Sexta-feira,
20 de novembro
#VIDASNEGRASIMPORTAM
Se
datas comemorativas fossem como os capítulos de um livro, e para cada um deles
houvesse uma ilustração, o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, comemorado
em muitas cidades brasileiras, teria uma ilustração triste.
Essa ilustração seria uma cópia do que aconteceu
em Minneapolis, Minnesota, Estados Unidos. Creio que a memória das imagens de
George Floyd, 40 anos, americano, negro, morto por asfixia pelo policial branco,
Derek Chuavin, ainda estejam muito bem vivas na mente de todos. Mais de oito
minutos com o joelho do policial sobre o pescoço foram demais para a
resistência física de George, assim como ficaria difícil para a resistência de
qualquer um.
NÃO
CONSIGO RESPIRAR.
Uma
frase que entrará para história da luta racial nos Estados Unidos.
Aqui
no Brasil também, muitas vezes, fica difícil para os negros: homens, mulheres,
velhos, e crianças respirarem. São anos a fio de preconceito, violência,
repressão, falta de oportunidades, morte de sonhos.
NÃO
CONSEGUIMOS RESPIRAR.
Poderia
ser uma frase a ser usada pelo povo negro nas senzalas do período em que durou
a escravidão, e também a ser pronunciada, em forma de gritos ou de brados nas
senzalas do Brasil moderno.
Infelizmente,
na véspera em que se comemora um dia de reafirmação de luta contra o
preconceito e a discriminação, foi a vez de João Alberto Silveira de Freitas,
brasileiro, negro, 40 anos, perder a respiração e a vida.
NÃO
CONSIGO RESPIRAR. Com certeza, se essas palavras não puderam sair de sua boca, todo
o seu sistema respiratório, bem como todas as células, nervos, músculos, e órgãos do seu corpo, bradavam, numa luta desesperada para não se calarem de
vez.
ME
AJUDA!
Me ajuda! Foi o pedido desesperado de sua esposa a quem
assistia a cena, passivamente. O grito desesperado saiu da garganta da
cuidadora de idosos, Milena Borges Alves, 43 anos, esposa de João Alberto.
A
tragédia aconteceu ontem, 19, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. O
palco da tragédia? Um supermercado da rede Carrefour.
João
Alberto e Milena haviam passado o dia fora de casa. Dia corrido, como se diz
popularmente. Estavam ajudando o pai dele a resolver alguns problemas.
Vamos
comer um pudim de pão? Sugeriu João Alberto. A esposa foi olhar na dispensa da
cozinha e viu que lhe faltavam os ingredientes necessários. O supermercado
ficava a apenas 600 metros do apartamento onde moravam, na Vila Iape. Mesmo
cansados, não seria tarefa difícil ir até lá comprar os ingredientes. Resolveram
então ir ao Carrefour.
Percorreram
os corredores do supermercado, e os produtos foram saltando das prateleiras
para o carrinho: Beterraba, alface, tomate, ovos, leite, pão, e leite
condensado. R$ 60,00 em compras. Era o suficiente para o casal por aquela noite.
Hora de passarem no caixa, pagarem os produtos, e voltarem para casa.
João
Alberto, porém, sempre fora muito brincalhão. Era uma caraterística dele. Era daqueles
caras que brincavam com todo mundo. Até com desconhecidos.
Chegando
ao caixa, fez algum gesto para uma fiscal do supermercado. Uma brincadeira. Apenas
isso. Porém, foi o suficiente para ela interpretar mal a brincadeira e ainda ficar
ofendida com isso. A mulher chamou então outros seguranças. Três homens e duas
mulheres, trataram de conduzir o homem para fora da loja, em direção ao pátio
do estacionamento, onde estava o carro do casal. Um deles era policial militar
que, nas horas de folga, trabalhava como segurança para o supermercado.
No
momento em que atravessavam a porta giratória que dava acesso ao
estacionamento, João Alberto, por motivos ainda desconhecidos deu um soco em um
dos seguranças. Isso bastou para que o tumulto fosse criado. Os seguranças
passaram então a agredir, brutalmente, o cliente da loja. Conseguiram
derrubá-lo, e o mantiveram rendido com a perna em cima dele, no pescoço ou no tórax , não é possível ver isso direito no vídeo que circula nas redes sociais,
mas, certamente, em lugar bastante incomodo, a ponto de lhe dificultar a
respiração.
Alguns
clientes, que já estavam saindo do supermercado e levavam os carrinhos de
compras até seus veículos, pegaram seus celulares e começaram a filmar o
ocorrido. Queriam saber onde estava acontecendo. Uma funcionária da empresa
então faz ameaças a essas pessoas, dizendo que elas não podiam filmar. Quando
perguntada sobre o que ocorria, ela afirmou que o homem havia agredido uma
cliente. Fato que até agora não foi comprovado, e também não houve nenhuma
cliente que reclamou de ter sido agredida por João Alberto.
