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O futebol brasileiro se despede de Bellini, um dos seus ícones

Posted by Cottidianos on 19:13
Sexta-feira, 21 de março

Imagem: http://textosdetherezapires.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html

Nesta quinta-feira (20), o Estádio do Maracanã, ostentou sua melhor iluminação em verde e amarelo. Estava simplesmente maravilhoso! Não, não era o final de uma grande partida. Era, sim, a despedida final que o mais famoso templo do futebol brasileiro, prestava a um de seus grandes atletas.

Imagem: http://www.leiaja.com/esportes/2014/03/20/morre-bellini-capitao-do-1o-titulo-mundial-do-brasil/

No ano em que a Copa do Mundo será disputada no Brasil, