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George Foreman x Muhammad Ali: 40 anos de uma luta que parou o planeta
Posted by Cottidianos
on
19:58
Quinta-feira,
30 de outubro
“Um índio descerá de uma estrela
colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade
estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul,
na América, num claro instante
…
Virá, impávido que nem Muhammed Ali,
virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu
vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee,
virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá”
(Um Índio – Caetano Veloso)
Na madrugada de 30 de outubro de 1974 uma luta
de box deixaria sua marca na história do esporte, escrevendo-a com letras de
ouro. Nessa luta, dois mitos do box se enfrentavam e, dentre esses dois homens,
um deles se tornaria referência no mundo do esporte. O palco da luta foi montado
no gramado do estádio de futebol, Tata Raphael, na cidade de Kinshasa, capital
do Zaire (atual República do Congo). Os olhos do mundo inteiro estavam voltados
para aquele pedaço de chão africano. A luta entre Muhammad Ali e George Foreman
seria assistida por milhões de pessoas ao redor do planeta. A luta começaria as
três horas da madrugada para coincidir com o horário nobre nos Estados Unidos.
As
100 mil pessoas que lotavam o estádio, esperavam ansiosas pelo início da luta. George
Foreman, estava na época com 25 anos, possuía 40 lutas no currículo e não havia
sido derrotado em nenhuma delas. Era um verdadeiro gigante do mundo do box. Era
daqueles adversários que ninguém gostaria de enfrentar. Foreman, era de longe,
o favorito para aquela luta.
Dou
outro lado, estava Mohamed Ali, estava com 32 anos. Das 44 lutas que havia travado,
havia perdido duas. Era um ex-campeão que, ao que parecia, se encaminhava para
um final melancólico de carreira. Durante todo o tempo que duração a
preparação, em Kinshasa, Ali, provocou verbalmente e duramente o adversário.
Mesmo
quando subiu ao ring, suas provocações a Foreman continuaram. A estratégia era
deixar o rival mais nervoso do que havia ficado com as provocações feitas
durante a fase de preparação e prolongar a luta para o maior tempo possível.
Ali acompanhava as lutas de Foreman e sabia que os combates dele sempre
terminavam no primeiro ou segundo round. Sabia também que, quanto mais a luta
se prolongasse, mais as energias de Foreman se enfraqueceriam.
Mohamed
Ali entregou o corpo para que George Foreman o agredisse. Era uma provocação e
também uma estratégia. Usava o corpo para se esquivar dos golpes, apoiava-se as
cordas para absorver os impactos dos socos. O público presente ao estádio, e
também os que acompanhavam pela TV, duvidavam ainda mais de que Ali pudesse
escapar daqueles golpes pesados.
Durante
o sexto e sétimos rounds começou a reação. Chega, era hora de deixar de apanhar
e partir para o ataque. Percebendo esse esboço de reação do ex-campeão, Foreman
partiu para cima dele com a finalidade de definir a luta. A cada golpe desferido
por Foreman, o público se entusiamava ainda mais, e já viam o título de campeão
nas mãos dele.
Ali
escapou de um desses golpes desferidos por Foreman e desferiu-lhe um golpe
fatal no queixo, sem deixar-lhe a menor oportunidade de contra-ataque, levando-o
a nocaute. Desabou, literalmente, um gigante do box. Ali esperou, quieto, como um
coiote, estuda sua presa e, no momento oportuno, desferiu o golpe certeiro.
Com
a vitória Muhammad Ali recuperou o título de campeão mundial que lhe havia sido
tirado como punição por ele ter se recusado a lutar na Guerra do Vietnã. A recusa
era justificável, pois Ali, havia convertido-se ao muçulmanismo e lutar na
guerra ia contra os princípios da religião.
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