Quarta-feira,
30 de dezembro
Antes
era mais fácil entender a realidade.
Havia apenas dois mundos: o mundo material e mundo espiritual. Apenas
dois mundos, cada qual com as leis próprias que os regem. Alguém pode objetar
que não acredita no mundo espiritual, e que ele funciona como mundo paralelo ao
nosso. Tudo bem, ninguém precisa acreditar em todas as coisas, afinal vivemos
no mundo material, e é natural que haja pessoas extremamente materialistas.
Isso é normal. Ninguém precisa acreditar na energia para que ela possa existir.
Assim como também o ar não precisa de sua crença para existir. Mas essa é outra
discussão e fica para outro momento.
O
que quero mesmo é falar de outro mundo paralelo, no qual a maioria de nós
acredita e navega por ele: A Internet. Os historiadores costumam dividir a
história da humanidade em antes de depois de Cristo. Agora mais um elemento
pode ser incluído em suas pesquisas e classificações. Agora, os historiadores
também podem dividir a história em antes de depois da Internet.
Em
meados desse mês, a 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, entrou com ação
judicial determinando que os serviços do
WhatsApp fossem suspensos em todo o país por 48 horas. A justiça queria
que investigados em determinado caso tivesse seu sigilo de mensagens enviadas
pelo aplicativo, fosse quebrada, como a empresa se negou a atender ao pedido, o
bloqueio pode ter sido uma represália. O fato é que isso causou um grande
alvoroço. Muito se comentou sobre isso. Milhões de pessoas ficaram alvoroçadas
com a possibilidade de ficar sem o WhatsApp. Isso porque o bloqueio da justiça
determinava apenas a suspensão dos serviços de um aplicativo, imaginem então se
a Internet tivesse sido bloqueada?
O
comércio eletrônico é uma realidade. Em todo o mundo, a cada ano, bilhões de
consumidores se integram a esse mercado, e a tendência não é diminuir esse
fluxo de compradores e vendedores, ao contrário, a tendência é aumentar ainda
mais.
Nesse
mundo paralelo virtual chamado Internet nós compramos, vendemos, nos
informamos, nos comunicamos com os de perto e os de longe, nos divertimos,
enfim uma infinidade de outras coisas é possível na rede. Mas é preciso ter
muito cuidado ao nos movimentarmos por essa imensa aldeia virtual. Assim como
as benesses que ela pode nos trazer são incontáveis, os perigos também o são
igualmente. Há muitos oportunistas, muitos aproveitadores. Você quer comprar um
produto, mas do outro lado pode ter alguém que quer vender o produto, mas não
entregá-lo ao consumidor.
Mas,
como num a guerra, assim como há sites ávidos em ludibriar o consumidor, há
também os sites que procuram orientá-lo, ajudá-lo a resolver o problema. A
Internet é propícia a pratica do comércio. Por outro lado, se há sites que
tentam prejudicar, ludibriar o consumidor, há outros que tentam ajudá-los.
Vou
relatar três experiências que tive com compras na Internet. Certa vez, estava
querendo muito comprar uma bicicleta. Escolhi uma na loja virtual de artigos
esportivos, NetShoes. Quando já estava quase finalizando a compra, resolvi
fazer, na própria rede, uma consulta à reputação da empresa. Verifiquei que havia
reclamações de clientes que não receberam o produto, ou que receberam, porém
muito depois do prazo previsto. Por via das dúvidas, resolvi comprar a
bicicleta em uma loja física, aqui mesmo na cidade. Em outubro desse ano,
estava à procura de um MP4. Havia um da marca Philips que me interessava muito.
Nas dezenas de sites que procurei, sempre aparecia a reposta: produto
indisponível. O produto já não estava mais sendo fabricado pela empresa. Finalmente
encontrei o produto desejado a um ótimo preço no site Hiper Mais Barato. Já
estava quase comprando, até já havia imprimido o boleto de pagamento, quando,
resolvi consultar o site Reclame Aqui, a fim de verificar a reputação do Hiper Mais Barato. A reputação da empresa era péssima, muito ruim mesmo. Resolvi rasgar
o boleto e desistir da compra, e com isso, evitei dores de cabeça.
Recentemente,
comprei um pacote do antivírus Avast. Nesse mar virtual há piratas demais,
gente muito mal intencionada. Ficar sem antivírus não é recomendável. Enfim,
comprei o antivírus, e quando fui instalar aparecia a mensagem de que eu estava
desprotegido e que precisava comprar a licença. Mandei vários e-mails para a
NexWay, empresa da qual eu havia comprado o produto. Não recebi resposta de
nenhum. O que fazer? Perguntei-me. Por fim, lembrei-me do site Reclame Aqui.
Não tive dúvidas: Entrei lá e deixei minha reclamação. O resultado foi melhor
do que esperava. Recebi um e-mail do Reclame Aqui dizendo que a empresa já
havia sido notificada, e que em breve se pronunciaria. Não deu outra: Cinco
dias depois a empresa entrou em contato por e-mail e o problema foi
solucionado.
