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Entrevista de Dilma Rousseff ao Jornal Nacional
Posted by Cottidianos
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00:20
Terça-feira,
19 de agosto
O
Jornal Nacional entrevistou nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff.
Penso que toda entrevista feita por jornalistas do nível dos profissionais que fazem um telejornal influente como o Jornal
Nacional, tendo em contrapartida, do outro lado, como entrevistada uma mulher
esperta e experiente como a presidente Dilma, é sempre um jogo de gato e rato.
As perguntas caminham sempre a direção de pegar alguma contradição. Por outro
lado, as respostas nem sempre são claras.
Deve-se
sempre prestar bastante atenção, pois nessa, como em toda entrevista bem conduzida,
as respostas que se quer saber, estão justamente, nas evasivas, nas fugas, no
responder uma pergunta, com uma resposta que não condiz com aquilo que foi
perguntado. É um jogo interessante. Mas se o telespectador, ou leitor, quer
extrair suco da laranja, e não apenas ficar com o bagaço dela, tem que procurar
não se envolver. Apenas
prestar atenção, analisar o que está sendo perguntado e o que está sendo dito
e, a partir disto, tirar suas próprias conclusões.
Há
que se manter uma certa distancia, para que, em um jogo de gato e rato, não seja
o ouvinte, a presa, a caça. Já que falei em caça, em tempos de eleição, o
candidato e o eleitor são, por analogia, respectivamente, caçador e caça. Pode-se
dizer que a caçada começou para valer. É preciso ter cuidado, para que aquele
que é caçado não seja capturado por algum embusteiro, ou seja, há que se ter
cuidado para que se vote em alguém que faça brilhar sob os céus do país a luz
da cidadania, da prosperidade, do desenvolvimento que englobe todas as áreas, da
harmonia e da paz, e se, hoje em dia, é difícil que corra leite e mel, pelo
menos que não falte pão nas mesas, paz nos corações e condições de vida dignas para
a população de um modo geral.
Abaixo,
compartilho com vocês, a entrevista com Dilma Rousseff, exibida pelo Jornal
Nacional.
***
Dilma
Rousseff é entrevistada no Jornal Nacional
A
candidata do PT à Presidência da República foi entrevistada ao vivo, no Palácio
do Alvorada, por William Bonner e Patrícia Poeta.
O
Jornal Nacional está retomando hoje a série de entrevistas com os candidatos à
Presidência da República, série esta que foi interrompida na semana passada
pelo acidente trágico que matou o candidato Eduardo Campos, do PSB, e mais seis
pessoas, em Santos.
Nós
vamos fazer hoje o que temos feito sempre, vamos abordar os temas polêmicos das
candidaturas e vamos confrontar a candidata com ações, com desempenho dela à
frente de um cargo público, como temos feito com todos os candidatos. Nas
próximas semanas, os candidatos estarão também no Bom Dia Brasil e no Jornal da
Globo.
O
sorteio que foi realizado com a supervisão de assessores dos partidos políticos
determinou que, depois de Aécio Neves e de Eduardo Campos, fosse a vez de a
candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, ser entrevistada. E é por isso que
estamos aqui em Brasília, no Palácio do Alvorada, porque é aqui que nós fazemos
as entrevistas com presidentes candidatos à reeleição.
William Bonner: Candidata, boa
noite.
Dilma Rousseff: Boa noite,
Bonner. Boa noite, Patrícia Poeta. Boa noite, telespectadores.
