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As garras de um monstro

Posted by Cottidianos on 01:23

Domingo, 27 de fevereiro

Há soldados armados

Amados ou não

Quase todos perdidos

De armas na mão

Nos quartéis lhes ensinam

Uma antiga lição

De morrer pela pátria

E viver sem razão

(Pra não dizer que não falei das flores – Geraldo Vandré)



Semana passada foi a semana em que a máscara do assassino, mesquinho, traidor, inconsequente, ditador, mau, egoísta, covarde, diabo, malvado, nocivo, prejudicial, nefasto, maligno, danoso, maléfico, homicida, destruidor, matador, traiçoeiro, leviano, imprudente, déspota, tirano, autocrata, opressor, interesseiro, insano, louco, pária, Vladimir Putin, caiu diante de todo o mundo.

Ele que vinha dizendo que não iria invadir a Ucrânia, que os cem mil soldados que estavam na fronteira do país estavam lá somente para exercícios militares, na madrugada de quinta-feira, 24, ultrapassou a fronteira e os limites, e iniciou uma operação de invasão no leste da Ucrânia, invasão que se estendeu por todo o país, provocando uma guerra.

Eu acompanhei com interesse e preocupação as reportagens pela TV nas tensas semanas que precederam a invasão, e vi muitas pessoas que ainda acreditavam que haveria um jeito de sair dessa encruzilhada através da paz e do diálogo. Esse comportamento me era percebido tanto em líderes de outros países, quanto na população da ucraniana.

Lembro de ter visto dias antes, durante o Jornal Nacional, o repórter perguntar para um jovem ucraniano se ele realmente acreditava que o presidente da Rússia, realmente, invadiria o país, e ele se mostrou confiante. Disse que isso não iria acontecer, que acreditava que os soldados russos estavam ali para um exercício militar, e nada mais.

Porém a atitude de Vladmir Putin surpreendeu não apenas aquele jovem ucraniano, mas a pessoas de todo o planeta.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não embarcou nessa de exercícios militares e há alguns dias antes da insensatez de Putin ser colocada em prática, afirmava enfaticamente que o presidente russo iria invadir a nação ucraniana e isso era questão de dias, depois passou a dizer que era questão de horas, e por fim a dizer, a qualquer momento. E ele estava absolutamente certo.

Os soldados russos foram avançando território, bombardeando cidades, matando inocentes e, por fim, chegaram à capital Kiev. Ainda no dia 24, o presidente russo fez um pronunciamento na televisão, no qual ele dizia que estava realizando “operações militares” na região de Donbas, leste da Ucrânia, mas que não pretendia ocupar o país.

Em seu discurso, Putin disse ainda, em tom ameaçador que qualquer um que tentasse impedir a operação teria uma resposta imediata. Ele pedia ainda que os soldados ucranianos se rendessem, voltassem para casa.  E que se os soldados não fizessem isso, a própria Ucrânia seria responsável pelo derramamento de sangue.

Ao sugerir que os soldados ucranianos fossem para casa, ele, certamente, imaginava que as coisas seriam bem fáceis, que era só chegar lá, se apossar da terra deles, e que, em um dia, tudo estaria terminado, e a Ucrânia, dominada.

Não contava, porém, com a coragem e determinação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que decretou lei marcial em todo o país, instaurou regime de guerra, e substituiu a legislação vigente, até aquele momento. Reservistas foram convocados. “Sem pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para qualquer coisa. Nós vamos derrotar qualquer um porque nós somos a Ucrânia”.

Mesmo sendo alvo número um, e a família dele alvo número dois, Zelenski se recusa a sair do país. Neste sábado, 26, ele recusou uma oferta dos Estados Unidos para que saísse do país em segurança com sua família. Diante da oferta dos americanos, Zelensky respondeu: “A luta está aqui. Preciso de munição, não de carona”. Em um vídeo publicado na manhã deste sábado ele disse que os ucranianos não estão abaixando as armas.

Tem muitos ucranianos fugindo do país, principalmente, mulheres e crianças, pois aos homens é determinado que fiquem e lutem. Certas imagens são marcantes, como a que mostra um homem ucraniano se ajoelhando diante dos tanques russos que passavam por uma cidade ucraniana. O homem se ajoelha diante dos tanques, não como uma rendição, mas como tentativa de impedi-los de passar. Temendo por sua segurança, outros compatriotas que assistiam a cena, o afastaram dali. Outra cena mostra uma mulher ucraniana, enfrentando os soldados russos, perguntando-lhes o que eles faziam no país dela.

A confiança e a coragem do presidente ucraniano foi transmitida também aos seus concidadãos. Civis de Kiev estão empenhadíssimos em preparar coquetéis molotov, carregam pentes de balas para abastecer os rifles. É a vida deles que está em jogo. E quando digo “vida que está em jogo” não é apenas a vida do corpo físico, mas os seus ideais, suas casas, seus clubes, suas praças, a escola dos filhos, o local de trabalho, o local de culto. De repente, essas coisas simples do dia a dia foram ameaçadas. É como seu o seu sentimento de pertencimento a uma nação estivesse sendo roubado.

