Coronavírus: Prudência ainda é necessária
Domingo,
06 de setembro
Falava-se
no início da pandemia que a quarentena talvez fosse um período no qual as
pessoas pudessem avaliar melhor os seus atos e atitudes, e saissem desse
confinamento forçado um pouco melhores. Mas o que temos visto mundo afora,
inclusive no Brasil, são casos onde alguns seres humanos parecem estar saindo
desse deserto mais brutalizados, mais insensíveis.
Muitos
são os casos, como por exemplo, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, onde
uma equipe de fiscais da prefeitura estava fazendo uma fiscalização em um bar
que estava desrespeitando as normas de segurança referentes à pandemia. A equipe
havia recebido denúncias de que o bar estaria recebendo mais pessoas do que o
recomendado pela prefeitura e pelos serviços de saúde, e com mesas na calçada,
coisas proibidas pela prefeitura da cidade.
Os
fiscais, que estavam ali zelando pela segurança da população em um momento
delicado da saúde pública, foram xingados de vagabundos. Quando estavam de
saída, alguns frequentadores do bar ainda cercaram o carro da prefeitura, e um
deles ainda dá um tapa no celular de uma fiscal.
É
certo que as pessoas estão cansadas de tudo nessa pandemia, inclusive do
confinamento. Porém isso não é motivo para sair por aí agredindo quem quer que
esteja justamente porque essa pessoa está tentando fazer com que o vírus não se
espalhe ainda mais.
Por
falar nisso, estamos em um fim de semana que desagua em um feriado. Fim de
semana ensolarado. Cenário perfeito... Se não estivéssemos em uma pandemia,
que, no Brasil, ainda está longe de acabar.
Mas
basta olhar para as praias, parques, e outros locais turísticos e de lazer para
ver que grande parte dos brasileiros ainda está desdenhando do coronavírus. Se no
último final de semana, também de muito sol, as praias do Rio de Janeiro e de
São Paulo ficaram abarrotadas de gente, imaginem nesse então que é trampolim
para feriado. Quem se aventurou a descer a Serra, na noite de sexta-feira, 04,
em direção as praias do litoral paulista teve que enfrentar vários quilômetros de
engarrafamento na Anchieta-Imigrantes. Segundo a Polícia Rodoviária Federal,
mais de 200 mil veículos desceram a Serra, até a manhã deste domingo, 6. Por aí
já dá pra se ter uma ideia do tanto de gente nas praias paulistas por estes
dias.
À
beira das estradas e rodovias foram colocados outdoors com mensagens sobre o
coronavírus. Mas será que alguém prestou atenção nelas? E se prestou, será que
que lhe deu alguma importância?
Enquanto
isso, o coronavírus que tem assombrado o mundo, continua seu nefasto trabalho
de ceifar vidas. No Brasil, segundo dados apurados pelo consórcio formado pelos
veículos de imprensa, junto as Secretarias de Saúde, já são 126.230 os mortos
pelo coronavírus, e 4.121.203 os casos confirmados da doença. Uma boa notícia
em meio ao caos é que a média móvel de mortes por Covid entrou em queda pela
primeira vez desde o início da pandemia. Será que estamos saindo do platô da casa
de 1.000 mortes em 24 horas? É o que indicam os dados, mesmo assim, a média de
mortes em 24 horas ainda é alta. Por isso mesmo, ainda não é hora de achar que
a pandemia acabou. Como diz um velho ditado popular: “Prudência e caldo de
galinha não faz mal a ninguém”.
Nesses
tempos de tempos do Covid-19, também é prudente olhar para o que acontece ao
nosso redor e além, como forma de aprendizado e de prevenção. Por exemplo, a
Europa voltou a registrar aumento da casos da doença. Tudo isso são sinais de
alerta para nos lembrar que o inimigo ainda não foi vencido, e que todo cuidado
é pouco.
Há
ainda também um raio de esperança que são as vacinas que estão sendo testadas
ao redor do mundo para a cura do coronavírus.
Finalmente,
a vacina russa que foi recebida com desconfiança pela comunidade científica
internacional recebeu seu aval esta semana ao ter um estudo sobre ela publicado
na prestigiada revista científica britânica, The Lancet.
A
Sputnik V, como é chamada a vacina russa, mostraram os estudos que é segura,
não causa efeitos adversos importantes, é capaz de induzir resposta imune no
organismo das pessoas que foram testadas. Os resultados desse estudo referem-se
às fases 1 e 2 dos testes com a vacina.
E
assim, de tropeços, quedas e esperanças, vamos vivendo um dia de cada vez em
meio a essa pandemia com qual temos convivido desde o surgimento dela em fins
de 2019 e início do ano vigente.
Além
do vírus da Covid-19, ainda temos que enfrentar o vírus da desinformação. As
redes sociais e a Internet são inundadas diariamente por notícias falsas,
inclusive, a respeito do coronavírus. Notícias que outro fim não tem senão o de
atrapalhar o trabalho sério desenvolvido por profissionais e autoridades em
saúde.
É preciso estarmos muito atentos duplamente para se proteger tanto do coronavírus quanto das notícias falsas.
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