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Miss morre com tiro na cabeça durante protestos na Venezuela

Posted by Cottidianos on 00:47


Quinta-feira, 20 de fevereiro

Imagem: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/02/1414522-miss-venezuelana-morre-apos-ser-atingida-durante-protestos.shtml
Imagem: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/02/morre-miss-baleada-em-protestos-antigoverno-na-venezuela-diz-familia.html

As manifestações começaram de forma violenta em várias partes do globo. Dia 06 desse mês, ocorreu à morte do repórter cinematográfico, Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, no Rio de Janeiro. Protestos violentos também têm feito vítimas fatais, em outras partes do globo, como por exemplo, na Venezuela e na Ucrânia.

Ontem (19) à tarde, a bela miss venezuelana, Gênesis Carmona, de 22 anos de idade, morreu em conseqüência de um ferimento à bala na cabeça. Gênesis participava, terça-feira (18), de uma manifestação nas ruas de Valência, quando desconhecidos passaram, de moto, atirando contra os manifestantes. Uma dessas balas atingiu a jovem na cabeça.  Imediatamente, ela foi levada, por motoqueiros, para uma unidade hospitalar da cidade, onde passou por uma cirurgia de urgência. Por ser de alto calibre, a bala não pode ser removida do crânio da Miss, diante disso, os médicos trataram de fazer um procedimento para reduzir a inflamação. Entretanto, apesar dos cuidados médicos, a belíssima jovem, morreu às 13h15, horário local.  Gênesis Carmona era estudante e Miss Turismo do Estado de Carobobo  e, com sua morte, sobe para cinco o números mortos nas manifestações. 

Imagem: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/os-que-estao-nas-ruas-na-venezuela-querem-e-democracia-os-black-blocs-no-brasil-sao-e-bandidos/

Crise na Venezuela: Haverá uma luz no fim do túnel?

O que acontece na Venezuela, afinal de contas?

Os protestos recentes no país, envolvendo a insatisfação da população contra o governo, remontam a 15 de abril de 2013 quando Nicolás Maduro foi eleito presidente da Venezuela.  A eleição foi realizada passados 40 dias da morte de Hugo Chavez. Nicolás Maduro concorreu às eleições com Henrique Capriles, vencendo o pleito por um número estreito de votos. Maduro, teve 50,66% dos votos e Capriles teve 49,07%, em números absolutos isso representa 7.505.338 votos, contra 7.270.403. A diferença entre os dois candidatos alcançou apenas 1,5 pontos percentuais, em números absolutos, 235 mil separam candidato vitorioso de candidato derrotado.

O rival oposicionista, Henrique Capriles, não reconheceu a derrota e pediu a recontagem dos votos. Partidários de Capriles abraçaram a causa e saíram às ruas, questionando o resultado das eleições.  Entretanto, essas manifestações não se deram de forma pacífica e deixaram um saldo de oito mortos, entre opositores e simpatizantes do governo. A justiça venezuelana aceitou o pedido de Capriles e recontou os votos, o resultado da recontagem, porém, confirmou a vitória de Maduro. O adversário do presidente eleito também prometeu, na ocasião, recorrer a instâncias internacionais. O reconhecimento internacional em relação à vitória de Maduro foi esmagador, mesmo nos países que mais se aproximavam do pensamento político de Henrique Capriles.

No início deste mês, uma jovem sofreu uma tentativa de estupro no campus da Universidade de San Cristobal, no estado de Tachira.  A partir desse fato, os estudantes começaram a protestar contra a falta de segurança nos campus universitários do país.  Protestos semelhantes começaram a se espalhar por outras cidades, estendendo o campo de reivindicações para fatores econômicos e também em apoio à libertação de estudantes detidos em manifestações anteriores. Aliados a esses fatos, o setor mais radical oposicionista de coalizão, chamado Mesa da Unidade Democrática (MDU), liderado por; Leopoldo Lopez, do Partido Vontade Popular, Maria Corina Machado, deputada independente, e do prefeito da capital, Antonio Ledezma, juntou-se às manifestações, adotando a tática de ocupar às ruas para exigir a saída de Nicolás Maduro. A saída do presidente, entretanto, não é uma tarefa fácil de ser posta em prática.  Existe a possibilidade de um referendo revogatório, mas isso só pode ser feito, em meados do mandato, o que só aconteceria a partir de abril de 2016. Uma renúncia por parte de Maduro seria uma solução excelente, mas essa saída, não está nem nos sonhos, nem muito menos nos planos do presidente venezuelano. Outro meio, é que se forme um juízo político por mau desempenho das funções. Esse processo teria que movido pelo Tribunal Superior de Justiça.

No dia 12 de fevereiro, ocasião em que se comemorava no país, o Dia da Juventude, as manifestações adquiriram um caráter mais violento, o confronto nas ruas entre manifestantes pró e contra governo deixaram um saldo de 3 pessoas mortas, 61 feridas e 69 foram detidas pela policia.

Os manifestantes venezuelanos, em sua maioria, jovens universitários, não são ligados a um partido político em especial. Esses jovens, junto com outros setores da sociedade, estão insatisfeitos com as políticas econômicas adotas pelo governo. Eles também reclamam da falta de segurança pública no país. É verdade que há fins políticos nessas manifestações, mas não há como negar que o povo venezuelano enfrenta momentos difíceis. Ano passado, os venezuelanos tiveram que conviver com uma inflação de 56, 2% e com a falta de itens básicos como; açúcar, leite e, até, papel higiênico. “Em relação à violência, desde 2003 não há uma cifra oficial sobre o número de homicídios na Venezuela. De acordo com a ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV), o país encerrou 2013 com uma taxa de 24.763 mortes violentas, 79 mortos para cada 100 mil habitantes”, afirma reportagem no site da revista Carta Capital.
Ontem, quarta-feira (19) as manifestações continuavam de forma intensa, em um clima de guerra, as ruas de Caracas e outras cidades estiveram fechadas por barricadas. Os manifestantes acusaram o governo de repressão.  A prisão do líder oposicionista Leopoldo Lopez, na terça-feira (18), acirrou ainda mais os ânimos dos manifestantes oposicionistas. Segundo disse José Miguel Vivanco, diretor da Human Rights Watch para as Américas, em entrevista a Radio CBN, a prisão de Lopez representa um abuso de autoridade: “A prisão de um dos principais líderes da oposição, Leopoldo Lopez, é um abuso de poder. Violam-se todas nas normas básicas do devido processo, porque, até agora, o governo da Venezuela, do presidente Maduro, que ordenou a detenção deste dirigente político, não mostrou nenhuma prova, nenhuma evidencia da prática de um crime. Há somente, teorias conspirativas e insultos dizendo que se trata de um dirigente fascista e que ele é responsável pela violência, quando se constata que, Leopoldo Lopez, convocou manifestações pacíficas, não violentas. Isso constitui, em nossa opinião, um abuso de poder, e o líder, Leopoldo Lopez deve ser colocado, imediatamente, em liberdade, porque sua prisão é injusta”, afirma ele durante a entrevista.


Quanto à Venezuela, não se enxerga, no momento, uma luz no fim do túnel. Que vença o dialogo e bom senso.


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