Comprar
pela Internet é muito bom. Você não tem que enfrentar nenhuma correria, nem
procurar vagas em estacionamento, nem ter esperar na fila, economiza tempo,
recebe o produto em casa, e série de outras facilidades. Porém temos que
observar certos critérios de segurança para não cairmos em nenhuma fraude.
Em
primeiro lugar é sempre bom comprar em sites confiáveis de lojas que você já
conhece. Desconfie daquelas promoções milagrosas, tipo, “caiu do céu”. Além
disso, antes de fazer compras na Internet, consulte a reputação da empresa em
sites como o Reclame Aqui, e Procon.
Finalizo
esta postagem com algumas dicas para uma compra segura no comércio virtual que
encontrei no site IDGNOW.
***
Especial:
Veja 11 dicas para fazer compras seguras pela Internet
Aluisio
Andrada
1 - Use sites familiares: Inicie suas
compras sempre por um site confiável, em vez de fazer compras utilizando um
motor de busca. Infelizmente, os resultados das pesquisas podem ser manipulados
para desviá-los, especialmente quando você navega e segue adiante as primeiras
páginas do site/link desejado. Se você conhece o site, as chances de serem uma
fraude são bem menores. Todos conhecemos a www.amazon.com e a quantidade de
ofertas que eles possuem em seu site; da mesma forma, boa parte dos grandes
magazines brasileiros também possuem uma loja on-line. Tenha muita atenção com
erros ortográficos ou sites usando um domínio diferente (.net ao invés de
.com.br, por exemplo). Estes são os truques mais antigos e ainda mais exitosos.
Note que as vendas nesses sites podem parecer mais atraentes, pois é desta que
eles o induzem a compra.
2 - Observe o famoso CADEADO: Nunca, jamais,
compre qualquer coisa on-line usando seu cartão de crédito em um site que não
tenha no mínimo, criptografia SSL instalado (Secure Sockets Layer). Não se
preocupe pois é fácil identificar, a URL do o site sempre vai começar com
https://(em vez de apenas http://). Além disso, um ícone de um cadeado fechado
aparece na barra de status, normalmente na parte inferior do seu navegador, ou
em outros casos, ao lado direito da URL na barra de endereços. Isto vai
depender obviamente do navegador utilizado.
Nunca,
nunca envie por e-mail suas informações de Cartão de Crédito
3 - Procure informações da empresa: Por definição,
toda empresa, idônea e devidamente instituída, deve possuir um número CNPJ
(Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) para operar. Assim, é possível obter
este número por meio de um serviço chamado “who is” (“quem é?”). Para tanto,
basta ir até o endereço http://registro.br/ e com a URL da loja, clique na
opção “Who is”. Em posse do CNPJ, vá até o site
http://www.receita.fazenda.gov.br e acesse o menu: Pessoa Jurídica > CNPJ
> Comprovante de inscrição. Lá, digite o número do CNPJ, e você terá acesso
a informações como o nome da empresa, e principalmente, a data em que ela foi
criada. Não é incomum encontrarmos empresas que afirmam possuir mais de 10 anos
no mercado, quando na realidade foram abertas no mês passado. Não seja mais um
consumidor fraudado, ou diria, vítima deste sistema; sempre procure obter junto
à empresa o CNPJ, se não estiver no site, ligue diretamente lá.
4 - Verifique seu Extrato do Cartão de
Crédito:
Não espere até o início do próximo mês para verificar se suas compras foram
lançadas em seu cartão de forma correta. A grande maioria das operadoras de
cartão de crédito, e especialmente, a de débito, disponibiliza os lançamentos
de forma on-line. Certifique-se de que não há quaisquer cobranças indevidas que
indiquem ação fraudulenta ou mal-intencionada, ainda que provenientes de sites
confiáveis. Caso seja identificado algo irregular, pegue o telefone e resolva a
questão de imediato. No caso dos cartões de crédito, como os pagamentos são
realizados em base mensal, você tem até 30 dias para notificar a
operadora/banco a respeito do desvio, após esse período você assumirá a compra.
Com o advento dos serviços de pagamento on-line, como: PayPal, PagSeguro e
MoIP, é possível manter suas informações de cartão de crédito armazenados em um
servidor seguro, enquanto faz suas compras, sem que para tanto sejam fornecidas
suas informações financeiras ao varejista. Neste caso, preste atenção apenas
nas taxas cobradas, e sua aceitação no mercado local e estrangeiro.
5 - Muita atenção aos Selos de Segurança: Aonde há
necessidade, há oportunidade, e neste contexto, notamos uma verdadeira
enxurrada de Selos de Segurança inundando os sites de compra on-line. Eles
ornamentam os rodapés dos sites com seus brasões e cadeados reluzentes na
expectativa de “inocular” no futuro possível cliente, a segurança de que sua
transação será tão segura quanto se fosse realizada em uma loja física. Mero
equivoco. Embora sites idôneos e legítimos façam uso deles, qualquer site
malicioso pode exibi-los também sem qualquer ônus; na realidade qualquer site
na Internet pode exibir a imagem que desejar. Exceções a parte, sua grande
maioria não garante nada, e principalmente, não podem ser contestados quanto a
sua legitimidade. Portanto, faça uso da pesquisa. Existem vários sites
relatando as experiências de outros usuários enquanto realizam suas compras em
determinado site. Ainda que a verdade seja discutível, eles servem de
termômetro do que eventualmente poderão enfrentar em situações similares. Por
fim, leia a Política de Privacidade e entenda o que fazem com seus dados, afinal
você não quer nenhum telemarketing te ligando 50 vezes ao dia para vender algo.
