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Nas asas da imaginação
Posted by Cottidianos
on
17:33
01
de janeiro
“Voar voar, subir subir ir por onde for
Descer
até o céu cair ou mudar de cor
Anjos
de gás, asas de ilusão
E
um sonho audaz feito um balão
No
ar no ar eu sou assim brilho do farol
Além
do mais amar no fim simplesmente sol”
(Sonho
de Ícaro
- Claudio Rabello , Piska)
Voando
nas asas da imaginação, fui a terras muito distantes para buscar inspiração
para vos escrever este texto. Fiz uma viagem a Terra Media, terra de hobbits,
elfos, humanos e também dos temíveis orcs. Encontrei-me com Gandalf e com ele
tive uma longa conversa sobre questões fundamentais para compreender o nosso
caminho enquanto ser humano.
As
frases destacadas em negrito e itálico são da obra de J. R. R. Tolkien, criador de O Senhor dos Anéis.
Mais um ano se inicia e, unindo-me a onda de alegria que toma
conta de todo o planeta, desejo a todos, meus sinceros votos de FELIZ ANO NOVO! Que ele seja realmente novo para cada um de nós. Pois, o ANO NOVO, em si, não
é importante, o importante é o que nós vamos fazer com ele. A vida é o maior
presente que lhe foi dado pelo criador. A vida é um livro, e um livro é
dividido em vários capítulos. Capítulos estes que vão sendo escrito a cada
ano... Encare o ano que se inicia como uma página em branco... E escreva nela
sua melhor história. Escrevendo sua melhor história a cada capítulo — lembre-se
sempre que nem em contos de fadas há sempre alegria, neles também há lágrimas,
tristezas, momentos bons e momentos difíceis — ao final, o livro da sua vida
terá sido um best-seller.
***
Nas
asas da imaginação
No
último dia do ano fui arrebatado pelas asas da imaginação. A princípio relutei,
não sabia onde ela queria me levar. E se ela me levasse para algum lugar no
qual eu não gostaria de estar? Se ela me fizesse encontrar-me comigo mesmo? De
todos os encontros da vida, talvez o encontrar-se consigo mesmo seja o mais
difícil. Passamos a vida inteira fugindo de nós mesmos, nos escondendo, como se
soubéssemos que somos a verdade do que somos, a nossa verdadeira essência,
habita no íntimo de nós mesmos. Porque
temos tanto medo desse estar a sós consigo mesmo? Talvez porque sejamos seres
imperfeitos, vivendo em um mundo no qual os modernos e sofisticados programas
de edição de imagens, fazendo todos os corpos parecerem perfeitos. De certa
forma, esse modificar a realidade através da tecnologia representa um perigo
para as mentes fracas. Os homens querem ter o corpo definido e sarado que o
galã exibiu no último filme. As mulheres querem ficar com a pele de pêssego,
seios e bumbum — quase a saltar do corpo de tão volumosos — que as famosas exibem
nas capas de revistas e nas redes sociais. Para adquirir o corpo perfeito fazem
reformas perigosas e abusam de anabolizante, silicones e tudo o mais. Esses tratamentos
nada convencionais em clinicas que mais parecem espeluncas, e o pior de tudo,
muitas vezes colocam suas ilusões nas mãos gente sem nenhuma especialização. A
procura dessas soluções mágicas, quando não termina em morte, acaba em imensas
dores de cabeça e incômodos, que os ansiosos e ansiosas por ostentar corpos à
moda dos editores de imagens, tem de carregar pelo resto de suas vidas, como se
fosse a marca de uma grande lição. É bom querer ficar bonito. É bom querer ficar
bonita. Faz parte da autoestima do ser humano, entretanto, devemos ter cuidado
com os excessos e os tratamentos que se anunciam milagrosos.
Enquanto
penso estas coisas, minha imaginação sobrevoa os tempos dos contos de fada.
