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Depois da vitória, o deboche

Posted by Cottidianos on 09:14

Quinta-feira, 04 de fevereiro

O governo obteve uma grande vitória, recentemente: conseguiu eleger o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

O presidente da República, Jair Bolsonaro, investiu pesado — e quando digo investir pesado, é investir muito dinheiro — para garantir que Lira e Pacheco fosse eleitos. Ele, que durante a campanha presidencial era um árduo defensor da velha política baseada no toma lá dá cá, que nada mais é do que a manutenção do balcão de negócios no Congresso quando o executivo oferece cargos, e também dinheiro, em troca de apoio para votar seus projetos.

Hoje, vemos que Bolsonaro apenas fingia ser contra a velha política, assim como fingia ser a favor da luta contra a corrupção, desse modo, enganou e mantém enganados aqueles seus apoiadores que continuam gritando, vaziamente, mito, mito.

Porém, invertamos a ordem das coisas e comecemos a narração dos fatos pelo seu final, e não pelo seu início. E o final foi a festa de arromba que Lira concedeu a cerca de 300 convidados, na casa dele, no Lago Sul, região nobre de Brasília, após a votação que o tornou o novo presidente da Câmara. A festa começou logo após a votação, no dia 01 de fevereiro e se estendeu até a madrugada do dia 02.

Se alguém vê as fotos e imagens que circulam pela Internet, vai pensar que os deputados e deputadas, ministros de estados, e assessores que por lá estiveram, estavam em festa nos tempos pré-pandemia. Tempos em que a gente nem sonhava com a ameaça e, depois, com a realidade terrível do coronavírus.

Aglomeração total. Máscaras de proteção, distanciamento social, e álcool gel eram artigos desnecessários naquela festa. Minto em relação ao álcool: havia muito circulando entre os convidados, mas não era para higienizar as mãos. Era para ser ingerido mesmo. E com que vontade eles esvaziavam os copos. Minto também em relação às máscaras: os garçons e os outros profissionais que trabalhavam no evento, usavam máscaras, sim. Só eles.

O evento organizado por Lira foi um tapa na cara dos brasileiros. Um escândalo. Naquele dia 01, o Brasil registrava 609 mortes por Covid-19. Lembrando que estávamos saindo de um fim de semana e, geralmente, os números divulgados sobre a doença costumam ser mais baixos devido a repasse das Secretárias Estaduais de Saúde. Mas a média móvel de mortes em 07 dias, naquele dia era de 1.062. E assim, já são quase duas semanas com um média do mortes por Covid-19, acima de 1.000.

No dia da festa para comemorar a vitória de Lira, o total de mortos pelo coronavírus desde o início da pandemia era de 225.143 óbitos.

A festa dada pelo novo presidente da Câmara e na qual estavam seus aliados, e até alguns adversários, era também um atestado de hipocrisia.

Hora antes, em seu primeiro discurso como presidente da Câmara, Arthur Lira dizia: “O país atravessa a mais cruel, devastadora e feroz pandemia do último século, o povo sofre com seus efeitos e mais do que nunca precisa que os poderes da República atuem com harmonia e responsabilidade, sem abrir mão de sua independência, pois a democracia é um mosaico em que os contrastes produzem ao final um resultado multifacetado, como é a nossa sociedade”.

Se, realmente, houvesse uma preocupação com a saúde do povo brasileiro, eles mesmo teriam dado o exemplo. Mas, como vimos não foi bem isso que aconteceu.

Claro, que o deputado tem o direito de comemorar a vitória. Afinal, não é todo dia que alguém se elege presidente da Câmara. O que ele não tinham era o direito de comemorar essa vitória regada a champagne com Covid em cima de uma montanha de cadáveres tombados pelo coronavírus.

Essa eleição tanto da Câmara quanto do Senado, tiveram os ingredientes que sempre estiveram presentes em outras votações do Congresso: mentiras, intrigas, traições, muito dinheiro na jogada, e oferecimento de cargos públicos em troca de apoio.

O governo despejou muito dinheiro no Congresso, e o Congresso brasileiro, não negando a sua inclinação, se rendeu ao seu habitual fisiologismo, e se vendeu em troca de dinheiro e de cargos.

O governo de Jair Bolsonaro, sem dúvida, conseguiu uma grande vitória, mas, pelo menos na Câmara, ficou refém daquilo que de pior existe na política brasileira: os políticos do Centrão. Estes não possuem lealdade a quem quer que seja. Nem a direita, nem a esquerda, talvez nem a eles mesmos eles devem lealdade. E logo partirão para cima do presidente como abutres querendo mais e mais cargos, mais poder e participação no governo.

