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É hora de apertar os cintos
Posted by Cottidianos
on
00:24
Quarta-feira,
10 de dezembro
O
Brasil, com uma economia estagnada está mais para uma locomotiva parada no meio
dos trilhos, do que para uma máquina possante que desbrava horizontes
renovadores.
Os economistas preveem um cenário não menos animador para 2015. “Com
a próxima eleição presidencial a anos de distancia, a hora é boa para dar as
más notícias”, afirma Armando Castelar Pinheiro, coordenador de Economia
Aplicada do Ibre/FGV e professor do IE/UFRJ, em artigo publicado no Valor Econômico
Como
diz o ditado popular: “Para bom entendedor, meia palavra basta”. Então é hora de
ser bom entendedor e ouvir atentos ao que dizem os gurus da economia.
Abaixo,
compartilho matéria publicada no site Agência Brasil.
***
Economistas
preveem inflação alta e crescimento baixo para 2015
Mariana
Branco - Repórter da Agência Brasil
O
ano de 2015 será de inflação ainda alta e crescimento baixo, estimam
economistas ouvidos hoje (4) pela Agência Brasil. Eles ressaltam que o novo
ciclo de alta de juros adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do
Banco Central (BC) demorará de seis a nove meses para ter impacto sobre os
preços. Já a atividade econômica tende a arrefecer com o aperto monetário.
Ontem (3), o Copom elevou em 0,5 ponto percentual a Selic, taxa básica de
juros, que chegou a 11,75% ao ano.
Para
os economistas, um cenário mais positivo só começará a se desenhar em 2016. O
aperto fiscal sinalizado pelo futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que
substituirá Guido Mantega no próximo ano, também contribuirá para a economia
menos aquecida. Apesar das perspectivas, os analistas consideram os ajustes
acertados e preveem novas altas da Selic até o primeiro trimestre do ano que
vem.
“Podemos
dizer que é como dar um antibiótico para a pessoa que está com uma infecção, no
caso, a inflação. É uma medida extrema, em um momento em que a pessoa está
bastante afetada pela doença. A ideia é que é um mal necessário”, assinala o
economista Gilberto Braga, professor de Finanças do Ibmec. Braga explica porque
uma medida como a elevação na Selic demora a ter o efeito esperado, de
desaquecimento da economia e consequente redução na inflação.
“Quem
já contratou um empréstimo, por exemplo, não recontratará para pagar mais caro.
A alta afeta só as novas operações”, salienta. Ele aposta em aumentos até que a
Selic esteja um ponto percentual acima do patamar atual, mas não descarta que a
taxa chegar a 13%. “Vai depender da calibragem dos aumentos. A equipe econômica
tem passado a impressão de jogo duro”, diz o professor.
A
economista Alessandra Ribeiro, da Consultoria Tendências, faz previsão
diferente, de novos aumentos mais suaves para a taxa básica. Segundo ela, a
consultoria está redefinindo a curva de juros, após o anúncio de ontem e aposta
em altas da Selic de 0,25 ponto percentual, cada, nas reuniões do Copom em
janeiro e março. O motivo é que, na nota divulgada depois da decisão sobre a
nova Selic, o BC informou que o esforço da política monetária “tende a ser
implementado com parcimônia”.
Alessandra
destaca que, além da demora natural para o ajuste nos juros ser sentido na
economia real, em 2015, a inflação deve continuar pressionando, em função dos
preços administrados, que ficaram represados por muito tempo este ano. “Há uma
conta a pagar de energia elétrica, gasolina e transporte público. Por isso, a
inflação fica muito próxima do teto da meta ainda no ano que vem”, afirma
Alessandra, destacando que a projeção da consultoria é fechamento em 6,4%.
Quanto
ao crescimento, a previsão de Alessandra é que o cenário será ligeiramente
melhor que o deste ano, prejudicado pela Copa do Mundo e pelas eleições de
outubro. “Nossa projeção de crescimento é 0,9% no ano que vem, que é muito
baixa. Para este ano, é zero mesmo. Para 2016, 1,6%”, adianta a economista.
Concluído no fim de novembro, o mais recente boletim Focus, pesquisa semanal do
BC nas instituições financeiras, prevê inflação de 6,49% e crescimento de 0,77%
para 2015. Para 2014, a estimativa é que o país cresça 0,2% e a inflação feche
em 6,43%.
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