Em meio a toda aquela confusão e desespero, Zelensky chegou a dizer que o Ocidente havia abandonado o país dele em meio ao ataque russo, e disse que os países estão com medo de ajudar os ucranianos.

Entende-se o desespero de Zelensky, mas as coisas não são bem assim. Apesar das nações que formam o bloco da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), — e da qual a Ucrânia deseja fazer parte, e esse foi um dos motivos para Vladmir Putin ter invadido o país por ser contrário a presença da Ucrânia na aliança militar — não estarem enviando tropas para o país, eles estão empenhados em uma forte ação de sanções contra a Rússia, além de estarem enviando armas e dinheiro para apoiar a Ucrânia.

O governo ucraniano pediu e Europa, Estados Unidos e Canadá decidiram que vão retirar alguns bancos russos do Switf, sistema de pagamento internacional de pagamentos. Essas é uma das medidas mais duras, além das que já foram anunciadas.

Dói. Dói muito pensar em toda essa estupidez do presidente russo, que decidiu provocar uma guerra assim, do nada, sem que a Rússia tenha sido provocada, tenha sido agredida, ou que tenha tido sua soberania ameaçada.

Ao ver as cenas de milhares de pessoas fugindo do país, deixando tudo para trás, construções civis sendo bombardeadas resultando na morte de inocentes, soldados em campo de batalha perdendo suas vidas, confesso que algumas lágrimas rolam pelas minhas faces ao pensar no sofrimento, na dor, e na tristeza de toda aquela gente.

É urgente parar Vladimir Putin. De repente parece ter baixado nele o espírito de porco de Hitler. Como as de um monstro, as garras de Hitler começaram a crescer, e ele começou a colocá-las de fora. Na verdade, o monstro já estava dentro dele faz tempo, esperando apenas um momento para se revelar. Ele rasgou o tratado de Versalhes, desrespeitou e ignorou convenções internacionais. E as grandes potências caladas. Em março de 1938, ele anexou a Áustria. Novamente, as potências se calaram. Ganhando confiança em suas táticas militares, Hitler saiu engolindo países da Europa: Polônia (setembro de 1939), Dinamarca (abril de 1940), Noruega (abril de 1940), Bélgica (maio de 1940), Países Baixos (maio de 1940), Luxemburgo (maio de 1940), França (maio de 1940), Iugoslávia (abril de 1941), Grécia (abril de 1941), Letônia (junho de 1941), Lituânia (junho de 1941) e União Soviética (junho de 1941).  

Quando as grandes potências resolveram parar o monstro a desgraça já estava feita. E uma guerra horrível se desenvolvia, com perdas de milhões de vidas de civis e militares, e ainda com o horror do holocausto. A guerra foi vencida pelos aliados. Mas Hitler esteve muito próximo de vencê-la, e aí o horror teria sido maior.

Por isso, é preciso cortar as garras de Vladimir Putin, antes que ele ganhe confiança em suas próprias maldades, e jogue o mundo num buraco negro, assim como o fez Hitler no período de 1939 a 1945. Por favor, senhores líderes mundiais, não deixem a história se repetir.


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Constrangimentos diplomáticos

Posted by Cottidianos on 23:50

 Quarta-feira, 23 de setembro

Vamos falar um pouco no texto de hoje sobre relações internacionais e diplomacia brasileira.

Porém, antes, falemos um pouco das placas tectônicas. O que tem a ver uma coisa com outra? Perguntam vocês. Sigamos, e vocês perceberão que sim, pelo menos quando isso é aplicado ao contexto brasileiro.

Segundo reportagem da revista Super Interessante, placas tectônicas:

São os gigantescos blocos que compõem a camada sólida externa do nosso planeta, sustentando os continentes e os oceanos. Impulsionadas pelo movimento do magma incandescente no interior da Terra, as dez principais placas se empurram, afastam-se umas das outras e afundam alguns milímetros por ano, alterando suas dimensões e modificando o contorno do relevo terrestre. Esses gigantescos fragmentos atuam como artistas que recriam a paisagem da Terra. Aliás, a palavra tectônica vem de tektoniké, expressão grega que significa “a arte de construir”.

Pois bem, de acordo com a teoria das placas tectônicas, há centenas de milhões de anos todos os continentes formavam um só bloco. Com o decorrer dos anos, milhões deles, o movimento lento dessas placas dividiu o mundo em dois continentes. Sem pressa nenhuma, as placas tectônicas foram dando ao mundo a forma continental que ele tem hoje.

Pois bem, desde o início do governo de Jair Messias Bolsonaro, o Brasil tem estado para as relações exteriores e para diplomacia internacional como as placas tectônicas estão para o planeta Terra.

A cada vez vamos nos distanciando mais dos outros países formando um mundo isolado. E isso não é nada bom tendo em vista o mundo globalizado em que vivemos.

