Mitos, heróis e governos
Quarta-feira,
15 de setembro
O
povo se mobiliza daqui, se movimenta dali, protesta acolá. Tudo muito justo,
muito democrático. Tudo bem. É um direito garantido pela Constituição Federal. O
brasileiro sabe fazer protestos. Desde o fim da ditadura tem sido assim.
Voltemos
um pouco no tempo e vejamos a beleza da Campanha pelas “Diretas Já”.
O
povo ansiava por eleições diretas para presidente da República após longos anos
sob o julgo de ditadores. A primeira faísca, a manifestação inicial pela
realização das diretas aconteceu no município de Abreu e Lima, região
metropolitana do Recife, Pernambuco, em 31 de março de 1983.
Um
incêndio não começa com grandes labaredas. Ele vai se construindo de faísca em
faísca até que, fora de controle, não é controlado por mais ninguém. Foi assim
com aquela faísca, aquela chama de esperança acesa em Abreu e Lima. Nos meses
seguintes ela foi se espalhando, silenciosamente, pelo território brasileiro,
até que entre os últimos meses de 1983 e abril de 1984 aquela fagulha se tornou
um grande incêndio de esperança que varreu o Brasil inteiro, naquele que se
tornou um dos movimentos mais marcantes e belos da história política brasileira.
Milhões de brasileiros saíram às ruas pela liberdade e pelo direito de escolher,
através do voto, o presidente da nação. Porém, apesar de toda aquela pressão
popular, os brasileiros só veriam realizado o sonho das eleições diretas em
1989.
Naquele
ano, após 29 anos debaixo da cortina de ferro da ditadura, os brasileiros,
enfim, puderam escolher o seu presidente. Lula e Collor marcaram uma disputa
histórica da qual Fernando Collor de Mello sagrou-se vencedor. Era o “caçador
de marajás”, aquele que ia acabar com os privilégios que nadam de braçada no
Legislativo, Executivo e Judiciário desde há longo tempo.
Logo
se viu que o “caçador de marajás” era apenas mais um deles. Um corrupto. E, em
1992, lá se foi o povo brasileiro novamente para as ruas. Pintaram os rostos de
verde, amarelo, azul e branco. O movimento ficou conhecido como “Caras
Pintadas”. Os brasileiros exigiam o impeachment do presidente Collor de Melo. O
fogo provocado pelos “caras pintadas” conseguiu queimar o mandato do presidente
Collor. Ele tinha que tinha praticado um estelionato eleitoral ao dizer que
lutaria contra a corrupção e aliou-se a ela, foi definitivamente afastado da
presidência em dezembro de 1992.
E
assim a roda da vida foi girando... girando... girando e, como a roda da vida
não gira à toa, eis que Lula que havia disputado a primeira eleição direta para
presidente em 1989, concorrendo com Fernando Collor, finalmente, chega a
presidência. Era um sonho para milhões de brasileiros. Um sol de esperança e
liberdade que, enfim, parecia raiar sobre o país.
O
tempo foi passando e vieram os escândalos de corrupção no governo do PT e a esperança
se desfez. Lula conseguiu se eleger para dois mandatos, e reelegeu a sua
sucessora, Dilma Rousseff. Os esquemas de corrupção herdados nos dois governos
de Lula, continuados no primeiro mandato de Dilma, e a difícil situação
econômica na qual mergulhou a nação no governo Dilma, aliada a incapacidade da
presidente de conversar com o Congresso, tornaram o governo dela insustentável.
E eis que, os brasileiros foram novamente às ruas e gritaram “Fora Dilma” “Fora
PT".
Dilma,
por sua vez, gritava e esperneava dizendo que estava sofrendo um golpe. Ninguém
acreditou. Hoje, olhando para trás por cima dos ombros da história, vemos que,
Dilma, realmente, foi vítima de um golpe bem orquestrado, sob o manto da lei,
que a tirou do poder.
