foi apenas na sede do legislativo. Aqui o ataque foi geral: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Sem contar que o prejuízo material foi imensamente maior. Apenas em obras de arte destruídas pelos golpistas o prejuízo chega a R$ 9 milhões. Sem contar tudo o mais que eles destruíram; cadeiras, mesas, vidraças, e o que pudessem encontrar pela frente. Não contentes com isso, alguns golpistas chegaram a fazer necessidades fisiológicas dentro das instalações dos Três Poderes.

E eu que pensava que seria um domingo supertranquilo. Saí para dar uma volta no parque, apesar de um dia chuvoso e nublado. Talvez por isso mesmo tinha menos gente passeando por lá e, consequentemente, mais tranquilidade.

Estava por lá à tarde, quando comecei a receber dos amigos notícias pelo WhatsApp da barbárie que ocorria em Brasília. Não acreditei. Corri para os sites de notícias, e eles confirmavam as informações que recebia. Corri para casa para acompanhar o caso pela TV.

Uma coisa que me chamou a atenção foi o fato da TV Globo ter feito uma coisa que nunca fizera antes. Derrubou a programação da TV aberta e colocou a Globo News transmitindo, em tempo real, tudo o que acontecia em Brasília.

Interessante é que semana passada, havia recebido um vídeo pelo WhatsApp no qual um jornalista dizia que havia se infiltrado um grupo que organizava manifestações golpista em Brasília. No grupo, ele descobriu que os bolsonaristas estavam organizando uma grande manifestação golpista na capital federal. Os motivos eram os insanos motivos que os bolsonaristas costumam usar e que só existem na cabeça deles, como por exemplo, o de que estavam lutando contra a instalação do comunismo no Brasil. Vários outros sinais os bolsonaristas davam nas redes sociais de que pretendiam fazer o que fizeram em Brasília. Se, nós, leigos, sabíamos disso, imaginem então as forças de segurança do Distrito Federal.

No sábado, 7, às 21h30min o Poder 360 noticiava em seu site: “As forças de segurança do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e do governo do Distrito Federal, sob comando de Ibaneis Rocha (MDB), identificaram a chegada de cerca de 80 ônibus e caminhões a Brasília nas últimas 24h. O objetivo dos manifestantes é protestar em frente ao Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto”.

Ou seja, não era novidade para ninguém que os manifestantes pretendiam estar na Esplanada dos Ministérios, no dia seguinte.

No domingo, 8, a polícia do DF, não apenas tolerou os golpistas, como também os guiou, conduziu, escoltou eles até a Esplanada dos Ministérios.


O número 2 da Segurança Pública do DF, Fernando de Souza Oliveira, enviou um áudio ao governador Ibaneis Rocha. O áudio foi gravado às 13h23min, uma hora antes de acontecer a invasão do Congresso, do STF, e do Palácio do Planalto. No áudio ele diz: “Governador, bom dia. Delegado Fernando falando. Governador, passar o último informe aqui do meio-dia para o senhor. Tudo tranquilo. Os manifestantes estão descendo lá do SMU (Setor Militar Urbano), controlado, escoltado pela polícia. Tivemos uma negociação para eles descerem de forma pacífica, organizada, acompanhada. Toparam. Não precisou conter lá em cima ônibus. É um ou outro ônibus que vai descer. Se descer perto da rodoviária, eles desembarcam ali na alça leste e seguem acompanhados pela Polícia Militar”.

Das coisas que vimos podemos dizer sem medo de errar que ou as forças de segurança do DF foram muito incompetentes, muito inocentes, ou coniventes com o que aconteceu. Isso ao certo as investigações dirão.

No sábado, 7, Flávio Dino, ministro da Justiça, no sábado havia autorizado o uso da Força Nacional em Brasília. Cerca de 400 homens. No fatídico domingo, 8, apesar da chegada de vários ônibus à Brasília, cheio de bolsonaristas exalando ódio por todos os poros, a Esplanada dos Ministérios não foi fechada, o efetivo policial que estava guardando o local talvez passasse um pouco de20 policiais, a tropa de choque não foi acionada, nem muito menos a Força Nacional autorizada por Dino. Enfim, algo muito estranho aconteceu no DF.

