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Petrobrás sofre mais um duro golpe ao perder grau de investimento
Posted by Cottidianos
on
01:17
Quarta-feira,
25 de fevereiro
Se
o setor petrolífero brasileiro fosse o palco de algum dos confrontos do UFC, a
gigante Petrobrás estaria sendo nocauteada. Esse nocaute não estaria sendo
realizado por nenhum gigante rival, mas pelos nanicos, pelos “ratos”
que a administraram. Os “ratos” roeram os cofres do capital da companhia, e
depois os saquearam, colocando em risco a integridade e o desenvolvimento da
empresa.
No
dia de ontem, a estatal brasileira sofreu mais um duro golpe ao ver a Moody's —
agência de classificação de risco — rebaixar suas notas em dois degraus de
investimento ao nível especulativo. Isso significa que investimentos na
Petrobrás passam a não são seguras por parte de investidores.
As
agências de classificação dividem o mundo em dois grandes grupos: os de grau de investimento e os de grau
especulativo. Ao provarem que são bons pagadores, os países, ou empresas,
ganham uma espécie de selo de qualidade perante os mercados, denominado grau de
investimento. Esse selo especial indica que o risco de calote ao investir
naquele país é muito baixo. Quanto mais o país, ou empresa, honra seus
compromissos, mais selos recebe, tornando-se aos olhos dos investidores, verdadeiros
portos-seguros para investimentos. No outro grupo as agências colocam os países,
ou empresas, que nos quais não é bom confiar muito, pois eles não bons
pagadores, e o risco de calote ao se investir neles é grande. Pois é nesse
segundo grupo que a Petrobrás foi parar. Isso é mal, muito mal para os negócios
da companhia, que enfrenta uma das crises mais graves de sua história, e por
tabela, para a economia brasileira que anda “mal das pernas”.
Abaixo,
compartilho, texto publicado pelo site do Jornal El País/Brasil, falando a
respeito do assunto.
***
Lula
faz ato pró-Petrobras no dia em que estatal perde grau de investimento
TALITA
BEDINELLI / AGENCIAS São Paulo
Não
foi uma coincidência feliz. No dia escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva para iniciar atos públicos em defesa do Governo petista e do
legado do partido na Petrobras, a principal empresa brasileira recebeu mais um
golpe relacionado ao esquema de corrupção que desviou bilhões, revelado pela
Operação Lava Jato.
A
agência de classificação de risco Moody's rebaixou as notas da estatal em dois
degraus, de investimento ao nível especulativo. Ou seja, aplicações na
companhia, que vive uma das maiores crises de sua história, não são mais
recomendadas como seguras aos investidores. A Moody's citou as dificuldades da
Petrobras em divulgar o balanço do terceiro trimestre de 2014, auditado
conforme a lei e já com as baixas causadas pelo esquema de desvios
contabilizadas, como um dos motivos.
Enquanto
o mercado americano reagia à notícia da Moodys, com queda nas ações da
Petrobras, no Rio, o ex-presidente Lula lembrava o momento, que parece
distante, em que a companhia realizava sem melindres "a maior
capitalização da história" para um ambicioso plano de investimentos, agora
congelado.
"O
objetivo é penalizar a Petrobras e criminalizar a política", disse o
petista, criticando a cobertura da imprensa brasileira às investigações da
Polícia Federal, que obrigaram o governo Dilma Rousseff a trocar toda a
diretoria da empresa no começo deste mês.
O
evento foi organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), que lançou um
manifesto no ato, do qual participaram artistas, intelectuais e representantes
de diversos movimentos sociais. O objetivo declarado era alertar a população
sobre a "ofensiva" para desvalorizar a Petrobras por meio de vazamento
de informações "direcionadas" contra o PT cuja meta final, pregavam
os participantes, é a privatização da estatal.
"Estou
percebendo que eles estão fazendo hoje o que fizeram a vida inteira. A ideia
básica é criminalizar antes de ser julgado, criminalizar antes pela imprensa.
Se eu conto uma inverdade muitas vezes, ela vira verdade no inconsciente de
milhares de pessoas", disse Lula, com desenvoltura habitual, na semana em
que se espera que o Ministério Público Federal entregue à corte máxima do país
os nomes dos políticos envolvidos no escândalo. "Ao invés de ficar
reclamando, vamos defender o que é nosso, a Petrobras, que isso é defender a
democracia", seguiu.
Em
seu discurso, Lula defendeu ainda o ressurgimento da indústria naval brasileira
nos governos petistas, alavancada pela Petrobras e pelas políticas industriais
do governo. O setor é, no entanto, um dos afetados em cheio pelo escândalo da
Lava Jato. Em meio às denúncias, que afetam as principais construtoras do país,
a petroleira tem deixado de pagar fornecedores. No último domingo, o Estaleiro
Atlântico Sul, das construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, rompeu um
contrato de 6 bilhões de dólares para a construção de sondas do pré-sal que era
gerenciado pela Sete Brasil. O argumento da empresa é que não recebe pagamentos
desde novembro.
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