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Lewis Hamilton conquista bicampeonato de Fórmula 1 na terra dos Sheiks

Posted by Cottidianos on 00:36
Segunda-feira, 24 de novembro




Por ocasião do GP do Japão de Fórmula 1, na postagem: A fúria do tempo no GrandePrêmio do Japão, ofusca o brilho do mundo da velocidade, criei o personagem, Hayaho —  um jovem japonês apaixonado pelo mundo da velocidade —  para falar daquele grande prêmio. Na decisão do campeonato que aconteceu em Abu Dabhi, nos Emirados Árabes Unidos, trouxe de volta o personagem para falar da corrida. Porém, uma semana antes da corrida, o personagem chega a Dubai e, após passar alguns na cidade, segue para Abu Dabhi, explorando o potencial turístico da região. Esse passeio turístico está descritos no I e II capítulos, e somente no final, III capítulo, a corrida na qual, o piloto inglês, Lewis Hamilton, conquistou o bicampeonato




I – A chegada em Dubai

Era a primeira vez que Hayako vinha aos Emirados Árabes. Abriu a janela e, da sacada, respirou o ar de Dubai. Foi invadido por uma sensação de liberdade e alegria. Se a cidade fosse uma joia, certamente, seria uma das mais luxuosas, pensou. Olhou a paisagem que se estendia ao infinito. Realmente, a cidade esbanjava luxo e ostentação. Espalhados pela cidade estavam os hotéis mais luxuosos e caros do mundo. Ele sempre tivera a curiosidade de conhecer a terra dos Sheiks. Agora tivera a oportunidade e não desperdiçara. Respirou o ar fresco da manhã e voltou-se para o interior do quarto de hotel onde estava hospedado.

Havia chegado à cidade por volta das oito horas da noite do domingo, 16 de novembro. Prontamente fora atendido na recepção do hotel, assim que se apresentou e a reserva em seu nome fora confirmada. Ficou encantado com a forma gentil com que fora recebido naquele estabelecimento. Enquanto se dirigia ao banheiro para o primeiro banho da manhã, olhou em volta e analisou o ambiente. Quem dera pudesse se hospedar em hotéis milionários... Por enquanto, seu orçamento ainda era um pouco apertado, não estava à altura de tais luxos. Sem bem que estar em Dubai já era, para ele, um luxo.

O hotel ficava localizado no centro da cidade, na região do World Trade Center Dubai. A proximidade com o metrô Al Karama, lhe daria grande facilidade de conhecer os principais pontos turísticos da cidade sem que precisasse gastar muito dinheiro com isso. Hayako estava em Dubai apenas de passagem. Na verdade, havia aproveitado uma semana de férias dadas pela empresa na qual trabalhava, no Japão e aproveitara para ir aos Emirados Árabes Unidos, para assistir de perto a decisão do título do Grande Prêmio de Formula 1 de 2014, na capital dos Emirados, Abu Dabhi. Ficaria em Dubai até a quinta-feira pela manhã e depois seguiria para a capital, de carona com um amigo que morava em Dubai, e que iria assistir a corrida junto com ele.

O hotel no qual estava hospedado era econômico, a diária cabia perfeitamente no seu orçamento, porém, apesar de ser classificado como econômico, o quarto era bastante amplo, possuía cama macia e confortável, o serviço de wi-fi era excelente, e a velocidade da conexão idem. Uma sacada com uma excelente vista para a cidade ajudava a tornar o ambiente ainda mais elegante. Também havia uma cozinha, com micro-ondas, porém, ele decidira ir, após o banho, ao restaurante do hotel fazer a sua refeição matinal. No banheiro havia uma grande banheira onde ele pode relaxar e tirar o restante do cansaço do dia anterior.

De banho tomado e bem alimentado pelo delicioso café da manhã, resolveu ir até a piscina, na cobertura do hotel. Ficou sentado em uma confortável cadeira, à beira da piscina, olhando, ao longe, o complexo Dubai Downtown. Não havia como ignorar a imponência do Burj Khalifa — Um dos edifícios mais altos e luxuosos do mundo. Logo mais, ainda na parte da manhã, ele pretendia ir até o local e conferir o que havia de mais moderno e ultramoderno, na cidade. O amigo que morava em Dubai havia lhe recomendado que não deixasse de ir ver a beleza das águas dançantes, chamado Fontes de Dubai. Segundo ele, era um espetáculo imperdível e inesquecível.