Ainda na tarde de domingo, o presidente Luís Inácio Lula, fez um pronunciamento no qual decretou intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal. E nomeou, Ricardo Capelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça como interventor.

Na madrugada de domingo para segunda, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou o afastamento do governo do DF, Ibaneis Rocha, de suas funções por 90 dias. Na decisão, o ministro classificou a atitude do governador como “dolosamente omissiva”, diante dos atos golpistas que depredaram a sede dos Três Poderes.  

Moraes também destaca o fato do governador ter dado declarações públicas que defendia uma falsa “livre manifestação política em Brasília”, e dele ter ignorado o apelo de autoridades para traçar um plano de segurança mais eficiente.

Ao afastar Ibaneis, Moraes atendeu a dois pedidos: Um feito pela AGU (Advocacia Geral da União), e outro feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso. No pedido AGU e Randolfe pedem providências para coibir os atos democráticos, como por exemplo, a desocupação dos prédios públicos, e dissolução das manifestações golpistas. Nenhum deles pediu o afastamento de Ibaneis. Para decidir afastar Ibaneis o ministro usou como argumento: “Diversos e fortíssimos indícios apontam graves falhas na atuação dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal, pelos quais é o responsável direto o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha”.

Outro grande erro de Ibaneis Rocha foi ter colocado como secretário de Segurança do DF, o bolsonarista Anderson Torres, que atuou como ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, após a saída de Sérgio Moro. Inclusive, Ibaneis recebeu conselhos de ministro do STF para que não o colocasse como secretário de Segurança. Ibaneis fez como diz o ditado “ouvidos de mercador”.

Anderson Torre, inclusive, nem estava no Brasil neste domingo, ele está de férias nos Estados Unidos. Logo após a barbárie cometida pelos golpistas o governador Ibaneis Rocha exonerou Torres, e pediu desculpas aos representantes dos Três Poderes da República, talvez, numa tentativa de evitar a decretação de intervenção federal, mas não houve jeito.

A respeito dele, Moraes disse na decisão: “O descaso e conivência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e, até então, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres – cuja responsabilidade está sendo apurada em petição em separado – com qualquer planejamento que garantisse a segurança e a ordem no Distrito Federal, tanto do patrimônio público só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do Governador do DF, Ibaneis Rocha”.


Nesta mesma decisão, Moraes determina que sejam desfeitos os acampamentos dos bolsonaristas em frente aos quartéis em todo o país.

Muita gente já foi presa, e muita gente ainda será. E é preciso que assim seja. Os golpistas, inimigos da democracia, devem ser punidos exemplarmente, até para que o pior não aconteça. Isso mesmo, caros leitores e leitores, do jeito que esse povo está cheio de ódio, pode ser que um dele, ou alguns deles, planejem algum atentado conta o presidente Lula. Deus nos livre que isso aconteça. Mas, Lula que se cuide. Todo cuidado é pouco.

Não esqueçamos do principal personagem dos atos golpistas e bárbaros de ontem, e ele se chama Jair Bolsonaro. Ora, todos sabemos que quando a gente planta uma rosa e a rega com carinho, ela cresce vigorosa e linda, e enfeita o nosso jardim.

Da mesma forma, quando plantamos ervas daninhas e as regamos, elas crescem e destroem o nosso jardim, o nosso pomar, as nossas plantações. E foi o que fez Bolsonaro. Ele passou quatro anos, plantando a erva daninha do ódio, estimulando seus eleitores a se armarem.

O resultado disso tudo nós vimos ontem. Anteriormente, em menor grau havíamos visto quando da diplomação de Lula, também em Brasília. Se nos distanciarmos dos fatos veremos o quão nocivo Bolsonaro foi para os seus eleitores. Eles os transformou seus seguidores em cães raivosos, em gado indomado solto no pasto, em zumbis sem cérebro, e o que é pior, cheio de raiva, repletos de ódio.