Bolsonaro e seu governo não tem a menor competência para tratar de assuntos delicados e temas complexos. Isso não é uma suposição, não é uma fofoca, não é um desabafo. É um fato advindo da observação das ações desse governo desde que ele começou em janeiro de 2019. Uma coisa eles sabem fazer muito bem: jogar questões ideológicas vazias e sem sentido para os seus seguidores como quem joga capim para o gado.

Tomemos como exemplo a viagem recente de Bolsonaro a Rússia. Em meio a escalada da tensão entre Rússia e Ucrânia, tensão essa que pode, de uma hora para outra, passar de conflito para guerra, eis que Bolsonaro resolve viajar. E para onde senhoras e senhores? Para a Rússia. Com todas as potências mundiais condenando o conflito, pedindo que seus concidadões saiam de território urcraniano, e impondo sanções ao país comandado por Vladmir Putin, eis que o presidente brasileiro vai lá e diz prestar solidariedade aos russos. O objetivo da viagem de Bolsonaro era discutir questões relativas ao agronegócio e outras questões comerciais.

Ele viajou para a Rússia na segunda-feira, 14 de fevereiro. Tudo bem que a viagem já estava marcada desde o final de 2021 quando ainda as coisas ainda não tinham esquentado naquela região do planeta. Mas dava para dar uma desculpa qualquer. Segundo fonte da chancelaria ouvidas pelo portal Uol notícias, houve receio de uma possível retaliação da Rússia que poderia evocar motivos sanitários e não comprar mais a carne de frango brasileiro. Mas, o Itamaraty resolveu abraçar Putin e virar as costas para o restante do mundo.

Na terça-feira, 22, o ministro do STF Luis Edson Fachin, foi empossado como ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro Alexandre de Moraes foi empossado como vice-presidente desse mesmo órgão. Bolsonaro foi rápido em arranjar uma desculpa para não ir à posse dos ministros. E olhem que que a cerimonia nem foi presencial, foi online. O presidente brasileiro tem trocado muitas farpas com os ministros e tem posto em dúvida a segurança das urnas eletrônicas e do processo eleitoral brasileiro.

A reunião com Putin recebeu duras críticas do governo americano. Líderes europeus também estavam de olhos no encontro. “Não há um problema com líderes visitar Putin, mas sim com o objetivo [da viagem]. Emmanuel Macron, Olaf Scholz e vários outros viajaram até Moscou para tentar tratar da questão da Ucrânia. O que foi estranho foi Bolsonaro aparecer e não lidar com o assunto que fervia. Parecia mais um encontro do fã clube de autocratas que um encontro para tratar de direitos humanos. Nesse sentido, foi desapontador”. Disse Keneth Roth, diretor-executivo da Human RightsWatch.

E como cereja do bolo desse encontro, Bolsonaro ainda abriu a boca para dizer que era solidário à Rússia nesse momento. Depois tentou desdizer, justificar a fala, mas palavras uma vez ditas não podem ser recolhidas.

E, como adolescentes irresponsáveis, membros do governo ainda postaram nas redes sociais que a visita de Bolsonaro a Putin teria sido a responsável pela retirada das tropas russas da fronteira com a Ucrânia. Fazendo-os queimar a língua, pois, logo em seguida a essas tolas postagens e memes, as coisas pioraram ainda mais.

Na verdade, a visita de Bolsonaro deixou o governo brasileiro numa saia justa, se o Brasil já vinha se separando do resto do mundo, a situação agora ficou pior, pois os líderes mundiais evitarão ainda mais encontros com o governo brasileiro.

Para acabar de acertar, Bolsonaro não assinou nenhum acordo signficativo com o governo russo. O único acordo que ele conseguiu é irrelevante e trata do protocolo de emenda a um acordo de proteção mútua de informações classificadas entre os dois países, firmado em 2008.

O objetivo desse acordo é apenas atualizar as informações de documentos nas categorias de reservado, secretos, e ultrasecretos, de acordo com a Lei de Acesso à Informação, publicada em 2012.

Após a visita a Putin, Bolsonaro aproveitou e fez uma visita rápida ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, ícone da ultradireita na Hungria. Bolsonaro o chamou de irmão. E, de fato, os ideais dos dois são bem parecidos.

Em pouco mais de uma década Orbán fez por lá o que Bolsonaro intenta fazer por aqui. O primeiro-ministro húngaro trocou centenas de juízes por aliados.  Alterou a lei eleitoral para beneficiar o partido a que ele pertence. E a imprensa? Para os ditadores, ela é sempre a inimiga número um. Na Hungria também não é diferente. Orbán “sequestrou” centenas de jornais independentes e os colocou a serviço da máquina governamental. Coisas que Bolsonaro deve achar o máximo, e que também gostaria de fazer por aqui.

O encontro de Bolsonaro com Orbán também não trouxe nenhum acordo expressivo e vantajoso para o Brasil. Bolsonaro declarou suas afinidades com o primeiro-ministro húngaro, apenas isso.

Ele também mentiu para Orbán sobre o desmatamento da Amazônia. “Muitas vezes, as informações sobre essa região chegam para fora do Brasil de forma bastante distorcida, como se nós fôssemos os grandes vilões no que se leva em conta a preservação da floresta e sua destruição, coisa que não existe”, afirmou. “Nós nos preocupamos inclusive com o reflorestamento, coisa que não vejo nos países da Europa como um todo. Essa informação passa para um lado de um ataque a nossa economia que vem em grande parte do agronegócio.

