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Dilma e Lula são arrastados para o centro da operação Lava Jato
Posted by Cottidianos
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00:54
Sexta-feira,
04 de março
Um míssil chamado reportagem da revista IstoÉ, atingiu hoje o governo brasileiro e
deixou o governo atordoado. Eu também atordoado com mais esse fato político
compartilho com vocês reportagem exibida no dia de ontem no Jornal Nacional.
Apenas
ouço as notícias e vejo como é podre o que acontece em nosso país. E isso é
apenas a ponta do iceberg, imaginem o iceberg inteiro.
***
Delcídio
teria dito que Lula mandou comprar silêncio do Cerveró
A
revista IstoÉ também trouxe trechos da delação premiada de Delcídio do Amaral
em que o senador fala sobre o ex-presidente Lula.
De
acordo com a reportagem, Delcídio do Amaral afirmou que o ex-presidente Lula
"tinha conhecimento do propinoduto instalado na Petrobras e agiu direta e
pessoalmente para barrar as investigações, inclusive sendo o mandante de
pagamento de dinheiro para tentar comprar o silêncio de testemunhas".
Delcidio
contou, de acordo com a revista, "que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva comandou o esquema do pagamento de uma mesada ao ex-diretor da área
internacional da Petrobras Nestor Cerveró para tentar evitar sua delação
premiada”. Delcídio foi preso depois de ser gravado pelo filho de Cerveró no
que o MP considerou uma tentativa de evitar que esta delação fosse feita.
Segundo
a revista, Delcídio disse que Lula não queria que o ex-diretor da Petrobras
mencionasse o esquema do pecuarista José Carlos Bumlai na compra de sondas
superfaturadas feitas pela estatal.
Lula teria pedido "expressamente para que
ele ajudasse o amigo e pecuarista José Carlos Bumlai, porque supostamente ele
estaria implicado nas delações de Fernando Baiano e Nestor Cerveró".
Delcídio
contou que aceitou intermediar a operação e que a primeira remessa de R$ 50 mil
foi entregue por ele próprio em mãos ao então advogado de Cerveró, Edson
Ribeiro, após receber a quantia do filho de José Carlos Bumlai, Mauricio
Bumlai. As entregas de valores à família de Nestor Cerveró se repetiram em
outras oportunidades. O total recebido pela família de Cerveró, segundo
Delcídio, foi de R$ 250 mil.
Segundo
Delcidio, "ao contrário do que afirma o ex-presidente, Bumlai goza de
total intimidade com ele, representando de certa maneira o papel de conselheiro
da família Lula”. Segundo o depoimento, “Bumlai foi o principal responsável
pela implantação do Instituto Lula, disponibilizando todo o aparato logístico e
financeiro”.
“Foi
também a pessoa que ficou responsável, em um primeiro momento, pelas obras do
sítio de Atibaia, do ex-presidente Lula”, segundo o depoimento mostrado pela
revista. Delcídio disse que Bumlai já tinha contratado arquiteto e engenheiro,
mas Leo Pinheiro, outro grande amigo do presidente, pessoalmente se dispôs a
fazer o serviço através da OAS em um curto espaço de tempo.
E
ainda há mais denúncias na delação de Delcídio, segundo a revista IstoÉ. Nos
depoimentos, o senador disse que o publicitário Marcos Valério, condenado no
processo do mensalão, exigiu R$ 220 milhões para se calar na CPI dos Correios
sobre o esquema. Delcídio, segundo a IstoÉ, afirma que ele e Paulo Okamotto,
presidente do Instituto Lula, tentaram negociar o pagamento, mas que foi o
ex-ministro Antonio Palocci quem assumiu a tarefa.
Segundo
Delcídio, em fevereiro de 2006, ele se reuniu com Okamotto e com o presidente
Lula, "sendo que na conversa Delcidio disse expressamente ao presidente:
‘acabei de sair do gabinete daquele que o senhor enviou a Belo Horizonte’. E
alertou: ‘corra, presidente. Senão as coisas ficarão piores do que
estão’".
