O Brasil na UTI
Domingo, 14 de março
A semana que
passou foi uma semana bastante movimentada no cenário político brasileiro. O
ministro, Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anulou as provas
contra o presidente Luís Inácio Lula da Silva. Houve então grande rebuliço no
meio político. Nas redes sociais, nem se fala.
O importante é
que nas atuais circunstâncias, Lula se torna elegível. E isso bagunça todo o
cenário político pensado até agora para as eleições de 2022. De novo a
polarização. Deveria haver nisso tudo uma terceira via. Mas a oposição nunca
conseguiu emplacar um nome que fizesse frente a Jair Bolsonaro. E, ironia do
destino, Lula pode ser esse nome.
Observem que
Lula anda dizendo por aí que está livre completamente, o que não é verdade.
Fachin anulou os processos que corriam na vara de Curitiba, mas não anulou as
provas. E no meio desse caldeirão todo, ainda tem o julgamento da suspeição do
ex-juiz Sérgio Moro, já iniciado no Supremo e paralisado porque o ministro Kassio
Nunes Marques pediu vistas do processo, ficando dessa forma o processo sem data
para acontecer, dependendo apenas de quem pediu vistas para que haja uma
retomada do julgamento.
Enfim, ainda tem
muita água para rolar debaixo dessa ponte. Apesar da decisão de Fachin ser
muito importante para o futuro político do país, e da balburdia que ela
provocou, não vou falar disso nessa postagem. Há algo mais importante, mais
urgente, e que tem consumido e preocupado grande parte da sociedade brasileira:
o avanço do coronavírus no país. Chega a ser assustador.
Estamos à beira de um colapso. Em alguns
lugares ele já aconteceu. E vivendo todo esse drama ainda temos que ouvir as
vozes que se levantam contra as medidas para conter a doença, inclusive, por
parte de Jair Bolsonaro, aquele que deveria abraçar a causa junto com todos;
governadores, prefeitos, e população brasileira.
Já que entramos
no assunto. Falemos de Bolsonaristas de carteirinha.
No final do ano
passado, o deputado estadual Silvio Antônio Fávero, do PSL, de Mato Grosso,
apresentou na Assembleia Legislativa daquele estado, um projeto de lei que
desobrigava os cidadãos mato-grossenses de serem imunizados contra a Covid-19.
Segundo o
próprio parlamentar, o objetivo da lei seria assegurar aos cidadãos e cidadãs
daquele estado o direito ou não de se vacinarem. Ele disse ainda na ocasião que
e acreditava haver muita insegurança quanto a eficácia da vacina, e que ela
podia, inclusive, por a vida dos cidadãos em risco.
O pensamento de Fávero
estava em consonância com o pensamento do presidente, Jair Bolsonaro, que
chegou, em algumas ocasiões, a fazer campanha contra a vacina, e dizer que a
vacina não deveria ser obrigatória e que, ele mesmo, não tomaria a vacina. Insinuou
até que quem tomasse a vacina poderia virar jacaré.
As ideia do
deputado estadual mato-grossense, seguiam na contra mão do discurso da ciência
de que é preciso haver uma imunização em massa para diminuir os riscos de
infecção, e evitar a superlotação dos leitos de UTI, e frear o avanço da
doença.
Ainda no ano
passado, em 29 de junho, Fávaro chegou a usar do recurso das fake news em um
discurso que fez na Assembleia Legislativa. O deputado falava sobre a entrega
do “kit-covid” no estado, quando afirmou: “Vocês
sabem quanto ganha a prefeitura por cada morte? 19 mil reais. Para morte, 19
mil reais. Ninguém morre mais de nada, de câncer, acabou, a única doença é a
Covid.”
A legenda do
vídeo ressalta a afirmação do parlamentar, ao dizer que cada óbito no Brasil
notificado como Covid significa “dinheiro vivo”, em uma clara insinuação de que
as secretarias de Saúde dos estados estavam inflando o número de mortos por
Covid-19 para assim receber mais dinheiro. Posteriormente, o vídeo também foi
publicado na conta do Instagram do deputado.
