Nas raias do desespero
Quinta-feira, 29 de setembro
Hoje,
29 de setembro, após a novela Pantanal, na TV Globo, vai ao ar mais um debate,
o último antes das tão aguardadas eleições no domingo.
Deste
debate participarão os candidatos Luís Inácio Lula da Silva (PT), Jair
Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União
Brasil), Felipe D’Avila (Novo), e Pe. Kelmon (PTB). O debate será mediado pelo
jornalista William Bonner.
Durante
a corrida eleitoral os candidatos participaram de outros dois debates: um
promovido pela TV Bandeirantes, e outro formado por um pool de emissoras
formado por SBT, CNN, revista Veja, jornal O Estado de São Paulo, Rádio Nova
Brasil FM e portal Terra. Desse debate o candidato Lula não participou, motivo
pelo qual foi muito criticado pelos demais candidatos.
Lula
lidera as pesquisas com chances de vencer a disputa ainda no primeiro turno. E eis
o motivo do desespero de Bolsonaro e dos bolsonaristas. A enxurrada de fake
news contra o candidato petista e contra as urnas eletrônicas tem sido constante.
O próprio presidente e o partido dele, o PL, divulgaram fake news.
Em
live realizada ontem, 28, o presidente divulgou uma notícia falsa de que o TSE
estaria avaliando a possibilidade proibir a votação de pessoas que forem votar
vestindo camisas verde e amarelo. “É
interferência demais. Está com medo de quê? De ter um mar de verde e amarelo?
Você está preocupado com um mar de verde e amarelo votando [e depois] aparecer
o nome do Lula ganhando. É isso TSE? É isso TSE? ”, disse ele.
Após
fazer esse comentário, o presidente convidou os seus eleitores a irem votar
vestidos com roupas verde e amarelo. “Eu
estou convidando a todos voluntariamente votar com a camisa verde e amarela. O
que as Forças Armadas puderem garantir [a] vocês de votarem com a camisa verde
e amarela, vai ser garantido”.
E
fez uma ameaça: “Eu vou determinar às
Forças Armadas, que vão participar da segurança: qualquer seção eleitoral que
for proibido entrar com a camisa verde e amarela, não vai ter eleição naquela
seção. Ou estamos na democracia ou estamos no estado do Alexandre de Moraes”.
Na live, o presidente também fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes.
O
partido do presidente, o PL, também entrou na dança das fake news. O partido
divulgou uma nota na qual contestava a lisura, e a segurança do processo
eleitoral na realização das eleições de domingo.
“Somente um grupo restrito de servidores e
colaboradores do TSE controla todo o código fonte dos programas da urna
eletrônica e dos sistemas eleitorais. Sem qualquer controle externo, isto cria,
nas mãos de alguns técnicos, um poder absoluto de manipular resultados da
eleição, sem deixar qualquer rastro”, diz o documento intitulado Resultado
da Auditoria de Conformidade do PL no TSE.
O
documento redigido pelo partido repete as mesmas mentiras ditas por Jair
Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas. O relatório foi feito pelo Instituto Voto
Legal a pedido do PL. O interessante é que esse documento já estava redigido
desde meados de setembro, e só foi divulgado agora a 4 dias da eleição
presidencial, numa clara tentativa de tumultuar o processo.
Horas
antes da divulgação do documento, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto
estivera no TSE, visitando a sala onde será feita a apuração dos votos, a
convite de Alexandre de Moraes.
A
reação do TSE à nota foi imediata dizendo que a nota do PL é falsa e mentirosa,
e que atenta contra o Estado Democrático de Direito. “As conclusões do documento intitulado Resultados da Auditoria de Conformidade
do PL no TSE são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo
informações fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao
Poder Judiciário, em especial à Justiça Eleitoral, em clara tentativa de
embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”, disse o órgão
em nota.
Alexandre de Moraes determinou que a nota divulgada pelo PL fosse encaminhada ao Supremo Tribunal Federal para ser juntada ao inquérito das fake news. “Para apuração de responsabilidade criminal de seus idealizadores — uma vez que é apócrifo —, bem como seu envio à Corregedoria Geral Eleitoral para instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade do Partido Liberal e seus dirigentes, em eventual desvio de finalidade na utilização de recursos do Fundo Partidário”, disse o magistrado.
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