Ainda
de acordo com a reportagem, Delcidio, que foi presidente da CPI dos Correios em
2005, disse ter testemunhado na madrugada do dia 5 de abril de 2006 as
tratativas ilícitas para retirada do relatório final da CPI dos nomes de Lula e
do filho Fabio em um acordo com a oposição. Delcidio teria afirmado também que
a votação do relatório da CPI, que poupou o ex-presidente Lula, foi duvidosa.
Assim, segundo a revista, Lula se salvou de um impeachment.
As
denúncias de Delcidio também chegaram à CPI do Carf, que tentou investigar a
venda de medidas provisórias.
Delcidio
afirmou aos procuradores da Lava Jato que como líder do governo foi pressionado
por Lula para que os empresários Mauro Marcondes e Cristina Mautoni não fossem
depor na CPI. Ele revelou que o ex-presidente temia que o casal pudesse
implicar seus filhos no escândalo. Delcidio disse que "tem conhecimento de
que um dos temas que mais aflige o presidente Lula é a CPI do Carf”, o Conselho
Administrativos de Recursos Fiscais, que é uma espécie de tribunal
administrativo que julga recursos de empresas contra multas da Receita.
Delcidio
diz que. Por várias vezes o próprio Lula solicitou a ele que agisse para evitar
a convocação do casal para depor. Lula alegava que estava muito preocupado com
eles, mas, em verdade, Lula estava preocupado com implicações à sua própria
família, especialmente os filhos Fabio Luis Lula da Silva e Luiz Claudio Lula
da Silva. Em resposta a insistência de Lula, Delcidio, como líder do governo no
Senado, mobilizou a base do governo para derrubar os requerimentos de
convocação do casal na reunião em novembro de 2015. E segundo a revista,
conseguiu barrar a convocação do casal.
O
Jornal Nacional apurou que o casal chegou a ser convocado, sim. Mas Mauro
Marcondes não foi, alegando problemas de saúde. E no caso de Cristina, a data
do depoimento não chegou a ser marcada.
Os
depoimentos de Delcidio do Amaral começaram a ser colhidos na quinta-feira, dia
11 de fevereiro, logo depois do carnaval e se estenderam até domingo, dia 14.
Os investigadores esperavam colher mais depoimentos de Delcidio, mas em muitos
momentos o clima ficou tenso: o senador resistiu, demonstrou cansaço e
impaciência, ameaçou desistir da delação premiada. Por isso, acabou deixando
nos procuradores e delegados a impressão de que sabia ainda mais do que já
contou.
A
defesa de Maurício Bumlai disse que não se manifesta sobre vazamentos de uma
suposta delação que sequer está confirmada. E que só irá falar depois do acesso
oficial ao documento.
Paulo
Okamotto disse que duvida que o senador tenha feito tais afirmações. E que
estes fatos nunca existiram.
A
assessoria de Antônio Palocci afirmou que os supostos eventos que teriam sido
relatados pelo senador Delcídio do Amaral envolvendo o nome dele não
correspondem com a verdade.
Que
os contatos e telefonemas não existiram. E que Palloci jamais tratou com o
senador Delcídio do Amaral dos assuntos relatados pela reportagem da revista.
As
defesas de Marcos Valério, de José Carlos Bumlai e de Léo Pinheiro não quiseram
se manifestar.
Nós
não conseguimos contato com as defesas de Edson Ribeiro, de Nestor Cerveró, de
Fernando Baiano, de Mauro Marcondes e de Cristina Mautoni.
A
assessoria do ex-presidente Lula divulgou uma nota sobre as denúncias. Disse
que as acusações contra Lula são completamente falsas. Que o ex-presidente
jamais participou, direta ou indiretamente, de qualquer ilegalidade, antes,
durante ou depois de seu governo.
Por
fim, a nota diz que a sociedade brasileira não pode ficar à mercê do que chamou
de "jogo de vazamentos ilegais, acusações sem provas e denúncias sem
fundamento”.
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