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Mitos, heróis e governos

Posted by Cottidianos on 21:36

Quarta-feira, 15 de setembro



 Brasil, o país das manifestações!

O povo se mobiliza daqui, se movimenta dali, protesta acolá. Tudo muito justo, muito democrático. Tudo bem. É um direito garantido pela Constituição Federal. O brasileiro sabe fazer protestos. Desde o fim da ditadura tem sido assim.

Voltemos um pouco no tempo e vejamos a beleza da Campanha pelas “Diretas Já”.

O povo ansiava por eleições diretas para presidente da República após longos anos sob o julgo de ditadores. A primeira faísca, a manifestação inicial pela realização das diretas aconteceu no município de Abreu e Lima, região metropolitana do Recife, Pernambuco, em 31 de março de 1983.

Um incêndio não começa com grandes labaredas. Ele vai se construindo de faísca em faísca até que, fora de controle, não é controlado por mais ninguém. Foi assim com aquela faísca, aquela chama de esperança acesa em Abreu e Lima. Nos meses seguintes ela foi se espalhando, silenciosamente, pelo território brasileiro, até que entre os últimos meses de 1983 e abril de 1984 aquela fagulha se tornou um grande incêndio de esperança que varreu o Brasil inteiro, naquele que se tornou um dos movimentos mais marcantes e belos da história política brasileira. Milhões de brasileiros saíram às ruas pela liberdade e pelo direito de escolher, através do voto, o presidente da nação. Porém, apesar de toda aquela pressão popular, os brasileiros só veriam realizado o sonho das eleições diretas em 1989.

Naquele ano, após 29 anos debaixo da cortina de ferro da ditadura, os brasileiros, enfim, puderam escolher o seu presidente. Lula e Collor marcaram uma disputa histórica da qual Fernando Collor de Mello sagrou-se vencedor. Era o “caçador de marajás”, aquele que ia acabar com os privilégios que nadam de braçada no Legislativo, Executivo e Judiciário desde há longo tempo.

Logo se viu que o “caçador de marajás” era apenas mais um deles. Um corrupto. E, em 1992, lá se foi o povo brasileiro novamente para as ruas. Pintaram os rostos de verde, amarelo, azul e branco. O movimento ficou conhecido como “Caras Pintadas”. Os brasileiros exigiam o impeachment do presidente Collor de Melo. O fogo provocado pelos “caras pintadas” conseguiu queimar o mandato do presidente Collor. Ele tinha que tinha praticado um estelionato eleitoral ao dizer que lutaria contra a corrupção e aliou-se a ela, foi definitivamente afastado da presidência em dezembro de 1992.

E assim a roda da vida foi girando... girando... girando e, como a roda da vida não gira à toa, eis que Lula que havia disputado a primeira eleição direta para presidente em 1989, concorrendo com Fernando Collor, finalmente, chega a presidência. Era um sonho para milhões de brasileiros. Um sol de esperança e liberdade que, enfim, parecia raiar sobre o país.

O tempo foi passando e vieram os escândalos de corrupção no governo do PT e a esperança se desfez. Lula conseguiu se eleger para dois mandatos, e reelegeu a sua sucessora, Dilma Rousseff. Os esquemas de corrupção herdados nos dois governos de Lula, continuados no primeiro mandato de Dilma, e a difícil situação econômica na qual mergulhou a nação no governo Dilma, aliada a incapacidade da presidente de conversar com o Congresso, tornaram o governo dela insustentável. E eis que, os brasileiros foram novamente às ruas e gritaram “Fora Dilma” “Fora PT".

Dilma, por sua vez, gritava e esperneava dizendo que estava sofrendo um golpe. Ninguém acreditou. Hoje, olhando para trás por cima dos ombros da história, vemos que, Dilma, realmente, foi vítima de um golpe bem orquestrado, sob o manto da lei, que a tirou do poder.

