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Mar de lama
Posted by Cottidianos
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00:31
Sábado, 15 de novembro
Hoje
é dia da Proclamação da República e a República brasileira tem mais motivos
para chorar do que para sorrir, basta abrir as páginas dos jornais e ligar a
TV...
Quem
é a inimiga número 1 do Brasil e do brasileiro? Quem é aquela que rouba nossos
sonhos dourados de ser um país desenvolvido? Quem é que lança nossas crianças
nas trevas da ignorância, deixando, em algumas escolas públicas do país, os
alunos passarem um ano inteiro sem aulas de matemática, sem cadeiras para
sentar, sem professores para ensinar? Quem é tira os nossos investimentos em
saúde, educação, segurança? Sim, há uma inimiga poderosa que se instalou no
seio de nossa sociedade como erva daninha e vai minando, devorando, acabando
com todas as flores de nosso jardim, bem como das árvores de nosso pomar?
Essa
inimiga não surgiu agora. Está aí faz tempo. No momento atual ela se faz mais
forte mais presente. Como uma aranha, fez um “bom trabalho” espalhou suas redes
e tentáculos por todos os setores da sociedade. Deixou a muitos cegos e
ofuscados pelo poder, pelo dinheiro, pelo poder do dinheiro, e pelo poder pelo
poder.
O
nome dessa inimiga chama-se corrupção. Esse mal não é exclusividade do Brasil.
A diferença é que nos países desenvolvidos ela é combatida com mais veemência. As
pessoas tem medo da punição. Aqui não! Corruptos fazem e desfazem da coisa
pública e nada acontece. De uns tempos para começaram a prender políticos e
empresários poderosos. O que a sociedade brasileira quer é ver esses criminosos
pagando pelos seus crimes e devolvendo o dinheiro que roubaram dos cofres
públicos.
Hoje
foram presos altos executivos da Petrobrás e empreiteiras que pode esclarecer
muitas questões... E pode também colocar o Brasil numa grave incerteza
política, uma vez que homens públicos do alto escalão da política, estão
envolvidos nessa operação.
É
triste ver que estamos mergulhados num mar de lama que nos impede de ver o sol
do desenvolvimento e da prosperidade enquanto nação. Quando falo de “desenvolvimento
e prosperidade”, não falo apenas de privilégios
de um grupo, mas de uma nação inteira.
Compartilho
abaixo, matéria publicada no site do msn
***
Crise
da Petrobras se aprofunda e atinge alto escalão de empreiteiras
A
nova fase da Operação Lava-Jato, realizada pela Policia Federal, trouxe grandes
empreiteiras brasileiras para o centro do escândalo de corrupção na Petrobras.
A
Polícia Federal começou a cumprir na manhã desta sexta-feira o que deve ser um
total de 85 mandados de prisão e de busca e apreensão em cinco Estados
brasileiros, mais o Distrito Federal. Trata-se da sétima etapa da Operação
Lava-Jato, que investiga o desvio de recursos da Petrobras para partidos
políticos.
Dessa
vez, porém, o foco da operação são as empresas suspeitas de terem participado
do esquema e que, segundo a PF, teriam contratos com a estatal no valor de R$
59 bilhões.
Em
nota pela manhã, a PF disse que "entre os mandados de busca, 11 estão
sendo cumpridos em grandes empresas". Mais tarde, em uma entrevista
coletiva, foi dito que haveria "provas robustas" contra sete
empresas.
"Essas
setes empresas são aquelas para as quais o material apreendido, as diligências
realizadas nesses oito meses (de operação Lava-Jato), as quebras de sigilo, os
depoimentos colhidos dão um material robusto para demonstrar o envolvimento
delas na formação de cartel em licitações e também no desvio de recursos para
corrupção de agentes públicos", disse o investigador da PF Igor Romário.