O próprio
Ministério da Saúde chegou a desmentir o fato de que, para cada morte, as
prefeituras recebem 19 mil reais. O critério usado pelo Ministério da Saúde
para a distribuição de recursos para o combate à pandemia é feito de acordo com
a proporção do número de habitantes de cada estado. O órgão também leva em
conta que os municípios que já investem em recurso para situações de média e
alta complexidade tem direito a uma parcela mensal extra.
Seguindo a
cartilha do presidente, Fávaro também era crítico das medidas de isolamento
social, e um defensor das medicações sem eficácia comprovada contra a Covid,
como por exemplo, a cloroquina, tão amplamente divulgada e aconselhada pelo Dr.
Jair Bolsonaro.
Na tarde deste
sábado, 13, o deputado Silvio Antônio Fávero, PSL-MT, faleceu em Cuiabá, vítima
da Covid-19. Ele estava internado desde o dia 04 deste mês com complicações
pulmonares em decorrência da doença. Na madrugada de sexta para sábado, o
quadro de saúde dele se agravou, provocando infecção generalizada, e o consequente
óbito.
Este blog cita o
caso do deputado Silvio Favaro porque acredita que o caso seja apenas mais um,
dentre os milhares de bolsonaristas que perderam a vida, por alinhar-se ao
pensamento do presidente. E por não acreditar nas medidas de distanciamento
social, e até mesmo se revoltarem contra elas, por não acreditarem na eficácia
das máscaras, na eficácia das vacinas, por procurarem aglomerações, eles se
tornam vítimas e presas fáceis de um inimigo mortal e ainda desconhecido pela
ciência: o coronavírus.
Eles se
consideram invencíveis e saem por aí a desafiar o perigo, sem mesmo se dar
conta de que seguem um comandante que empurra os seus comandados diretamente
para os braços de um inimigo impiedoso,
Em seu
comentário na rádio CBN, na quinta-feira, 11 de março, a jornalista Miriam
Leitão, refletindo sobre a qualidade da liderança e os malefícios do
negacionismo, diz:
Qualquer
que seja o governante, ele seja de direita, Netanyahu (Benjamin Netanyahu,
primeiro ministro de Israel), seja de esquerda como a Jacinda Arden, (primeira
ministra da Nova Zelândia), seja de centro-esquerda como Justin Trudeau
(primeiro-ministro) no Canadá, seja de centro-direita, como a Angela
Merkel(chanceler Federal) na Alemanha, ou Boris Johnson (primeiro ministro do
Reino Unido), que é de direita, o importante não é ser de esquerda ou de
direita, isso não é uma discussão nesse momento, o importante é não ser
negacionista.
E
por que que o negacionismo mata? Ele mata por um motivo concreto: quem nega um
problema não se prepara pra ele. E foi o que se viu no Brasil cheio de
improvisos. O tempo todo é improviso. Não tem coordenação, nunca houve. Agora
os estados estão desesperadamente se organizando, indo pro Congresso pra daí
sair uma pressão para que o governo faça uma coisa objetiva...
Então
quando você nega um problema você não se esforça para combate-lo. A falta de
esforço para comprar no ano passado as vacinas foi resultado do negacionismo. O
presidente Bolsonaro deu o exemplo contrário do que um líder responsável tem
que dar o tempo todo. Ele com atos e palavras ofendeu os vivos, com palavras
ele ofendeu os mortos, e com falhas e os erros da sua ação governamental ele
feriu o país, ele feriu a economia, ele feriu a sociedade. Então nós estamos
numa situação muito dramática. Por que? Qual o centro disso? É exatamente o
negacionismo. Ele não é apenas uma palavra. Ele significa uma atitude, e
atitude errada que nos expõe a mais mortes.
Nós erramos
enquanto país, e continuamos errando, em grande parte, como diz Miriam Leitão,
por causa desse maldito negacionismo. Por exemplo, quando o governador de São
Paulo, Joao Dória, decretou que o estado entraria na fase vermelha no sábado,
dia 06, no dia 05, sexta-feira, os caminhoneiros fizeram um protesto,
claramente um ato político, contra as medidas de restrição. Enfileiram dezenas
de caminhões na marginal Tietê, uma das mais movimentadas da capital paulista.