Abaixo, segue texto do pronunciamento do presidente, Luís Inácio Lula da Silva, na tarde de ontem, após os atos de barbárie ocorrida ontem em Brasília, divulgado no site GGN.

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Confira a íntegra do pronunciamento do presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 08 de janeiro de 2023:

Bem, vocês devem ter acompanhado pelo celular de vocês a barbárie que aconteceu em Brasília hoje. Aquelas pessoas que nós chamamos de fascistas, nós chamamos essas pessoas de tudo que é abominável na política. Invadiram a sede do Governo, invadiram a sede do Congresso Nacional, invadiram a Suprema Corte, como verdadeiros vândalos, destruindo o que encontravam pela frente.

Nós achamos que houve falta de segurança e eu queria dizer para vocês que todas essas pessoas que fizeram isso serão encontradas e serão punidas. Eles vão perceber que a democracia garante o direito da liberdade, ela garante o direito de livre comunicação, de livre expressão, mas ela também exige que as pessoas respeitem as instituições que foram criadas para fortalecer a democracia. E essas pessoas, esses vândalos, que a gente poderia chamar de nazistas fanáticos, de stalinistas fanáticos, ou melhor, de stalinista não, de fascistas fanáticos, fizeram o que nunca foi feito na história desse país.

É importante lembrar que a esquerda brasileira já teve gente torturada, já teve gente morta, já teve gente desaparecida. E nunca, nunca, vocês viram alguma notícia de algum partido de esquerda, de algum movimento da esquerda que invadisse o Congresso Nacional, a Suprema Corte e o Palácio do Planalto.

Não tem precedente na história do nosso país. Não existe precedente o que essa gente fez e por isso essa gente terá que ser punida. E nós, inclusive, vamos descobrir quem são os financiadores desses vândalos que foram à Brasília. Nós vamos descobrir os financiadores e todos eles pagarão com a força da lei esse gesto de irresponsabilidade, esse gesto antidemocrático e esse gesto de vândalos e de fascistas. Eu vou ler para vocês o decreto que eu vou assinar agora:

Decreto a intervenção federal no Distrito Federal, com o objetivo de pôr termo ao grave comprometimento da ordem pública, nos termos em que especifica:

O presidente da República no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84, caput, inciso 10 e no artigo 34 inciso terceiro da Constituição decreta:

Artigo 1º – Fica decretada a intervenção federal no Distrito Federal até 31 de janeiro de 2023. A intervenção de que se trata o caput se limita à área de segurança pública, conforme o disposto no artigo 117A da Lei Orgânica do Distrito Federal.

Parágrafo 2º – O objetivo da intervenção é pôr termo a grave comprometimento da ordem pública no Distrito Federal, marcado por ato de violência e invasão de prédios públicos.

Artigo 2º – Fica nomeado para o cargo de interventor Ricardo Garcia Cappelli, que é o secretário executivo do Ministério da Justiça.

 Artigo 3º – As atribuições do interventor são aquelas necessárias às ações de segurança pública, em conformidade com os princípios e objetivos previstos no artigo 117A da Lei Orgânica do Distrito Federal.

Parágrafo 1º – O interventor fica subordinado ao presidente da República e não está sujeito às normas distritais que conflitarem com as medidas necessárias à execução da intervenção.

Parágrafo 2º – O interventor poderá requisitar, se necessário, os recursos financeiros, tecnológicos, estruturais e humanos do Distrito Federal afetos ao objeto e necessários à consecução do objetivo da intervenção.

Parágrafo 3º – O interventor poderá requisitar a quaisquer órgãos civis e militares da administração pública federal os meios necessários para a consecução do objetivo da intervenção.

Parágrafo 4º – As atribuições previstas no artigo 117A, da Lei Orgânica do Distrito Federal, que não tiverem relação direta ou indireta com a segurança pública permanecerão sob a titularidade do Governo do Distrito Federal.