Milhões
de pessoas, insufladas por movimentos como o Movimento Brasil Livre, e Vem pra
Rua, inundaram às ruas em vários momentos, enfraquecendo cada vez mais o já
frágil governo Dilma. Os gritos de “Fora Dilma” “Fora PT” ecoaram no Congresso
Nacional e, em 31 de agosto de 2016, Dilma Rousseff era definitivamente
afastada da presidência em votação no Senado Federal. A faixa presidencial foi
para o peito de Michel Temer, que foi um ótimo articulador junto ao Congresso
no golpe que derrubou Dilma Rousseff. Coube a Temer terminar um governo do qual
ele era vice.
Os
escândalos de corrupção não terminaram com Dilma. Eles ressurgiram com Michel
Temer, provando mais uma vez que a questão da corrupção no país, não deve ser
atribuída a partido A, B, ou C, nem muito menos a candidato D, E, ou F. Talvez
aí esteja o erro da sociedade brasileira: dedicar-se a lutar contra um partido
em especifico, e em eleger mitos e heróis, ao invés de se reunir e protestar contra
toda uma cultura de corrupção. É preciso que a sociedade brasileira entenda que
não precisamos de heróis e mitos com cabeça de ferro e pés de barro, mas sim de
governantes que resolvam os problemas que desafiam o país, nas áreas de
educação, segurança, cultura, meio ambiente, e de todos os outros organismos
que formam esse corpo chamado Estado Brasileiro.
O
moinho da política foi girando rápido e imprevisível como ele só, e nessas idas
e vindas o presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2018, sentiu o peso do
braço da lei. Foi condenado e preso por atos de corrupção, ficando, dessa forma
inelegível para as eleições que ocorreriam ainda naquele ano.
No
palco no qual se desenvolveu e tomou corpo a Lava Jato, mandando políticos e
empresários poderosos para a cadeia, não nos esqueçamos do todo poderoso juiz,
Sérgio Moro, que, diga-se de passagem, fez um ótimo trabalho à frente da Lava
Jato. Foi dele a decisão que levou Lula para a prisão. Moro foi um personagem
central em toda essa trama. Levando em conta o contexto da época tornou-se para
os petistas um bandido, e para os bolsonaristas, um mocinho.
O
Brasil, realmente, não é um país para amadores. Tem que ser muito bom para
compreender o que acontece no Brasil. A imprensa internacional deve se
desdobrar para entender o que acontece por aqui. E não é para menos: Às vezes,
quem é brasileiro também se desdobra para entender o que acontece dentro de
casa, imaginem então um estrangeiro.
Inelegível
Lula, surgiu na raia um azarão chamado Jair Bolsonaro, um político folclórico
do baixo clero do Congresso, cuja “grande colaboração” em seus 28 anos no
Congresso foi colecionar problemas, intrigas, e discussões inúteis.
A
imprensa livre, juntamente com os movimentos Brasil Livre e Vem pra Rua, foram
construindo um sentimento anti-petista, um ódio pela esquerda, que foi se
avolumando e criou uma onda de rejeição a Lula, Dilma, integrantes do PT e de
partidos da esquerda. O azarão, Jair Bolsonaro, foi quem melhor soube fazer uso
dessa onda, quando, tal qual o presidente, Collor de Melo, apresentou-se como o
justo arauto, aquele que iria acabar com a corrupção em nosso país. Levantou a
bandeira da luta contra a corrupção. Bolsonaro surfou nessa onda anti-petismo e
anticorrupção em 2018, tal qual o surfista Ítalo Ferreira surfou nas águas de
Tóquio nas Olimpíadas deste ano. Ítalo conquistou a medalha de ouro na
modalidade, e Bolsonaro a cadeira presidencial.
Após as eleições, já vitorioso, Bolsonaro
jogou fora a máscara de político honesto, baixou a bandeira da luta contra a
corrupção e guardou-a não se sabe onde. Ele deixou muito felizes e satisfeitos
políticos de direita, de esquerda, e de Centro ao matar a Operação Lava Jato.
Começou
a ameaçar as instituições democráticas, perseguir os seus inimigos políticos,
na maioria das vezes imaginários, interferir em órgãos de Estado para que
agissem em favor dos filhos envolvidos em escândalos de corrupção. Tornou-se
também réu em alguns processos que correm no STF e TSE.