As medidas de restrição foram adotadas por causa do alto número de lotação nas
UTIs do estado.
A medida não
adiantou muito e, na segunda, 15, começa em São Paulo uma fase emergencial
ainda mais restritiva.
Enfim, mesmo
vendo o drama que o estado atravessa os caminhoneiros, categoria parceira do
governo, resolveram protestar contra uma medida que impedirá a aceleração da
transmissão da doença.
Prefeitos
bolsonaristas ignoram a situação grave que as suas cidades apresentam. Por
exemplo, a prefeita de Bauru, cidade de 380 mil habitantes, localizada a 330 km
de São Paulo, também resolveu ignorar a fase vermelha decreta por Dória. E a
situação por lá não estava bem tranquila não. Em 06 de março, Bauru tinha uma
das situações mais graves em relação a Covid no estado.
Outros erros
cometidos que são difíceis de entender, e que também provocam muitas
reclamações por parte dos brasileiros, é o transporte coletivo. Os usuários do
transporte público, para ir ao trabalho, tem que enfrentar, todos os dias,
conduções lotadas, seja nos ônibus, trens, ou metrôs. Espremidos dentro dos
transportes públicos, como manter o distanciamento social num espaço tão
pequeno e com tanta gente? Em um momento em que as empresas que administram o
transporte público deveriam colocar mais ônibus em circulação, algumas delas
simplesmente retiraram alguns ônibus de circulação.
O poder público
também deveria agir sobre elas e cobrar mais responsabilidade, mas, misteriosamente,
essas empresas nunca entram em nenhum decreto para reduzir o distanciamento
social.
Os cartolas do
futebol também não estão se importando muito com o agravamento da pandemia. O
futebol foi suspenso em alguns estados, outros não. Em São Paulo, os cartolas
estão muito bravos com o governador por que ele incluiu o esporte na lista das
atividades que estão suspensas. Em Belo Horizonte, por exemplo, o prefeito,
Alexandre Kalil, decretou medidas restritivas, mas o futebol e outras
modalidades esportivas ficaram de fora.
Também tem a
irresponsabilidade dos jovens que continuam a fazer as festas clandestinas. Em
várias cidades brasileiras, a polícia está tendo trabalho para evitar que elas
aconteçam. Algumas são denunciadas e chegam ao conhecimento da lei. E as que
não chegam ao conhecimento das autoridades?
O mau exemplo
vem também de quem deveria dar bom exemplo. Na madrugada deste domingo, 14, a
polícia recebeu denúncias de que estava havendo uma festa clandestina em um
cassino, na Vila Olímpia, Zona Sul de São Paulo. A polícia foi até lá e
encontrou mais de 200 pessoas no local. Não era exatamente uma festa, mas um
cassino clandestino.
No local, a
polícia encontrou o ídolo do flamengo, Gabriel Barbosa, o Gabi Gol, atleta do
Flamengo, e o funkeiro MC Gui. Gabi Gol estava escondido debaixo de uma das
mesas do estabelecimento.
A irresponsabilidade
de Gabi Gol tornar-se ainda mais inconsequente quando a gente pensa que ela
acontece às vésperas da reapresentação do grupo principal do Flamengo. Os
jogadores do Fla ganharam um período maior de descanso após a conquista do
Campeonato Brasileiro. Obviamente, não apenas Gabi Gol é irresponsável, mas
todos que organiza e quem participa desses eventos". O Flamengo não deve
se calar diante da irresponsabilidade do seu jogador diante de um quadro de
saúde pública tão grave. Não deve passar a mão na cabeça dele, mas dar-lhe,
pelo menos, punição.
“A gente não pode analisar do ponto de vista
individual. Para a polícia, a gente não trabalha com um nome. Eu não decido
quem vai ser alvo da nossa repreensão. Para mim, todos são iguais ali e devem
ser responsabilizados na medida das suas condutas, na medida do que fizeram. Na
verdade é que o que causa espanto é que, novamente no meio de uma situação da
humanidade, dessa pandemia, com gente morrendo, falta de leito no hospital,
alguns desfrutam da vida como se nada tivesse acontecido”, disse Eduardo
Brotero, delegado de polícia e supervisor do GARRA (Grupo Armado de Repressão a
Roubos e Assaltos)/Deic.
