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Bolsonaro e seu projeto de morte para o Brasil

Posted by Cottidianos on 17:02

 Domingo, 16 de maio



Então, lá vamos nós, caros leitores, leitoras, para mais uma conversa. Eu daqui escrevendo, você daí lendo. Não é uma coisa estática. Gera um posicionamento, seja para concordar ou discordar. Assim, é a democracia. Nenhum um lado tem a verdade no seu todo. A verdade é tudo, todo, e parte ao mesmo tempo. Certa ocasião, quando Jesus foi levado diante de Pilatos, e sendo inquirido por ele começou a falar da verdade. “Eu nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade”. O messias deve ter dado um nó na cabeça do romano, tanto é que ele perguntou: “O que é a verdade?

A verdade é sempre melhor que a mentira, mas algumas pessoas, atualmente, resolveram eleger a mentira como verdade. Exaltá-la. E por trás disso tudo há interesses mesquinhos. Nada republicanos.

Andava eu, ontem, manhã de sábado, em uma movimentada avenida de Campinas, São Paulo, cidade onde moro, quando notei uma folha de papel colada numa lixeira. Pensei ser um anúncio de alguma coisa, mas pensei: quem iria por um anúncio numa lixeira?

Me aproximei para ver de perto o que estava escrito naquele papel. E nele havia os seguintes dizeres: “Antes se você repetisse uma mentira muitas vezes, ele se tornava verdade, mas hoje ela se torna jornalismo!”. Achei aquilo uma clara defesa das fake news. Quando se quer derrubar uma democracia, um dos primeiros pilares que se deve destruir, botar chão abaixo, é a imprensa livre. Pois é ela que bota o dedo na ferida, aponta o que está errado, questiona.

Foi assim no Brasil do período ditatorial, foi assim na Venezuela, na Coreia do Norte, na Alemanha de Hitler, e um outras ditaduras passadas e presentes mundo afora. Feito isto, basta colocar os meios de comunicação para trabalharem a serviço dos ditadores, criando deles e dos países que governam, imagens idílicas, quem, nem sempre, correspondem a realidade.

Dito isto, é fácil por onde, por quais caminhos, e por quais trilhos, quer caminhar o governo Bolsonaro. Ainda bem que temos no Brasil instituições fortes, que funcionam, ainda que sobre elas caiam pesadas críticas. Há, sim, o grupo dos que defendem a volta da ditadura militar, com Jair Bolsonaro no governo. Ainda bem que esse grupo formado por zumbis bolsonaristas, é minoritário. E não podemos deixar que eles passem disso. Há também jovens que, na sua inocência, defendem esse tipo de regime.

No caso dos jovens, fica difícil saber se é mesmo inocência, ingenuidade, ignorância ou desinformação. Ou tudo isso junto. Com certeza, eles nunca viveram uma ditadura para elogiar tais regimes. Ou, talvez, nunca tenham se dado ao trabalho de ler alguma coisa sobre elas.

Semana que passou, o clima foi pra lá de quente na CPI, especialmente, no depoimento de Fábio Wanjgarten, ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social do Governo Federal. Falaremos disso um pouco mais adiante.

Fica, por ora, o lamentável registro da participação do senador Flávio Bolsonaro, que nem é da CPI, mas, vendo Wanjgarten em apuros resolveu passar por lá para dar o seu showzinho, que nem podemos dizer que é particular, pois as câmeras estavam todas a postos para qualquer movimentação estanha ou não.

Ânimos exaltados, Renan Calheiros, relator da CPI ameaçou prender Fábio Wanjgarten por falso testemunho. Flávio, então, disse para Renan: “É o cúmulo do absurdo um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros”. Ao que Renan retrucou: “Vagabundo é você que rouba dinheiro de seus funcionários”. Com a casa pegando fogo, Omar Aziz, presidente da CPI, resolveu então, suspender a sessão.

Muitas criticas se fazem sobre o fato de Renan estar sendo relator da CPI da Covid-19, que apura as responsabilidades do governo federal no combate à pandemia, e que também se debruçará sobre possíveis desvios de verbas enviadas aos governadores e prefeitos.