Milhões de pessoas, insufladas por movimentos como o Movimento Brasil Livre, e Vem pra Rua, inundaram às ruas em vários momentos, enfraquecendo cada vez mais o já frágil governo Dilma. Os gritos de “Fora Dilma” “Fora PT” ecoaram no Congresso Nacional e, em 31 de agosto de 2016, Dilma Rousseff era definitivamente afastada da presidência em votação no Senado Federal. A faixa presidencial foi para o peito de Michel Temer, que foi um ótimo articulador junto ao Congresso no golpe que derrubou Dilma Rousseff. Coube a Temer terminar um governo do qual ele era vice.

Os escândalos de corrupção não terminaram com Dilma. Eles ressurgiram com Michel Temer, provando mais uma vez que a questão da corrupção no país, não deve ser atribuída a partido A, B, ou C, nem muito menos a candidato D, E, ou F. Talvez aí esteja o erro da sociedade brasileira: dedicar-se a lutar contra um partido em especifico, e em eleger mitos e heróis, ao invés de se reunir e protestar contra toda uma cultura de corrupção. É preciso que a sociedade brasileira entenda que não precisamos de heróis e mitos com cabeça de ferro e pés de barro, mas sim de governantes que resolvam os problemas que desafiam o país, nas áreas de educação, segurança, cultura, meio ambiente, e de todos os outros organismos que formam esse corpo chamado Estado Brasileiro.

O moinho da política foi girando rápido e imprevisível como ele só, e nessas idas e vindas o presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2018, sentiu o peso do braço da lei. Foi condenado e preso por atos de corrupção, ficando, dessa forma inelegível para as eleições que ocorreriam ainda naquele ano.

No palco no qual se desenvolveu e tomou corpo a Lava Jato, mandando políticos e empresários poderosos para a cadeia, não nos esqueçamos do todo poderoso juiz, Sérgio Moro, que, diga-se de passagem, fez um ótimo trabalho à frente da Lava Jato. Foi dele a decisão que levou Lula para a prisão. Moro foi um personagem central em toda essa trama. Levando em conta o contexto da época tornou-se para os petistas um bandido, e para os bolsonaristas, um mocinho.

O Brasil, realmente, não é um país para amadores. Tem que ser muito bom para compreender o que acontece no Brasil. A imprensa internacional deve se desdobrar para entender o que acontece por aqui. E não é para menos: Às vezes, quem é brasileiro também se desdobra para entender o que acontece dentro de casa, imaginem então um estrangeiro.

Inelegível Lula, surgiu na raia um azarão chamado Jair Bolsonaro, um político folclórico do baixo clero do Congresso, cuja “grande colaboração” em seus 28 anos no Congresso foi colecionar problemas, intrigas, e discussões inúteis.

A imprensa livre, juntamente com os movimentos Brasil Livre e Vem pra Rua, foram construindo um sentimento anti-petista, um ódio pela esquerda, que foi se avolumando e criou uma onda de rejeição a Lula, Dilma, integrantes do PT e de partidos da esquerda. O azarão, Jair Bolsonaro, foi quem melhor soube fazer uso dessa onda, quando, tal qual o presidente, Collor de Melo, apresentou-se como o justo arauto, aquele que iria acabar com a corrupção em nosso país. Levantou a bandeira da luta contra a corrupção. Bolsonaro surfou nessa onda anti-petismo e anticorrupção em 2018, tal qual o surfista Ítalo Ferreira surfou nas águas de Tóquio nas Olimpíadas deste ano. Ítalo conquistou a medalha de ouro na modalidade, e Bolsonaro a cadeira presidencial.

  Após as eleições, já vitorioso, Bolsonaro jogou fora a máscara de político honesto, baixou a bandeira da luta contra a corrupção e guardou-a não se sabe onde. Ele deixou muito felizes e satisfeitos políticos de direita, de esquerda, e de Centro ao matar a Operação Lava Jato.  

Começou a ameaçar as instituições democráticas, perseguir os seus inimigos políticos, na maioria das vezes imaginários, interferir em órgãos de Estado para que agissem em favor dos filhos envolvidos em escândalos de corrupção. Tornou-se também réu em alguns processos que correm no STF e TSE.