William Bonner: O tempo total
da entrevista é de 15 minutos, como foi o dos demais candidatos. E a gente
procura reservar um minuto e meio, um minuto no fim, para que o candidato possa
expor aqueles projetos que ele considera prioritários para o governo no caso de
ser eleito, ou no caso de ser reeleita, no caso de hoje. O tempo começa a
contar a partir de agora. Candidata, no seu governo houve uma série de
escândalos de corrupção e de desvios éticos. Houve escândalo de corrupção no
Ministério da Agricultura, houve escândalo de corrupção no Ministério das
Cidades, no Ministério dos Esportes, houve escândalo de corrupção no Ministério
da Saúde, no Ministério dos Transportes, houve escândalo de corrupção no
Ministério do Turismo, no Ministério do Trabalho. A Petrobras acabou se
tornando objeto de duas CPIs no Congresso. A senhora sempre diz que todos esses
escândalos foram revelados pela Polícia Federal e estão sendo investigados pela
Polícia Federal, que é um órgão do governo federal. A questão que eu lhe faço é
a seguinte: qual é a dificuldade de, desde o início, se cercar de pessoas
honestas, que lhe permitam formar uma equipe de governo honesta e que evite
esta situação que nós vimos de repetidos casos de corrupção? Não há uma
sensação, não pode haver uma sensação no ar de que o PT descuida da questão
ética ou da questão da corrupção?
Dilma Rousseff: Bonner, não
pode, não. Sabe por quê? Porque nós, justamente, fomos aquele governo que mais
estruturou os mecanismos de combate à corrupção, à irregularidade e maus
feitos. Por exemplo, a Polícia Federal, no meu governo e no do presidente Lula,
ganhou imensa autonomia. Para investigar, para descobrir, para prender. Além
disso, nós tivemos uma relação muito respeitosa com o Ministério Público.
Nenhum procurador-geral da República foi chamado, no meu governo ou no do
presidente Lula, de engavetador-geral da República. Por quê? Porque também
escolhemos, com absoluta isenção, os procuradores. Outra coisa: fomos nós que
criamos a Controladoria-Geral da União, que se transformou num órgão forte e
também que investigou e descobriu muitos casos. Terceiro, aliás, eu já estou no
quarto. Nós criamos a Lei de Acesso à Informação. Criamos, no governo, um
portal da transparência. Mas eu quero te dizer uma coisa: nem todas as
denúncias de escândalo, Bonner, resultaram em, realmente, a constatação que a
pessoa tinha de ser punida e seria condenada. Pelo contrário. Muitos daqueles
que foram identificados como tendo, pela mídia, como tendo praticado atos
indevidos, foram posteriormente inocentados. Eu quero te dizer o seguinte, eu
nunca...
William Bonner: Correto. Mas,
a candidata, eu deveria só dizer à senhora o seguinte: a senhora listou aqui
uma série de medidas que foram providenciadas depois de ocorridos os
escândalos.
Dilma Rousseff: Não. Isso tudo
foi antes.
William Bonner: Bom, entre as
medidas que a senhora providenciou depois dos escândalos esteve o afastamento
de alguns ministros. Em quatro casos, a senhora trocou um ministro por alguém
que era do mesmo partido dele e do mesmo grupo político dele. E que frequentava
o mesmo círculo. Essa situação, a senhora considera que não foi trocar seis por
meia dúzia? A senhora considera que foi uma atitude prudente, como presidente,
substituir nessas circunstâncias? Foi uma medida eficaz da sua parte,
candidata?
Dilma Rousseff: Eu,
continuando o que eu estava dizendo, Bonner, nem todos as pessoas denunciadas
foram punidas pelo Judiciário e tiveram comprovadamente culpa. Muitas pessoas,
inclusive, se afastaram porque é muito difícil resistir à pressão da família ou
à apresentação da pessoa como tendo praticado um crime.
William Bonner: Mas a senhora
manteve gente do mesmo grupo político nos casos.
Dilma Rousseff: Agora, na
segunda, respondendo a segunda pergunta, por exemplo, recentemente eu fui muito
criticada por ter substituído o César Borges pelo Paulo Sérgio. Ora, o Paulo
Sérgio foi meu ministro e foi ministro do presidente Lula. Quando saiu do
governo, ele ficou dentro do governo no cargo importante, que é da Empresa de
Planejamento Logístico. O Cesar Borges o substituiu. Posteriormente, eu troquei
o César Borges novamente aí pelo Paulo Sérgio. Fiz a troca ao contrário. O
César Borges também ficou dentro do governo, na Secretaria de Portos. Os dois
são pessoas que eu escolhi, nas quais eu confio, acho que são pessoas
bastante...
William Bonner: Mas não foi
exigência do partido, candidata?