Ora, sabemos que Renan não é flor que se cheire. Que ele não é nenhum exemplo de honestidade. Assim como o senador Flávio Bolsonaro também não é, muito menos Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, nem o deputado Aécio Neves, nem a senadora Gleise Hoffmann, nem muitos outros senadores e senadoras, deputados e deputadas podem ser apontados como exemplos de honestidade.

Mas o fato de Renan estar atuando como relator de uma CPI não inválida as provas que estão chegando, os depoimentos que estão sendo colhidos, pois eles, até aqui, têm revelado aquilo que já sabíamos: houve uma omissão do governo federal no combate a pandemia, e mais grave ainda: isso parece ter sido de forma intencional.

Ainda seguindo a esteira do pensamento do paragrafo anterior, muitos brasileiros criticam os deputados e senadores de ladrões e corruptos. É lícito e verdadeiro: muitos deles o são.

Mas o fato a que se deve prestar atenção é que esses parlamentares não entraram de gaiatos no navio. Muito pelo contrário, eles foram eleitos pelo voto popular e, portanto, tem representatividade.

A questão é: Se há políticos corruptos no Congresso Nacional, e em todas as outras esferas do Poder Legislativo, e se esses políticos foram colocados lá pela sociedade, e mais ainda, se esses legisladores nasceram do seio dessa sociedade, então a pergunta a ser feita é: Onde está o erro? Nos políticos corruptos ou na sociedade que os elegeu?

Onde é mais fácil corrigir o erro de alguma coisa, no seu nascedouro, ou no seu curso? Por que uma sociedade escolhe políticos corruptos para a representar? Desinformação?

O próprio presidente, Jair Bolsonaro, um dos maiores erros da história política do Brasil nos últimos tempos, ele não está na cadeira presidencial por que caiu lá de paraquedas. Ele foi eleito com exatos 57.797.847, contra 47.040.906 do petista Fernando Haddad.

Durante a campanha ele já se apresentava do jeito que é: chucro, preconceituoso, ignorante, e nenhum pouco disposto a olhar para as minorias. Sem contar que já havia um passado de 28 anos na Câmara dos Deputados de inação, sem aprovar nenhum projeto de grande valor para o país. Mas a capacidade de provocar intrigas, confusões, desavenças, já estava com ele desde sempre.

E não venham dizer que não havia opções de voto. Havia 12 opções de voto, além de Bolsonaro, à disposição dos eleitores nas eleições de 2018. E olhando pela perspectiva atual, creio que estaríamos em melhor situação se tivéssemos escolhido qualquer outro candidato que não fosse o atual presidente. Pelo menos, não creio que houvesse outro negacionista entre eles, e, portanto, não estaríamos vivendo a tragédia sanitária, econômica e social que estamos vivendo hoje.

É impressionante perguntar-se porque ainda tanta gente ainda apoia as loucuras do presidente? Imbecilidade? Sadomasoquismo? Ignorância? Não querer dar o braço a torcer? Influência da indústria das fake news? Enfim, como para a questão de porquê uma sociedade escolhe políticos corruptos para a representar, para estas também não há respostas prontas.

Falemos agora da semana que passou na CPI.

Antônio Barra Torres

Na terça-feira, 11, foi ouvido Antônio Barra Torres, diretor da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). Excelente depoimento. Diferentemente do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que deu á CPI um depoimento político, mais preocupado em livrar a pele do chefe, do que em exaltar à ciência, Barra Torres deu um depoimento técnico. Na verdade, era o que se esperava de um diretor de uma agência tão relevante para a sociedade brasileira.

O diretor da Anvisa não escondeu a relação de amizade que tem com o presidente Jair Bolsonaro, mas seguiu a linha do “amigos, amigos, negócios à parte”. Ele apregoou na CPI aquilo que a OMS já vem recomendando faz tempo: vacinação em massa, uso de máscaras, álcool gel, e distanciamento social. Coisas das quais o presidente Jair Bolsonaro passa bem longe.

No domingo, 15 de março de 2020, Barra Torres acompanhou Jair Bolsonaro em um ato pró-governo. No evento, Bolsonaro fez aquilo que mais gosta de fazer: aglomerar e descumprir medidas sanitárias. Abraçou, seguidores, fez selfies com o rosto colado, cumprimentou-os. A ida do diretor da Anvisa a esse evento causou perplexidade em técnicos da área de Saúde do governo.

