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Brasileiro preso por ameaçar voo nos Estados Unidos, é libertado após cumprir pena, e retorna ao Brasil
Posted by Cottidianos
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13:11
Sábado, 21 de fevereiro
Conhecem
o ditado popular que diz: Com coisa séria não se brinca? Francisco Fernando
Cruz, natural de Sorocaba, interior do estado de São Paulo, brincou. Pagou um
preço justo pela “brincadeira” e, com certeza, deve ter aprendido a lição. O
jovem ameaçou a segurança do voo da TAM linhas aéreas, enviando e-mails
ameaçadores à companhia aérea. Um desses e-mails dizia: “Voo não deve decolar.
Alvejado. Ele vai cair. Retaliação”. O jovem causou uma tremenda confusão e foi
preso pela polícia americana. Falei desse assunto na postagem, Brasileiro ameaça segurança de voo e é preso no aeroporto de Miami. Libertado dia 18 deste
mês, o jovem chegou ao Brasil na
quinta-feira (19). Após ter passado por um grande susto e também por maus
bocados, chega a ser engraçado o momento em que o jovem conta a imprensa sobre
o momento da prisão. Ele conta que quando viu todos aqueles agentes da CIA e do
FBI, dentro do avião, logo pensou que eles estavam à procura de alguém muito
perigoso, que na verdade, era ele mesmo.
Abaixo
compartilho matéria publicada no site globo.com, falando a respeito do assunto.
***
'Não
sabia que era crime', diz jovem preso por ameaça de bomba nos EUA
Jovem de Sorocaba (SP) desembarcou no
Brasil após ficar um ano detido.
Segundo ele, trote para o FBI foi um
'desafio' proposto por amigos.
O
brasileiro que ficou mais de um ano preso nos Estados Unidos por ter enviado um
e-mail às autoridades americanas dizendo que havia uma bomba em um avião disse
ao G1 que mandou a mensagem porque não conhecia as leis do país. "Não
sabia que era crime. Se soubesse, jamais teria enviado", afirma Francisco
Fernando Cruz, que voltou para casa, em Sorocaba (SP), nesta quinta-feira (19).
Eu
estava sentado na minha poltrona quando vi uns dez agentes do FBI, da CIA e da
polícia de Miami entrando no avião. Na hora, pensei: 'nossa, deve ter alguém
muito perigoso aqui dentro'. E no fim, era eu"
Segundo
ele, um grupo de amigos que ele conheceu na internet fez com que ele lançasse
um "trote" como desafio. "A gente sempre se desafiava e tinha
que provar que realmente tinha cumprido a missão. Eu esperava que o FBI
respondesse meu e-mail com algo como: 'precisamos de mais informações sobre
isso', porque a intenção era chamar a atenção deles. Mas ninguém respondeu
nada, já foram direto para a investigação", justifica o estudante.
Francisco
foi preso no aeroporto de Miami no dia 9 de janeiro de 2014, dentro do avião
que o traria de volta ao Brasil depois de passar um ano e meio estudando e
trabalhando em Nova York. Ele lembra que foi um susto ser abordado por uma
equipe tão grande. "Eu estava sentado na minha poltrona quando vi uns dez
agentes do FBI, da CIA e da polícia de Miami entrando no avião. Na hora, pensei:
'nossa, deve ter alguém muito perigoso aqui dentro'. E no fim, era eu",
relata.
Da
aeronave, o estudante foi escoltado até uma sala do aeroporto, onde foi
interrogado e confessou que tudo não passava de uma brincadeira. "Eles
orientam todo mundo a avisar quando achar que tem alguma coisa suspeita. Se eu
dissesse que tive um mau pressentimento, não teria acontecido nada comigo, mas,
como falei dando certeza do que ia acontecer, acabei sendo preso", conta
Francisco.
Nos
meses seguintes, ele passou por penitenciárias de três estados americanos e
dividiu cela com até 60 presos estrangeiros. Devido ao bom comportamento, a
pena de um ano e um dia foi reduzida, e Francisco deveria ter sido libertado no
dia 23 de novembro de 2014. No entanto, a burocracia do processo de deportação
atrasou a volta do brasileiro ao país de origem, e ele acabou saindo de
Atlanta, na Geórgia, apenas na última quarta-feira (18).