Se Viktor Orbán for uma autoridade bem-informada ele deve saber que Bolsonaro lhe contou uma grande mentira. Dados oficiais do Inpe ((Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que, em janeiro deste ano, o desmatamento na Amazônia bateu recorde. Apenas no período entre 1o e 21 de janeiro foram destruídos cerca de 360 quilômetros quadrados.

O registo do Inpe parou em 21 de janeiro. O que não impede, entretanto, que este se torne o janeiro mais devastador para a floresta desde 2015. A continuar assim, 2022 será um ano sombrio e triste para a floresta, para os povos que nela habitam e para a fauna e a flora exuberante que embelezam a região.

Voltando à política externa brasileira, que no momento atual atravessa uma das piores fases da história, ela sempre teve um papel proativo no cenário internacional. Desde a política externa liderado pelo Visconde do Rio Branco (1902 a 1912), passando pelos governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek, Jânio Quadro, João Goulart, mesmo os governos do período da ditadura, indo depois para Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff — durante o governo de Dilma Rousseff não foi ativa quando no governo de Lula, mesmo assim, não foi tão ruim quanto no governo de Bolsonaro — em todos esses governos, o Brasil sempre teve papel preponderante no cenário internacional.

A história segue seu curso e eis que o Bolsonaro ascende ao poder... E começa seu projeto destrutivo do meio ambiente, cultura, educação, economia, e nesse pacote entra também a política externa.

Na campanha de eleitoral, em 2018, as bandeiras levantadas em campanha para a política externa já anunciavam uma mudança de rumo... e para pior. Para comandar esta pasta foi escolhido Ernesto Araújo, e a mudança de rumo para pior se confirmou.

Bolsonaro fez tudo que um estadista que mereça esse nome não faz. Aproximou-se de Donald Trump, e não dos Estados Unidos. É tanto que foi o último governante a reconhecer a vitória de Biden, defendendo sempre que as eleições americanas haviam sido fraudadas.

Muitas vezes, Ernesto Araújo, Bolsonaro, e filhos, pareciam despir-se da roupagem de homens públicos e vestir a roupa de meninos, moleques, irresponsáveis. Como por exemplo quando acusaram a China de ter “fabricado” o coronavírus, e dito que as vacinas produzidas naquele país não eram eficazes. Até mesmo atitudes xenófobas tiveram para com um dos principais parceiros comerciais do Brasil na atualidade.

Quando Emmanuel Macron criticou as queimadas na Amazônia Bolsonaro revidou sendo extremamente deselegante e ofendendo de forma mais deselegante ainda a primeira-dama francesa.

Por tudo isso, e muito mais, essas reações ridículas do governo foram criando rachaduras nas camadas de nossa política externa, e a política externa brasileira que sempre formou um bloco uno com os outros países, foi aos poucos sendo separada, afastada deste bloco, isolando-nos no cenário internacional, assim com as placas tectônicas separaram continentes, pacientemente, ao longo dos séculos.

Ainda com relação a política externa e relações internacionais, este blogueiro está com o coração apertado, junto com milhões de pessoas em todo o planeta, pelas coisas que ocorrem na fronteira da Rússia com a Ucrânia.

Que as coisas se resolvam na diplomacia, sem precisar que haja guerra, pois, ela representa a solução mais radical, a mais cruel. Com ela vem a carestia, as dificuldades financeiras que já foram tão agravadas por causa da pandemia, e o que é pior, a perda de milhares de vidas inocentes, tanto de civis quanto de soldados. Com a guerra, todo mundo perde.


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Tragédia em Petrópolis

Posted by Cottidianos on 22:45

Segunda-feira, 21 de fevereiro



Não há como não começar a postagem de hoje sem deixar de falar da tragédia que se abateu sobre Petrópolis, cidade da região serrana do Rio de Janeiro.

Ocorrências frequentes no oceano pacífico, os tsunamis são a ameaça que vem dos mares. É como se, de repente, a água do mar recuasse e avançasse com fúria sobre cidades, vilas e povoados. Coisa de assustar. Muitos países já enfrentaram esse monstro, e muitas vidas já foram levadas pelas águas bravias.

Nesse início de ano, algumas regiões e cidades brasileiras tem experimentado uma espécie de tsunami diferente: o tsunami que vem do céu. Bahia, Minas, viveram esse drama, e agora mais intensamente Petrópolis. 


Na terça-feira, 15, os céus parecem ter ficado cheio de fúria, e derramado de uma vez um intenso volume de água sobre Petrópolis. Para se ter uma ideia, choveu em 3 horas o equivalente ao esperado para o mês de fevereiro. “Choveu fevereiro inteiro mais um terço de fevereiro”, diz Carine Gama, meteorologista da Clima Tempo. Segundo os meteorologistas, a chuva concentrou-se em determinadas áreas da cidade, o que evitou uma tragédia ainda maior.