A
confusão armada no estacionamento. Enquanto isso, Milena, esposa de João
Alberto, tranquilamente, estava no caixa, passando os produtos e pagando a
conta. No momento em que ela também se dirigiu ao estacionamento, foi
surpreendida por um princípio de confusão. Funcionários do estabelecimento
passaram correndo por ela. Que será que aconteceu? Deve ter se perguntado. Nem
em sonhos imaginava que a confusão envolvia seu marido.
Ao
chegar ao estacionamento, ela se deparou com dois homens imobilizando João
Alberto, que àquela altura já havia sofrido uma seção de espancamento. Ele
ainda estava com vida e pediu ajuda a ela. Ela até tentou ir até onde o marido
estava, mas foi impedida pelos seguranças. Foram
mais de cinco minutos com o joelho do segurança em cima dele, depois de ter
sido brutalmente agredido.
Assim
como o ar faltou para George Floyd, em Mineapólis, também faltou ar para João
Alberto, em Porto Alegre. E sem ar para respirar a vida se esvaí, como todos
sabemos.
A
equipe do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamada. Foi até
o local. Fizeram massagem cardíaca no homem, mas ele não resistiu. Morreu ali
mesmo, no pátio do estacionamento do supermercado Carrefour.
Os
agressores de João Alberto foram presos logo após o homicídio. Eles podem responder
pelo crime de homicídio triplamente qualificado: asfixia, motivo fútil, e uso
de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Os
outros funcionários que assistiram passivamente a cena, também podem responder
por omissão.
E
o crime de racismo? Em nenhum momento isso é qualificado na fala das
personagens da cena do crime, nem pelas imagens. Mas precisa estar qualificado
isso, quando sabemos que no Brasil é um país onde existe um racismo velado.
Onde se faz de conta que ele não existe, mas, na realidade existe, e muito.
E
se fosse um homem branco a fazer uma brincadeira com a funcionária, a atitude
teria sido a mesma? E se caso isso acontecesse e os seguranças tivessem
conduzido o homem branco para fora da loja, a truculência teria sido a mesma, a
ponto de matá-lo?
“Foi verificado junto à perícia que
provavelmente ele tenha morrido por asfixia ou ataque cardíaco. Os dois
seguranças que agrediram ficaram em cima dele, aquilo dificultou a respiração
dele. Quando falamos em asfixia não significa necessariamente estrangulamento,
mas aquela forma de contenção de ficar em cima dele fez com que tivesse
dificuldade de respirar e pode ter ocasionado um ataque cardíaco. Aguardamos o
laudo oficial, mas são indícios preliminares a partir de sinais identificados
pela perícia no corpo dele”, afirmou Roberta Bertoldo, delegada da 2ª Delegacia
de Homicídios e Proteção à Pessoa de Porto Alegre.
A
Brigada Militar tratou logo de esclarecer que o PM não estava, no momento da
ocorrência, à serviço da corporação. Divulgou uma nota na qual diz:
“Cabe destacar ainda que o PM temporário não
estava em serviço policial, uma vez que suas atribuições são restritas,
conforme a legislação, à execução de serviços internos, atividades
administrativas e videomonitoramento, e, ainda, mediante convênio ou
instrumento congênere, guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios
públicos", diz o comunicado. A Brigada Militar, como instituição dedicada
à proteção e à segurança de toda a sociedade, reafirma seu compromisso com a
defesa dos direitos e garantias fundamentais, e seu total repúdio a quaisquer
atos de violência, discriminação e racismo, intoleráveis e incompatíveis com a
doutrina, missão e valores que a Instituição pratica e exige de seus
profissionais em tempo integral”.
Após
a repercussão negativa do ocorrido, o Carrefour diz ter rescindido o contrato
com a empresa que fazia a segurança do estabelecimento. Disse também que
demitiu o funcionário responsável pela loja no momento em que os fatos
ocorreram. Que lamenta profundamente o ocorrido e que iniciou uma investigação
interna para apurar os fatos.
“Para nós, nenhum tipo de violência e
intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam.
Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os
desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais”,
afirmou a empresa em nota divulgada.
Antes
do ocorrido o Carrefour havia anunciado para esta sexta-feira, 20, o lançamento
de um manifesto pela diversidade. A campanha abordaria temas como identidade de
genêro, orientação sexual, intolerância religiosa, além de racismo e
preconceito. Agora, essa campanha perde completamente o sentido, se lançada
nesse momento pelo Carrefour. Melhor guarda na gaveta e fazer isso em outro
momento, quando de fato a rede de supermercados introduzir em si mesma esses valores.
Já
não é a primeira vez que a rede de supermercados dá mostra de que a vida humana
não importa. Apenas o lucro.
Em
agosto desse ano, Moisés Santos, que trabalhava como representante comercial de
vendas, em uma loja do Carrefour, em Recife, Pernambuco, teve um mal súbito e
morreu dentro da loja. Em vez de fechar a loja, e providenciar o necessário
para quando uma pessoa morre, IML, ambulância, documentação, respeito pela dor
dos familiares do morto, os responsáveis pela loja resolveram cobrir o cadáver
com guarda-chuvas abertos, e seguir com o dia-a-dia da loja, como se nada
tivesse acontecido. Enquanto o corpo frio e rígido do representante de vendas
ficava lá das 8h da manhã ao meio dia.
No
dia 28 de novembro de 2018, um fato também chocou e comoveu a população. Também
envolvendo o Carrefour. Dessa vez foi uma cadela de nome Manchinha. O animal
foi espancado, e depois envenenado por um segurança do supermercado.
A
pergunta que fica no ar é a seguinte: Que tipo de orientação recebem os
funcionários do Carrefour? Eles recebem alguma orientação para lidar com
situações difíceis, sem que para isso tenha que tirar a vida de homens e
animais? Ou para preservar a vida humana acima do lucro?
Várias
autoridades se manifestaram sobre o caso. Algumas deram declarações bem
pertinentes e inteligentes sobre o fato. Outras nem tanto. Uma dessa
declarações infelizes e de quem parece não conhecer o país em que vive, ou que
se recusa a ver a realidade, foi dita pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
Perguntado
por um repórter, e referindo-se ao caso acontecido em Porto Alegre, Mourão
disse: “Lamentável, né? Lamentável isso
aí. Isso é lamentável. Em princípio, é segurança totalmente despreparada para a
atividade que ele tem que fazer”.
O
repórter pergunta então se ele considerava o caso de Porto Alegre como um caso
de racismo. Mourão responde: “Para mim,
no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o
Brasil. Isso não existe aqui”
Meio
ainda como não querendo acreditar na declaração do vice-presidente o repórter
insiste: “O senhor acha que não tem racismo?
”
“Não, eu
digo para você com toda a tranquilidade: não tem racismo aqui”, rebate
Mourão.
O
repórter insiste mais uma vez na questão e Mourão fica firme no seu posicionamento:
“Eu digo para vocês o seguinte, porque eu
morei nos EUA: racismo tem lá. Eu morei dois anos nos EUA, e na escola em que
eu morei lá, o 'pessoal de cor' andava separado. Eu nunca tinha visto isso aqui
no Brasil. Saí do Brasil, fui morar lá, era adolescente e fiquei impressionado
com isso aí. Isso no final da década 60. Mais ainda, o pessoal de cor sentava
atrás do ônibus, não sentava na frente do ônibus. Isso é racismo. Aqui não
existe isso. Aqui você pode pegar e dizer é o seguinte: existe desigualdade.
Isso é uma coisa que existe no nosso país”.
Entretanto,
lembremos, Mourão faz parte de um governo que nega tudo: nega a ciência, nega a
pandemia, nega o desmatamento de nossas florestas, nega os dados sobre
poluição, nega a importância da luta do povo negro, por que não negaria também
a questão do racismo no Brasil, não é verdade?
Domingo,
15, tivemos eleições em todo o país para prefeito e vereador. Pois bem, em um
país no qual não existe racismo, como diz o vice-presidente, em Joinville, no
estado de Santa Catarina, apenas agora nessas eleições foi eleita uma mulher,
vereadora, negra.
Ela
se chama Ana Lúcia Martins e foi eleita pelo PT. A vereadora ainda nem começou
o mandato e já sofre fortes ataques racistas. Os ataques começaram assim que
terminaram a apuração dos votos e o nome dela foi confirmado como vereadora
eleita.
Um
post nas redes sociais comemorava o sucesso merecido da candidata. Em resposta
a esse post, outro post feito por um perfil anônimo, dizia: “Agora só falta a gente matar ela e entrar o
suplente, que é branco. Os fascistas mandaram avisar que ela que se cuide!
”.
Essa
é apenas uma pequena amostra dos ataques racistas sofridos pelos negros. A imprensa
está farta de mostrar esses casos. Eles acontecem tanto com anônimos quanto com
personalidades famosas. E as outras centenas de casos que acontecem e que não
chegam às lentes da mídia, e, portanto, ao conhecimento da sociedade?
Então,
senhor vice-presidente, mais uma vez a pergunta que não quer calar: Existe ou
não racismo no Brasil? Ele existe, senhor vice-presidente e está acontecendo
todos os dias, em todas as partes do país, e não apenas nos Estados Unidos,
como o senhor diz. A questão é que o senhor não o vê ao seu redor, pois é
branco e rico. E os brancos e ricos não sabem o que é isso. Estão bem distantes
dessa realidade, desse sofrimento.
