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Retrospectiva da insensibilidade

Posted by Cottidianos on 00:17
Segunda-feira, 15 de junho


Novamente, aqui falamos sobre o coronavírus e sua escalada assombrosa pelo mundo afora.

Já são 7.553.182 os casos confirmados em todo o mundo.  423.349 pessoas foram vitimadas pela doença, até agora.
É provável que todos nós nos sintamos participantes de um filme de ficção científica ou mesmo um filme de terror. Talvez até pensemos que estamos em sono turbulento e que, de repente, vamos acordar e nos dar conta de que tudo não passou de um pesadelo.
Mas acordamos todos os dias e vemos que isso não é um pesadelo. O melhor de ser ter um pesadelo é que ao despertarmos, o monstros e figuras assombrosas que neles havia esvoaçam para bem longe de nós. E, assim, podemos prosseguir os nossos afazeres costumeiros com tranquilidade. Aqui e acolá, no decorrer do dia, podemos até nos lembrar dele, mas basta colocar o pensamento em outra coisa, que as lembranças são afastadas novamente.
Infelizmente, o SARS-Covid 19, não é nenhum filme de ficção, nem de terror, e muito menos um pesadelo. Pior. Muito pior. É coisa real. Todos os dias abrimos os olhos e vemos que ele não desapareceu. Ao contrário, está por aí espalhando medo e insegurança.
Até mesmo os países que já estão com a situação controlada, temem uma segunda onda da doença. Vacina que o combata ainda não existe. Então, o melhor é não baixar a guarda. Todo cuidado é pouco.
Mas então, o leitor pode dizer: mas fulano de tal foi a praia, sicrano fez isso e aquilo. Deixa ele fazer. Problema dele. Avisado está todos os dias e todas e as horas. Os meios de comunicação transmitem, fartamente, os conselhos, orientações e dicas da OMS. Tem gente que não tem nem aí. Como diz o ditado “está pagando pra ver”. E nem de se dá conta de que o preço desse pagar pra ver pode ser a própria vida, ou de pessoas muito queridas, muito amadas.
No Brasil, já estamos, segundo dados obtidos pelo consórcio de imprensa, com 867.882 mil casos confirmados 43.389 mortes. Já ultrapassamos o Reino Unido, que era o segundo país em número de mortes por Covid-19. Triste realidade.
Mesmo com esse quadro tenebroso já está sendo promovida uma reabertura econômica, as ruas estão lotadas, ônibus, trens, e metrôs, idem. Até mesmo já tem pessoas acorrendo às praias, para aquele gostoso banho de sol como se estivéssemos longe de qualquer ameaça, e pessoas indo aos shoppings para aquele passeio descontraído para as compras.
O  Brasil não fez a lição de casa direito, logo no início. E a lição de casa era: fazer o isolamento social. Fez-se por aqui um arremedo de isolamento social. Um falso isolamento. Os governadores e prefeitos até que tentaram, mas muita gente não respeitou essas diretrizes.
Também descobrimos, para tristeza nossa, que muitos contratos para a comprar de respiradores para pacientes com Covid-19, e equipamentos de proteção individual para aqueles que estão na linha de frente dos hospitais, foram fraudados. Mais, uma vez, em meio a uma pandemia de graves proporções, alguns agentes públicos pensam de forma egoísta. Pensam mais no lucro que podem obter com a situação do que com o sofrimento alheio.
Agora, os números de casos tendem a explodir dentro das duas ou três próximas semanas, por causa de tanta irresponsabilidade de governantes e de parte da população que ainda acha que está tudo lindo e maravilhoso e que o coronavírus é uma gostosa brincadeira de esconde-esconde.
Grande parte da responsabilidade por toda essa incomoda situação, e os maus vem de quem deveria dar o exemplo: o governo federal. Mas este tem sido absolutamente ineficiente na condução da crise. Não há uma política de combate à doença.
Por aqui não se discutiu nem se fez uma ampla política de testagem. Os testes que foram feitos na população chegam a ser irrisórios diante do contingente populacional brasileiro. O Brasil foi um dos países que menos testes fez. Levando em consideração que a doença chegou, primeiro na China, e depois em países da Europa, tivemos tempo de ganhar o jogo, observando o que estava acontecendo por lá. Mas não aproveitamos desse olhar sobre a realidade para uma ação eficaz.
Ao contrário, o que vimos foi um presidente debochando da situação, e levando seus seguidores a fazer o mesmo. Em vez de se preocupar com a pandemia, de imprimir a situação um comando, um controle, o que o governo fez foi criar crises e mais crises.