Parte da encosta do Morro da Oficina desabou, levando junto consigo muita lama, árvores, e tudo o mais que encontrava pela frente, soterrando casas, e matando dezenas de pessoas soterradas pelo mar de entulho e lama que desceu morro abaixo. As imagens são realmente, impressionantes, e o desespero das pessoas que observavam o fato de outro ponto da cidade é como se elas estivessem vendo cenas de um filme de terror.

Outra cena chocante foi a que mostra dois ônibus que transitava por uma avenida que fica à beira do rio. De repente, a água começa a subir de uma maneira absurda, e começa a invadir o ônibus, arrastando-os para dentro do rio. Alguns passageiros conseguiram se salvar. A maioria, não. Depoimento de um sobrevivente dado ao programa Fantástico exibido nesse domingo, 20, explicou porque as pessoas não saíram dos ônibus antes.

O sobrevivente, que fazia cinco anos pegava aquela condução e fazia aquele mesmo trajeto, explicou que, como as chuvas fortes são bastante comuns na cidade, o motorista sempre parava o veículo em algum ponto e, motorista e passageiros, esperavam que a tempestade passasse para depois prosseguirem a viagem. Isso também foi feito dessa vez. Porém, em vez da tempestade tornar-se mais amena, ela tornou-se mais violenta, e o nível da água começou a subir de uma forma incomum. Infelizmente, nem todos os que estavam nos ônibus conseguiram sobreviver para contar a história.

Tânia Ferreira da Silva, mãe de Daniela, uma passageira que estava dentro de um desses ônibus, estava em casa fazendo uns serviços domésticos quando recebeu uma ligação da filha.

Mãe, estou dentro do ônibus, não sai de onde você está, está chovendo muito, dizia a moça. E pedia para a mãe não sair de onde estava por causa da forte chuva.

Depois, Daniela fez uma chamada de vídeo e mostrou a água entrando no ônibus. Passados mais alguns minutos, a moça fez outra chamada de vídeo para a mãe mostrando que o volume de água estava muito mais forte, e diz:

Mãe, o ônibus está balançando para caramba!

Filha, sobe em cima do banco, não fica desesperada.

Mãe, está todo mundo nervoso!

Daniela ainda conseguiu postar um story na rede social no qual dizia: “Gente, pelo amor de Deus, orem por todos nós dentro do ônibus, todo mundo está em pânico!”

Depois disso, Tânia não conseguiu mais falar com Daniela.

É triste ver pessoas da comunidade, sem nenhuma experiência de resgate, desesperadamente pegando pás, e cavando na tentativa de encontrar seus parentes e amigos soterrados. Em números atualizados até esta noite, até agora, já são 176 mortos na tragédia. Mais de 100 ainda estão desaparecidos.

Não é a primeira vez que a região serrana do Rio fica face a face com a morte. Em 11 de janeiro de 2011, uma chuva torrencial caiu sobre as cidades de Nova Friburgo, Petrópolis, e Teresópolis, deixando 900 mortos e 100 desaparecidos, naquela que ficou conhecida como a maior tragédia climática da história do Brasil. Naquela época, vários munícipios foram atingidos, desta vez, a bomba d’água explodiu toda sobre Petrópolis, fazendo desta o maior tragédia climática da história da cidade.

As cenas que se seguiram nos dias após as chuvas daquele 11 de janeiro, pareciam as cenas de um filme de Hollywood: pessoas mortas por todos os lados, bombeiros escavando os escombros na tentativa de localizar pessoas com e sem vida, muita lama e destruição por toda a parte. As cenas de agora não muito diferente das testemunhadas naquela época.

Em todas essas tragédias climáticas que acontecem na região serrana do Rio, e nas demais que ocorrem Brasil afora, há muito do fator aquecimento global, que tem nos feitos testemunhar desastres que vão de um extremo a outro, mas também tem muito a ver com a incompetência e do descaso dos nossos governantes para com as populações que moram em áreas de risco.

Por exemplo, quando aconteceu a tragédia em 2011, os governantes prometeram uma série de medidas, muitas delas não foram cumpridas até hoje. Grande parte dos recursos destinados a recuperação e melhora dessas áreas vão parar no bolso de ladrões de colarinho branco.

Enquanto isso, serviços de recuperação de encostas, plantio de árvores nas margens de rios, e programas de política habitacional, recebem investimento zero, ou quase nenhum nessas áreas.

Reportagem da Folha de São Paulo nos faz saber que o governo do Rio usou apenas metade das verbas destinadas a prevenção de tragédias no Rio de Janeiro. De acordo com o Portal da Transparência, apenas 47% do previsto no orçamento para programa de prevenção no orçamento para programa de prevenção e resposta a desastres foram usadas pelo governo de Claúdio Castro.

O governo do Rio reservou para essa finalidade um total de R$ 192 milhões de um total de R$ 407,8 milhões disponíveis.