Pensei em dizer “O tempo inocente dos contos de fada”, porém hesitei, pois no
reino das fadas, reis e rainhas, príncipes e princesas, também havia as bruxas,
e estas, não eram nada boazinhas. Nos tempos do “era uma vez”, também existia
maldade e inveja. Mesmo nas terras encantadas, onde reinava o amor, também
reinava o ódio. Vendo a situação por sobre as asas da imaginação, percebo que a
grande realidade da vida está na dualidade bem x mal. Aqueles que souberam
encher seus corações de sentimentos nobres como o amor, a amizade, a bondade, o
caráter e tantos outros frutos dessa árvore, caminham na direção do bem e se
tornam luzes a iluminar os caminhos escuros da vida. Ao contrário, aqueles que
comeram do pão da amargura, e apenas souberam desenvolver sentimentos
detestáveis, anda de braços dados com o mal e, cegos pela ofuscante sedução que
brota da maldade. Nem percebem que caminham para abismos sem fim.
Ainda
sobrevoando esse cenário no qual viveram e ainda vivem eternos habitantes das
terras dos contos de fadas que povoam o nosso imaginário, vejo que as fadas usavam
um instrumento parecido com programas de edição de imagens atuais: a varinha de
condão, de preferência, com uma estrela na ponta. Ah, com aquela varinha nas
mãos, elas eram poderosas! Se fossem fadas, eram seres do bem, e suas varinhas
eram usadas para transformar abóbora em carruagens, sapos em príncipes, e
coisas do tipo. Se fossem bruxas ou bruxos, nesse caso era melhor sair
correndo, pois esses seres não usavam as bondosas varinhas, mas sim bastões, que
tinham o poder de transformar pessoas em pedras, homens em animais.
Minha
imaginação pousou no alto de uma montanha onde está um bruxo. Tenho medo, peço
para sair dali, se possível, com velocidade máxima. Tenho medo de ser
transformado em pedra. Porém, logo reconheço o personagem por detrás daqueles
vestes místicas, barbas e cabelos que mais se assemelham a uma fina tempestade
de neve, e em suas mãos um poderoso bastão. É Gandalf, aquele mago da obra de Tolkien.
Fico mais tranquilo, final, Gandalf é um bruxo do bem. Meus olhos percorrem
detalhadamente o ambiente ao meu redor... E um frio me percorre a espinha.
Estou na Terra Média. Estou na Terra Media, repito para mim mesmo. Gandalf
parece conhecer o intimo de meus pensamentos, pois ele me diz com voz suave,
porém, firme: “Não tenha medo! Meu bastão é um bastão do bem”.
Respiro
um pouco mais aliviado. Lembro de que já estive naquela terra. Os pensamentos
me vêm à mente com mais clareza. Isso mesmo! Já estive ali. Foi na Terceira Era
da Terra Media, quando andou por ali um hobbit, chamado, Froddo. Froddo
Bolseiro. Naquela época, a Terra Media vivia uma luta intensa entre bem versus
mal, protagonizada por seres de várias raças. Hobbits, Elfos, Anões, Ents e
Humanos, viviam em constante conflito com os Orcs, seres do mal. Froddo,
ajudado pelas forças do bem, tentava destruir o Um Anel para que ele não
voltasse às mãos de Sauron, a
personificação do mal. Gandalf, o personagem diante de
mim, teve papel fundamental nessa luta, impedindo que a escuridão voltasse a
dominar a Terra Media. Sem dúvida, um bruxo admirável.
Analisando
os fatos por essa perspectiva privilegiada, penso que Sauron, perdeu a luta na
Terra Media e foi tentar estabelecer seus domínios no planeta Terra. Afinal,
são tantos conflitos que os homens têm vivido. Guerras, intolerância,
discriminação, preconceito, corrupção e violência, certamente, são almas usadas
pelo mal para confundir os homens, deixá-los cegos e afastá-los do caminho que
leva as fontes da vida plena. Se estiver certo, Sauron tem
conduzido muito bem seus planos de dominar o mundo. Se não é assim, então,
porque temos visto surgir, recentemente, setores ultrarradicais para os quais a
vida humana não tem a menor importância. Agem como se na essência de um homem
não estivessem contidos a sua história de vida pessoal, sua historia de vida
familiar, seus ideias políticos, religiosos e humanitários, seus amigos, enfim,
todas as coisas que o tornam um homem?