Assim
também pensa o presidente da Fundação Palmares. Esse não é branco. Pode até ser
rico. Um rico que se acha branco, apesar de sua pele negra. Em postagem, neste
dia 20 de novembro, ressalte-se, Dia da Consciência Negra, ele afirma: “Não existe racismo estrutural no Brasil; o
nosso racismo é circunstancial — ou seja, há alguns imbecis que cometem o
crime. A 'estrutura onipresente' que dia e noite oprime e marginaliza todos os
negros, como defende a esquerda, não faz sentido nem tem fundamento”.
Ou
seja, a fala de Mourão e a de Sérgio Camargo se complementam, se casam
perfeitamente. São eles que falam, dão suas opiniões pessoais. Porém o mais
grave de tudo isso é que isso também expressa o discurso de um governo, que não
apenas nega a destruição do meio ambiente, a pandemia que já vitimou, até agora,
mais de 168 mil brasileiros, que nega a ciência e outras questões fundamentais,
também nega que haja racismo no Brasil, e que essa luta que o povo negro faz
contra o racismo e a discriminação é coisa de esquerdista. E quando a gente
nega uma coisa, é como se aquela coisa de fato não existisse. E se uma coisa
não existe, não é necessário encontrar soluções para ela, simplesmente porque o
problema não existe.
Não
podia deixar de encerrar essa postagem sem citar um personagem sem o qual o
caso do assassinato do João Alberto teria sido mais a ficar esquecido. A pessoa
que filmou toda a cena brutal. É um motoboy, que não quis se identificar por
razões óbvias. Ele teme ser vítima de violência por parte de algum familiar dos
envolvidos ou por algum seguidor de suas redes sociais que não compreenderia
por que ele, em vez de ficar filmando, não foi lá socorrer o homem.
Sendo
que ele estava vendo os seguranças embrutecidos e poderia também ele ser mais
uma vítima da agressão, e aí seriam dois mortos, ninguém imagem, e responsáveis
impunes.
Ao
site GHZ o motoboy afirmou que não presenciou o início dos acontecimentos
dentro da loja. Que apenas viu o que estava acontecendo no estacionamento e
começou a filmar. Ele afirmou não ter visto a vítima reagir, e que a violência
dos policiais era desproporcional.
“Eles
deram um soco no senhor, e ele deu um tapa. Aí pegaram os pés dele, derrubaram
no chão e começaram a bater. Bater, bater, bater, bater. E quando fui chegando
com o celular, a moça viu e começou a me ameaçar, dizendo que ia me queimar no
mercado”, disse o motoboy.
Ao
G1, o mesmo motoboy afirmou que se aproximou para fazer as filmagens até mesmo
numa tentativa de intimidar os agressores. Mas não adiantou nada.
Ainda
os site do GHZ ele disse que foi ameaçado pela funcionária do Carrefour. A mulher
disse que ele parasse de filmar senão iria queimar ele na loja. Ao G1, ele
disse que nessa hora ficou na dúvida. E pensou: “Será que vão fazer alguma coisa comigo?” Então ponderou que era melhor registrar o ocorrido, até mesmo na
tentativa de salvar uma vida, do que continuar fazendo entrega para gente tão
bruta. Então resolveu, e disse a funcionária. “Não, tranquilo. Eu não vou mais fazer
entrega para vocês. É minha última entrega. Só que o vocês tão fazendo tá
errado”.
Voltando
ao GHZ — desculpem-me esse jogo de fonte de informações, mas um depoimento
complementa o outro — a eles o motoboy disse que após a ameaça da funcionária,
os seguranças o cercaram e pediram para que ele apagasse as imagens. O motoboy
guardou então o celular, sem apagar as imagens. Ele ainda chegou a postar as
imagens em suas redes sociais, mas diante da repercussão que o caso tomou,
resolveu apaga-las.
Graças
a essas imagens, a polícia decretou a prisão preventiva de Magno Braz Borges e
Giovane Gaspar Da Silva os dois seguranças diretamente envolvidos no
assassinato. Além de também ter identificado a funcionária Adriana Alves Dutra,
que ameaçou o motoboy, e também os outros funcionários que, diante de tanta
brutalidade, simplesmente, cruzaram os braços.
Hoje
é Dia da Consciência Negra, e no dia de hoje, o povo negro e a sociedade
brasileira como um todo, em vez de comemorar a data, tem mais um fato triste
envolvendo um homem negro a lamentar. E não nos esqueçamos que em uma sociedade
onde reina o preconceito e a discriminação, ninguém ganha. Todos perdem.