Pode se dizer que Jair Bolsonaro conquistou uma vitória, mas em se tratando do Centrão, não significa que conquistou aliados. E os conquistou até que não contrarie os desejos dos que integram essa corrente política.

Pelo menos de uma coisa se sabe: se os pedidos de impeacheamente contra Jair Bolsonaro não saíram da gaveta de Rodrigo Maia, com certeza da gaveta de Arhur Lira é que não sairão.

Falando em Rodrigo Maia, ele sai dessa eleição como o grande derrotado. Empenhou-se na campanha de Baleia Rossi, seu preferido, mas as coisas não andaram como ele previa. Um a um os políticos da base de apoio ao candidato Baleia Rossi, que era o candidato apoiado por Maia foram pulando do barco. E ele, que até então dava as cartas na Câmara, se viu então sozinho, abandonado, inclusive, pelo seu próprio partido.

Aglomeração total. Máscaras de proteção, distanciamento social, e álcool gel eram artigos desnecessários naquela festa. Minto em relação ao álcool: havia muito circulando entre os convidados, mas não era para higienizar as mãos. Era para ser ingerido mesmo. E com que vontade eles esvaziavam os copos. Minto também em relação às máscaras: os garçons e os outros profissionais que trabalhavam no evento, usavam máscaras, sim. Só eles.

O evento organizado por Lira foi um tapa na cara dos brasileiros. Um escândalo. Naquele dia 01, o Brasil registrava 609 mortes por Covid-19. Lembrando que estávamos saindo de um fim de semana e, geralmente, os números divulgados sobre a doença costumam ser mais baixos devido a repasse das Secretárias Estaduais de Saúde. Mas a média móvel de mortes em 07 dias, naquele dia era de 1.062. E assim, já são quase duas semanas com um média do mortes por Covid-19, acima de 1.000.

No dia da festa para comemorar a vitória de Lira, o total de mortos pelo coronavírus desde o início da pandemia era de 225.143 óbitos.

A festa dada pelo novo presidente da Câmara e na qual estavam seus aliados, e até alguns adversários, era também um atestado de hipocrisia.

Hora antes, em seu primeiro discurso como presidente da Câmara, Arthur Lira dizia: “O país atravessa a mais cruel, devastadora e feroz pandemia do último século, o povo sofre com seus efeitos e mais do que nunca precisa que os poderes da República atuem com harmonia e responsabilidade, sem abrir mão de sua independência, pois a democracia é um mosaico em que os contrastes produzem ao final um resultado multifacetado, como é a nossa sociedade”.

Se, realmente, houvesse uma preocupação com a saúde do povo brasileiro, eles mesmo teriam dado o exemplo. Mas, como vimos não foi bem isso que aconteceu.

Claro, que o deputado tem o direito de comemorar a vitória. Afinal, não é todo dia que alguém se elege presidente da Câmara. O que ele não tinham era o direito de comemorar essa vitória regada a champagne com Covid em cima de uma montanha de cadáveres tombados pelo coronavírus.

Essa eleição tanto da Câmara quanto do Senado, tiveram os ingredientes que sempre estiveram presentes em outras votações do Congresso: mentiras, intrigas, traições, muito dinheiro na jogada, e oferecimento de cargos públicos em troca de apoio.

O governo despejou muito dinheiro no Congresso, e o Congresso brasileiro, não negando a sua inclinação, se rendeu ao seu habitual fisiologismo, e se vendeu em troca de dinheiro e de cargos.

O governo de Jair Bolsonaro, sem dúvida, conseguiu uma grande vitória, mas, pelo menos na Câmara, ficou refém daquilo que de pior existe na política brasileira: os políticos do Centrão. Estes não possuem lealdade a quem quer que seja. Nem a direita, nem a esquerda, talvez nem a eles mesmos eles devem lealdade. E logo partirão para cima do presidente como abutres querendo mais e mais cargos, mais poder e participação no governo.

Pode se dizer que Jair Bolsonaro conquistou uma vitória, mas em se tratando do Centrão, não significa que conquistou aliados. E os conquistou até que não contrarie os desejos dos que integram essa corrente política.

Pelo menos de uma coisa se sabe: se os pedidos de impeacheamente contra Jair Bolsonaro não saíram da gaveta de Rodrigo Maia, com certeza da gaveta de Arhur Lira é que não sairão.

Falando em Rodrigo Maia, ele sai dessa eleição como o grande derrotado. Empenhou-se na campanha de Baleia Rossi, seu preferido, mas as coisas não andaram como ele previa. Um a um os políticos da base de apoio ao candidato Baleia Rossi, que era o candidato apoiado por Maia foram pulando do barco. E ele, que até então dava as cartas na Câmara, se viu então sozinho, abandonado, inclusive, pelo seu próprio partido.


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