Dilma Rousseff: Os partidos
podem fazer exigências. Agora, eu só aceito quando eu considero que ambos, e é
isso que eu queria concluir, ambos são pessoas íntegras, e não só íntegras, são
competentes, têm tradição na área. E são pessoas da minha confiança. Então, eu
troquei porque eu tinha confiança nessas pessoas.
William Bonner: Então, me
deixa agora perguntar à senhora. E em relação a seu partido? O seu partido teve
um grupo de elite de pessoas corruptas, comprovadamente corruptas, eu digo isso
porque foram julgadas, condenadas e mandadas para a prisão pela mais alta corte
do Judiciário brasileiro. Eram corruptos. E o seu partido tratou esses
condenados por corrupção como guerreiros, como vítimas, como pessoas que não
mereciam esse tratamento, vítimas de injustiça. A pergunta que eu lhe faço:
isso não é ser condescendente com a corrupção, candidata?
Dilma Rousseff: Eu vou te
falar uma coisa, Bonner, eu sou presidente da República. Eu não faço nenhuma
observação sobre julgamentos realizados pelo Supremo Tribunal, por um motivo
muito simples: sabe por que, Bonner? Porque a Constituição ela exige que o
presidente da República, como exige dos demais chefes de Poder, que nós
respeitemos e consideremos a importância da autonomia dos outros órgãos.
William Bonner: Então a
senhora condena a postura do PT nesse caso?
Dilma Rousseff: Eu não julgo
ações do Supremo. Eu tenho as minhas opiniões pessoais.
William Bonner: Mas e a ação
do seu partido, a senhora condena essa ação?
Dilma Rousseff: Enquanto eu
for presidente, eu não externo opinião a respeito de julgamento do Supremo. E
vou te dizer, Bonner, não é a primeira vez que eu respondo isso. Eu, durante o
processo inteiro, não manifestei nenhuma opinião sobre o julgamento. Até porque
respeito o julgamento.
William Bonner: Mas candidata,
a pergunta que eu lhe fiz foi sobre a postura do seu partido. Qual sua posição
a respeito da postura do seu partido?
Dilma Rousseff: Eu não vou
tomar nenhuma posição que me coloque em confronto, conflito, ou aceitando ou
não. Eu respeito a decisão da Suprema Corte brasileira. Isso não é uma questão
subjetiva. Para mim exercer o cargo de presidência, eu tenho de fazer isso.
Patrícia Poeta: Corrupção não
é o único problema. O seu governo diz que sempre investiu muito na área de saúde.
E essa continua sendo exatamente a maior preocupação dos brasileiros, segundo
uma pesquisa do Instituto Datafolha. Isso depois de 12 anos de governos do PT,
ou seja, mais de uma década, candidata. Não foi tempo suficiente para colocar
esses problemas nos trilhos, não?
Dilma Rousseff: Olha,
Patrícia, nós tivemos, e ainda temos muitos problemas a enfrentar e desafios a
enfrentar na Saúde. Eu acredito que nós enfrentamos um dos mais graves desafios
que há na Saúde. Porque na Saúde você precisa de ter médicos. Pode ter tudo, se
não tiver médicos, não tem atendimento à saúde. Também é possível a gente olhar
a população e ver nas pesquisas que ela reclama, sempre reclamou, da falta de
médicos. Nós tivemos uma atitude muito corajosa. O Brasil tem uma das menores
taxas de médicos por mil habitantes, 1,8. E isso levou a uma carência imensa de
médicos da atenção básica – são os postos de saúde. É sabido que 80% dos
problemas de saúde da população você consegue resolver na atenção básica. Então
qual foi a providência que nós tomamos, com muita resistência, mas muita
resistência? Nós, primeiro, chamamos médicos brasileiros para atender. O número? Precisávamos em torno de 14 mil
médicos. O número veio insuficiente, não tinha médicos suficientes formados no
Brasil com condições de atender. Depois, chamamos médicos, brasileiros ou não,
formados no interior individualmente. Na sequência, também não chegou a um
número suficiente. Na sequência, chamamos médicos cubanos, através da OPS, e aí
conseguimos chegar a 14.462 médicos, que, pelos dados da OMS, correspondem a
uma capacidade de atendimento de 50 milhões de brasileiros.