E
o mocinho/bandido Sérgio Moro? Deu um passo do qual deve ter se arrependido
amargamente: Abandonou uma sólida carreira na magistratura, e aceitou o cargo
de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do recém-eleito, Jair
Bolsonaro. Após 15 meses, Mouro deixava o governo Bolsonaro. O presidente
queria colocá-lo à serviço de seus interesses pessoais, e não a serviço do
país. Sérgio não aceitou ser usado.
No
meio disso tudo veio um vento, virou o jogo e Lula saiu da prisão, tornando-se
elegível novamente, e que é pior para os bolsonaristas: capaz de derrotar
Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2021. Bolsonaro enlouquece e passa
atacar as urnas eletrônicas, a lançar dúvidas sobre a idoneidade do processo de
votação. Destila jatos e jatos de veneno contra o presidente do TSE e ministro
do STF, Luiz Roberto Barroso.
O
assunto vai parar na Câmara dos Deputados e os deputados impõem derrota ao
governo derrotando a PEC do voto impresso. Bolsonaro finge aceitar o resultado,
mas dias depois volta a questionar o processo.
Ah,
não esqueçamos também da pandemia que assolou o Brasil e o mundo. No Brasil a
questão sanitária foi muito mal gerenciada pelo governo federal que apostou
numa tal de imunidade de rebanho que levou milhares de brasileiros à morte. Uma
coisa leva à outra. Por causa do mau gerenciamento da pandemia, a economia
também sofreu revezes e hoje milhões de brasileiros sofrem as agruras da fome e
do desemprego.
No
meio ambiente, a boiada do ex-ministro Ricardo Salles, foi passando e quebrando
todo o regramento para o meio ambiente. De acordo com a visão tétrica e gananciosa
de Salles, a natureza, e a proteção a ela, ficavam em segundo plano. O primeiro
plano era destinado aos madeireiros, garimpeiros, grileiros de terra, o pessoal
do agronegócio, enfim essa cambada de gente que atua de modo ilegal e para os
quais o que interessa é apenas o lucro, e dane-se o meio ambiente. Projetos
para a cultura? Zero; Projetos para educação? Zero.
A
impressão que se tem é que o governo é um avião que levantou voo sem plano de
voo. E no qual, durante a viagem, os motores começaram a dar pane, sem que o
piloto tivesse a menor preocupação de resolver o problema. E agora que o avião
já está em pleno voo, o melhor é rezar para ele não cair.... Ou para que o
piloto seja substituído. Ou até mesmo para que não que ele não faça nenhuma
burrada, nenhuma manobra arriscada que atire o avião sobre rochas montanhosas.
E
lá está de novo o povo nas ruas pedindo o impeachment do presidente. Mas tem
algo diferente no ar. E não é algo bom. Há no momento presente uma divisão
entre os brasileiros, uma cisão que está sendo muito nociva para o país. Há os
radicais de extrema direita que, insuflado pelo próprio presidente da
República, falam em invadir Congresso, STF, e quem mais se colocar no caminho
do presidente.
Tão
manipulados como os bonecos nos teatros de marionetes, os bolsonaristas nem se
dão conta de que estão sendo usados, não para um projeto de país, mas para um
projeto pessoal de poder que apenas beneficia o próprio presidente, Jair Bolsonaro,
seus filhos, e demais familiares, e os grupos que o apoiam formados, em sua
grande maioria, por grandes empresários, pastores evangélicos, e militares.
Não
esperem os mais pobres se verem representados nesse governo, porque não serão.
Esse é um governo altamente elitista no qual qualquer pauta social, que não
sejam as puramente eleitoreiras, é tratada como coisa de comunista. Aliás, os
termos “comunista” e “comunismo” perderam completamente a definição gramatical e
o sentido histórico. “Qualquer pessoa que discorde das ideais e que não
comungue dos ideais do presidente”, essa é a definição dos termos citados para
o bolsonarismo. Definição pobre e vazia assim como pobre e vazio é o movimento?
chamado bolsonarismo.
