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Educação: Uma luz que afasta as trevas da ignorância
Posted by Cottidianos
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01:11
Terça-feira,
29 de abril
Imagem: http://www.overmundo.com.br/banco/educacao-libertadora |
Ontem,
dia 28 de abril, foi o Dia Internacional da Educação. Essa data surgiu no
calendário quando, no ano 2000, em Dakar, no Senegal, foi realizado o Fórum
Mundial de educação. Na ocasião, representantes de 180 países assinaram um
documento, no qual se comprometiam a universalizar o acesso à educação até
2015. A data propõe uma reflexão, em todo o mundo, sobre o futuro e os desafios
a serem enfrentados e vencidos na área educacional. Infelizmente, em muitos
países a questão da educação não é tratada com o devido valor que ela merece. É
o caso do meu querido Brasil. Não desanimo, porém, pois sei que um dia eu hei
de ver a luz da educação brilhando intensamente sobre esse amado país,
irradiando esperança e desenvolvimento em toda a nação. Desejo esse que se
estende a todos os outros povos de outros países, nos quais a educação também é
relegada a segundo plano. Aqueles que já encontraram o caminho, meus parabéns.
Como
reflexão para esta data, escrevi o texto abaixo, o qual compartilho com vocês.
***
Pense
em uma caverna escura e perdida nas encostas de alguma montanha perdida nos recônditos
dos primórdios da humanidade. Um desespero imenso lhe invade a alma, ao
saber-se sozinho naquele ermo absoluto. Sua vontade é sair dali o mais rápido
possível. Você soube de pessoas que se acostumaram a viver desse modo,
perambulando pelas sombras, sem encontrar o caminho da liberdade. Mas não é
isto que você quer para si mesmo.
Mas
como se livrar dessa situação, se não consegue enxergar um palmo adiante do
nariz? Sua apreensão maior não é o fato de estar em uma caverna. Cavernas são
lugares como qualquer outro. Há pessoas que vivem em cavernas e são felizes. Sua
inquietação maior é saber que falta ali um elemento importante. Uma série de
indagações surgem em sua mente como um
turbilhão. Faltam-lhe respostas a todas elas.
Como
é o lugar em que se encontra no momento? É grande ou é pequeno? Há muitas
estalagmites e estalactites? Como é vizinhança? Haverá vizinhança? Se existe,
como são essas pessoas? Dóceis ou brutas?
Como
e de que forma, se pode encontrar o caminho se não há modos de se divisar um
caminho a seguir? Estaria condenado a viver eternamente sem que tenha tido a
ventura de conhecer, por um instante sequer, o mundo em sua real forma?
Milhões
de questionamentos lhe dominam os pensamentos e você que sente que falta algo,
um elemento fundamental que te ajude a encontrar a saída para que possa
apreciar horizontes mais amplos e espaços mais vastos.
Como
num passe de mágica, transporte-se agora para os dias modernos.
Você
está em seu quarto de dormir. Nele você acumulou um monte de coisas que só a
modernidade pode proporcionar. Notebook, tablets, smartphones. Há também bons
livros e revistas. Tudo isso está ao seu alcance, mas você não pode desfrutar
deles. Tal qual na caverna, uma escuridão impregna o ambiente e você não
consegue divisar um palmo a frente do nariz. Diferentemente de lá, aqui você
pode sentir os objetos pelo toque e distingui-los pela forma. Entretanto, os
eletrônicos não funcionam, falta-lhes uma fonte imprescindível. Você até
consegue pegar um livro nas mãos. Sabe que é um livro pelo seu formato característico,
mas não consegue distinguir se é um livro de economia ou de política, de
literatura ou de história. Quem será o autor? Em que ano foi escrito? Para quem foi escrito? Perguntas como estas
giram em sua órbita lhe deixando ainda mais angustiado. Você sabe que as coisas
estão todas ao seu redor, mas você não pode desfrutar e aproveitar dessas
ferramentas.
Você
sente que é preciso fazer algo urgente para sair dessa incomoda situação. Entretanto
falta-lhe um instrumento fundamental que te liberta dessa situação opressora.
Ora,
todos nos sabemos o que falta, tanto na caverna primitiva quanto no quarto
moderno. Falta-lhes a maravilhosa e abençoada luz.
Nenhum
homem, em nenhum lugar do planeta pode quebrar as amarras da ignorância e
encontrar a saída libertadora se não brilhar sobre ele a luz da educação. Essa luz
funciona como um mágico poder que abre os olhos aos cegos e dá libertação aos
cativos.
Quantas
nações já não alcançaram a plenitude e o esplendor do desenvolvimento econômico
e social apenas acendendo sobre seu povo as luzes da educação? Não falo de uma
educação mecanicista, que transforme os homens em robôs e máquinas subservientes,
falo de uma educação verdadeiramente libertadora que torne os homens e mulheres
agentes de seu próprio desenvolvimento.
De
modo contrário, quantas nações já não sucumbiram ao fracasso e à derrota por
não terem dado o devido valor a essa arma revolucionária, chamada educação. Com
isso, relegando seu povo a viver na opressão e na angústia de buscar uma saída
e não haver saídas possíveis. Quantos irmãos em humanidade não sabem o que é a
felicidade de pegarem um livro nas mãos e decifrar os seus códigos linguísticos?
Devemos
ter fome de educação, assim como temos fome de pão. Devemos ter sede de conhecimento
como um peregrino no deserto anseia por água.
Porém,
o conhecimento buscado e apreendido não deve servir para ser amealhado em
celeiros, nem guardado a sete chaves, em cofres difíceis de abrir. Conhecimento
posto dessa forma é como luz que acende e se coloca debaixo da mesa. E para que
serve uma luz acesa e posta debaixo da mesa? A quem iluminará?
Educação
para ser boa de verdade, tem de ser compartilhada com os irmãos de caminhada. Tem
que provocar o indivíduo, questioná-lo, não pode deixá-lo indiferente à beira
da estrada da vida. Educação de verdade
tem que libertar, tornar o homem agente de sua própria história.
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