Manifestantes protestam contra medidas restritivas no Rio
Os médicos e
enfermeiros de Brasília, como os de todo o país, tem tido muito trabalho nas
últimas semana. Aliás, esses profissionais estão no limite da exaustão desde o
início da pandemia. Na capital federal, a taxa de ocupação de leitos de UTI
está acima de 95%. Mesmo assim, um grupo de manifestantes saiu em carreata
pelas ruas de Brasília.
Eles defendiam o
presidente Jair Bolsonaro, e protestavam contra as medidas de restrição para
conter o avanço da Covid-19, impostas pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Os manifestantes
também dirigiram suas críticas aos ministros do STF, e pediam intervenção
militar, o que é inconstitucional. Dentre as centenas de manifestantes, poucas
eram os que usavam máscaras.
Além de Brasília,
houve protestos também outras capitais:
Claro que essas
manifestações não surgem do nada. Eles tem uma origem e uma motivação. E origem
e motivação nesse caso, parece vir do negacionista-mor: de novo ele, o
presidente Jair Bolsonaro.
Essa semana, em
meio aos caos vivido pelos estados brasileiros, e com os governadores em
desespero, vendo os seus sistemas de saúde à beira de um colapso, e tentando
encontrar uma solução, eis que o presidente resolve voltar sua metralhadora, novamente,
contra eles. O presidente disse que as medidas de restrição são uma privação de
liberdade para o povo.
“O que mais a gente tem de sagrado é a nossa
liberdade. O pessoal não está dando bola... Parte da imprensa deturpou quando
eu falei como é fácil impor uma ditadura no Brasil. E isso foi no ano passado
que eu falei, naquela sessão que vazou lá... Pessoal vai devagar, devagar,
tirando seus meios, tirando suas esperanças, tirando teu ganha pão, você passa
a ser obrigado a ser sustentado pelo Estado”, disse ele. Se o coronavírus
nos dá um frio na espinha, a fala do presidente tem o mesmo efeito, além de
provocar também indignação.
Quando se
referiu ao toque de recolher imposto por Ibaneis Rocha, o presidente disse se
tratar de uma medida de estado de sítio que só ele poderia adotar, e ainda
assim, com o consentimento do Congresso. O que não é verdade. Há uma enorme
diferença entre a decretação de estado de sítio e adoção de medidas de restrição
em prol da saúde da população.
Apenas lembrando
aos leitores e leitoras que o Distrito Federal está à beira de um colapso em
seu sistema de saúde.
Então, se não há
uma liderança unificada na condução da pandemia, a população fica confusa,
principalmente a parte da população que se alimenta de fake news. Eles ficam
sem saber em quem acreditar. Não deveriam, pois a realidade cruel salta aos
olhos. É fácil ver que está com a razão, e quem não está. Trazendo as coisas
para o plano ideológico, como tanto gosta o presidente, é fácil ver, nessa
guerra, quem é do bem e quem é do mal.
E aqui eu volto
ao comentário da Miriam Leitão. Miriam fala sobre a qualidade de liderança. Ela
diz que isso faz uma enorme diferença, e cita também o que acontece nos Estados
Unidos, com a condução de Joe Biden no combate à pandemia. As coisas por lá
parecem estar mudando da água para o vinho. Bastou apenas atitude e vontade
política.
Antes os
americanos também tinham um governo negacionista e estavam mergulhados no caos.
Então chegou Joe Biden acreditando na ciência, incentivando seus governados a
obedecer as medidas sanitárias, apresentando pacote de estímulo à economia, e estabelecendo
metas.
A principal
delas, no meu entender, é essa de querer todos americanos vacinados até 04 de
Julho, data significativa para os americanos. Na quinta-feira, 11, dia em que
fez um ano em que a OMS decretou pandemia, Biden fez um pronunciamento à nação
no qual alertava para as novas variantes e a importância da imunização. “Se fizermos tudo isso, se fizermos a nossa
parte, se fizermos isso juntos, até 4 de julho há uma boa chance de vocês, suas
famílias e amigos poderem se reunir no seu quintal ou no seu bairro e fazer um
churrasco e comemorar o Dia da Independência. Isso não significa grandes
[fazer] eventos com muitas pessoas juntas, mas significa que pequenos grupos
poderão se reunir após este ano longo e difícil que tornará este Dia da
Independência algo verdadeiramente especial”. Assim age um estadista: Incentivando
o seu povo e guiando para caminhos mais seguros.