Após o almoço, Hayako, desceu para conhecer a cidade de perto. Decidiu começar por perto e pelo início de tudo. Foi visitar o Museu de Dubai, no centro da cidade. Foi a partir daquela região que a cidade cresceu e se desenvolveu. As fotos, galerias e painéis eram um verdadeiro passeio pela história e um ótimo meio de conhecer m pouco mais sobre o povo árabe, seu estilo de vida e seus costumes. Além de dar uma melhor compreensão de como os árabes haviam transformado um lugar desértico em uma região procurada por turistas do mundo inteiro e onde os seus nativos podem levar uma vida de qualidade.

Hayako não sabia falar o árabe, língua original da região, mas se virou muito bem, pois falava inglês, e o inglês também é muito falado nos Emirados Árabes Unidos. É como se fosse uma segunda língua. O jovem japonês passeou muito bem pelo lugar sem ter que enfrentar as barreiras da língua.





II – Indo para Abu Dabhi

Na quinta-feira, por volta das dez horas da manhã, o amigo de Hayako, estacionou o carro na frente do hotel onde ele estava hospedado. O jovem japonês fez a mala, acertou a conta e desceu. Dentro de, mais ou menos, uma hora e meia estariam em Abu Dabhi. Até lá seriam cerca de 150 quilômetros.

— Tudo certo com a reserva do hotel?

— Sim, tudo ok?

— E quanto ao seu retorno?

— Viajou na segunda-feira pela manhã.

Pegaram a Sheikh Zayed Road, que logo se transformaria na rodovia E11. Foi informado pelo amigo que depois pegariam a rodovia E10 ou E12, para chegar ao centro da capital. Durante o trajeto, os dois amigos conversaram sobre amenidades, negócios, carros, Fórmula 1 e mulheres. A viagem transcorria agradável e gostosa. A rodovia com várias faixas e a ótima qualidade do asfalto, fazia o carro rodar com mais rapidez, conforto e segurança.

Enquanto o automóvel deslizava pela movimentada rodovia, Hayako pensava em como os árabes haviam conseguido construir um oásis tão belo em pleno deserto. Como haviam conseguido tornar aquela parte do mundo em algo tão futurista? Em Dubai vira coisas fantásticas. Os arranha-céus pareciam brincar com os limites da engenharia. Prédios e instalações luxuosas e deslumbrantes que pareciam saídos de algum cartão postal do futuro. Ilhas artificiais gigantes foram construídas em forma de palmeiras, onde os milionários aproveitaram para construir os seus oásis particulares que custam milhões de dólares. E o Dubail Mall, então? Que coisa maravilhosa! Um enorme templo do consumo. Um enorme shopping center com 22 salas de cinema, 120 restaurantes e mais de 1.200 lojas, possuindo, inclusive uma ala especial destinada às grifes de luxo. Ainda havia a opção de um safári com direito à jantar no deserto. Entretanto, para esse passeio ele não fora, pois se gastava cerca de seis horas para concluir o roteiro e ele não dispunha de tanto tempo para um só roteiro turístico.

Passava um pouco do meio dia quando chegaram a Abu Dabhi. Os dois amigos chegaram à cidade por volta do meio dia. Logo na entrada da cidade pararam para a primeira atração turística. Era uma ilha artificial, chamada Yas Island, e ficava a cerca de trinta quilômetros do centro da cidade. A ilha, explicou o amigo, era um grande complexo de entretenimento e lazer. Ali ficavam o autódromo onde eram disputados os GPs de Fórmula 1. O autódromo já estava bem movimentado pelas equipes que estavam chegando para a final do campeonato de Fórmula 1, que ocorreria no domingo. Não se demoraram muito ali, pois haveriam de voltar no domingo para assistir à corrida.