Enquanto a população fica à deriva, vivendo em áreas de risco, sem a devida proteção do Estado, a gente vê os políticos do Rio de Janeiro navegando no mar de lama da corrupção. Basta olhar e vê os governantes do Rio presos, ou afastados do governo acusados de corrupção.

Hoje mesmo, domingo, 20, o portal Globo.com traz uma reportagem na qual afirma que a Secretaria de Obras do RJ ficou por anos muitos anos à mercê de uma organização criminosa que cuja especialidade era fraudar licitações, superfaturar material de construção, e desviar dinheiro público.

Essas conclusões foram resultado de um trabalho de investigação do Ministério Público Federal, constatado pela Justiça que mostram que o órgão que deveria cuidar em melhorar a infraestrutura do Rio, inclusive nessa questão das encostas de morros, foi transformado num gabinete onde se pagava e recebia propina. Desse ninho de ratos também saia bastante dinheiro clandestino que irrigavam a campanha do então PMDB.

Então, caros leitores e leitoras, não dá para colocar a culpa em fenômenos naturais como a chuva e o mau tempo. Chover, chove sempre. Não tem ser humano que impeça a chuva de cair. Mas os nossos governantes podem sim, melhorar a infraestrutura das cidades e nelas, o melhoramento da vida das populações que vivem em áreas de risco.


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Nazismo, nunca mais

Posted by Cottidianos on 22:52

 Segunda-feira, 14 de fevereiro

 

Eu vi o sangue que corria da montanha

quando Hitler chamou toda a Alemanha

(Eu nasci há dez mil anos atrás – Raul Seixas)

 

Enquanto, procuro um norte para iniciar este texto, lembrei-me de um provérbio que diz: “A saúde é um bem precioso”. Bem precioso que as pessoas muitas vezes não dão o devido valor. Somente quando a perdem por alguns meses, algumas semanas, ou mesmo para sempre, é que começam a refletir sobre o assunto, às vezes é tarde demais, às vezes dá tempo de tomar um novo rumo, um novo caminho, no sentido de um viver saudável.

O cuidar bem da saúde ficou bastante evidenciado nesses tempos de covid-19. A doença é especialmente cruel com aquelas pessoas que tem comorbidades.

Falando em saúde, caros leitores e leitoras, este foi o motivo pelo qual a última postagem feita neste blog no dia 23 de janeiro. Estive um pouco adoentado. Tive que passar por uma pequena cirurgia. Coisa simples, mas que me impedia de me sentir à vontade para sentar-me em frente ao computador para escrever os textos da forma como gosto de escrever e a inspiração me permite. Em se tratando de saúde, às vezes, mesmo a gente se cuidando ainda aparecem alguns probleminhas que precisam ser cuidados. Foi o meu caso. Mas, enfim, agora estou bem. Então pé na estrada, e vamos ao assunto de hoje.

                                                                 Whoopi Goldberg

Gostaria de recuperar com vocês um fato acontecido nos Estados Unidos, em 31 de janeiro deste ano por ele se ligar a outro fato importante que aconteceu no Brasil, semana passada.

A famosa atriz Whoopi Goldberg apresentava o programa “The View”, transmitido pela rede americana de televisão ABC. Era uma segunda-feira, e naquele dia, o programa discutia o fato de o conselho escolar de um estado americano do Tennessee, proibir “Maus” — uma história em quadrinhos sobre o holocausto — de ser utilizado para debates em sala de aula. A HQ é um livro tão bem elaborado que, em 1992, ganhou o prêmio Pulitzer, tornando-se a única história em quadrinhos a ganhar o prêmio.

Nela o autor, Art Spiegelman, entrevista os seus pais, judeus poloneses que sobreviveram ao holocausto, descrevendo a vida deles enquanto prisioneiros no campo de concentração de Auschwitz.

Os membros do conselho escolar argumentaram que o livro tinha palavrões e uma ilustração de nudez, e que era, portanto, inapropriado para alunos do oitavo ano, na faixa de idade entre 13 e 14 anos.

Pois bem, em meio a acolarada discussão sobre o assunto Whoopi Goldberg cometeu a insensatez de dizer que a questão judaica durante o nazismo não foi sobre raça. Uma enxurrada de críticas veio logo em seguida. Como resultado desse escorregão, a apresentadora foi suspensa por duas semanas do programa. Depois ela foi as redes sociais pedir desculpas, mas o estrago já estava feito.

O indigesto assunto “nazismo” veio à tona na semana passada também aqui no Brasil e de uma forma ainda mais grave.

                                                                            Bruno Aiub, Monark

Na noite de segunda-feira, 07, um dos mais famosos programas de podcast brasileiros, o Flow Podcast, transmitido através do Youtube, entrevistava dois parlamentares brasileiros: o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), e a deputada Tabata Amaral (PSB-SP). O programa é apresentado por Bruno Monteiro Aiub, o Monark, e Igor Coelho.

Em certo momento do debate a deputada Tabata Amaral, diz:

Tabata AmaralEu acho que agora a gente tem um momento em que tem uma mudança. Tem mais espaço para a esquerda.

Monark retruca:

MonarkA esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical na minha opinião. As duas tinham que ter espaço na minha opinião.

