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... E o Maracanã virou Sapucaí
Posted by Cottidianos
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23:53
Domingo,
21 de agosto
“Cidade maravilhosa
Cheia
de encantos mil
Cidade
maravilhosa
Coração
do meu Brasil
Cidade
maravilhosa
Cheia
de encantos mil
Cidade
maravilhosa
Coração
do meu Brasil
Berço
do samba e das lindas canções
Que
vivem n'alma da gente
És
o altar dos nossos corações
Que
cantam alegremente”
(Cidade Maravilhosa – André Filho)
É ainda
sob o efeito da emoção que me sento para escrever esse texto.
Como
havia falado pra vocês quando da festa de cerimônia de abertura dos Jogos
Olímpicos de 2016, na Cidade Maravilhosa, não pude assistir ao evento, dele
assistindo apenas uma pequena parte mais ao final.
Mas
hoje, pude assistir, na integra, a cerimônia de encerramento. Confesso a vocês
que não tinha grandes expectativas em relação a ela. Geralmente, os
encerramentos são um pouco mais mornos do que as aberturas. Porém, fui
totalmente pego de surpresa. Se a festa de abertura foi surpreendentemente D-E-S-L-U-M-B-R-A-N-T-E,
a festa de encerramento das Olimpíadas de 2016 foi espetacularmente A-P-O-T-E-Ó-T-I-C-A.
Sem
dúvida alguma, as cerimônias de abertura e de encerramento destas Olimpíadas,
não foram as mais ricas, ou as mais luxuosas, porém, também sem dúvida alguma se
pode afirmar delas que foram as mais emocionantes. O Rio mostrou que, para se fazer uma boa festa
não se precisa muito dinheiro, mas, com certeza, precisa-se de muita emoção e
de muito calor humano.
Após
muitas controvérsias, desconfianças e pressões, acerca da realização dos Jogos
Olímpicos em um país em crise, e em uma cidade violenta, o Rio não aguentou... E
explodiu. Após uma pressão nacional e internacional, o Rio explodiu em alegria,
em festa, em cores, em acolhida aos atletas estrangeiros.
Foram
dezessete dias de glória que deixarão saudades, nos brasileiros que vivem no
Rio de Janeiro, e também nos que habitam os demais Estados brasileiros, mas que
tiveram oportunidade de acompanhar, pelas redes de televisão, as provas
realizadas, a emoção das medalhas ganhas, e a tristeza das medalhas perdidas. É
o jogo, a competição: Um ganha, outro perde. Prata, ouro, bronze. Com ou sem
medalha, todo atleta tem o seu valor. Eles são heróis quando, através de horas
e horas e exaustivos treinos, levam seus corpos ao limite para torná-los
perfeitos em seus movimentos. Eles são
heróis quando vencem as adversidades da vida e se tornam campeões.
E quantos
desses heróis nos deram a honra da visita. Os estrangeiros, os mitos: Michael
Phelps, Usain Bolt, e uma menina que caminha nessa direção Simone Biles. E os
brasileiros, Diego Hipolito, Arthur Nory, aqui da cidade de Campinas, Rafaela
Silva, Isaquias Queiroz, os meninos do Futebol, que finalmente desencantaram e
ganharam uma medalha olímpica de ouro, os meninos do Vôlei, também medalhas de
ouro, enfim, uma legião de vencedores estrangeiros e brasileiros, cujas
carreiras não feitas apenas de glórias, mas também de derrotas, tristezas,
frustrações, mas acima de tudo, de superação.
Antes
de voltar à cerimônia de abertura, gostaria de fazer um adendo em relação ao
título deste artigo. Na verdade, tomei-o emprestado de uma frase do apresentador
esportivo, Galvão Bueno, dizia nas transmissões da festa de hoje à noite: O Maracanã virou Sapucaí, e o mundo todo sambou.
E
foi exatamente isso que aconteceu.
Após
um desfile no palco do Maracanã das riquezas culturais de nossa nação, tudo
acabou como sempre acaba no Rio, em Carnaval. E o ritmo, seja das marchinhas de
carnaval, seja dos sambas enredo, contagiam até mesmo que não gosta de samba —
e coisa difícil é encontrar quem não goste de samba.
Olhando
nas faces dos atletas brasileiros, e também dos estrangeiros, não consegui
perceber sinais de contrariedade ou de tédio, muito pelo contrário, no pescoço
de muitos deles havia o brilho da prata e do ouro, e nos olhos, o brilho da
alegria.
Chovia,
no Rio, na noite hoje, mas a chuva não atrapalhou a festa, muito pelo
contrário, lavou a alma do carioca e do povo brasileiro.
Em
um momento conturbado quem atravessa o nosso país, a Olimpíada serviu para nos
dar uma injeção de animo. Para os atletas, a festa não acabou, começa agora a
preparação para Tóquio. Para o mundo do esporte a festa não terminou, começam
agora os jogos Paraolímpicos, de 7 a 18 de setembro.
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