Patrícia Poeta: Deixa eu fazer
só um adendo aqui.
Dilma Rousseff: Cinquenta
milhões de brasileiros não tinham atendimento médico, hoje têm. Agora nós estamos
em uma segunda etapa.
Patrícia Poeta: Deixa eu só
fazer um adendo que eu acho que é importante para os nossos telespectadores.
Dilma Rousseff: Perfeitamente,
Patrícia.
Patrícia Poeta: A senhora
diria que, então, diante dos nossos telespectadores, que hoje enfrentam filas e
filas nos hospitais, muitas vezes são atendidos em macas, que muitas vezes não
conseguem fazer um exame de diagnóstico, que a situação da Saúde no nosso país
hoje é minimamente razoável, depois de 12 anos?
Dilma Rousseff: Não acho, não
acho, até porque, Patrícia, o Brasil precisa também de uma reforma federativa,
porque há responsabilidades federais, estaduais e municipais. Nós assumimos, no
caso dos Mais Médicos, o atendimento aos postos de saúde como uma
responsabilidade basicamente, nós assumimos como federal. Ela é uma
responsabilidade compartilhada. Mas assumimos como federal porque temos mais
recursos. Agora veja o resto do raciocínio, Patrícia.
William Bonner: Nós vamos
falar de economia.
Dilma Rousseff: Não. Vou falar
de economia, tenho o maior prazer, Bonner. Veja só qual é a sequência disso.
Agora nós consideramos que é muito importante duas coisas: primeiro, tratar das
especialidades; criar as condições para o Brasil dar atendimento de especialidades,
que são aquelas que nós sabemos – o ortopedista, o ginecologista, o
cardiologista –, com exames mais
rápidos. Assim como nós enfrentamos...
William Bonner: Candidata,
desculpe a senhora disse...
Dilma Rousseff: E resolvemos o
problema dos 14 milhões, aliás dos 50 milhões de brasileiros e dos 14 mil
médicos, hoje nós temos já condição de resolver isso, porque diminuímos a
pressão, porque todo mundo que não era atendido num posto de saúde ia para uma
UPA ou para um hospital.
William Bonner: Nós
entendemos. Entendemos. Vamos à economia.
Patrícia Poeta: É que a
colocação, candidata, era 12 anos, 12 anos de governos, três mandatos. Mas o
Bonner quer falar sobre economia.
William Bonner: Vamos falar de
economia porque é um tema importantíssimo.
Dilma Rousseff: Nestes três
mandatos, a gente teve, não vamos esquecer, teve o Samu, que atende 149 milhões
de brasileiros, e que não existia.
William Bonner: A senhora já
respondeu à Patrícia que não, não é minimamente razoável. A senhora disse
isso. Então, vamos em frente.
Dilma Rousseff: Eu acho que
nós temos que melhorar a saúde, não tenho dúvida disso. Nenhuma.
William Bonner: Vamos em
frente: economia. A inflação, neste momento, a inflação anual está no teto
daquela meta estabelecida pelo governo, está em 6,5%. A economia encolheu 1,2%
no segundo trimestre desse ano e tem uma projeção de crescimento baixíssima
para esse ano, menor do que 1%. O superávit do primeiro semestre desse ano foi
o pior dos últimos 14 anos. Quando a senhora é confrontada com estes números
ruins, a senhora diz que eles são produto, são resultado de uma crise
internacional, aliás, a senhora diz até que eles nem são tão ruins assim,
porque a senhora lembra o caso das demissões de milhões na Europa e o fato de o
Brasil ter hoje uma situação, praticamente, de pleno emprego. Aí quando os
analistas dizem que 2015, ano que vem, vai se um ano difícil, um ano de acertos
de casa, que é preciso arrumar a economia brasileira e portanto isso vai impor
algum sacrifício, vai ser um ano duro, a senhora diz que isso é pessimismo. E
aí eu lhe pergunto: a senhora considera justo ora, olhando para os números da
economia, ora culpar o pessimismo, ora culpar a crise internacional pelos
problemas? O seu governo não tem nenhum papel, nenhuma responsabilidade nos
resultados que estão aí?