6 - Use senhas fortes: Todos sabemos
o quanto isto é importante, no entanto, ainda utilizamos senhas comuns, afinal
senhas complexas são mais difíceis de decorar do que a data de aniversário de
seu filho ou esposa, concorda? Ainda pior, não contentes, utilizamos a mesma
senha para vários serviços diferentes. Opte por senhas não mnemônicas, que
utilizem caixa alta, baixa, caracteres especiais e, possuam no mínimo 8
dígitos. Existem centenas de programas com dicionários prontos para quebrar
senhas comuns, não seja mais uma vítima da mesmice.
7 - Pense em Mobilidade: Olha que
interessante: uma pesquisa trimestral da “State of Mobile Commerce” detalha que
no Brasil 10% das compras ocorreram via smartphones e 4% em tablets. O
relatório ainda indica que a cota de transações via mobile no Brasil deve
chegar a 22% até o final de 2015, na média mundial esse número deve
corresponder a 40%. Novamente, não há motivos para pânico e para descartar seu
tablet ou smartphone, a “charada” aqui é usar aplicativos fornecidos
diretamente pelos varejistas, (Amazon, Submarino, Decolar, etc.) e
disponibilizados via Apple ou Play Store. Use os aplicativos para encontrar o
que deseja e, em seguida faça a compra diretamente, sem ter que acessar o site
da loja.
8 - Certifique-se de que está usando um
equipamento seguro:
Se o seu computador não está protegido contra software maliciosos, há grandes
chances de suas informações financeiras e senhas serem roubadas (e tudo mais
que você armazenar no seu computador). Este conceito é tão básico, mas apenas
uma pequena fração da população protege seus computadores, seja por ignorância,
seja por desleixo. Use uma conexão segura, tenha sempre instalado um antivírus,
antimalware e um firewall pessoal em seu computador. Se você usa uma rede sem
fio, certifique-se de que esteja criptografada, afinal os cyber criminosos
estão sempre a espreita.
9 - Não use Wi-Fi público para realizar
compras:
Com a popularização da Internet, compelido pelo Programa Nacional de Banda
Larga (PNBL) do Governo Federal, é cada vez mais comum você ter acesso grátis
seja numa praça pública, seja em um pequeno estabelecimento comercial. No
entanto, o que parece ser grátis pode se tornar um custo inimaginável à um
usuário comum ou despreparado. Sempre que você digitar informações pessoais
usando uma rede pública, esteja ciente de que suas informações podem ser
roubadas. A maioria dos hotspots Wi-Fi não criptografam os dados trafegados, de
maneira que qualquer cyber criminoso, com um pequeno arsenal de ferramentas,
poderá facilmente acessar suas informações enquanto compartilham o mesmo
hotspot WiFi. O mesmo se aplica a smartphones e tablets. Esteja bem ciente do
risco e avalie se não vale a pena esperar até você chegar em casa para efetuar
aquela compra que parece ser imprescindível e inadiável naquele momento.
10 - Cartões de presente, salvação de
última hora:
Os cartões de presente são, e sempre serão, a tábua de salvação de muitas
pessoas, e com a proximidade do Natal, ele se tornará imprescindível; este ano
não será exceção. Tenha muito cuidado com as lojas que oferecem este serviço;
certifique-se se a loja é legítima, que a pessoa usará o cartão somente na loja
objeto da compra, e que esta não exigirá demasiada informação do presenteando,
para que este desfrute de seu presente.
11 - Muito bom para ser verdade: Quem nunca
recebeu uma oferta imperdível para a compra do celular dos seus sonhos, ou
ainda, um cupom de desconto relâmpago para seu deleite em uma loja de
eletrônicos. A engenharia social ainda é o método mais bem-sucedido dos cyber
criminosos, pois ele atua diretamente num dos sentidos mais suscetíveis do ser
humano – o do Desejo. Cuidado, muito cuidado, com qualquer loja virtual que
prometa um preço muito abaixo do mercado. Se o valor é muito baixo, considere
se o comerciante opera pelas vias legais; se o item confere com a marca e
modelo desejado ou trata-se de substituto barato; se você será capaz de
retornar mercadorias eventualmente danificadas; se o comerciante não irá
faturar vendendo suas informações financeiras, e daí por diante. O mesmo se
aplica para os e-mails e cupons de descontos recebidos, alguns inclusive de
pessoas conhecidas, que supostamente realizaram uma compra e o indicaram para
um desconto solidário. Não existe almoço grátis.
*Aluisio
Andrade é diretor de Operações e Serviços na Nap IT.