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Em dia histórico: Maravilhas da ciência e uma tomada de consciência

Posted by Cottidianos on 00:13
Quinta-feira, 13 de novembro


Pegar carona
Nessa cauda de cometa
Ver a Via Láctea
Estrada tão bonita
Brincar de esconde-esconde
Numa nebulosa
Voltar pra casa
Nosso lindo Balão Azul


(Lindo Balão Azul - Guilherme Arantes) 


Estamos mergulhados em uma época que registra grandes avanços científicos e tecnológicos. A começar pelo telefone celular que, antigamente, era usado apenas para fazer e receber ligações. Hoje o celular virou agenda, plataforma de trabalho, é utilizado para pagar contas e fazer compras, evitando os deslocamentos às lojas e aos bancos.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte inventaram mais um uso para este aparelho: Axiliar nos tratamentos de saúde e na prevenção de doenças. Os pesquisadores daquela Universidade desenvolveram softwares que possibilitam a realização de exames e, até mesmo, o acompanhamento de pacientes à distância. Basta uma lente adptada na capa para o celular tirar uma foto do olho e detectar doenças como astigmatismo e miopia são detectados pelo aplicativo. Exames de urina também podem ser realizados através deste método. Nesse caso, um chip é mergulhado na amostra, uma foto do chip é feita com o celular, imediatamente, o aplicativo disponibiliza o resultado de dez exames. Esses testes atuam como uma espécie de triagem possibilitando um encaminhamento eficiente do tratamento.

Outro grupo de pesquisadores da universidade potiguar criou um cadastro com os dados de todas as crianças diabéticas existentes no Rio Grande do Norte e o disponibilizou na Internet. Essa pesquisa é de grande valia para crianças que moram distante dos grandes centros. Basta que na comunidade onde vive ela seja atendida por um clinício geral. Ele terá a disposição, todas as informações de saúde da criança que está sendo atendida. Com amplo acesso compartilhado dos dados entre os profissionais de saúde, será fácil realizar o tratamento, mesmo que não seja especialista na área.

Igualmente pelo mundo, muitas experiências técnológicas e cientificas estão sendo realizadas com sucesso e beneficiarão muita gente.

Apesar de todo esse enorme progresso científico e tecnológico a humanidade ainda não descobriu a sua verdadeira origem. Não consegiu ainda responder a duas perguntas que nos levariam diretamente a nossas origens e explicariam muita coisa: Quem somos e de onde viemos? Há muitas teses e teorias explicativas, mas nenhuma verdade absoluta. Há ainda uma terceira pergunta que permanece guardada no cofre dos segredos por desvendar, que é: Para onde vamos? Mas esse último é de cunho espititual e não cabe discuti-lo agora.


Mais uma tentativa de desvendar esses segredos foi feita hoje. Em um feito histórico e inédito na história dos episódios fascinantes da exploração do espaço, o homem conseguiu fazer um robô pousar em um cometa.

Um grande passo para a civilização humana e que fará diferença na história da ciência”, foram estas as palavras de Jean Jacques Dordain, diretor-geral da Agência Espacial Europeia, que deu início à missão há cerca de duas décadas. Foram necessárias setes horas para que a sonda Rosetta atingisse a superfície do cometa, distante cerca de 500 milhões de quilômetros da terra. O trabalho dos cientistas foi exaustivo e exigiu muito conhecimento, mas felizmente tudo saiu bem.

Essa aventura espacial é o resultado dez anos de trabalho, quando a sonda espacial Rosseta foi lançada pela Agência Espacial Europeia, com a finalidade de acompanhar o trajeto de um cometa de nome complicado: 67P/ Churyumov-Guerasimenko.

Pousar o robô na superfície foi uma tarefa tão complicada quanto o nome do cometa. Primeiro, por causa do alto custo do projeto: 4 bilhões de reais. O caminho percorrido pela sonda espacial foi longo: 6 bilhões de quilômetros, ou seja, o equivalente a cinco voltas em torno do sol. Só após essa longa distância e todas essas voltas, a sonda conseguiu entrar na órbita do cometa. Os cientistas tiveram que enfrentar desafios gigantes em todas as fases do projeto, mas hoje era a prova final... E ela foi realizada com sucesso. Tudo foi milimetricamente calculado. Nada. Absolutamente nada poderia dar errado. O menor erro estragaria anos e anos  de trabalho. Todo cuidado era pouco.

