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Pedido de extradição de Henrique Pizzolato é negado pela justiça italiana
Posted by Cottidianos
on
19:20
Terça-feira,
28 de outubro
Desde
o dia 05 de fevereiro, que aguardava-se uma decisão da justiça italiana sobre o
processo de extradição de Henrique Pizzolato, um dos condenados pela justiça
brasileira, por envolvimento no esquema do mensalão. Hoje, a A Corte de
Apelações do Tribunal de Bolonha, negou esse pedido. Abaixo,
compartilho matéria publicada pelo jornal O Globo.
***
Corte
de Bolonha nega pedido de extradição de Pizzolato, condenado pelo mensalão
AGU
vai recorrer Ex-diretor de marketing Banco do Brasil deverá ser solto até
quarta-feira
POR
O GLOBO (Rio)
A Corte de Apelações do Tribunal de Bolonha, na Itália, negou nesta
terça-feira o pedido, feito pelo governo brasileiro, de extradição do
ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a 12
anos e sete meses de prisão no processo do mensalão. Pizzolato fugiu para a Europa
após a sua condenação no Supremo Tribunal Federal.
A
Advocacia Geral da União (AGU) já informou que pretende recorrer da decisão à
Corte de Cassação, em Roma. Mas, enquanto isso, o ex-diretor do BB vai aguardar
a decisão em liberdade. Ele deverá ser solto até quarta-feira e deve voltar
para sua casa em Maranello, na Itália.
Após
cinco horas de audiência, a Justiça italiana decidiu que Pizzolato não poderia
ser devolvido ao Brasil diante das más condições das prisões brasileiras, do
estado de saúde dele e por ele ter cidadania italiana. Segundo a defesa, o réu
tem "graves problemas psiquiátricos".
Os
advogados ainda argumentaram que o Brasil desrespeitou a Convenção Americana
Sobre Direitos Humanos, conhecida como Pacto de São José da Costa Rica, da Organização
dos Estados Americanos (OEA).
Um
dos tópicos do artigo 8 do pacto, sobre garantias judiciais, diz que toda
pessoa acusada de delito tem direito de recorrer da sentença para juiz ou
tribunal superior. Outro artigo, o 25, estabelece que os Estados Partes se
comprometem a desenvolver as possibilidades de recurso judicial, o que não
aconteceu no julgamento do mensalão no STF, por ser esta a última instância da
Justiça no Brasil. O país promulgou a convenção em 1992.
Participaram
da audiência integrantes do Ministério Público italiano; um representante da
Advocacia Geral da União (AGU), dois advogados do escritório italiano
contratado pela AGU; advogados de defesa de Pizzolato; e um procurador e uma
assessora do gabinete do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O
Ministério Público da Itália havia se posicionado de forma favorável à
extradição no primeiro semestre deste ano. E, em maio, a Justiça do país
europeu rejeitou o pedido da defesa para que ele pudesse aguardar em liberdade
a decisão sobre o processo de extradição.
O
secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, pediu à Procuradoria-Geral da
República e à Advocacia Geral da União (AGU) que recorram contra a decisão da
Corte de Bolonha de rejeitar o pedido de extradição de Pizzolato. Segundo o
secretário, é importante adotar todas as medidas cabíveis para esclarecer todas
as dúvidas pendentes da Justiça italiana sobre o caso.
-
Temos que expressar com o nosso máximo esforço a importância emblemática desse
caso para o Brasil - disse Abrão ao GLOBO.
CONDENAÇÃO
NO MENSALÃO
Pizzolato
foi condenado pelo Supremo a 12 anos e sete meses de prisão, além do pagamento
de multa de R$ 1,3 milhão, no julgamento do mensalão. Os crimes apontados na
condenação são corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Em setembro
de 2013, ele fugiu do Brasil e foi para a Itália com um passaporte italiano
falso no nome do irmão, Celso, morto em 1978. O ex-diretor do BB foi preso em
Maranello, no Norte da Itália, em 5 de fevereiro.
Cidadão
italiano, ele ficou preso durante todo o processo no presídio Sant’Anna di
Modena, na cidade italiana de Modena, conhecida na Itália como “prisão de
ouro”, por conta dos altos custos envolvidos em sua construção, na década de
1980. Em fevereiro, quando Pizzolato foi preso, a penteniária abrigava quase
600 presos, quando foi construída inicialmente para receber 221.
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