Tabata AmaralEu acho que é um pêndulo.

MonarkEu sou mais louco que todos vocês. Eu acho que o nazista tinha que ter um partido nazista reconhecido pela lei. Diz Monark.

Tabata Amaral Eu acho que não. Liberdade de expressão termina onde a sua expressão coloca a vida do outro em risco, argumenta Tabata.

MonarkMas expressar... As pessoas não têm o direito de ser idiotas?

Tabata Amaral  O nazismo é contra a população judaica, isso coloca uma população inteira em risco, insiste a deputada.

MonarkDe que forma? Quando é uma minoria não põe? Questiona Monark.

Tabata AmaralVamos falar de Holocausto? De que forma?

MonarkMas era quando era uma maioria...

Tabata AmaralGente, vamos falar de atentado. A comunidade judaica no Brasil, até hoje, tem que se preocupar com sua segurança, porque recebe ameaça... O antissemitismo tem que ser combatido todos os dias.

MonarkSe você banir eles de estarem no público, eles vão para o subsolo. E lá eles vão proliferar de um jeito muito mais eficiente.

Tabata AmaralNa verdade, não. Por que a gente criminaliza o racismo? Porque a pessoa vai pensar antes de falar uma merda. O que tem crime então, seu argumento não serve. O que é crime tem que ser criminalizado. É anarquia, né? Não tem que ter lei, não tem que ter...

Monark interrompe o raciocínio de Tabata e diz:

MonarkEu acho que dentro da expressão a gente tem que liberar tudo, diz ele.

Tabata AmaralNão. (A liberdade de expressão) termina onde fere a liberdade do outro. A existência do outro. Diz Tabata.

MonarkO que é liberdade do outro? Injúria é liberdade do outro?

Tabata AmaralNão. A gente já concordou que isso não. Eu tô falando de existência. A existência do partido nazista fere a existência da comunidade judaica, por exemplo. Insiste a deputada no mesmo raciocínio.

Monark rebate a deputada com mais uma barbaridade.

MonarkA questão é: Se o cara quiser ser um antijudeu, ele tem o direito de ser.

Tabata AmaralEu acho que não, diz Tabata.

MonarkComo não? Você vai matar quem é antijudeu?

Tabata AmaralAnti-vida de outra pessoa, não. Enfatiza Tabata.

MonarkNão, ele não tá sendo antivida. Ele não gosta dos ideais...

Tabata AmaralJudaísmo não é um sistema de ideais. Judaísmo é uma identidade. É uma religião. É uma raça.

MonarkMas ele é também um sistema de ideais.

Tabata AmaralSim, mas quem é antijudeu não está dizendo assim: discordo dessa parte porque Abraão disse. Tá questionando a existência daquela pessoa como um todo.

MonarkMas essa é a questão. Questionar é sempre válido.

Tabata AmaralQuestionar existência nenhuma é válida.

MonarkVocê pode questionar o que você quiser. Desde que você não fira ninguém. A discussão segue a respeito de liberdade de expressão.

                                                               Deputado Federal Kim Kataguiri

Pouco mais à frente o deputado Kim Kataguiri diz:

Kim KataguiriO que eu defendo que acredito que o Monark também defenda, é que por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que o sujeito defenda, isso não deve ser crime. Por quê? Porque a melhor maneira de você reprimir uma ideia antidemocrática, tosca, bizarra, discriminatória, é você dando luz naquela ideia, para ela seja rechaçada socialmente e então socialmente rejeitada.

A discussão segue com a opinião sensata da deputada Tabata Amaral em contraponto com as ideias toscas de Monark e do deputado Kim Kataguiri.

Em outro momento da discussão, o deputado diz:

Kim KataguiriQual é a melhor maneira de impedir que um discurso mate pessoas, incentive o assassino a pessoas, incentive que determinado grupo religioso, étnico-racial, morra, é criminalizar, ou é deixar que a sociedade tenha uma rejeição social pesada o suficiente nisso.

É quando Tabata Amaral faz uma pergunta crucial:

Tabata AmaralKim, você acha que é errado a Alemanha ter criminalizado o nazismo?

Kim KataguiriAcho

Tabata AmaralQual a resposta que você dá para todas as famílias judaicas que perderam pessoas no holocausto?

MonarkCultura. Intervém Monark.

Após essa pequena e desastrada intervenção do apresentador, o deputado responde à pergunta da colega.

Kim KataguiriA rejeição sistemática e fundamental aos negócios, a religião, ao discurso nazista...

Tabata AmaralEntão, se o nazismo não está proibido, tudo isso pode começar novamente.


                                                                Deputada Federal Tabata Amaral

Enfim, caros leitores e leitoras a discussão prossegue nesse nível por cerca de dez minutos no mesmo teor do que já foi exposto acima.

O programa Flow daquela noite de 7 de setembro, e as opiniões toscas do apresentador Monark e do deputado Kim Kataguiri caíram na sociedade como uma bomba incendiária, como aquelas que os aliados jogaram sobre cidades alemãs já perto do fim da 2a guerra mundial.