Parágrafo 5º – O interventor no âmbito do estado do Distrito Federal exercerá o controle operacional de todos os órgãos distritais de segurança pública previstos no artigo 144 da Constituição e no artigo 117A da Lei Orgânica do Distrito Federal.

Artigo 4º – Poderão ser requisitados durante o período de intervenção os bens, serviços e servidores afetos às áreas da Secretaria de Estado da Segurança do Distrito Federal, da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal para emprego em ações de segurança pública determinadas pelo interventor.

Artigo 5º – Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Eu tinha vindo, eu tomei a decisão de vir a Araraquara, porque eu estava em São Paulo e, antes de voltar a Brasília, eu queria prestar solidariedade ao companheiro Edinho e ao povo de Araraquara e, sobretudo, às vítimas, aos parentes da família que morreram todas as pessoas. Eu passei, aqui, junto com meu ministro da Cidade, junto com o meu ministro do Desenvolvimento Regional, para que a gente possa discutir com o Edinho e saber o quanto vai custar a reposição das coisas que foram destruídas aqui na cidade de Araraquara.

Nós sabemos que no Brasil existem muitas cidades que estão com problemas de chuva, com problemas de destruição de estradas e, lamentavelmente, o genocida que deixou o poder, deixou apenas R$ 25 mil para que a gente pudesse cuidar do desastre. Ou seja, ele não deixou nada para a gente cuidar das cidades, cuidar dos estados e do próprio Governo Federal.

Por isso, eu vim aqui com muita tranquilidade, até imaginava que o Edinho iria me convidar para o almoço depois da visita, depois da conversa, quando começamos a assistir pela televisão, a caminhada dos vândalos em direção à Praça dos Três Poderes. Chegando lá, vocês acompanharam, eles invadiram, quebraram muitas coisas e, lamentavelmente, quem tem que fazer a segurança do Distrito Federal é a Polícia Militar do Distrito Federal, que não fez. Houve, eu diria, incompetência, má vontade ou má-fé das pessoas que cuidam da segurança pública do Distrito Federal.

Não é a primeira vez, vocês vão ver nas imagens que eles estão guiando as pessoas na caminhada até a Praça dos Três Poderes. No dia 30, quando houve a minha diplomação, vocês viram aquele quebra-quebra em Brasília à noite, a Polícia Militar de Brasília estava guiando eles e vendo eles tocarem fogo em ônibus e não fazia absolutamente nada.

Esses policiais que participaram disso não poderão ficar impunes e não poderão participar da corporação, porque não são de confiança da sociedade brasileira. Eu espero que, a partir desse decreto, a gente possa não só cuidar da segurança do Distrito Federal, mas garantir de uma vez por todas, que isso não se repetirá mais no Brasil. É preciso que essa gente seja punida de forma exemplar, que essas pessoas sejam punidas de forma a que ninguém nunca mais ouse — com a bandeira nacional nas costas ou com a camiseta da seleção da brasileira, para se fingir de nacionalistas, para se fingirem de brasileiros — faça o que eles fizeram hoje.

Isto nunca tinha acontecido. Nem no auge da chamada da luta armada neste país nos anos setenta, houve tentativa de qualquer tentativa de qualquer grupo fazer qualquer quebra-quebra na Praça dos Três Poderes, no Palácio do presidente, no Palácio da Justiça e na Câmara dos Deputados.

Eu vou voltar para Brasília agora e vou visitar os três palácios que foram quebrados e pode ficar certo que isso não se repetirá, nós vamos tentar descobrir quem financiou isso, quem pagou os ônibus, quem pagava estadia, quem pagava churrasco todo dia e essa gente toda vai pagar. E também da parte do Governo Federal, se houve omissão de alguém no Governo Federal que facilitou isso, também será punido. Nós não vamos admitir.