E
a legião do bem? Com certeza também se transferiu para a Terra e tem feito um
bom trabalho. Que alívio! Já pensou se estivéssemos todos sob a influência do
mal? Aí, sim, o mundo estaria perdido e sem salvação. Ò Grande Mestre do
Universo, onde está o bem afinal? Ele está no grito dos que se levantam contra
a injustiça como por exemplo, a ativista paquistanesa, Malala, a pessoa mais
jovem a receber um prêmio Nobel, por defender os direitos humanos das mulheres
paquistanesas e o pelo acesso delas à educação. Malala só sobreviveu ao
atentado que sofreu porque o bem foi mais forte que o mal. Na verdade, a
legião do bem é sempre mais forte, acreditemos nisso. A
legião do bem também está presente na imensidão de missionários e voluntários
que, mesmo sabendo dos enormes riscos, acorreram a sofrida África, para tratar
dos que foram atacados pelo ebola. Os semeadores da paz também estão presentes
nas pesquisas cientificas que ajudam a debelar tantos males que acometem a
nossa frágil humanidade, bem como nas vozes que se levantam contra as mudanças
climáticas que destroem o nosso planeta.
No
alto daquele monte, aos pés daquele sábio, uma dúvida me inquietou: Porque
todos os homens não seguem a vida do bem, preferindo servir a Sauron, que a tudo cega
e destrói. Já que estava diante de um sábio, não perdi a oportunidade de
questioná-lo.
—
Sábio Gandalf, porque há homens bons e maus? Porque uma parte da humanidade
prefere seguir o caminho das trevas no qual, no principio, tudo são benesses e
depois tudo se torna em choro e ranger de dentes?
—
Filho, tudo é uma questão muito simples a qual os homens se encarregam de
torná-la complexa. “Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado”,
dizia eu no tempo que Froddo estava ás voltas com o Anel. Quando na terra,
nascem os homens e mulheres, a cada um é determinado uma cota de tempo para
gastar durante a existência terrena. Há homens que gastam o tempo que lhes é
dado com coisas que edificam, e outros, insensatos, gastam sua cota de tempo
com as coisas que destroem a si mesmo e aos outros.
—
Desculpe incomodá-lo com meus questionamentos, mas diga-me, porque algumas
pessoas, mesmo estando na corrente do bem, sofrem tantas dificuldades e passam
por tantos sofrimentos e provações, não deveria a vida delas ser apenas um mar
de rosas?
O
mago pareceu sorrir diante da ingenuidade de minha pergunta, mas respondeu-me
de modo paciente e suave, como convém a um mestre:
—
“Não
existe triunfo sem perda, não há vitória sem sofrimento, não há liberdade sem
sacrifício”. Pense nos diamantes: fascinantes joias que adornam as
coroas reais, e que enfeitam e embelezam a mãos e o pescoço das damas, em forma
de anéis, pulseiras e correntes. Essa cobiçada pedra preciosa não nasce pronta.
Formado por átomos de carbono, a joia, em sua forma bruta, habita as camadas
mais profundas da terra. O processo de lapidação ocorre nos laboratórios. É ali
que eles se tornam o que são: joias preciosíssimas. É importante ressaltar que os
diamantes, para que adquiram intenso brilho e serem cobiçados, tem de passar
por intenso sofrimento, digamos assim, para que você entenda de forma mais
profunda aquilo que quero dizer. Eles são colocados a temperaturas altíssimas.
E semelhante a colocar o diamante embaixo de uma enorme montanha para que seja
gerado um fonte grandiosa de calor. A pressão é muito grande. Tudo que sem que
ser feito na temperatura certa, nem de mais, nem de menos, para que, desse
processo, resulte uma joia perfeita. Também é importante dizer que elementos
nem um pouco nobres são usados na fabricação do diamante como, por exemplo, o
grafite.