E o mocinho/bandido Sérgio Moro? Deu um passo do qual deve ter se arrependido amargamente: Abandonou uma sólida carreira na magistratura, e aceitou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do recém-eleito, Jair Bolsonaro. Após 15 meses, Mouro deixava o governo Bolsonaro. O presidente queria colocá-lo à serviço de seus interesses pessoais, e não a serviço do país. Sérgio não aceitou ser usado.

No meio disso tudo veio um vento, virou o jogo e Lula saiu da prisão, tornando-se elegível novamente, e que é pior para os bolsonaristas: capaz de derrotar Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2021. Bolsonaro enlouquece e passa atacar as urnas eletrônicas, a lançar dúvidas sobre a idoneidade do processo de votação. Destila jatos e jatos de veneno contra o presidente do TSE e ministro do STF, Luiz Roberto Barroso.

O assunto vai parar na Câmara dos Deputados e os deputados impõem derrota ao governo derrotando a PEC do voto impresso. Bolsonaro finge aceitar o resultado, mas dias depois volta a questionar o processo.

Ah, não esqueçamos também da pandemia que assolou o Brasil e o mundo. No Brasil a questão sanitária foi muito mal gerenciada pelo governo federal que apostou numa tal de imunidade de rebanho que levou milhares de brasileiros à morte. Uma coisa leva à outra. Por causa do mau gerenciamento da pandemia, a economia também sofreu revezes e hoje milhões de brasileiros sofrem as agruras da fome e do desemprego.

No meio ambiente, a boiada do ex-ministro Ricardo Salles, foi passando e quebrando todo o regramento para o meio ambiente. De acordo com a visão tétrica e gananciosa de Salles, a natureza, e a proteção a ela, ficavam em segundo plano. O primeiro plano era destinado aos madeireiros, garimpeiros, grileiros de terra, o pessoal do agronegócio, enfim essa cambada de gente que atua de modo ilegal e para os quais o que interessa é apenas o lucro, e dane-se o meio ambiente. Projetos para a cultura? Zero; Projetos para educação? Zero.

A impressão que se tem é que o governo é um avião que levantou voo sem plano de voo. E no qual, durante a viagem, os motores começaram a dar pane, sem que o piloto tivesse a menor preocupação de resolver o problema. E agora que o avião já está em pleno voo, o melhor é rezar para ele não cair.... Ou para que o piloto seja substituído. Ou até mesmo para que não que ele não faça nenhuma burrada, nenhuma manobra arriscada que atire o avião sobre rochas montanhosas.

E lá está de novo o povo nas ruas pedindo o impeachment do presidente. Mas tem algo diferente no ar. E não é algo bom. Há no momento presente uma divisão entre os brasileiros, uma cisão que está sendo muito nociva para o país. Há os radicais de extrema direita que, insuflado pelo próprio presidente da República, falam em invadir Congresso, STF, e quem mais se colocar no caminho do presidente.

Tão manipulados como os bonecos nos teatros de marionetes, os bolsonaristas nem se dão conta de que estão sendo usados, não para um projeto de país, mas para um projeto pessoal de poder que apenas beneficia o próprio presidente, Jair Bolsonaro, seus filhos, e demais familiares, e os grupos que o apoiam formados, em sua grande maioria, por grandes empresários, pastores evangélicos, e militares.

Não esperem os mais pobres se verem representados nesse governo, porque não serão. Esse é um governo altamente elitista no qual qualquer pauta social, que não sejam as puramente eleitoreiras, é tratada como coisa de comunista. Aliás, os termos “comunista” e “comunismo” perderam completamente a definição gramatical e o sentido histórico. “Qualquer pessoa que discorde das ideais e que não comungue dos ideais do presidente”, essa é a definição dos termos citados para o bolsonarismo. Definição pobre e vazia assim como pobre e vazio é o movimento? chamado bolsonarismo.