Vocês sabem que eu perdi eleições em 89, eu perdi as eleições em 94, eu perdi a eleição em 98 e nenhum momento vocês viram qualquer militante do meu partido ou qualquer militante da esquerda fazer qualquer objeção ao presidente da República eleito. Esse genocida não só provocou isso, não só estimulou isso, como, quem sabe, está estimulando ainda pelas redes sociais, que a gente tá sabendo, lá de Miami de onde ele foi descansar.

 Na verdade, ele fugiu para não me colocar a faixa. E é muito triste depois da festa democrática do dia primeiro. A festa mais importante da posse de um presidente da República na história do presidencialismo no mundo inteiro. Nunca o povo trabalhador, os catadores de papel, os índios e as pessoas negras desse país colocaram a faixa no pescoço de um presidente da República. Pois no dia primeiro, eles colocaram.

Essa gente já estava em Brasília e essa gente teve medo de descer a Brasília com medo da multidão que estava lá para a posse. E aproveitaram o silêncio de um domingo, quando a gente ainda está montando um governo, para fazer o que eles fizeram hoje. Todo mundo sabe que tem vários discursos do ex-presidente da República estimulando isso.

Ele estimulou a invasão na Suprema Corte, estimulou invasão, só não estimulou a invasão do Palácio porque ele estava lá dentro. Ele estimulou invasão nos Três Poderes sempre que ele pôde e isso também é da responsabilidade dele, isso é de responsabilidade dos partidos que sustentam ele e tudo isso vai ser apurado com muita força e com muita rapidez.

Eu quero agradecer a vocês porque eu vim aqui para outra coisa e vou deixar aqui, depois, os meus ministros para falar com vocês — já conversaram com o Edinho o que o Governo Federal pode fazer para que a gente possa recuperar essa cidade maravilhosa chamada Morada do Sol.

Eu quero, Edinho, dizer para você que eu vou quarta-feira receber o governador do estado em Brasília e eu vou falar com ele que agora é a hora da gente provar que o ente federativo precisa funcionar. A Prefeitura vai utilizar o dinheiro que ela pode utilizar, o Estado precisa colocar dinheiro e o Governo Federal colocar dinheiro, porque o povo de Araraquara paga imposto e esse imposto vai para São Paulo, vai para o Brasil e a gente deve devolvê-lo em forma de benefício, para recuperar os prejuízos que a natureza causou.

É importante lembrar que, quando alguém hoje achar que a questão climática é uma coisa menor, que a questão climática é uma coisa de estudante, que é uma coisa de esquerdista, que é uma coisa de Partido Verde, não. A questão climática é uma coisa que está mudando por causa da irresponsabilidade do ser humano. O ser humano é o único animal capaz de destruir as coisas que prejudicam ele mesmo.

É por isso que muita gente que estava em Brasília hoje, quem sabe eram garimpeiros, garimpeiros ilegais, quem sabe sejam madeireiros ilegais. O cidadão não tem direito de cortar uma árvore que tem 300 anos na Amazônia, que é de todos os 215 milhões de brasileiros, cortar para ele ganhar dinheiro. Se ele quer utilizar a madeira para ganhar dinheiro, ele que plante e espere crescer, aí ele corte quantas madeiras ele quiser, mas ele não pode cortar aquilo que é patrimônio de toda humanidade e, sobretudo, patrimônio do povo brasileiro.

Essa gente estava hoje lá, o agronegócio maldoso, aquele agronegócio que quer utilizar agrotóxico sem nenhum respeito à saúde humana, possivelmente, também estava lá. E essa gente toda vai ser investigada, vai ser apurada e será punida.

Por isso, Edinho, eu peço desculpas de não ter podido fazer o que eu vim fazer aqui, mas meus dois ministros vão falar com vocês agora e nós vamos distribuir cópias do decreto para vocês, eu não sei se já está na internet e vocês podem pegar a cópia do decreto. No mais, gente, muito obrigado e eu espero voltar a Araraquara, o Edinho está me devendo há muito tempo um almoço e eu virei cobrar dele esse almoço.

Obrigado, gente.”


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