Foram
detidas até momento 18 pessoas, entre elas o ex-diretor de serviços da
Petrobras, Renato Duque, segundo informações de jornais brasileiros. O canal de
notícias Globonews divulgou que, entre aos presos, estariam funcionários e
executivos de alto escalão das empreiteiras Camargo Correa, Mendes Júnior, OAS,
Engevix, Queiroz Galvão, Iesa e UTC.
Outros
9 mandatos de prisão teriam sido emitidos, segundo a PF. A Justiça também teria
autorizado o bloqueio de R$ 720 milhões em ativos de 36 pessoas investigadas no
esquema. A Odebrecht confirmou em nota que houve um mandato de busca e
apreensão para o escritório da empresa no Rio de Janeiro.
É
a primeira vez que um número tão grande de empreiteiras brasileiras é alvo de
uma operação de busca e apreensão ou tem seus executivos detidos como parte de
investigações de um caso de corrupção.
Entre
as investigadas estariam algumas das principais doadoras de campanhas.
"Essa é uma bomba, um caso que pode forçar uma redefinição no que é hoje
um padrão de relacionamento nem sempre lícito entre empresas privadas,
políticos e estatais no Brasil", diz Adriano Pires, do Centro Brasileiro
de Infra-estrutura (CBIE).
Balanço
Na
noite da última quinta-feira, a Petrobras também anunciou que não divulgaria o
balanço relativo ao terceiro trimestre deste ano no prazo estabelecido pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em função das investigações.
As
ações da empresa chegaram a cair mais de 5% nesta sexta-feira. Para
especialistas, as novas prisões e o adiamento da divulgação do balanço levam a
crise da Petrobras a um novo patamar, mais grave.
"Uma
coisa é um gestor agir de má-fé, tomando decisões viciadas para atender a
interesses escusos. Outra coisa é um descumprimento sistêmico dos princípios
que devem pautar a gestão dos negócios da empresa", diz Ildo Sauer, que
foi diretor da Petrobras no governo Lula e hoje é diretor do Instituto de
Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo.
"Ainda
precisamos esperar os resultados da investigação, mas, de fato, já há alguns
indícios de que podemos estar nos deparando com esse segundo caso."
Pires,
do CBIE, concorda. "O fato de eles não terem divulgado o balanço vai
comprometer o pagamento de dividendos para acionistas, por exemplo, e as ações
na empresa devem cair", diz Pires.
"Aparentemente,
havia um grande esquema (de corrupção) dentro da empresa. Como a Petrobras tem
capital aberto, a conclusão é que o dinheiro dos acionistas minoritários pode
ter sido usado para financiar partidos e o enriquecimento ilícito de alguns
indivíduos."
De
acordo com a Agência Estado, o resultado da Petrobras para o terceiro trimestre
não foi divulgado porque a auditoria externa da empresa,
PricewaterhouseCoopers, teria se recusado a referendá-lo.
Na
quinta-feira, a empresa disse que o balanço seria divulgado só em dezembro - e
ainda sem a assinatura da auditoria.
"A
Petrobras passa por um momento único em sua história, em face das denúncias e
investigações decorrentes da "Operação Lava Jato" (...) na qual o
ex-diretor de abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, foi denunciado
pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa(...)", diz o
comunicado da empresa.
"Em
decorrência do tempo necessário para se obter maior aprofundamento nas
investigações em curso pelos escritórios contratados, proceder aos possíveis
ajustes nas demonstrações contábeis (...); e avaliar a necessidade de melhorias
nos controles internos, a Companhia não está pronta para divulgar as
demonstrações contábeis referentes ao terceiro trimestre nesta data",
conclui.
Segundo
Pires, a não divulgação do balanço deve dificultar ainda mais o acesso da
empresa a crédito. "Isso é algo muito grave, que nunca havia acontecido na
história da companhia, e pode comprometer suas atividades e capacidade de
investimento."
A
operação Lava-Jato começou em março. Costa foi preso juntamente com o doleiro
Alberto Yousseff - que seria responsável por "lavar" no exterior os
recursos desviados da empresa.
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