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Dilma Roussef e Aécio Neves se enfrentam no segundo turno
Posted by Cottidianos
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00:38
Segunda-feira,
06 de outubro
O
resultado das urnas confirmou o que indicavam as pesquisas feitas no sábado,
que apontavam Dilma Rousseff e Aécio Neves no segundo das eleições 2014, para a
Presidência da República. O clima em todo o país foi de tranquilidade. Nas
cidades, nas quais a identificação dos eleitores se deu pelo modo biométrico —
aquele no qual a identificação é feita através das impressões digitais —, a
votação não foi tão célere, o que resultou em reclamação e incomodo por parte
dos eleitores, mas nada que, efetivamente, viesse atrapalhar o pleito. Espero que
esses detalhes sejam corrigidos, pois uma vez que o projeto é implantar esse
sistema em todo o país, é de interesse de todos que continuemos a ter um
processo eleitoral altamente eficiente.
Outras
pessoas, em diversos estados do país, foram parar na delegacia por estarem
fazendo propagando de seus candidatos, o que, por lei, é proibido. Uma mesária
chegou a ser presa, na região metropolitana de Belo Horizonte, por estar
fazendo “boca de urna” dentro da seção eleitoral na qual trabalhava. Ele disse
à polícia e a à imprensa que uma eleitora havia esquecido o número do candidato
no qual ia votar e ela, mesária, quis ajuda a eleitora, uma vez que, “por
coincidência?” estava com um panfleto daquele mesmo candidato no bolso. Das
duas uma: Ou ela era muito ingênua, ou estava com más intenções. O que a
mesária não contava é que o próximo da fila era um Promotor de Justiça do Rio
de Janeiro, que estava ali com a finalidade de justificar o voto. Ao perceber a
irregularidade o Promotor acionou a polícia e atendente foi levada para a
delegacia.
Afora
esses e outros incidente semelhantes, a votação correu em clima de normalidade.
Ah, outra coisa irritante e que foi citada pelos eleitores em várias
reportagens foi o fato de que políticos porcos mandam seus correligionários
soltarem, santinhos, panfletos com propaganda política nas ruas, o que enfeia
as cidades e as ruas, em alguns casos chegando a provocar acidentes, como foi o
caso de uma eleitora de 70 anos em São Carlos, no estado de São Paulo. A idosa
se dirigia ao local de votação quando, ao atravessar a rua, escorregou num
desses malditos santinhos e bateu com a cabeça no chão. Levada ao hospital, sem
cumprir o dever cidadão ao qual tinha se proposto ao sair de casa, foi medicada
e passa bem. Jogar papéis com propaganda política nas ruas é crime, mas como
não há uma fiscalização efetiva, esse crime é constantemente cometido. Isso na
verdade é uma questão de educação, mais que de cidadania.
Meus
aplausos nesta eleição vão para um baixinho que gostava de fazer gols, muitos
gols, chamado Romário. O candidato me surpreendeu e surpreendeu a todos os
brasileiros. Ele acaba de ser eleito Senador da República pelo estado do Rio de
Janeiro. Com 100% dos votos apurados no estado do Rio, Romário foi eleito com
um percentual de 63,39% dos votos.
“Eu posso afirmar que, no Senado, vocês vão
ver um Romário mais determinado, um Romário sempre lutando para trazer, através
de emendas, ajudas para o nosso estado. Eu vou ser um grande representante
desse povo, como não foi diferente como deputado", disse o senador
eleito à imprensa.
Digo
que Romário me surpreendeu, pois quando era jogador de futebol, não era muito
afeito aos treinos, era dado a noitadas nas noites cariocas e coisas mais. Quando
entrava em campo resolvia a parada, mas sua imagem fora de campo parecia ser a
de alguém sem compromisso com algo mais sério. Essa a impressão que passava. Porém,
já naquela época ele desenvolvia projetos sociais destinados a ajudar crianças
carentes, através do Instituto Romário de Souza Faria, fundado em 1995. Essas iniciativas,
porém, não eram divulgadas pela imprensa.
Eleito
deputado federal em 2010, pensei: “mais um que vai para o legislativo ganhar dinheiro fácil, sem muito envolvimento com questões sociais. Ao contrário do
que pensava, como deputado federal Romário teve um excelente desempenho, o que
demonstra a votação expressiva que obteve para o senado.
Voltemos
ao palco principal da eleição. Foi absolutamente surpreendente o crescimento do
candidato Aécio Neves na reta final da campanha. Há pouquíssimos dias, as
pesquisas de intenção e voto apontavam Marina Silva e Dilma Rousseff no segundo
turno, ficando Aécio em terceiro lugar, fora da disputa. A partir de hoje, começa
uma nova campanha. Para quem irá os votos de Marina Silva? Que alianças serão
costuradas neste segundo turno? A quem Marina irá apoiar? Manterá ela uma
postura de neutralidade ou declarará apoio a algum dos dois concorrentes?
A verdade
é que as eleições deste domingo puseram fim a um primeiro turno cheio de
reviravoltas. Primeiramente, Dilma aparecia em primeiro lugar nas pesquisas —
houve até quem apostasse que ela ganharia no primeiro turno — e Aécio Neves,
neto de Tancredo Neves, em segundo lugar. Eduardo Campos aparecia em terceiro,
porém em uma posição que não ameaçava ao segundo colocado, nem muito menos ao
primeiro.
Com
a morte de Campos, em 13 de agosto, e a escolha de Marina como presidente na
chapa do PSB, as coisas mudaram e muito. Marina passou à frente de Aécio na
disputa e chegou a ameaçar seriamente, a primeira colocada, Dilma Rousseff. Com
ataques e críticas agressivas, Dilma conseguiu afastar-se de Marina. Os tucanos
também atacaram Marina. PT e PSDB começaram a apontar incoerências na postura
de Marina e lançar dúvidas nos eleitores quanto ao preparo da candidata para
gerir os destinos da nação. Não deu outra, a candidatura de Marina derreteu,
desintegrou.
Com
o resultado das eleições de ontem, não vejo se descortinar sobre o cenário
político brasileiro, nenhuma mudança. Nada de novo. Velha política. Velhas ideologias. Os métodos de sempre.
Mas
temos de eleger alguém, então vamos pensar bem e escolher o melhor, no final do
mês. Afinal, no final, ainda resta alguma esperança.
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