Por falar nisso, deve dar um trabalho danado ser bolsonarista. Um dia, Bolsonaro diz que a vacina contra a Covid não é eficaz, outro dia diz que a vacina funciona, para no outro dia voltar a dizer que vacina não tem eficácia. No dia 07 de setembro fez ataques inimagináveis para um presidente da República fazer ao STF e seus ministros, no outro dia diz que está tudo bem, e que um Poder deve respeitar o outro. Coitados, dos bolsonaristas! Devem ficar o tempo se dizendo para logo em seguida se desdizer. Como baratas tontas correm para cá e para lá tentando justificar as posições do presidente.

No dia 12 setembro, foi a vez de manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro, organizadas desta vez, pelos mesmos movimentos que, anteriormente, haviam saído às ruas pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se nos anos de 2014/2015 o MBL e Vem pra Rua encheram as ruas de gente, no último domingo o movimento foi um fracasso. Principalmente, se comparados aos movimentos pró governo ocorridas no domingo anterior, 7 de setembro.

E porque o protesto foi um fracasso? Porque o PT, que muitos pensavam morto depois da prisão de Lula e dos escândalos de corrupção, prova que está muito vivo com a escalada de Lula nas pesquisas de intenção de votos para as eleições do ano que vem. Nesse cenário, o slogan que os movimentos escolheram para os protestos de domingo foi: “Nem Lula, nem Bolsonaro”. Agora, imaginem se a esquerda iria se juntar a um movimento que não aceite a figura de Lula.

E por um lado os petistas e outros partidos de esquerda tem razão, se olharmos pelo ponto de vista da lógica, ou até mesmo do orgulho ferido. Em manifestações anteriores, MBL e Vem pra Rua insuflam o povo a gritar “Fora Dilma” Fora PT”, “Lula na cadeia”, e depois o PT se juntar a esse povo?

Além do mais os movimentos citados acima, consideram Bolsonaro um traidor, não porque Bolsonaro esteja atacando a democracia, mas sim, porque ele não foi tão radical quanto prometeu. As pautas sociais também não são bem-vindas no MBL. Ou seja, eles criticam o bolsonarismo, mas as pautas defendidas por eles não se afastam muito das pautas defendidas por Bolsonaro.

Por exemplo, nas eleições para a prefeitura de São Paulo nas eleições do ano passado, Arthur do Val, integrante do MBL, foi candidato pelo partido Patriotas. Seguindo a cartilha do bolsonarismo, cartilha que agora ele rejeita, escolheu um inimigo para bater. E adivinhem qual inimigo Arthur do Val escolheu? O padre Júlio Lancellotti.

Padre Júlio faz, na cidade de São Paulo, um belíssimo trabalho de ajuda e amparo aos sem tetos, a crianças e adolescentes em situação de risco, aos dependentes de drogas na região da Cracolandia, e diversos outros grupos marginalizados na capital paulista.

Em suas redes sociais, durante a campanha à prefeitura de São Paulo no ano passado, o candidato Arthur do Val, postou: “O que o Padre Lancellotti faz é deplorável. A Igreja Católica tem uma linda histórica e não pode ficar à mercê de um cafetão da miséria. Nunca ameacei ninguém, nem ele. Ele é uma das maiores farsas do Brasil, em breve vocês saberão! Vou desmascarar esse Padre”.

Duas perguntas: Um indivíduo que ataca o Pe. Júlio e o trabalho que ele faz, a quem irá defender? Vocês acham que o Pe. Júlio e outros que fazem trabalho semelhante iriam participar de uma manifestação de quem os chama de inimigos?

Enfim, para confundir ainda mais a cabeça dos bolsonaristas, após os protestos do dia 07 de setembro, Bolsonaro escreveu uma “Declaração à Nação”, melhor dizendo, o ex-presidente Michel Temer escreveu a carta, e Bolsonaro apenas deve ter mudado um outro ponto, e assinado.

A Declaração, na verdade, é um recuo nos ataques que ele havia feito ao STF e, em especial, ao ministro Alexandre de Moraes, durante os protestos de 07 de setembro. Ele que, naquela ocasião, chamara Moraes de “canalha” na Declaração exalta suas qualidades de jurista e professor. Ou seja, uma guinada de 180 graus no tratamento dado a Moraes. Esse recuo veio após as reações bastante negativas do STF, do TSE, do Congresso, e de vários outros setores da sociedade.