Ao invés disso, foram ao Ferrari World — maior parque temático do mundo, dedicado, exclusivamente, à famosa escuderia italiana. Aos olhos de quem é apaixonado por carro e por velocidade é amor à primeira vista. Não poderia ser diferente com Hayako. Seus olhos brilhavam igual aos de uma criança que está diante de seus brinquedos favoritos. Havia escolas de pilotagem, autoescolas, lojas com produtos da Ferrari. No parque também fica a Fórmula Rossa — A montanha russa mais rápida do mundo que, quando em atividade, atinge uma velocidade de 240 km/h. Nem precisa dizer que os dois amigos fizeram questão de experimentar o brinquedo. Após a aventura, foram à praça de alimentação provar um delicioso almoço, pois as emoções da montanha russa haviam-lhes deixado com muita fome.

Tal qual Dubai, Abu Dabhi respirava modernidade, desenvolvimento e opulência. A cidade também é apontada como a mais rica dos Emirados. As vidraças espelhadas dos luxuosos edifícios também refletem a riqueza de um país. Apesar de Dubai ser bem mais famosa, é em Abu Dabhi que fica o centro do poder político dos Emirados Árabes. Lá também está localizada a maioria das companhias petrolíferas. A cidade também é uma referência em termos de cultura. O charme da cidade foi ter preservado lado a lado, tradição e modernidade. Velhas mesquitas convivem harmoniosamente com edifícios ultramodernos.

No sábado, Hayako aproveitou para ver o treino classificatório para o GP de Abu Dabhi, pela enorme TV do quarto do hotel em que estava hospedado. Que país levantaria o troféu de campeão: A Alemanha, de Nico Rosberg, ou a Inglaterra, de Lewis Hamilton? Essa era a pergunta que os fãs de Fórmula 1 se faziam pelo mundo inteiro. O repórter da TV local entrevistava os pilotos a fim de saber a opinião deles sobre quem levaria o título. A maioria deles apostava em Hamilton, outros ainda contavam com os imprevistos e previam vitória de Rosberg, principalmente, após a pitada de pimenta proporcionada pela pontuação dobrada. A vitória valeria 50 pontos, o triplo da diferença de 17 pontos que separavam os dois pilotos da mesma equipe.  

No treino classificatório do sábado, Nico Rosberg levou a melhor, conseguindo a pole position. Hamilton não foi bem nos treinos e ganhou a segunda posição no grid de largada.




III – A corrida

No domingo (23), logo após o almoço o amigo de Hayako, que estava hospedado no mesmo hotel que ele, bateu a sua porta, chamando-o para, finalmente, irem ao evento tão esperado: A decisão do Grande Prêmio de Fórmula 1, na terra dos Sheiks. Quando chegaram ao moderno autódromo — aliás, como tudo nos Emirados — o local já estava repleto de pessoas. Procuraram os seus lugares e ficaram conversando sobre as emoções da temporada de 2014. A disputa, por vezes dura a acirrada, entre Hamilton e Rosberg dera o tom do campeonato. Os dois amigos haviam se desentendido, mas depois, por bem do esporte, souberam controlar os seus ímpetos.

O mundo do esporte também viu o renascimento do brasileiro Felipe Massa, da Williams. Massa havia defendido por oito anos a equipe Ferrari Apesar de ser muito querido dentro da escuderia italiana, havia enfrentando problemas que o deixaram, emocionalmente, abalado. Quando o brasileiro deixara a Ferrari, muitos deram por certo o fim de sua carreira, porém, Felipe Massa foi para a Williams e, surpreendendo a todos, reviveu, trazendo a Willians junto com ele nesse renascimento.  O campeão, Sebastian Vettel, não estava com um bom carro esse ano e, consequentemente, não conseguiu fazer um bom campeonato. Porém, no próximo ano, Vettel vai para a Ferrari. Por falar, em Vettel, ele está mais do que feliz. Além de assinar contrato de três anos com a equipe italiana, ainda receberá um gordo salário. A Ferrari pagará ao alemão, £ 150 milhões (aproximadamente R$ 600 milhões). Este salário o coloca na condição de terceiro atleta mais bem pago do mundo. Com todas as essas novidades, o campeonato do próximo ano promete boas emoções.