O jornal da CBN – 1a edição, fez, na sexta-feira, 12 de junho, uma retrospectiva das atitudes do presidente diante da pandemia. Retrospectiva essa no qual esse blog se baseia para escrever este trecho compreendido entre o parágrafo seguinte desta postagem e o final desta postagem.
10 de março. Terça-feira. Estados Unidos da América
Os mercados na segunda-feira, 09 de março amanheceram assanhados. As bolsas de todo o mundo sofriam quedas, devido a fatores como a disseminação dos casos de coronoavírus e ao medo de que uma recessão acontecesse com a disputa do preço do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita. A queda na bolsa de valores naquele dia foi de 7%. No dia seguinte, as bolsas subiram um pouco.
Naqueles dias, o presidente, Jair Bolsonaro, havia ido com sua comitiva aos Estados Unidos. Na terça-feira, 10, ele estava em um evento em Maimi. Naquele momento, o mundo já somava cerca de 4.000 mortos pela doença. Discursando para o público presente ao evento, Bolsonaro disse: “Obviamente temos no momento uma crise, uma pequena crise. No meu entender, muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propala ou propaga pelo mundo todo”.
16 de março. Segunda-feira. Brasil
Era de manhã e o presidente deixava o Palácio da Alvorada, sua residência oficial, e dirigia-se ao Palácio do Planalto. À apoiadores que se aglomeravam no local, ele disse: “Foi surpreendente o que aconteceu na rua até com esse superdimensionamento. Que vai ter problema vai ter, quem é idoso, (quem) está com problema, (quem tem) alguma deficiência, mas não é tudo isso que dizem. Até na China já praticamente está acabando”.
No dia anterior, domingo 15, ele havia participado de uma manifestação em Brasília, contrariando as determinações do Ministério da Saúde, e provocando aglomerações.  O presidente também havia mantido contato com 11 pessoas da comitiva que haviam acompanhado na viagem aos Estados Unidos e que estavam contaminadas pela doença.
Áquela altura a doença já havia matado cerca de 5.735 pessoas em todo o mundo.
17 de março. Terça-feira
O Brasil registrava o primeiro caso de morte por coronavírus. Foi em São Paulo. A vítima era um homem de 62 anos que havia retornado de uma viagem ao exterior. Ele sofria de diabetes e hipertensão.
Naquele dia o presidente afirmou em entrevista à Rádio Tupi:
Eu faço 65 [anos] daqui a quatro dias".
O apresentador do programa pergunta em seguida:
"Vai ter bolo presidente?"
Vai ter uma festinha tradicional aqui. Até porque eu faço aniversário dia 21 e minha esposa dia 22. São dois dias de festa aqui. Emenda, dia 21, próximo de meia-noite ela me cumprimenta; logo depois eu a cumprimento”.
Além de falar que faria a festa de aniversário, Bolsonaro também atacou os governadores por estarem adotando medidas de isolamento: “Esse vírus trouxe uma certa histeria. Tem alguns governadores, no meu entender, posso até estar errado, que estão tomando medidas que vão prejudicar e muito a nossa economia”, e acrescentou: “A vida continua, não tem que ter histeria. Não é porque tem uma aglomeração de pessoas aqui e acolá esporadicamente [que] tem que ser atacado exatamente isso. [É] tirar a histeria. Agora, o que acontece? Prejudica”.
20 de março. Sexta-feira.
O Brasil já contabilizava 11 mortes por coronavírus, e 904 casos confirmados. O Ministério da Saúde declarava transmissão comunitária do vírus.
Em entrevista no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou: “Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar não, tá ok? Se o médico ou o ministro da Saúde me recomendar um novo exame, eu farei. Caso o contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui presentes”.
24 de março. Terça-feira
Depois de chamar o coronavírus de gripezinha em uma entrevista, Bolsonaro resolveu ir ainda mais longe, e em um pronunciamento à nação através de cadeia nacional de rádio e TV, ele voltou a afirmar que a doença era apenas uma “gripezinha”: “No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão”.
26 de março. Quinta-feira
Bolsonaro chegava ao Palácio da Alvorada no fim da tarde daquele dia.
Ele foi questionado por jornalistas se o Brasil não corria o risco de a situação no Brasil se tornar semelhante à dos Estados Unidos, que naquele período totalizavam mais de 68 mil infectados por Covid-19, e mais de 1.031 mortos pela doença.