Por
falar nisso, deve dar um trabalho danado ser bolsonarista. Um dia, Bolsonaro
diz que a vacina contra a Covid não é eficaz, outro dia diz que a vacina
funciona, para no outro dia voltar a dizer que vacina não tem eficácia. No dia
07 de setembro fez ataques inimagináveis para um presidente da República fazer
ao STF e seus ministros, no outro dia diz que está tudo bem, e que um Poder
deve respeitar o outro. Coitados, dos bolsonaristas! Devem ficar o tempo se
dizendo para logo em seguida se desdizer. Como baratas tontas correm para cá e
para lá tentando justificar as posições do presidente.
No
dia 12 setembro, foi a vez de manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro,
organizadas desta vez, pelos mesmos movimentos que, anteriormente, haviam saído
às ruas pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se nos anos de 2014/2015
o MBL e Vem pra Rua encheram as ruas de gente, no último domingo o movimento
foi um fracasso. Principalmente, se comparados aos movimentos pró governo
ocorridas no domingo anterior, 7 de setembro.
E
porque o protesto foi um fracasso? Porque o PT, que muitos pensavam morto depois
da prisão de Lula e dos escândalos de corrupção, prova que está muito vivo com
a escalada de Lula nas pesquisas de intenção de votos para as eleições do ano
que vem. Nesse cenário, o slogan que os movimentos escolheram para os protestos
de domingo foi: “Nem Lula, nem Bolsonaro”. Agora, imaginem se a esquerda iria
se juntar a um movimento que não aceite a figura de Lula.
E
por um lado os petistas e outros partidos de esquerda tem razão, se olharmos
pelo ponto de vista da lógica, ou até mesmo do orgulho ferido. Em manifestações
anteriores, MBL e Vem pra Rua insuflam o povo a gritar “Fora Dilma” Fora PT”, “Lula
na cadeia”, e depois o PT se juntar a esse povo?
Além
do mais os movimentos citados acima, consideram Bolsonaro um traidor, não
porque Bolsonaro esteja atacando a democracia, mas sim, porque ele não foi tão
radical quanto prometeu. As pautas sociais também não são bem-vindas no MBL. Ou
seja, eles criticam o bolsonarismo, mas as pautas defendidas por eles não se
afastam muito das pautas defendidas por Bolsonaro.
Por
exemplo, nas eleições para a prefeitura de São Paulo nas eleições do ano
passado, Arthur do Val, integrante do MBL, foi candidato pelo partido Patriotas.
Seguindo a cartilha do bolsonarismo, cartilha que agora ele rejeita, escolheu
um inimigo para bater. E adivinhem qual inimigo Arthur do Val escolheu? O padre
Júlio Lancellotti.
Padre
Júlio faz, na cidade de São Paulo, um belíssimo trabalho de ajuda e amparo aos
sem tetos, a crianças e adolescentes em situação de risco, aos dependentes de
drogas na região da Cracolandia, e diversos outros grupos marginalizados na capital
paulista.
Em
suas redes sociais, durante a campanha à prefeitura de São Paulo no ano
passado, o candidato Arthur do Val, postou: “O que o Padre Lancellotti faz é deplorável. A Igreja Católica tem uma
linda histórica e não pode ficar à mercê de um cafetão da miséria. Nunca
ameacei ninguém, nem ele. Ele é uma das maiores farsas do Brasil, em breve
vocês saberão! Vou desmascarar esse Padre”.
Duas
perguntas: Um indivíduo que ataca o Pe. Júlio e o trabalho que ele faz, a quem
irá defender? Vocês acham que o Pe. Júlio e outros que fazem trabalho
semelhante iriam participar de uma manifestação de quem os chama de inimigos?
Enfim,
para confundir ainda mais a cabeça dos bolsonaristas, após os protestos do dia
07 de setembro, Bolsonaro escreveu uma “Declaração à Nação”, melhor dizendo, o
ex-presidente Michel Temer escreveu a carta, e Bolsonaro apenas deve ter mudado
um outro ponto, e assinado.
A
Declaração, na verdade, é um recuo nos ataques que ele havia feito ao STF e, em
especial, ao ministro Alexandre de Moraes, durante os protestos de 07 de
setembro. Ele que, naquela ocasião, chamara Moraes de “canalha” na Declaração
exalta suas qualidades de jurista e professor. Ou seja, uma guinada de 180
graus no tratamento dado a Moraes. Esse recuo veio após as reações bastante
negativas do STF, do TSE, do Congresso, e de vários outros setores da
sociedade.
