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Dois lados da mesma moeda
Posted by Cottidianos
on
17:28
Quarta-feira, 02
de janeiro
“Mande notícias
Do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço
Venha me apertar
Tô chegando...
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero...”
(Encontros e Despedidas* – Milton
Nascimento)
*Os parágrafos
em recuo no texto abaixo são versos da canção acima citada
Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegamos
a mais estação desse trem chamado tempo, realizando essa misteriosa viagem
chamada vida.
Na noite do dia
31 para o dia 1º fogos coloriram o céu em todas as partes do mundo,
principalmente nas cidades e capitais que, de tão belas, se apresentam como
cartões postais para o mundo.
Sorrisos,
abraços, votos de que o ano que chega seja mais e melhor do que o ano que
passou. Sonhos e esperanças se renovam.
É como se quando
nascêssemos recebêssemos do Deus criador um livro em branco, e a cada novo ano,
fossemos escrevendo um capítulo. Como em todo mercado editorial as
possibilidades de escrita na linha editorial da vida são vastas e diversas.
Há quem escreva
livros técnicos, há quem escreva livros didáticos. Há os que com seu exemplo de
força garra e coragem escrevem verdadeiros livros de autoajuda que inspiram
milhões os exemplos de superação nele contidos.
Também existem
aqueles que escrevem belos romances, belas histórias de amor que tocam os
corações sensíveis às boas coisas da vida. Alguns enveredam pelas páginas
policiais, e seguem os tortuosos caminhos do crime e da marginalidade.
De alguns
enredos escolhidos por certos autores queremos mesmo é distância. São páginas
recheadas de personagens tenebrosos que vivem nas sombras da ganancia, da
inveja, do egoísmo, da maldade, e de todos esses sentimentos que apenas trazem
infelicidade e morte da alma.
O interessante,
talvez mágico mesmo, é que todo esse processo de escrever a própria história de
vida é feito de modo quase que inconsciente. Talvez pelo fato de que,
diferentemente dos autores convencionais, comerciais, desses que possuem
vínculos com alguma editora, não temos prazo para entregar dos originais.
Nesses sistemas, os autores quase sempre sofrem pressão pela entrega do
material que está sendo produzido. Então, eles mergulham em seus próprios
mundos e, ferrenhamente, dedos às teclas do computador, ou da máquina de
escrever — pois é tem gente que ainda tece seus originais nessa antiguidade —
passam dias e noites a ser criadores de histórias e mundos diversos.
Na editora da
vida, não é assim. Os textos não são escritos por frenesi ou pressão. Uma
palavra boa ou má aqui, outra acolá... Um gesto de amor, ou desamor hoje ou
amanhã... Um gesto de rispidez ou de solidariedade... Assim, de modo sutil, se
vão construindo as histórias de vida de cada ser vivente.
Muitas vezes o
próprio sujeito nem ao menos percebe que está, ele mesmo, sendo responsável
pela própria história. Daí é que muitas vezes, a certa altura da vida, muitos
olham para trás e, com olhar melancólico, ficam a lamentar: “O que eu fiz da
minha vida?!”
O grande editor
chefe não pressiona os seus funcionários — que, na verdade, são seus filhos,
como ele próprio diz em seus livros sagrados. Não pressiona, mas faz uma
exigência. Errou o texto? Ok. Tudo bem. Afinal, ninguém é perfeito. Mas não
pode apagar o que foi feito, voltar atrás e fazer tudo de novo. De modo algum.
Se quer
consertar o erro, tem que dá um jeito de continuar do ponto que está. Também se
estava escrevendo, por exemplo, uma história de terror e medo, pode
perfeitamente mudar para uma bela e agradável história, porém, com a mesma
condição anterior: continuar a história do ponto em que está. Haja
criatividade.
É difícil fazer
isto, mas não é impossível, Isso é que dá graça e colorido a vida. Essa mudança
de rumo é o que também proporciona, muitas vezes, que sejam escritos grandes
best-sellers.
Na vida há
apenas dois caminhos: o do bem e o do mal. Não existe um caminho intermediário
que se possa definir como “mais ou menos bom” ou “mais ou menos mal”. Esteja
você no topo da pirâmide social, ou na base dela, a regra é mesma.
Ninguém é
suficientemente tolo para desconhecer essa verdade. Todos sabem que na vida não
há uma via alternativa ao bem e ao mal. Então, se podemos escolher, então
porque não escolher o caminho do bem cujos frutos são a paz, a constância, o
amor, a tranquilidade, o perdão, a prosperidade.
Porque, ao invés
disso, escolher o caminho que leva à morte de si mesmo, ao ódio, a ira, e todos
os frutos amargos e tenebrosos que esse caminho traz? Talvez, o caminho do mal
seja mais atraente, mais sedutor, mas o preço a se pagar pelas ilusões
oferecidas por ele... Ah, esse é alto. Muito alto.
A essa
capacidade de escolha entre o que nos faz viver e o que nos faz morrer é que
chamamos de livre arbítrio. Ainda citando o exemplo dos autores, dos livros, e
dos editores, se o livro que você escrever for bom e servir de ajudar a outros
o preço é um. Se, ao contrário, for um mau livro, uma história tenebrosa que
incentivou outros a trilhar o caminho errado, outro é o preço.
É como nos
exorta o apóstolo Paulo, na Carta aos Romanos, capítulos 6 a 11: “Deus "retribuirá a cada um conforme o
seu procedimento". Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o
bem, buscam glória, honra e imortalidade. Mas haverá ira e indignação para os
que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça. Haverá
tribulação e angústia para todo ser humano que pratica o mal: primeiro para o
judeu, depois para o grego; mas glória, honra e paz para todo o que pratica o
bem: primeiro para o judeu, depois para o grego. Pois em Deus não há
parcialidade”.
Substitua o
leitor, ou leitora, as nacionalidades citadas nesta passagem bíblica, pela sua
própria, e verá que o chapéu lhe cabe.
E assim chegar e
partir
São só dois
lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem
da partida
A hora do
encontro
É também
despedida
A plataforma
dessa estação
É a vida desse
meu lugar
É a vida desse
meu lugar
É a vida...
E assim se foi
2018 e chegou 2019. O trem que partiu é o mesmo que chega. A diferença quem vai
fazer mesmo somos nós, com nossas coerências e incoerências, gestos e a
atitudes. Afinal, chegar e partir são apenas dois lados da mesma moeda... O
segredo está na jornada e no que fazemos dela.
Com esse texto,
esse blog vem desejar a todos um FELIZ ANO NOVO! Que ele seja repleto de
prosperidade. E que se, alguma nuvenzinha de tristeza, nublar seu céu, deixe o
sol da alegria e da felicidade brilharem sobre ela, afastando-a para bem longe.
Afinal, lhe restam 364 dias para ser feliz e viver intensamente. Porque não
aproveitá-los?
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