Bolsonaro respondeu: “Eu acho que não vai chegar a esse ponto [a situação dos Estados Unidos]. Até porque o brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega nada. Você vê o cara pulando em esgoto ali, sai, mergulha, tá certo? E não acontece nada com ele. Eu acho até que muita gente já foi infectada no Brasil, há poucas semanas ou meses, e ele já tem anticorpos que ajuda a não proliferar isso daí”.
29 de março. Domingo.
Enquanto o presidente fazia piadas com o coronavírus, o número de infectados subia. Naquele dia 29 já eram 4.309 casos confirmados e 139 mortos.
Naquele domingo, o presidente — mais uma vez, contrariando as normas recomendadas pela OMS e pelo próprio ministra da Saúde, Luiz Henrique Mandetta — passeava pelo comércio de Brasília. Ele dava sua receita “eficaz” para os brasileiros enfrentarem o coronavírus: “Temos o problema do vírus, temos, ninguém nega isso aí. Devemos tomar os devidos cuidados com os mais velhos, as pessoas do grupo de risco. Agora, o emprego é essencial. Essa é uma realidade. O vírus tá aí, vamos ter de enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, pô, não como moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida, todos nós vamos morrer um dia”.
12 abril. Domingo.
Contrariando o presidente, o coronaírus seguia pelo país executando seu macabro trabalho. Já eram aquela época 22.318 casos, e 1.230 mortos.
Aquele domingo era domingo de Páscoa. Em uma live pelo Facebook do qual participavam lideranças religiosas, o presidente afirmou: “Quarenta dias depois, parece que está começando a ir embora a questão do vírus, mas está chegando e batendo forte o desemprego. Precisamos lutar contra essas duas coisas”.
20 de abril. Segunda-feira.
Apesar de ter dito que o coronavírus estava indo embora, parece que o vírus não deu muito ouvidos ao que dizia o presidente, e insistiu em ficar no país. Naquele período, o número de casos confirmados já havia aumentado para 40.818, e 2.588 eram as vidas ceifadas pelo vírus.
Há apenas quatro dias o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta havia sido demitido. Ele entrara em rota de coalizão com o presidente devido a visão de combate à doença que cada um tinha: Mandetta baseado na ciência, e o presidente, no achismo.
Naquele dia, o Ministério da Saúde havia divulgado, em um primeiro momento, que haviam ocorrido 383 mortes em 24 horas, o que elevaria o total das mortes para 2.875 óbitos. Na verdade, havia ocorrido 113 óbito naquelas 24 horas. Posteriormente, o ministério corrigiu o erro. Foi com base nos primeiros dados divulgados pelo MS que um jornalista questionou o presidente sobre o aumento no número de mortos:
Disse o repórter: “Presidente, hoje tivemos mais de 300 mortes. Quantas mortes o senhor acha que...
Ô, cara, quem fala de... Eu não sou coveiro, tá certo?”, disse o presidente interrompendo a pergunta do presidente.
O jornalista ainda tentou reformular a pergunta.
Mas Bolsonaro, novamente, usou de grosseria: “Não sou coveiro, tá?”, disse ele.
Isso aconteceu no final da tarde, em frente ao Palácio da Alvorada. Pela manhã, no mesmo lugar, Bolsonaro já havia demonstrado sua falta de sensibilidade em relação a questão: “Levaram o pavor para o público, histeria. E não é verdade. Estamos vendo que não é verdade. Lamentamos as mortes, e é a vida. Vai morrer”.
28 de abril. Terça-feira.
Os números de casos confirmados no Brasil chegavam a 73.235, e atingiamos a triste marca do dos 5.083 mortes. Ultrapassando a china em número de mortos.
Na quarta-feira, 29, novamente em frente ao Palácio da Alvorada, um jornalista questionou Bolsonaro sobre o fato: “A gente ultrapassou o número de mortos da China por covid-19…
Ao que Bolsonaro respondeu com sua sensibilidade caraterística: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.
19 de maio. Terça-feira.
O Brasil registrava naquele dia 271.885, e 17.983. Em apenas um dia haviam sido registrados 1.179 mortes.
O Ministro da Saúde, Nelson Teich, havia deixado o posto de ministro da Saúde há quatro dias. Foi nesse contexto que o presidente resolveu mandar o Ministério da Saúde mudar o protocolo da cloroquina, um remédio sem nenhuma comprovação cientifica contra o coronavírus.
Em entrevista ao jornalista Magno Martins, o presidente ainda fez piada sobre o tema: “Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda, Tubaína”.