Eram sete horas e três minutos da manha, pelo horário de Brasília. O sol já iluminava o Brasil há poucas horas, quando o robô batizado de Philae, desprendeu-se da sonda espacial Rosseta e iniciou um traçado milimetricamente planejado em direção a superfície do cometa. Foram sete horas de muita apreensão para os cientistas que acompanhavam a missão. Às duas horas e três minutos da tarde, de quarta-feira (12), Philae pousou na superfície do cometa.

Nem tudo foi perfeito nessa esperada operação. Um pequeno erro mecânico deixou os cientistas que estavam no Centro do Controle, apreensivos. O problema foi o seguinte: As “garras” do robô, ou seja, os arpões que serviriam para fixá-lo no solo, não funcionaram conforme o esperado. Ainda é dúvida para os cientistas se ele está totalmente preso na superfície do cometa. Se não estiver, pode ser que ele seja arremessado para longe do objetivo principal. Apesar desse pequeno problema, os cientistas europeus soltaram gritos de alegria quando o pouso, considerado perfeito por eles, foi realizado.

Começa a partir de agora, para nosso herói, Philae, a fase de exploração do ambiente. O pequeno robô — que na verdade é um minilaboratório ambulante — vai ter muito trabalho a partir de agora. Ele estará muito empenhado em tirar fotos do cometa, coletar amostras, realizar análises das amostras coletadas e enviar para a Agência Espacial Europeia.

O robô possui o tamanho de uma máquina de lavar. O cometa possui o formato de um patinho de borracha. Uma superfície bastante irregular cheia de buracos deve ter dado muito trabalho para os engenheiros espaciais. Agora o 67P segue sua jornada em direção ao sol e cabe a Philae agarrar-se a ele, não digo com “unhas e dentes”, pois o pequeno herói não os possui, mas com suas afiadas garras, digo, seus afiados arpões.

Todo esse trabalho que o robô vai realizar, juntamente com o acompanhamento da movimentação do cometa em seu trajeto em direção ao sol, pode nos dar pistas de como começou a vida na terra. Digo que Philae é um herói porque sua viagem não terá retorno. Quanto mais se aproximar do sol as temperaturas, obviamente, atingirão níveis elevadíssimos e Philae, certamente, não resistirá. Porém, o sacrifício dele poderá reverter em grandes benefícios e grandes respostas para desvendar nossa própria origem.


Enquanto todos os olhos estavam voltados para o céu, em terra firme, outro fato histórico acontecia. Estados Unidos e China, duas das maiores economias do mundo, fecharam um acordo de redução de emissão de poluentes. Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, e Xi Jinping, presidente da China assinaram o acordo no dia de ontem (quarta-feira, 12), em Pequim. Os dois se comprometeram a empenhar-se na luta contra os efeitos que as mudanças climáticas estão causando ao planeta. Dentre as medidas adotadas estão a redução das emissões de gases poluentes que provocam o efeito estufa na atmosfera.

Se cumprirem o acordo firmado, os Estados Unidos cortarão as emissões de gases poluentes entre 26% e 28% em onze anos, ou seja, em 2025. Os chineses, por sua vez, se comprometeram a cortar essas emissões até o ano de 2030. Depois de anos de acusações mutua como desculpa para não enxergar o problema, os dois maiores países emissores de gases poluentes na atmosfera sinalizaram com ações positivas no sentido de buscar fontes de energia que não poluam o ar e deixar o planeta respirar. Isso é um bom sinal para a Conferência sobre Mudança Climática, em Paris, no ano que vem.


É bom que ações como essas aconteçam com muito mais naturalidade e maior frequência, pois, de nada adiantará Philae caminhar para a morte em busca de respostas se não houver civilização para ouvi-las.

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