Dilma Rousseff: Bonner,
primeiro, nós enfrentamos a crise, pela primeira vez no Brasil, não
desempregando, não arrochando os salários, não aumentando os tributos, pelo
contrário, diminuímos, reduzimos e desoneramos a folha. Reduzimos a incidência
de tributos sobre a cesta básica. Nós enfrentamos a crise, também, sem demitir.
Qual era o padrão anterior...
William Bonner: Mas o
resultado, no momento, é muito ruim, candidata.
Dilma Rousseff: Não, o
resultado no momento, veja bem...
William Bonner: Inflação alta,
indústrias com estoques elevados, ameaça de desemprego ali na frente.
Dilma Rousseff: Veja bem,
Bonner. Eu não sei, eu não sei da onde que estão seus dados, mas nós estamos...
William Bonner: Da indústria,
candidata.
Dilma Rousseff: Só um
pouquinho. Nós temos duas coisas acontecendo. Nós temos uma melhoria prevista
no segundo semestre. Vou te dizer por quê. Primeiro.
William Bonner: Isso não é ser
otimista em contrapartida ao pessimismo que a senhora critica?
Dilma Rousseff: Não. Não. Você
sabe, Bonner, tem uma coisa em economia que chama os índices antecedentes e os
índices que evidenciam como é que é a situação atual. O que que são os índices antecedentes, por
exemplo? A quantidade de papelão que é comprada, a quantidade de energia
elétrica consumida, a quantidade de carros que são vendidos. Todos esses
índices indicam uma recuperação no segundo semestre, vis-à-vis ao primeiro.
Além disso, a inflação, Bonner, cai desde abril, e agora, ela atinge, hoje, se
você não olhar pelo retrovisor e olhar pelo que está acontecendo hoje, ela
atinge 0%. Zero. O último dado do IPC-S que saiu, se não me engano hoje ou
ontem, chegou a 0,08%. O que eu estou dizendo, é o seguinte, o Brasil...
William Bonner: Candidata,
nosso tempo...
Patrícia Poeta: O tempo está
acabando, candidata.
Dilma Rousseff: Acabou?
William Bonner: É.
Dilma Rousseff: Desculpa.
William Bonner: É que nós
temos... Eu quero garantir a senhora o seu tempo de 1 minuto e meio.
Dilma Rousseff: O meu 1
minuto?
William Bonner: Exato.
Patrícia Poeta: Que agora já
diminuiu.
William Bonner: Os seus
projetos prioritários.
Dilma Rousseff: Eu só estou
querendo dizer que, pra mim, nós estamos superando a dificuldade de enfrentar
uma crise sem demitir, gerando emprego e renda.
William Bonner: Seus projetos
prioritários.
Dilma Rousseff: Olha, Bonner,
eu fui eleita para dar continuidade aos avanços do governo Lula. Ao mesmo tempo
nós preparamos o Brasil para um novo ciclo de crescimento. O Brasil moderno,
mais inclusivo, mais produtivo, mais competitivo. Nós criamos as condições para
o país dar um salto, colocando a educação no centro de tudo. E isso significa,
Bonner, que nós queremos continuar a ser um país de classe média. Cada vez
maior a participação da classe média, mais oportunidades para todos.
William Bonner: O tempo, 15
minutos e meio.
Patrícia Poeta: Para concluir
candidata, nosso tempo já esgotou.
Dilma Rousseff: Queria
concluir dizendo o seguinte: eu acredito no Brasil. Acho que, mais do que
nunca, todos nós precisamos acreditar no Brasil e diminuir o pessimismo. E...
Patrícia Poeta: OK, obrigada
candidata.
Dilma Rousseff: E peço o voto
dos telespectadores e...
William Bonner: E nós
agradecemos a compreensão. A compreensão por ter que interromper.
Dilma Rousseff: Peço o voto
para o Brasil continuar avançando. Também compreendo e suspendo a minha fala.
Patrícia Poeta: Nós temos que
encerrar.
Dilma Rousseff: Muito
obrigado.
William Bonner: Eu que
agradeço a sua presença no Jornal Nacional.
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