Da
experiência, o estudante diz que ficou o aprendizado. "Você aprende a não
confiar muito nas pessoas. Eu tinha vários amigos nos Estados Unidos que
sumiram quando eu fui preso. Ninguém quis tentar ajudar, todo mundo dizia que
não queria se envolver. Nessas horas, a gente aprende quem realmente está do
nosso lado", declara Francisco.
Viagem e reecontro
Depois
de deixar a última penitenciária, na Geórgia, o brasileiro foi acompanhado por
dois oficiais de imigração até o aeroporto de Atlanta, e só teve as algemas dos
pés e das mãos retiradas na sala de embarque. Ainda assim, os agentes viajaram
com ele até o Brasil, um de cada lado da poltrona onde ele estava. "Se eu
ia ao banheiro, um deles ia comigo. Me senti um pouco humilhado. Não tinha
necessidade de tudo isso", conta o estudante, que só foi totalmente
libertado após passar pela Polícia Federal no aeroporto do Galeão, no Rio de
Janeiro.
Do
lado de fora do portão de desembarque, a mãe, Cláudia Cruz, o esperava de
braços abertos. Sobre o reencontro, Francisco resume: "Foi perfeito".
Depois do longo abraço que se seguiu, Cláudia não desgrudou mais do filho.
"Agora, estou feliz de verdade", diz, com um sorriso no rosto. Após o
desembarque no Rio de Janeiro, mãe e filho pegaram outro voo para o aeroporto
de Viracopos, em Campinas (SP), onde chegaram pouco depois das 19h30 desta
quinta-feira (19). Em seguida, os dois seguiram de ônibus para Sorocaba, onde a
família mora.
Ele
já pagou tudo o que tinha que pagar. Ele não matou, não roubou e não fez mal a
ninguém, só a ele mesmo"
Questionada
se perdoa a atitude do filho, Cláudia não hesita : "E que mãe não perdoa o
próprio filho? Ele já pagou tudo o que tinha que pagar. Ele não matou, não
roubou e não fez mal a ninguém, só a ele mesmo", afirma a cabeleireira.
Planos para o futuro
Francisco
não vai poder entrar nos Estados Unidos por dez anos, mas diz que não pensa em
voltar para lá, mesmo que conseguisse o visto. "Não tenho mais vontade
nenhuma. Agora, vou voltar a estudar e concluir minha faculdade aqui",
afirma o estudante de marketing.
Recém
chegado, ele ainda não encontrou os amigos, mas diz que isso deve acontecer em
breve. "Primeiro, quero matar a saudade da minha família. Já entrei em
contato com alguns amigos, mas ainda não combinamos nada. Vou falar com eles
esses dias para ver se a gente faz uma festa", encerra.
Entenda o caso
O
sorocabano foi preso no dia 9 de janeiro em Miami, nos Estados Unidos. A
polícia americana publicou a queixa em seu site informando que Francisco, que
morava nos EUA havia dois anos, tinha enviado no dia 8 um e-mail ao
Departamento de Polícia de Miami (MDPD) e à TAM Linhas Aéreas alertando sobre a
existência de uma bomba em um avião da empresa.
A mensagem informava: "Flight must not take off.
Targeted. It will go down. Retaliation. Cargo is dangerous. Be
advised" (Voo não deve decolar. Marcado. Vai cair. Retaliação. Carga é
perigosa. Estejam avisados). Segundo a polícia americana, o Departamento de
Polícia de Miami rastreou a origem da mensagem e concluiu que ela foi enviada
de um computador na Montclair State University, na cidade de Montclair, estado
de Nova Jersey.
A
polícia teve acesso às imagens que mostram o terminal de computador usado para
enviar a mensagem. "A segurança pública de quem viaja é fundamental, e
quaisquer ameaças feitas para perturbá-la serão investigadas sem
impunidade", declarou JD Patterson, diretor do MDPD.
Na
época, a assessoria da TAM Linhas Aéreas afirmou que foi notificada pelas
autoridades do EUA sobre a suposta presença de bombas a bordo de uma de suas
aeronaves.
"Para
garantir a segurança dos clientes e da tripulação, a companhia, como já fez em
outras circunstâncias de alarme falso, reforçou a inspeção de todas as cargas
despachadas, assim como aos passageiros", diz a nota.
Ainda
segundo a TAM, após investigações, foi confirmada que a ameaça era falsa.
"Nenhum risco foi detectado à segurança do voo JJ8043. A aeronave decolou
normalmente, no horário previsto", completa a nota.
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