Bastou apenas vinte e quatro horas para que o Flow fosse do aplauso às vaias, culminando na maior crise já enfrentanda desde o início do programa. Patrocinadores de marcas famosas que anunciavam no programa retiraram seus patrocínios. A comunidade judaica condenou veemente as falas, os pontos de vistas defendidos no programa. A embaixada alemã também criticou as ideias defendidas no programa. A empresa afastou o Monark do programa e da sociedade empresarial. O programa exibido pelo Flow naquele dia foi retirado do ar.

O Flow é um dos programas de maiores sucessos no Youtube com mais de 3,5 milhões de seguidores, e a estimativa de ganhos em janeiro com as propagandas veiculadas no programa eram de 35 mil dólares.

A fala da atriz americana e apresentadora do programa, The view, foi altamente equivocada. Ao dizer que o racismo não foi sobre raça, Whoopi Goldberg, de certa forma, minimiza a questão. Ao contrário, o racismo foi totalmente baseado na questão racial.

                                                         Judeus sobreviventes do holocausto

Segundo a mente doentia de Hitler e de seus asseclas sedentos de poder os judeus eram responsáveis por tudo de ruim que acontecia no mundo. Para eles, o povo judeu era o responsável pela Primeira Guerra Mundial, e depois, os responsáveis pela Segunda Guerra Mundial. E também pelo ciclo econômico ruim que a Alemanha atravessou logo após a Primeira Guerra. Além disso, era preciso que a Alemanha, e países europeus a ela anexados por Hitler, tivessem espaço apenas para a raça ariana, a raça pura. E os judeus estavam longe disso. Para Hitler, eles representavam a imundície, e tudo o que há de pior no mundo. Uns vermes.

Era preciso exterminá-los. Todos os judeus deveriam ser exterminados. Desde a década de 20 que as ideias antissemitas vinham sendo disseminadas na Alemanha. A história destaca bastante o sofrimento e o assassinato dos judeus nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, porém, devemos ter em mente que o sofrimento do povo judeu começou bem antes disso.

A tortura para o povo judeu começou quando Hitler chegou ao poder em 1933. Depois disso, os judeus não tiveram mais um minuto de sossego em suas vidas. Começou com boicotes a suas lojas, depois foram confiscados seus bens. O horror era tão grande que os nazistas obrigavam os judeus, a quem consideram vermes, parasitas, a cavar buracos, fuzilando-os em seguida para que caíssem dentro da própria cova que cavaram. Tiro após tiro, corpo de judeu em cima de corpo judeu, e eles iam enchendo as covas. Realmente, um espetáculo deprimente.

Depois, para “facilitar” o trabalho dos alemães no extermínio da raça judia, eles inventaram as fábricas de matar gente, que a gente conhece como campos de concentração. Outros que não passaram pelas fábricas da morte, pereciam em guetos onde eram obrigados a ficar reunidos aos milhares, vigiados por homens da SS, sem as menores condições de higiene, de alimentação, e de saúde. Eles também eram obrigados a trabalhos forçados nos quais trabalhavam até a morte, pois não aguentavam tanto sofrimento e falta de condições de trabalho.

Não dá para falar de nazismo e de Hitler sem falar de seu ministro da Propaganda Paul Joseph Goebbels. Goebbels era o responsável pela divulgação de notícias falsas, que hoje chamamos de fake news e, através de uma máquina de propaganda bem montada ia disseminando na sociedade alemã, as ideias antissemitas do partido.

Por tudo isso, toda fala que exalta e defenda o nazismo deve ser amplamente rechaçada para que nunca mais a humanidade possa reviver aquelas páginas escritas com sangue inocente, não apenas de judeus, mas de ciganos, negros, homossexuais, pessoas com deficiência, e todos aqueles que não fossem considerados perfeitos pelos nazistas.

Nos Estados Unidos, a Whoopi Goldberg, já voltou a apresentar o programa depois de duas semanas de suspensão. Esperamos que tenha aproveitado os dias de “férias” para refletir sobre a questão.

Aqui no Brasil, o Ministério Público Federal abriu uma investigação para verificar se o ex-apresentador do Flow, Monark, e o deputado estadual Kim Kataguiri cometeram crime de apologia ao nazismo.

Monark e Igor apresentadores do Flow muitas vezes foram inconsequentes, se comportando como se estivesse na mesa de uma mesa de botequim, expondo ideias toscas e preconceituosas. Quem sabe agora tenha aprendido a lição de que um comunicador sério não pode sair por aí falando o que quer e bem entende, e que, por trás de um microfone, de um computador, ou de uma máquina de escrever, há alguém com uma grande responsabilidade: A responsabilidade de não ferir nem magoar o outro, e nem fazer apologia ao crime.

Quem sabe agora, o deputado e o apresentador se conscientizem de que a fronteira entre a liberdade de expressão e a defesa de ideologias criminosas é muito tênue.

Para finalizar, deixo o vídeo com o programa do Flow, que encontrei em outro canal. Vale a pena assistir.

https://www.youtube.com/watch?v=x7WTUMNpn5I 


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