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Morre no Rio o ator José Wilker
Posted by Cottidianos
on
14:27
Sábado,
05 de abril
Depois
de Paulo Goulart, que morreu há pouco menos de um mês, foi a vez do ator José
Wilker sair de cena da vida. Wilker morreu na manhã deste sábado, no Rio de
Janeiro. Wilker, pela sua arte e pelo seu talento, deixará uma grande lacuna no
cinema, na televisão e no teatro brasileiros.
Abaixo,
compartilho com vocês texto publicado no portal Globo.com
***
Morre aos 66 anos o ator José Wilker
Conhecido por trabalhos como 'Roque Santeiro', ele sofreu
um infarto.
A última participação em novelas foi em 2013, em 'Amor à
vida'.
O
ator e diretor José Wilker morreu, aos 66 anos, na manhã deste sábado (5) no
Rio. Ele sofreu um infarto. Wilker ficou conhecido por trabalhos marcantes em
novelas como "Roque Santeiro", em que interpretou o
personagem-título, e "Senhora do destino", em que interpretou o
bicheiro Giovanni Improtta. No cinema, fez filmes como "Bye bye
Brasil" e "Dona Flor e seus dois maridos".
A
sua última participação em novelas foi em 2013, em "Amor à vida", de
Walcyr Carrasco, no papel do médico Herbert. Em 2012, ele foi o coronel Jesuíno
no remake de "Gabriela", baseada no livro "Gabriela Cravo e
Canela", de Jorge Amado. Na versão
original, exibida em 1975, havia feito Mundinho Falcão. Na TV Globo, participou
de quase 30 novelas.
Começo
José
Wilker de Almeida nasceu em Juazeiro do Norte no dia 20 de agosto de 1947 e se
mudou com a família, ainda criança, para o Recife. A mãe, Raimunda, era dona de
casa, e o pai, Severino, caixeiro viajante.
O
primeiro trabalho de Wilker foi com apenas 13 anos, como figurante no
teleteatro da TV Rádio Clube, do Recife. "Ficava por ali aguardando alguma
ponta", lembrou ele em depoimento ao site Memória Globo. A aparição
inicial foi como cobrador de jornal na peça "Um bonde chamado
desejo", de Tennessee Williams.
Sua
carreira no teatro começou no Movimento de Cultura Popular (MCP) do Partido
Comunista, onde dirigiu espetáculos pelo sertão e realizou documentários sobre
cultura popular.
Em
1967, Wilker se mudou para o Rio para estudar Sociologia na PUC, mas abandonou
o curso para se dedicar exclusivamente ao teatro.
Em
1970, após ganhar o prêmio Molière de Melhor Ator pela peça "O Arquiteto e
o imperador da Assíria", foi convidado pelo escritor Dias Gomes o para o
elenco de "Bandeira 2" (1971), sua primeira novela. Seu personagem
foi Zelito, um dos filhos do bicheiro Tucão (Paulo Gracindo).
"Eu
fazia teatro há dez anos, não tinha nada. Uma semana depois de estar no ar, eu
era um cara com uma conta no banco, identidade, residência fixa e
reconhecimento na rua. A resposta era muito imediata, intensa. Acabei
gostando", afirmou Wilker ao Memória Globo.
Ele
interpretou o seu primeiro papel principal na TV em 1975: foi Mundinho Falcão
em "Gabriela", adaptação de Walter George Durst do romance de Jorge
Amado, um marco na história da teledramaturgia brasileira.
Personagens
conhecidos
Wilker
tem em seu currículo personagens memoráveis, como o jovem Rodrigo, protagonista
da novela "Anjo Mau" (1976), de Cassiano Gabus Mendes.
Em
1985, viveu Roque Santeiro, personagem central da trama homônima escrita por
Dias Gomes e Aguinaldo Silva. Em 2004 interpretou o ex-bicheiro Giovanni
Improtta, de "Senhora do Destino", de Aguinaldo Silva, um personagem
com diversos bordões como “felomenal” e “o tempo ruge, e a Sapucaí é grande”.
O
artista dirigiu o humorístico "Sai de baixo" (1996) e as novelas
"Louco amor" (1983), de Gilberto Braga, e "Transas e
caretas" (1984), de Lauro César Muniz. Durante uma rápida passagem pela
extinta TV Manchete, acumulou direção e atuação em duas novelas:
"Carmem" (1987), de Gloria Perez, e "Corpo santo" (1987),
de José Louzeiro.
Apaixonado
pelo cinema, o ator participou de filmes como "Xica da Silva" (1976)
e "Bye bye Brasil" (1979), ambos de Cacá Diegues, "Dona Flor e
seus dois maridos" (1976) e "O homem da capa preta" (1985). Fez ainda o personagem Antônio Conselheiro em
"Guerra de Canudos" (1997), de Sérgio Rezende. Além disso, foi
diretor-presidente da Riofilme.
Wilker
também se destacou em minisséries como "Anos rebeldes" (1992), de
Gilberto Braga; "Agosto" (1993), adaptada da obra de Rubem Fonseca; e
"A muralha" (2000), escrita por Maria Adelaide Amaral e João Emanuel
Carneiro.
Em
2006, interpretou o presidente Juscelino Kubitschek na minissérie
"JK", de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira.
O
artista ainda escreveu textos para revistas e jornais e comentou a cerimônia do
Oscar durante vários anos.
José
Wilker deixa duas filhas. Mariana, com a atriz Renée de Vielmond, e Isabel, com
a atriz Mônica Torres.
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