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Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil é preso na Itália
Posted by Cottidianos
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21:14
Quarta-feira,
05 de fevereiro
O
ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, foi preso na Itália, nesta
quarta-feira. A bem sucedida prisão de Pizzolato, foi uma operação conjunta da
Policia Federal e da polícia italiana. O
ex-diretor foi condenado pelo STF por participação no esquema do mensalão. O Supremo
fixou a pena dele em 12 anos e 7 meses de prisão. Na ação penal, Pizzolato é acusado dos crimes de peculato, corrupção ativa
e formação de quadrilha.
A sua
apresentação a Policia Federal do Rio de Janeiro, deveria ocorrer na manhã de
15 de novembro de 2013. A imprensa nacional já havia dado ampla cobertura a
condenação dos mensaleiros e sua conseqüente prisão. Qual não foi a surpresa de
todos quando o advogado de Pizzolato, Marthius Lobato, ligou para Marcelo
Nogueira, delegado de plantão naquele dia, e avisou que Pizzolato não se encontrava
mais no Brasil, que havia fugido para a Itália. Dessa vez quem teve uma
desagradável surpresa foi Henrique Pizzolato, ao se deparar com dois pares de
algemas em seus pulsos.
O ex-diretor
do Banco do Brasil teve um papel fundamental para que o esquema criminoso
pudesse ser realizado de forma eficiente. Vamos voltar ao início de tudo, assim
fica mais clara a participação dele no esquema.
Pizzolato
era funcionário do Banco do Brasil em 2002 quando foi chamado para trabalhar
também, na campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva. Após a eleição,
o arrecadador de fundos foi alçado ao cargo de diretor de marketing do Banco do
Brasil. Antes mesmo de ter início o esquema que roubou milhões aos cofres da
nação, o dedicado funcionário já se mostrava disposto a colaborar com o Partido
dos Trabalhadores de forma incondicional. Em 2004, foi realizado um show cujos
fundos seriam revertidos ao partido. Já na condição de diretor e, portanto, com
mais poder de decisão, ele autorizou a compra de, nada mais nada menos, que R$ 70.000
mil em ingressos. Pizzolato já mostrava,
na ocasião, sua vocação para desviar dinheiro público com o intuito de
favorecer grupos ligados ao PT.
Já
iniciado o delituoso esquema de desvio de dinheiro público, foi de Pizzolato a autorização
do repasse de R$ 73,8 milhões do Fundo Visanet a DNA Propaganda. O dinheiro
saiu do Visanet para abastecer a DNA Propaganda – uma agência de propriedade do
publicitário, Marcos Valério, operador do mensalão e serviria para a realização
de campanhas publicitárias. O fato estranho é que campanha da Visanet nunca
chegou a ser veiculada. Além dessa fortuna paga para fazer uma campanha que não
foi veiculada, ainda houve mais dinheiro na transação: outros dois R$ 2,9
milhões também foram pagos, de forma imerecida, também a uma das agências de
Marcos Valério. Por essas delinqüentes transações, segundo apontaram as
investigações, Pizzolato teria recebido
a generosa quantia de R$ 326 mil. Com esse dinheiro e mais um pouco que deve
ter vindo do submundo do crime, Pizzolato, pouco tempo após essas sombrias
transações, comprou uma cobertura em Copacabana, com direito a piso com
piscina, churrasqueira, uma belíssima vista para um dos maiores cartões-postais
do Brasil: o Cristo Redentor, no alto do Pão de Açúcar. Não tinha nenhuma
dificuldade para chegar ao mar, bastavam apenas três minutos de uma caminhada tranqüila
para que se pudesse sentir a delicia das ondas do Atlântico acariciando seus
pés.
Naquele
cenário paradisíaco, foram traçados os planos da fuga para a Itália. Às três horas
da madrugada, o dono da luxuosa cobertura desceu, com duas malas de viagem e,
com naturalidade, disse ao porteiro que iria fazer uma caminhada na praia. Junto
com ele estava o advogado Marthius Lobato. No dia seguinte, Lobato disse a polícia e aos meios
de comunicação disse que o cliente fugira para a Itália, sem que ele soubesse e
que, por esse motivo, estava encerrando as relações profissionais com
Pizzolato.
O que facilitou a
fuga de Pizzolato para a Itália foi o fato de ele possuir dupla cidadania. Já em
solo italiano, o ex-diretor do Banco do Brasil, debochou das autoridades brasileiras.
“Por não vislumbrar a mínima chance de ter um julgamento afastado de motivações
político eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e
voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo
julgamento, na Itália, em um tribunal que não se submete às imposições da mídia
empresarial”.
Porém
a falta de caráter de Pizzolato não para por aí, depois disso tudo que já vos
relatei ainda tem mais lama nesse rio do crime. Quando foi preso nesta
quarta-feira, Pizzolato usava o passaporte do irmão, Celso Pizzolato. Detalhe,
o passaporte era falso e o irmão de Pizzolato morreu há 35 anos. O foragido,
agora prisioneiro foi preso na casa do sobrinho, Fernando Grando, funcionário
da Ferrari, na cidade de Maranello, no norte da Itália, onde vivia com a
esposa, Andrea Eunice. De acordo com revelações da polícia, agora já se sabe
que toda essa fuga cinematográfica, essa falsificação de documentos e todos os
demais detalhes que envolvem uma fuga começaram a ser planejados ainda em 2007,
no momento em que o Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia contra os
integrantes do esquema. Sabe-se também que além do passaporte, Pizzolato
falsificou também RG, CPF, e título de eleitor do irmão. Com esses documentos
falsos em mãos, ele tirou o passaporte brasileiro, fingindo ser o irmão morto. Ainda
de acordo com a polícia, Henrique Pizzolato deixou o país em setembro de 2013,
mais de dois meses antes de o Supremo expedir o mandato de prisão contra ele.
Sabe-se
também que Pizzolato deixou o Brasil a partir da cidade de Dionísio Cerqueira,
no Estado de Santa Catarina. De lá foi para Buenos Aires, na Argentina, de onde
pegou um vôo para Barcelona, indo, em seguida, para a Itália.
Pizzolato
está preso em Módena, também no norte da Itália. O Brasil vai pedir a
extradição de Henrique Pizzolato. A Itália concederá? O futuro de Pizzolato,
até esse momento, é bastante incerto.
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