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Acidente aéreo que matou Eduardo Campos foi causado por falha humana, conclui investigações da Aeronáutica
Posted by Cottidianos
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13:19
Sexta-feira,
16 de janeiro
Era
manhã de quarta-feira do dia 13 de agosto de 2013.
Estávamos
no meio de uma disputada campanha eleitora à Presidência de República. Os
candidatos percorriam o Brasil trabalhando em suas campanhas eleitorais. Na
manhã daquele dia, uma trágica notícia pegou o Brasil de surpresa. Pouco depois
das dez horas os meios de comunicação começaram a noticiar a morte do candidato
Eduardo Campos, 49 anos, do PSDB. Diziam os meios de comunicação que o avião em
que o político pernambucano estava, havia caído por volta das 10 horas, em
Santos, litoral paulista. Junto com Eduardo, morreram também quatro de seus
assessores, o piloto e o co-piloto da aeronave.
Investigações
da Aeronáutica que começam a ser divulgadas, oficialmente, em fevereiro,
concluem que o acidente que vitimou Campos foi causado por uma sequência de
falhas do piloto Marcos Martins.
Abaixo,
compartilho matéria de autoria da jornalista Eliane Cantanhêde, publicada no
site do MSN.
***
Acidente
que matou Campos foi sucessão de falhas humanas, conclui Aeronáutica
Eliane
Cantanhêde
BRASÍLIA
- As investigações da Aeronáutica, que começam a ser divulgadas no início de
fevereiro, concluíram que o acidente que matou o presidenciável do PSB e
ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, no meio da campanha eleitoral do
ano passado, foi causado por uma sequência de falhas do piloto Marcos Martins -
desde a falta de treinamento para aquela aeronave até o uso de “atalho” para
acelerar o procedimento de descida.
Como
resultado decisivo, Martins foi obrigado a abortar o pouso e arremeter bruscamente,
operando os aparelhos em desacordo com as recomendações do fabricante do avião
e acabando por sofrer o que é tecnicamente descrito como “desorientação
espacial”. É quando o piloto perde a referência do avião em relação ao solo,
não sabe se está voando para cima, para baixo, em posição normal, de lado ou de
ponta cabeça.
Essa
conclusão sobre a “desorientação espacial” baseou-se em informações sobre os
últimos segundos do voo, no momento em que o avião embicou num ângulo de 70
graus e em potência máxima, como se o piloto acelerasse pensando que estava em
movimento de subida, quando na verdade estava voando para baixo, rumo ao solo.
O
acidente ocorreu na manhã de 13 de agosto de 2014, quando o Cessna 560 XL saiu
do aeroporto Santos Dumont, no Rio, rumo à Base Aérea de Santos, no Guarujá, em
São Paulo. Por volta de 10h, a aeronave caiu em Santos, no bairro Boqueirão.
Além de Eduardo Campos, que estava em terceiro lugar na corrida presidencial,
morreram quatro assessores dele, o piloto e o copiloto Geraldo Magela Barbosa.
Treinamento.
Nesses cinco meses de investigações, o Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos, órgão da Aeronáutica (Cenipa) levantou ainda todo o
perfil psicológico, pessoal e profissional dos dois pilotos e listou uma
sequência de falhas de Marcos Martins, antes e durante o voo.
Não
foi encontrado nenhum indício de falha técnica ou de operação do sistema
aeronáutico. As duas turbinas foram detalhadamente analisadas e estavam em
perfeita condição de uso, mas a caixa preta de voz não foi útil para as
conclusões. Ela simplesmente não estava ligada, não gravou as conversas durante
o voo.
Conforme
apurado pelos investigadores, Martins não estava treinado para o Cessna 560 XL,
uma aeronave sofisticada e nova, concluída em 2010. Ele, por exemplo, nunca
tinha passado pelo simulador.
Está
registrado, também, que a relação entre os dois pilotos não era boa.
Eles
já tinham um histórico de atritos e o copiloto teria, inclusive, pedido para
não mais voar com Martins, que, em redes sociais, se disse “cansadaço” dias
antes do acidente. Aquele seria, possivelmente, o último voo conjunto da dupla.
Chuva
e pista. Essas falhas prévias de preparo técnico e psicológico na cabine de
comando foram agravadas por duas circunstâncias objetivas - ou “fatores
contribuintes”, no jargão dos investigadores. O tempo estava fechado, com muita
chuva, e a pista da Base de Santos, curta e entre picos, é considerada difícil
mesmo para pilotos experientes e em boas condições de tempo.
Apesar
de todos esses agravantes, e talvez por excesso de autoconfiança, Martins
cometeu, segundo os investigadores da Aeronáutica, o erro que deflagrou todo o
desfecho trágico: ele desdenhou a rota determinada pelos manuais para o pouso
na Base de Santos, não fez a manobra exigida para aquela pista e tentou pousar
direto, de primeira.
Mal
comparando com um carro, é como se o piloto não tivesse feito o retorno
previsto, tentando um “atalho” para entrar direto num estacionamento.
Depois
da imprevidência e de embicar para o pouso, ele concluiu que não conseguiria e
foi obrigado a arremeter bruscamente. A manobra é considerada a prova da
desorientação do piloto.
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