Assim
são as pessoas que são chamadas a serem luzes em meio à humanidade. Elas também
passam por um doloroso processo de transformação nos laboratórios da vida. Veja,
por exemplo, o caso daquela paquistanesa que, recentemente, ganhou um prêmio
Nobel. Ela sofreu uma grande pressão, mas de todo esse processo saiu uma
mulher, um diamante, mais forte, mais valioso. Olhando um pouco mais para trás
no tempo, vemos também o caso daquele outro moço, estadunidense, chamado Martin
Luter King Jr. Ele também foi provado no fogo. Outro caso emblemático, é o
ícone da religiosidade cristã na Terra, Jesus Cristo. Quer vida mais cheia de
provações do que a dele? Pensa que ele, por ser de origem divina, sentou-se em
um trono real, e apenas com o toque das mãos afastava todo o mal que se
aproximava. De modo algum. Pelo contrário, aquele foi um dos diamantes mais
pressionados na história da humanidade. Foi também assim com milhões de pessoas
que já passaram pela terra e que se engajaram nas fileiras do bem. A verdade é
que, quanto maior a pressão, maior o brilho. É preciso apenas ter fé e coragem
de brilhar.
Também
penso que vocês lamentam muito a passagem que todos os humanos têm de fazer
para o inevitável caminho para a eternidade. Porém, uma coisa eu digo a vocês,
até mesmo, para servir como alento ao vosso pesar por todos os que já deixaram
o plano terrestre: “A jornada não acaba aqui. A morte é só mais um caminho. Um que todos
nos devemos seguir, ergue-se a cortina da chuva cinzenta desse mundo e tudo se
transforma em vidro prateado então você vê... Praias brancas e ali um longínquo
campo verde sobre um rápido nascer do sol!”
—
Sabe, mestre Gandalf, o Sr. bem que poderia, com esse seu mágico bastão, lançar
seus poderosos raios em direção à terra, e acabar com todo o mal que há no
planeta. Acho que seria uma boa ideia. O que acha?
—
Sabe, filho, o que eu acho mesmo é você me pede coisas demais. Eu até posso
fazer isto. Entretanto, não tenho autorização para tanto. Não sou Deus, sou
apenas um servo. Além do mais, “não é nossa função controlar todas as marés
do mundo, mas sim fazer o que pudermos para socorrer os tempos em que estamos
inseridos, erradicando o mal dos campos que conhecemos, para que aqueles que
viverem depois tenham terra limpa para cultivar. Que tempo encontrarão não é
nossa função determinar”.
Há
uma parábola do Mestre Jesus que vai na direção do você me perguntou e que
quero lhe contar. Diz a parábola:
“O reino dos
céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Mas enquanto
os homens dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e
retirou-se. Porém quando a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o
joio. Chegando os servos do dono do campo, disseram-lhe: Senhor, não semeaste
boa semente no teu campo? pois donde vem o joio? Respondeu-lhes: O inimigo é
quem fez isso. Os servos continuaram: Queres, então, que vamos arrancá-lo? Não,
respondeu ele, para que não suceda que, tirando o joio, arranqueis juntamente
com ele também o trigo. Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e no tempo da
ceifa direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio e atai-o em feixes para o
queimar, mas recolhei o trigo no meu celeiro”.
É
preciso deixar o bem e o mal crescerem no mesmo campo. Como você já deve saber,
a Terra é um campo de provação. Como podereis saber a diferença entre o bem e o
mal, se não tens as duas medidas. No fim os bons terão a sua recompensa e o
mal, o seu castigo. Você não é a primeira pessoa que faz essa pergunta, no
decorrer da eternidade ela já me tem sido feitas milhares de vezes.
—
O que o Sr. recomenda então?
—
Paciência, paciência e mais paciência acrescidos de muita fé e oração. Também
nunca se revolta contra o criador porque as coisas não saíram do jeito que você
esperava. Entenda que Ele é a Sabedoria infinita, e nunca, jamais, em toda a
eternidade quer o mal para os seus filhos. Se, algum dia, ele te negou alguma coisa,
foi porque viu que, mais à frente, aquilo ia te servir como pedra de tropeço.
—
Nós, do planeta Terra, estamos terminando mais um ano e começando outro, diga
algumas palavras que confortem nossos corações e nos transmitam esperança...
—
Sei. Tenho acompanhado toda a expectativa com que vocês esperam o ano vindouro.
Alguns otimistas, outros não. Porém o que eu sei é que finais e inícios de
ciclos “São como nas grandes histórias. As que tinham mesmo importância. Eram
repletas de escuridão e perigo. E, às vezes, você não queria saber o fim...
