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Esperança
Posted by Cottidianos
on
00:44
Sexta-feira,
12 de junho
Acho
que todos tem acompanhado os protestos contra o racismo no Estados Unidos. No
início do mês vi, nos noticiários televisivos, a filha de George Floyd, o homem
negro morto por um policial branco nos Estados Unidos.
Uma
menininha de apenas seis anos de idade.
Ela
estava participando de uma dessas manifestações sentada nos ombros do tio.
Tinha ido com a família visitar o local onde o pai havia sido morto, e que
havia sido transformado em memorial.
Curiosamente,
ela não estava triste, ao contrário, demonstrava uma alegria, que pode, na
atual circunstância, ser entendida como orgulho. E, de cima dos ombros do tio,
olhando a multidão ao redor, ela dizia, com orgulho: “Meu pai mudou o mundo!”.
Fiquei
tão esperançoso que isso, realmente, signifique uma mudança...
Espero,
pequena Gianna, que a morte de seu pai tenha servido para mudar algo na
sociedade norte-americana, e que essa mudança respingue nos outros países do
globo terrestre, inclusive no Brasil, onde muitas vidas negras também são
tiradas em abordagens policias violentas e preconceituosas.
Pois
assim como o Covid-19 já vitimou milhões de pessoas mundo afora, também o vírus
do racismo também já matou milhões de negros em todo o mundo, a começar pelos
nossos irmãos africanos que foram roubados da África, sua terra e seu chão, e
jogados mundo afora nas piores condições. Esse vírus maldito chamado racismo
continua matando negros e também roubando deles sonhos e esperanças de uma vida
melhor.
Na
tarde da terça-feira, 9, George Floyd foi enterrado em Houston, no Texas, ao
lado da mãe.
No
dia 25 de maio, enquanto tinha o pescoço sob o joelho do policial, em momento
de agonia, enquanto dizia ao policial que não conseguia respirar, foi pela mãe
que ele chamou.
Os
gritos de Floyd devem ter ecoado na eternidade, e a mãe dele, certamente, deve
ter vindo em seu auxílio e, se não conseguiu tirar o joelho do policial de cima
do pescoço de seu amado menino — pois para as mães os filhos serão sempre
meninos e meninas a precisar de cuidados, não importando a idade que tenham —
certamente, com muito carinho, ajudou o filho a atravessar a porta que divide
os mundos material e espiritual.
E
lá se foi ele para sua nova e eterna jornada.
Boa
sorte em seu novo mundo, em sua nova vida.
E que de lá, jogue luz sobre seu povo, sobre o povo negro, e faça o mundo
entender que uns não são melhores que outros por causa da cor de suas peles. Que
negros e brancos podem caminhar juntos, sim, em direção a um mundo mais
fraterno, mais humano, e mais justo.
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