Na terça-feira, durante sua audição, os senadores cobraram de Barra Torres uma posição sobre esse evento. Ele assim se manifestou sobre o assunto: “É óbvio que em termos da imagem que isso passa, hoje tenho plena ciência de que, se pensasse mais cinco minutos, eu não teria feito, até porque esse assunto não era nenhum assunto que necessitasse de uma urgência para ser tratado. De minha parte, eu digo que foi um momento que não refleti a imagem negativa que isso passaria e certamente depois disso nunca mais houve esse tipo de comportamento meu, por exemplo”.

Um ponto muito forte no depoimento do diretor da Anvisa foi quando ele disse que houve uma reunião no Palácio do Planalto para alterar a bula da hidroxicloroquina, para que ela pudesse ser usada contra a covid sem provocar maiores polêmicas, nem chamar tanto a atenção. Ele disse não saber de quem era a autoria do documento, mas confirmou que a médica Nise Yamaguchi, uma ativa defensora do medicamento, estava presente na reunião, e parecia bastante empenhada nessa causa.

Esse documento foi comentado pela doutora Nise Yamaguchi, o que provocou uma reação até um pouco deseducada ou deselegante minha. A minha reação foi muito imediata de dizer que aquilo não poderia ser”.

As alterações de bula de um medicamento, segundo Barra Torres, só podem ser feitas pelos laboratórios que são responsáveis pelo medicamento. E os fabricantes da cloroquina não fizeram essa mudança.

Essa reunião mencionada por Antônio Barra Torres já havia sido mencionada por Mandetta, na semana passada, também em depoimento à CPI.


Fábio Wangarten

O depoimento mais explosivo, melhor dizendo, mais desastrado da CPI, até agora, foi sem dúvida o depoimento de Fábio Wanjgarten, ex-secretário especial de Comunicação Social do Ministério das Comunicações (Secom).

Em 21 de abril deste ano de 2021, o ex-secretário deu uma importante entrevista à revista Veja, na qual chama o general Pazuello de incompetente por sua atuação quando esteve à frente do ministério da Saúde.

Wanjgarten sempre foi fiel aliado do presidente Jair Bolsonaro desde que o conheceu em 2016, quando o presidente já se anunciava candidato a presidente nas eleições de 2018, ainda que ninguém levasse isso muito a sério. Desde então, Wanjgarten sempre esteve ao lado do presidente, até que em 2019, assumiu um dos postos chaves no governo que foi o comando da Secretaria de Comunicação da Presidência. Com tal função ele tinha trânsito livre a todos os outros ministérios, e acesso fácil ao presidente. Ficou por dois anos lá.

Até que, em 11 de março, o Diário Oficial da União, oficializou sua exoneração, tendo ocupado o lugar dele o almirante Flávio Augusto Viana Rocha. Havia algumas divergências internas entre Wanjgarten e outros ministros, como por exemplo, com Eduardo Pazuello, da Saúde, e Fábio Faria, das Comunicações. Obviamente a desculpa usada para sua exoneração foi outra: a de que a relação do presidente com a imprensa estava muito desgastada e que precisava ser melhorada. Verdade é que a relação do presidente não melhorou, até agora, em absolutamente nada.

Wanjgarten disse a Veja que, em setembro do ano passado, soube que a Pfizer havia enviado uma carta ao governo brasileiro com a oferta de 70 milhões de doses da vacina, que estava em avançada fase de testes nos Estados Unidos. O ministério da Saúde desconsiderou por completo a carta, nem sequer respondeu.

Foi ele Fábio Wanjgarten, que foi conversar com o presidente sobre a carta e que o presidente o havia autorizado a negociar com os fabricantes. Ele então se reuniu com diretores da Pfizer para discutir as cláusulas do contrato para a aquisição das vacinas, mas as negociações não tiveram sucesso. Segundo ele, as coisas emperraram no ministério da Saúde.

Fábio diz a Veja que se as negociações tivessem dado certo, a primeira remessa dessas vacinas teria chegado ao Brasil em dezembro do ano passado. Na mesma entrevista ele chama o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, de incompetente.