Os pilotos já estavam na pista e faziam suas voltas de apresentação. Logo após, se posicionaram em seus lugares à espera de autorização para a largada. Todos no autódromo prendiam a respiração. Finalmente, foi dada a ordem para a largada. Surpreendentemente, Rosberg não largou bem e Hamilton, como uma fera, aproveitou o momento ruim do companheiro de equipe, e pulou do segundo para o primeiro lugar, assumindo a liderança da corrida.

Felipe Massa que havia largado em quarto, pulou para a terceira posição, aproveitando-se também de uma largada ruim de seu companheiro de equipe, o finlandês, Valtteri Bottas, que havia largado na terceira posição. Troca de posição entre os pilotos da William, semelhante ao que havia acontecido com os pilotos da Mercedes. No caso da Williams, Bottas teve pior desempenho e caiu para a oitava posição.

Os pilotos, que estavam com pneus supermacios, não demoraram a parar nos boxes para trocá-los. Hamilton somente parou para fazer a troca de pneus na décima primeira volta. Nesse momento tinha dois segundos de vantagem sobre Rosberg. Nesse ínterim, Massa assumiu a liderança até a décima quarta volta. Quando voltou à pista, estava em terceiro lugar, atrás do líder Hamilton, e de Rosberg.

Rosberg — que vinha torcendo para que Hamilton tivesse problemas no carro, tendo assumido, durante o GP do Brasil, torcida para Felipe Massa andar mais rápido em Abu Dabhi, a fim de complicar a vida do piloto inglês — provou, de seu próprio veneno. O carro dele começou a apresentar problemas na vigésima quinta volta. Através do rádio, ele avisou aos mecânicos, nos boxes, que o carro estava perdendo potência. Retornando a comunicação do alemão, a equipe informou que ele realmente estava com problemas nos motores. A partir daí, Rosberg começou a fazer voltas mais lentas, distanciando-se de Hamilton e permitindo a aproximação do brasileiro, Felipe Massa. Massa conseguiu ultrapassar o alemão na vigésima sétima volta. Lá na frente, Hamilton sentia-se cada vez mais perto do título. Porém, Felpe Massa começava a se aproximar cada vez mais de Hamilton. Informado pelo rádio desse detalhe, o inglês respondeu a equipe: “Não estou correndo contra o Massa”.

A partir daí, a única chance de Nico Rosberg conquistar o título, era se Hamilton abandonasse a corrida, mas isso parecia uma possibilidade improvável. Na trigésima quarta volta, demorou tempo demais na segunda troca de pneus, e caiu para a sétima posição. Aí, nem se Hamilton abandonasse a corrida ele seria campeão. Mesmo assim, Rosberg mostrava a força dos fortes: mesmo com o carro em péssimas condições, ele insistia em se manter na pista, na tentativa de levar o carro até o fim da corrida. A Williams ainda fez uma troca de pneus de Massa. O brasileiro, em segundo lugar, saiu à caça de Hamilton, mas o inglês acelerou e conseguiu manter-se na liderança.

Na penúltima volta, vendo que Rosberg não teria mais condições de continuar na corrida a equipe pediu a ele que abandonasse a prova e ele disse que não, que queria terminar a corrida. Neste momento, o alemão mostrou a grandeza dos campeões, e o mostrou o porquê de ter sido um dos favoritos ao título. Veio à bandeirada final e com ela o bicampeonato do inglês Lewis Hamilton. Logo após a vitória alguém lhe entregou uma bandeira da Inglaterra e Hamilton — repetindo o gesto de seu ídolo, Ayrton Senna, que após as vitórias, desfilava com a bandeira brasileira — deu uma volta no circuito com a bandeira inglesa. No pódio, Hamilton, ao tomar um banho de champagne, parecia também lavar a alma de tanta felicidade. Completando o pódio também, radiantes de felicidade estavam os companheiros de Williams: Felipe Massa, em segundo e Valtteri Bottas, em terceiro.

***

Ao sair do circuito, Hayako também parecia renovado, pela emocionante corrida que acabara de assistir e pelos dias maravilhosos que passara nos Emirados Árabes. Agora, era necessário voltar para sua terra, o Japão, e seguir normalmente a vida. 

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