03 de junho. Quarta-feira.
O Brasil contabilizava 584.562 casos confirmados, e 32.568 mortes.
O Ministério da Saúde começou então a atrasar o horário de divulgação de dados referentes ao Covid-19 das 19 para as 22 horas. Ao ser questionado por jornalistas sobre a mudança ele disse: “Acabou matéria do Jornal Nacional. Não vai correr às seis da tarde para atender a Globo. A TV funerária”.
Depois o presidente, na sua incapacidade de encontrar alguma solução plausível para enfrentar o coronavírus, resolveu fazer uma operação para tentar esconder os números referentes a doença. O ministério da Saúde tirou o site do ar, e passou a divulgar apenas as mortes diárias, e não os dados consolidados, como acontece nos outros países. Depois de muitas críticas e muita pressão, inclusive por decisão judicial do ministro Alexandre de Moraes, o site voltou e também o MS passou a divulgar os dados acumulados.
09 de junho. Terça-feira.
A tentativa de esconder números repercutiu muito mal. E o presidente resolveu justificar essa estratégia.
Queremos o número limpo que sirva para prognóstico e não que apenas sirva para inflar e dar notícias em órgãos de imprensa. Cada Estado que mandar os números será trabalhado e divulgar. Não queremos números mentirosos que servem para inflacionar essa questão, e de manchete para o jornal. Esses números têm que servir para alguma coisa e não para dar manchete de jornal”, disse o presidente.
O Brasil já registrava na ocasião 719.449 casos, e 37.840 óbitos.
11 de junho. Quinta-feira.
Quando os brasileiros achavam que já tinha visto todo tipo de absurdo, Jair Bolsonaro mostrou que sempre consegue surpreender a todos e tirar mais um coelho manco da cartola. À noite, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente sugeriu a seus apoiadores que invadissem hospitais.
Tem um hospital de campanha perto de você, tem um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente tá fazendo isso, mas mais gente tem que fazer, para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda”.  E acrescentou “Tem dados que chegam, que a população reclama, que a pessoa tinha uma série de problemas e entrou em óbito. Não tinha contraído o vírus e aparece Covid-19. São dezenas de casos por dia que chegam nesse sentido. Tem um ganho político dos caras, só pode ser isso”, disse o presidente, sem apresentar nenhuma prova das afirmações graves que estava fazendo.
Mais uma vez o presidente foi de uma irresponsabilidade tremenda. Primeiro para com os profissionais de saúde que estão pondo suas vidas em risco, e segundo para os seus apoiadores que correm sérios riscos entrando, sem autorização, em hospitais onde estão internados pessoas com Covid-19. Mais uma vez ele mostrou que não tem dignidade para ocupar o cargo que ocupa.
Neste domingo, 14, o ministro Gilmar Mendes, através de seu perfil no Twiter em comentário a essa fala do presidente, escreveu: “Invadir hospitais é crime – estimular também. O Ministério Público (A PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente. É vergonhoso - para não dizer ridículo - que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”.
O Brasil é hoje o país que mais sofre com a doença depois dos Estados Unidos. E pensar que tudo poderia ter sido diferente se tivéssemos uma liderança que tivesse sabido chamar para si a responsabilidade no combate e no enfretamento da doença. Que tivesse sentado à mesa com governadores, prefeitos, médicos, enfermeiros, ministro da saúde, e com outros setores da sociedade e elaborado planos, e discutido testes, e reforçado a importância do isolamento social.
Mas, infelizmente, não temos líderes. Temos, sim, um menino mimado, com o coração frio que nem uma pedra de gelo, sentado numa cadeira presidencial, que flertar com atos antidemocráticos, que faz ameaças a democracia constantemente, e que ainda acabará, não apenas ajudando a enterrar milhares de brasileiros, mas também a economia, ao não se preocupar com as vidas humanas que, realmente, são quem sustentam as economias.
Há muito para se falar, por exemplo na preocupação que traz ao país, a ala mais radical do bolsonarismo, que se comporta como um rebanho enfurecido. E rebanho enfurecido, como todos sabem, não pensa coisa alguma. São cabeças vazias que agem apenas por impulso. Ou poderíamos dizer também que eles se comportam como aqueles zumbis de filmes de ficção que sofreram lavagem cerebral e perderam a capacidade de agir como ser humano, tornando-se bonecos de manipulação à serviço de forças maléficas.
Porém como esta postagem já se faz longa, deixemos esse assunto para próximas postagens. 


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