Quando questionado sobre a responsabilidade do presidente, Jair Bolsonaro, ele defendeu o presidente, dizendo que “O presidente Bolsonaro está totalmente eximido de qualquer responsabilidade nesse sentido. Se as coisas não aconteceram, não foi por culpa do Planalto. Ele era abastecido com informações erradas, não sei se por dolo, incompetência ou as duas coisas. Diziam que a pandemia estava em declínio e que o número de mortes diminuiria muito até o fim do ano”.

Não se sabe porque Fábio Wanjgarten deu a entrevista a Veja, talvez por estar ressentido com a sua saída do governo. Alguma mágoa, talvez. O fato é que, naquele momento, ele assinou sua convocação para a CPI da Covid.

De fato, os senadores viram nela uma peça importante para fazer parte do cenário da CPI e o convocaram.

Diante dos senadores, quando perguntado sobre as responsabilidades do governo, o ex-Secom,  já não se mostrou tão firme nas respostas quanto havia sido com a Veja. Parecia outra pessoa. Foi evasivo. Mentiu.

Entretanto, foi ele quem encrencou ainda mais o governo na CPI. Ele entregou a carta enviada pela Pfizer, em 12 de setembro do ano passado, consultando o governo brasileiro sobre a oferta de compras da vacina. Além do presidente Jair Bolsonaro, também receberam a carta, o vice-presidente, Hamilton Mourão, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o ministro da economia, Paulo Guedes, o então ministro da Casa Civil, Walter Braga Neto, e Nestor Foster, embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

Wanjgarten disse aos senadores que somente tomou conhecimento da carta em 9 de novembro. Foi quando tentou engatar as negociações que não deram certo. Em certo momento do depoimento dele, Renan Calheiros ficou tão irritado, que chegou a pedir a prisão dele. O depoente só não saiu preso dali porque o presidente da CPI, Omar Aziz, não permitiu.

Depois apareceu Flávio Bolsonaro e protagonizou a cena ridícula da qual já se falou no início, na qual ele e Renan trocam ofensas. Aziz não mandou prender Wanjgarten, mas enviou o depoimento dele ao MPF para que este apure as contradições ditas por Wanjgarten durante o depoimento.

Humilhante a situação que Wanjgarten passou na CPI. Chamado de mentiroso. Mentiras que foram comprovadas ainda durante o depoimento. Foi, de certa forma, engraçado, ver o presidente da CPI, Omar Aziz, falando com Wanjgarten como um professor dando uma bronca num mau aluno que acaba de cometer um deslize: “Fábio Wanjgarten, eu quero lhe dizer, olhando para o senhor, a prisão seria o menor castigo que você vai sofrer na vida. Porque hoje, aqui, você não ficou bem com ninguém. Você entregou um documento que ninguém de nós aqui, tínhamos conhecimento. A prisão não seria nada mais terrível do que você perder a credibilidade, você perder a confiança, e você perder, principalmente, o legado que você construiu até agora. Por isso, eu lhe aconselho, quando Vossa Excelência for ser chamada para falar sobre o que aconteceu aqui hoje, procure falar a verdade. Porque eu sei que as coisas não vão parar aqui. É natural. A CPI tem desdobramentos, e os desdobramentos demoram anos, às vezes, pra sair da vida da gente. Então, vamos deixar muito claro: Vossa Excelência não pense que o pior na sua vida seria a prisão hoje. Não seria. O pior é o legado que você construiu com muito trabalho, e que você perdeu hoje aqui na CPI”.

Carlos Murillo

Na quinta-feira, Carlos Murillo, o presidente da Pfizer na América Latina, veio botar ainda mais lenha na fogueira armada por Wanjgarten. Ele disse que o Brasil recusou cinco ofertas de vacinas que poderiam ser entregues ainda em 2020. Segundo Murillo, a aquisição da vacina pelo Brasil poderia ter se tornado ainda mais fácil pelo fato de o país ter feito parte dos testes do imunizante. Ele também confirmou a afirmação feita por Fábio Wanjgarten no dia anterior de que a farmacêutica americana tinha enviando carta ao governo brasileiro em setembro do ano passado. Também confirmou que, em novembro, foi procurado por Wanjgarten, e não pelo ministério da Saúde.

O Executivo detalhou as ofertas de vacinas feitas  ao governo brasileiro, no ano passado e neste ano.

