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O Brasil: o país do otimismo!
Posted by Cottidianos
on
12:29
Domingo, 12 de fevereiro
Segundo o ranking de competitividade,
elaborado desde 1997, pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil perdeu seis
posições no ranking das economias mais competitivas do mundo. O país caiu para a
81a colocação. A pesquisa
divulgada em setembro do ano passado é indicadora de declínio econômico e perda
de produtividade no país.
Em outra pesquisa divulgada em dezembro
do ano passado, relacionada à área da educação, na qual ficamos sabendo dos
resultados relativos ao desempenho do Brasil no Programa de Avaliação de
Estudantes (PISA): o PISA mostrou que tivemos uma queda de pontuação em três
áreas fundamentais da educação: ciências, leitura, e matemática. O país ficou
na 66a posição em matemática, na 63a posição em ciências,
e na 59a posição em leitura. A prova foi feita em 70 países.
Se nos debruçarmos em outras pesquisas
relacionadas a diversas áreas, veremos que também nelas estamos sendo
ultrapassados. É como numa corrida de Fórmula 1, por exemplo: estamos sendo
ultrapassados por carros mais velozes e com motores mais potentes.
É hora, portanto, de trocar os mecânicos
da equipe, se não quisermos perder a corrida.
Mais em uma coisa ainda somos otimistas.
No quesito otimismo ainda somos campões. Se nem nessa questão somos os
primeiros, pelos menos nos consola estarmos nas primeiras posições. Essa
afirmação é baseada em pesquisa desenvolvida pelo Barômetro Global de Otimismo,
feita pelo Ibope de Inteligência, em parceria com a Worldwide Independent
Network of Market Research (WIN). Segundo a pesquisa, para 68% da população
brasileira, o ano de 2017 será melhor do que 2016.
É a dita coisa: no fundo do poço, mas
otimista. Salve os brasileiros!
Estaríamos bem mais otimistas, é
verdade, se ocupássemos, pelo menos a quinta posição nos rankings de educação,
saúde, e segurança. Estaríamos bem mais otimistas se fossemos campeões em
moralidade e ética. Estaríamos mais felizes e esperançosos se nossa economia
estivesse a todo vapor.
Abaixo, este blog compartilha artigo
publicado pelo jornalista Luiz Ruffato, colunista do jornal El País Brasil,
publicado, em 08 de fevereiro do corrente ano.
No texto Ruffato, apresenta essa
pesquisa desenvolvida pelo Barômetro Global de Otimismo. O interessante é que o
jornalista, antes de apresentar a pesquisa, elenca uma serie de argumentos para
situações pela quais atravessa o país, e que contradizem a referida pesquisa,
quais sejam;
·
Estagnação
da economia é sinônimo de desemprego;
·
Aumento
do desemprego gera pobreza;
·
Pobreza
extrema redunda em violência;
·
Violência
provoca prejuízos econômicos.
Ao apresentar o resultado da pesquisa
apenas no último parágrafo do texto, terá o jornalista usado de ironia? Bem, não há como responder a essa
pergunta de modo seguro, uma vez que não se pode entrar na mente dele e ver as
conclusões corretas. Cabe, portanto, ao leitor, leitora, tirar suas próprias
conclusões.
***
Uma família carioca aproveitando um piscinão no Rio de Janeiro. NACHO DOCE REUTERS |
Alegria, alegria
Maioria
da população brasileira acredita que 2017 será melhor do que 2016, o que nos
coloca como a quinta nação mais otimista do mundo
LUIZ RUFFATO
O relatório Situação Econômica Mundial e
Perspectivas 2017, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), prevê um
aumento pífio de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, após dois anos
de recessão profunda – crescimento negativo de 3,8% em 2015 e de 3,2% no ano
passado. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima um número ainda menor:
0,2% de expansão da produção de riquezas, que é quase dizer estagnação da
economia.
Estagnação da economia é sinônimo de
desemprego. Conforme dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o
país deve chegar ao final de 2017 com uma taxa de desocupação de 12,4% do total
da população com idade para trabalhar – ou seja, com 14 anos ou mais -, o que
significa algo em torno de 13,4 milhões de pessoas. De cada três novos
desempregados no mundo, um será brasileiro em 2017. O próprio Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatísticas (IBGE), entretanto, admite que esses dados não
condizem com a realidade, pois deixam de computar todos aqueles que desistiram
de procurar colocação.
Aumento do desemprego gera pobreza.
Pesquisa do IBGE, divulgada no fim do ano passado, mostra que a quantidade de
famílias com rendimento per capita mensal inferior a 25% do salário mínimo
(algo em torno de 75 dólares) saltou de 8% do total da população em 2014 para
9,2% em 2015, o primeiro aumento desde 2009. Esse resultado só não foi pior por
conta dos programas de transferência de renda, que, em 2016, sofreram uma série
de restrições patrocinadas pelo presidente não eleito, Michel Temer, o que pode
ter agravado ainda mais o quadro de pobreza extrema do país.
Pobreza extrema redunda em violência. O
Atlas da Violência 2016, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Econômicas
Aplicadas (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta o Brasil em
primeiro lugar no ranking mundial de homicídios, em números absolutos: quase 60
mil assassinatos, 29 a cada 100 mil habitantes, uma taxa considerada epidêmica
pela ONU. A maioria das vítimas é formada por homens (90%), jovens entre 15 e
29 anos (54%) e negros (77%). Dados levantados pela instituição mexicana
Segurança, Justiça e Paz, mostram que, entre as 50 cidades mais violentas do
mundo, 21 são brasileiras – desde capitais como Fortaleza (CE) até cidades do
interior, como Feira de Santana (BA) ou Campina Grande (PB).
Violência provoca prejuízos econômicos.
Segundo o IPEA, o alto número de homicídios de jovens impede a geração de
receitas equivalentes a 2,5% do PIB, que é quanto esses indivíduos estariam
produzindo, consumindo e contribuindo com a arrecadação de tributos, caso
alcançassem os 75 anos, expectativa de vida média nacional. Outro cálculo
sugere que as perdas com gastos hospitalares, danos materiais e produtividade
das vítimas de violência e de acidentes de trânsito (cerca de 45 mil mortes por
ano, o que coloca o Brasil em quarto lugar no ranking mundial) são de 5% a 10%
do PIB, algo como o total das riquezas produzidas por países como o Chile ou a
Finlândia. Já o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) avalia em 3,14%
do PIB os prejuízos provocados por gastos com segurança privada e perdas de
vidas.
Mas nada disso abala os habitantes de
Pindorama, o país do carnaval, das mulheres bonitas (quinta maior taxa de
feminicídio do mundo, segundo a ONU) e das praias belíssimas (segundo
levantamento do jornal Folha de S. Paulo, três em cada dez são impróprias para
o banho). Pesquisa do Barômetro Global de Otimismo, feita pelo Ibope
Inteligência, em parceria com a Worldwide Independent Network of Market
Research (WIN), mostra que 68% da população brasileira acredita que 2017 será
melhor do que 2016, o que nos coloca como a quinta nação mais otimista do
mundo, atrás apenas de Bangladesh, Gana, Costa do Marfim e Fiji. O estudo
aponta ainda que 70% dos brasileiros afirmam que estão felizes, 18% dizem que
não estão felizes e nem infelizes e 11% declaram que estão infelizes.
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