Pelo andar da
carruagem, os americanos vão descobrir, mais cedo do que pensavam, que fizeram
a melhor escolha. Espero que os negacionistas de lá saiam das trevas da ignorância
e venha para o mundo da luz do bom senso e colaborem com os esforços de Biden
nessa luta terrível contra o coronavírus. Afinal, essa não é a luta de um
presidente, mas a luta de toda uma nação.
Por aqui,
seguimos com um homem que não tem a menor vocação para ser presidente da
República, e que ocupa a cadeira presidencial por mera força das circunstâncias.
Um presidente que não governa para seu povo, mas para seus apoiadores.
Que bom seria se
os negacionistas daqui percebessem o abismo para o qual caminham. Alguns já despertaram
dessa letargia, é verdade, mas pelas carreatas de apoio ao presidente, neste
domingo, contra as medidas de restrição adotadas pelos governadores, críticas
ao STF, e pedidos de intervenção militar, vimos que muitos ainda permanecem no
reino das trevas da ignorância.
Enquanto isso, o
coronavírus continua sua escalada mortal no país, na quinta-feira, 11, o Brasil
registrou 2.349 mortes por Covid em 24 horas. E tem sido assim há mais de um
mês: o país tem batido recorde atrás de recorde na média móvel de mortes e no
número de pessoas contaminadas. É triste ver que, devido a superlotação nas
UTIs brasileiras, muita gente pode morrer por falta de assistência médica, o
que é ainda mais triste.
Apenas dois
remédios farão o país sair do abismo para o qual caminha: distanciamento social
e vacinação já: dois remédios odiados pelo presidente.
Os governadores,
tal qual filhos órfãos de pai, na ausência de uma coordenação nacional nessa
luta estão se virando como podem para resolver o problema da falta de leitos, e
a compra de vacinas. A vacinação avança muito lentamente, não por culpa dos
governadores, e sim, por absoluta inércia do governo federal que não tomou, com
antecedência, as medidas e iniciativas que poderiam estar salvando muitas vidas
hoje.
Para finalizar,
recupero trecho da fala de Eduardo Brotero, delegado de polícia e supervisor do
GARRA (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos)/Deic, citada neste texto.
Fala essa que, tanto vale para as pessoas que frequentam festas ou cassinos
clandestinos, como para aquelas que ignoram as regras sociais, ou para os
políticos bolsonaristas, e até mesmo para o próprio presidente: “Na verdade é que o que causa espanto é que,
novamente no meio de uma situação da humanidade, dessa pandemia, com gente
morrendo, falta de leito no hospital, alguns desfrutam da vida como se nada
tivesse acontecido”, diz o delegado.
Já havia
finalizado este artigo, mas não poderia deixar de comentar uma notícia de
última hora.
Finalmente, o
presidente Jair Bolsonaro vai trocar o comando do Ministério da Saúde. Segundo informaram
assessores do presidente, o general Eduardo Pazuello comunicou ao presidente
que está enfrentando problemas de saúde, e pediu para deixar o cargo. Coincidentemente,
esse pedido de afastamento do ministro da Saúde, coincide com a pressão de
políticos do Centrão para que o general deixe a pasta. Eles alegam má condução
da crise por parte de Pazuello. Aliás, não apenas o Centrão, mas os secretários
estaduais de Saúde já fizeram a mesma afirmação.
Isso mudará
alguma coisa? Provavelmente, não. Uma vez que Pazuello não tinha voz ativa
apenas obedecia ordens de Bolsonaro. E, o presidente, pelo que se conhece dele,
não vai mudar suas ideias tortas apenas porque se trocou um ministro da Saúde. Em
meio à pandemia já são três os ministros que passaram pela pasta, Luiz Henrique
Mandetta, Nelson Teich, e agora, Eduardo Pazuello. Dois médicos e um general do
Exército.
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