A primeira oferta de vacina foi feita no dia 14 de agosto e envolvia a quantia de 500 mil doses do imunizante em 2020 e o restante até o fim de 2021. Quatro dias depois, veio outra oferta de 1,5 milhão de doses, a serem entregues ainda em 2020, e o restante até final de 2021. Depois veio outra oferta com previsão de entrega para o início de 2021. O governo desconsiderou todas essas propostas.

Diante do colossal silêncio do governo, três meses depois, a Pfizer, em 11 de novembro, faz outra proposta de 70 milhões de doses. Novamente sem respostas, a farmacêutica renova a mesma oferta em 24 de novembro.

Em fevereiro de 2021, a Pfizer fez outra proposta de 100 milhões de doses para serem entregues a partir de abril. Foi somente em março que o governo aceitou a oferta. Então, depois de a Pfizer quase que implorar para o Brasil comprar o imunizante, e só na sétima tentativa o governo brasileiro resolveu aceitar a oferta da farmacêutica, devemos ou não considerar ou não o governo culpado de toda essa mortandade que ocorre no Brasil em relação à Covid-19? Quantas vidas poderiam ter sido salvas se o governo tivesse aceitado a primeira oferta da Pfizer e o país tivesse recebido o primeiro lote de vacinas ainda no final de 2020?

E lembrando, não podemos esquecer aqui, o esforço do governo de São Paulo, João Dória. Se não fosse a luta dele pra trazer para o Brasil a Coronavac, inicialmente, tão rejeitada e desprezada pelo presidente, a situação poderia ser ainda mais trágica.

E Pazuello, o fujão, medroso, que é feito dele?

Depois do general alegar que estava de quarentena por ter estado com pessoas que tiveram Covid, fugindo assim do depoimento que estava marcado para a semana passada, ele agora conseguiu um habeas corpus que lhe permite o direito de ficar calado na CPI. O HC foi apresentado ao STF pela Advocacia Geral da União (AGU), e o coube ao ministro Ricardo Lewandowski julgar o mérito.

André Mendonça, ministro-chefe da AGU, disse que Pazuello não pode produzir provas contra si mesmo. Se o ditado popular diz que “quem não deve não teme”, a julgar pelas atitudes de Pazuello, ele deve bastante. Deveria ser sincero, dá um depoimento técnico como fez Barra Torres. Facilitaria bem as coisas para ele. O depoimento do ex-ministro da Saúde está previsto para a próxima quarta-feira, 19, e deve ser um dos mais difíceis para o governo nesta CPI.

De qualquer modo vai se desenhando um quadro que está ficando cada vez mais nítido: havia, dentro do governo, uma assessoria paralela, que dizia para o governo fazer tudo ao contrário do que mandava a Organização Mundial da Saúde, e o próprio ministério da Saúde. Resta saber agora quem integrava essa máfia. Desconfiar a gente desconfia, mas certeza, não temos.


Bruno Covas

Este blog não poderia deixar de finalizar esta postagem sem falar da passagem do prefeito de São Paulo, Bruno Covas. O prefeito morreu precocemente, aos 41 anos, vítima de um câncer. Ele deixa um filho, o Tomás, de 15 anos.

A um ano e meio o prefeito lutava contra a doença que, quando foi descoberta, já estava em processo de metástase. Mesmo doente ainda concorreu as eleições municipais no fim do ano passado, e os paulistanos o elegeram, mesmo sabendo do problema.

Durante todo esse tempo ele lutou bravamente contra a doença. Sempre mostrando otimismo e fé. Não parou de trabalhar nem quando recebeu o diagnóstico, nem depois. Apenas quando a doença se mostrou extremamente agressiva nos últimos dias e chegou aos rins e ao pulmão, foi que ele não teve mesmo mais condições de continuar à frente da prefeitura, passando então o cargo ao vice-prefeito.

O câncer se tornou mais agressivo a partir do mês do abril, quando evoluiu muito rapidamente. Há 20 anos morria o avô de Bruno Covas (PSDB), grande político. Mário Covas também estava no front de combate quando foi vencido pela doença: ele era governador de São Paulo na época. Essa lembrança entristece ainda mais os familiares e amigos.

Agora, assume em definitivo a prefeitura da capital paulista, o vice-prefeito de Bruno Covas, Ricardo Nunes (MDB).


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