Partidos de Centro começaram até a falar em impeachment do presidente. Depois do recuo de Bolsonaro, eles parecem também ter recuado nesse intento.

O fato é que esse blog, como dito em outras ocasiões, não acredita em Bolsonaro paz e amor. Ele é do conflito, de insuflar uns contra os outros, não gosta da democracia, nem dos seus pesos e contrapesos. O recuo, ocorrido depois de uma sessão de conselhos de Michel Temer, vem apenas para preservar os seus próprios interesses. Até quando durará essa trégua, não se sabe. Mas, hora ou outra o presidente voltará a mostrar a sua verdadeira natureza.

Isso me lembra a Fábula do Escorpião e da Rã, de Esopo, que agora reproduzo aqui:

Houve um incêndio na floresta e todos precisavam atravessar um rio para se salvar. O escorpião, desesperado, chegou à beira do rio e suplicou à rã que o carregasse nas costas até a outra margem.

– Eu não sou louca. Sei muito bem o que você faz às pessoas que se aproximam de você. – Disse a rã.

– Mas, veja – argumentou o escorpião – se eu a picar com o meu ferrão, você morreria, e eu afundaria junto, porque não sei nadar.

A rã concluiu que era um raciocínio razoável e o escorpião não seria burro o bastante de matá-la, morrendo em seguida. Ela tinha um bom coração, e parecia que os riscos seriam mínimos, então resolveu salvá-lo. O escorpião subiu nas costas da rã e sentiu-se bem ao tocar a pele macia da rã. Via de regra, ele só picava com o ferrão, era estranho estar em contato com alguém. Ele estava feliz também por navegar, a rã nadando tranquilamente… a rã poderia ser uma boa amiga.

O escorpião virou para ver a floresta incendiada, e viu-se refletido, corpo inteiro, na água do rio: seu rabo, antes ereto, agora dobrado, desarmado. Escorpião de rabo mole… todos ririam dele. Ele sentiu ódio da rã, não podia ser esse escorpião… enrijeceu o rabo, picou a rã.

Já sentindo as dores do veneno e sentindo turvar-se a vista, quase sucumbindo, a rã perguntou:

— Por quê fez isso? Agora nós dois vamos morrer.

— Desculpe, mas não pude evitar.... É a minha natureza, respondeu o escorpião.

E assim vamos caminhando caros leitores e leitoras. Havia o PT e os fanáticos seguidores do Lula. Que acreditam e sempre acreditaram que ele é inocente. Lula foi para a cadeia e não concorreu às eleições de 2018. Manobra?

Então surgiu um “mito” e as pessoas ficaram fascinadas por ele. O mito mostrou-se mais perigoso que Lula no seu agir. Mais disposto a minar o poder das instituições e, até mesmo, dá uma rasteira na democracia. Ele adotou uma estratégia errada para conter a pandemia, e agora adota estratégia errada também para a retomada econômica. O país atravessa uma situação complicada. Parte da elite que elegeu Bolsonaro percebe que cometeu um grande erro. Não quer a volta do Lula, enquanto Lula sobe nas pesquisas para o ano que vem. Tentam construir uma terceira via, mas haverá tempo para isso? De onde surgirá esse cavaleiro do apocalipse? Há algum nome forte para se sobrepor a Lula e Bolsonaro? Se há, onde estará ele agora?

A história recente do país mostra que os brasileiros sabem fazer manifestações contundentes, coloridas, cheias de significados. Parece-me que faltam agora escolher os seus candidatos sem endeusa-los, ou coloca-los na condição de mitos nem de heróis. Não precisamos de governantes que sejam mitos nem que sejam heróis, bastam apenas que sejam humanos, e dispostos a enfrentar os problemas que o país atravessa com serenidade e sabedoria, sem arroubos autoritários nem arrogâncias.


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