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Suplica de um gigante
Posted by Cottidianos
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00:10
Terça-feira,
15 de março
“Gigante pela
própria natureza
És belo, és
forte, impávido colosso
E o teu futuro
espelha essa grandeza
Terra adorada,
entre outras mil
És tu, Brasil, Ó
pátria amada!
Dos filhos deste
solo és mãe gentil
Pátria amada, Brasil!”
(Hino Nacional Brasileiro)
Eu
sou o solo que tu pisas, o ar que tu respiras, o travesseiro onde recostas tua
cabeça após um dia de árduo trabalho. Eu sou o berço dos teus sonhos, a
angústia de tua realidade, a esperança do teu amanha. Sou o braço forte que te
ampara nos dias mais difíceis, e a mão que te afaga nos dias de calmaria.
Eu
sou branco, sou negro, sou índio. Sou todas as raças e todas as cores. Sou África,
sou Europa, sou Brasil. Em meu sangue, em minhas veias corre o mundo, pois o
mundo aqui desembarcou e eu o acolhi de braços abertos, e eles levaram para
longe o verde de minhas matas, e ouro que de minhas minas. Mas sou de raça e,
mesmo sendo saqueado, não perdi meu verdor e nem meu brilho, e acima de tudo,
não perdi minha esperança.
Não
perdi minha esperança em uma geração que virá devolver a mim a dignidade que me
tem sido negada. Não perdi a esperança de que uma geração semeadora do bem, da verdade,
e da moralidade, venha ouvir o clamor de meu povo por uma amanhã sem dor.
Sou
como solo rico, produtivo, cheio de vigor e vitalidade, capaz de transformar
grãos de trigo em ouro em pó, mas que foi colocado nas mãos de agricultores
incompetentes que dele não souberam extrair o suprassumo da vida. E esses
falsos agricultores roubaram o adubo de meu solo, secaram as folhas de minhas
plantas e desperdiçaram os meus preciosos frutos, deixando a boca de meus
filhos sedenta e suas entranhas famintas.
Cravaram
em minhas raízes o mal da corrupção, e desse mal, não consigo me livrar. Por algum
tempo me iludiram com promessas de prosperidade, mas era tudo ilusão,
falsidade. Com promessas de futuro melhor, me jogaram no fundo do poço. E é do
fundo desse poço que eu estendo a mão, e peço a vos, meus filhos, brasileiros e
brasileiras: Livrem-me daqueles que me querem me despedaçar. Livrem-me dos
corações e mentes mesquinhas, que não veem outra coisa além de si, senão o
poder pelo poder.
Meus
filhos do Brasil, resgatem a minha dignidade perdida. Devolvam-me a moralidade.
Ajudem-me a reerguer. Livrem-me das pragas que corroem minhas entranhas. E,
assim, livre eu vos conduzirei a terra da felicidade que é teu próprio chão,
tua própria nação, e, juntos seremos como pai e filho brincando na verde relva
sob o dourado sol da prosperidade.
***
Após
esse lamento de um gigante verde, amarelo, azul e branco, compartilho com
vocês, alguns registros de imagens que fiz, no domingo (13), durante a maior
manifestação popular da história de Campinas. Quase 100 mil pessoas nas ruas de
Campinas. E o grito era um só: chega de corrupção! Basta de roubalheira!
***
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