Partidos
de Centro começaram até a falar em impeachment do presidente. Depois do recuo
de Bolsonaro, eles parecem também ter recuado nesse intento.
O
fato é que esse blog, como dito em outras ocasiões, não acredita em Bolsonaro
paz e amor. Ele é do conflito, de insuflar uns contra os outros, não gosta da
democracia, nem dos seus pesos e contrapesos. O recuo, ocorrido depois de uma
sessão de conselhos de Michel Temer, vem apenas para preservar os seus próprios
interesses. Até quando durará essa trégua, não se sabe. Mas, hora ou outra o
presidente voltará a mostrar a sua verdadeira natureza.
Isso
me lembra a Fábula do Escorpião e da Rã,
de Esopo, que agora reproduzo aqui:
Houve
um incêndio na floresta e todos precisavam atravessar um rio para se salvar. O
escorpião, desesperado, chegou à beira do rio e suplicou à rã que o carregasse
nas costas até a outra margem.
–
Eu não sou louca. Sei muito bem o que você faz às pessoas que se aproximam de
você. – Disse a rã.
–
Mas, veja – argumentou o escorpião – se eu a picar com o meu ferrão, você
morreria, e eu afundaria junto, porque não sei nadar.
A
rã concluiu que era um raciocínio razoável e o escorpião não seria burro o
bastante de matá-la, morrendo em seguida. Ela tinha um bom coração, e parecia
que os riscos seriam mínimos, então resolveu salvá-lo. O escorpião subiu nas
costas da rã e sentiu-se bem ao tocar a pele macia da rã. Via de regra, ele só
picava com o ferrão, era estranho estar em contato com alguém. Ele estava feliz
também por navegar, a rã nadando tranquilamente… a rã poderia ser uma boa
amiga.
O
escorpião virou para ver a floresta incendiada, e viu-se refletido, corpo
inteiro, na água do rio: seu rabo, antes ereto, agora dobrado, desarmado.
Escorpião de rabo mole… todos ririam dele. Ele sentiu ódio da rã, não podia ser
esse escorpião… enrijeceu o rabo, picou a rã.
Já
sentindo as dores do veneno e sentindo turvar-se a vista, quase sucumbindo, a
rã perguntou:
—
Por quê fez isso? Agora nós dois vamos morrer.
—
Desculpe, mas não pude evitar.... É a minha natureza, respondeu o escorpião.
E
assim vamos caminhando caros leitores e leitoras. Havia o PT e os fanáticos
seguidores do Lula. Que acreditam e sempre acreditaram que ele é inocente. Lula
foi para a cadeia e não concorreu às eleições de 2018. Manobra?
Então
surgiu um “mito” e as pessoas ficaram fascinadas por ele. O mito mostrou-se
mais perigoso que Lula no seu agir. Mais disposto a minar o poder das
instituições e, até mesmo, dá uma rasteira na democracia. Ele adotou uma estratégia
errada para conter a pandemia, e agora adota estratégia errada também para a
retomada econômica. O país atravessa uma situação complicada. Parte da elite
que elegeu Bolsonaro percebe que cometeu um grande erro. Não quer a volta do
Lula, enquanto Lula sobe nas pesquisas para o ano que vem. Tentam construir uma
terceira via, mas haverá tempo para isso? De onde surgirá esse cavaleiro do
apocalipse? Há algum nome forte para se sobrepor a Lula e Bolsonaro? Se há,
onde estará ele agora?
A história recente do país mostra que os brasileiros sabem fazer manifestações contundentes, coloridas, cheias de significados. Parece-me que faltam agora escolher os seus candidatos sem endeusa-los, ou coloca-los na condição de mitos nem de heróis. Não precisamos de governantes que sejam mitos nem que sejam heróis, bastam apenas que sejam humanos, e dispostos a enfrentar os problemas que o país atravessa com serenidade e sabedoria, sem arroubos autoritários nem arrogâncias.
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