Porque como podiam ter um final feliz? Como podia o mundo voltar a ser o que
era depois de tudo isso? Mas, no fim, é só uma coisa passageira, até tudo
passar. Um novo dia virá. E, quando o sol brilhar, brilhará ainda mais forte.
Eram essas as histórias que ficavam nas lembranças, que significavam algo.
Mesmo que você fosse pequeno demais para entender o porquê. Mas acho, que
entendo, sim. Agora eu sei. As pessoas dessas histórias tinham várias
oportunidades de voltar atrás mas não voltavam. Elas seguiam em frente, porque
tinham no que se agarrar”.
A
vida toda é caminho reto. Não se pode voltar atrás e viver o dia de ontem.
Portanto, vocês terráqueos, tem uma grande responsabilidades sobre cada um de
seus atos. Desde as menores palavras que suas bocas pronunciam até os discursos
mais complexos que fazem. Que vossas palavras, ações a atitudes sejam sempre
edificantes. Não gastem tempos com palavras e atitudes vãs. Também diz Cristo
que a “boca fala do que o coração está cheio”. Então, que vossos corações
estejam sempre cheio daquilo que é fruto do espírito, ou seja, “amor, alegria,
paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si”. Isto está
escrito na Carta de São Paulo aos Gálatas.
Outra
coisa que aconselho é sejam constante nas promessas que fazem. Façam sempre
promessas que sabem que podem cumprir. “É sempre assim com as coisas que os homens
começam; há uma geada na primavera, ou uma praga no verão, e suas promessas
fracassam”. Todos os anos, vejo pessoas que fazem uma lista enorme de
promessas, de todos os tipos. São tantas coisas na lista que elas mesmas se
perdem e não conseguem cumprir nem as mais fáceiss. Por isso lhes digo, sejam
organizados e constantes. Partam sempre da coisa mais fácil de realizar para a
mais difícil. Subam degrau por degrau, e
vocês terão um ano realmente novo. Não se esqueçam também de que: “Até
mesmo a menor das criaturas pode mudar o rumo do mundo”.
Despedi-me
de Gandalf, com muito respeito e carinho. Sabia que por trás daquele velho
amigo há toda uma tradição. Com certeza, ele não pode interferir na vida na
terra, mas tenho convicção de que, ele, aliado as forças astrais e espirituais que
regem o nosso planeta, estão agindo, com sua força benéfica, tornando a vida na
terra um pouco mais suportável.
Deixei
a Terra Media. Já era hora de voltar para casa. Foi tão empolgante a conversa
que tive com Gandalf, que nem deu tempo de visitar o Froddo e toda a sua turma.
Tudo bem, não se pode fazer tudo de uma vez, assim como não pode visitar todos
de uma vez só. Visito Froddo em uma próxima ocasião. Acredito que ele não vá
ficar chateado comigo por ter preferido conversar com o mago.
Enquanto
fazia a viagem de volta ao lar, fiquei pensando em como ele conhecia a vida na
Terra, citando, inclusive, personagens de nossa história. Com certeza, Gandalf
é um mago antenado, como devem ser todas as pessoas que não olham apenas para o
próprio umbigo, digo, para si mesmo. Depois dessa deliciosa viagem nas asas da
imaginação — que as vezes, é um pouco rebelde, mas sempre me leva para bons
lugares e junto a boas pessoas — me senti mais confiante para iniciar o ano
novo.
Ainda
antes de entrar na esfera terrestre, vi muitas luzes e fogos coloridos, pessoas
sorrindo e se abraçando, ao redor de toda a Terra. O planeta irradiava ondas de
alegria e felicidade. Então tive certeza de que os ponteiros dos relógios
haviam se cruzado e que um ANO NOVO havia se iniciado. Mais um ciclo de vida,
mais uma oportunidade dada a cada um de nós, terráqueos, humanos. “Se os homens
tivessem essa visão que estou tendo agora, de toda essa festa, de toda essa
alegria, de toda essa felicidade, viveriam cada dia do ano como se o ano fosse
novo a cada dia”, pensei eu, contente de fazer parte da família humana, tão
imperfeita e, por isso mesmo, humana.
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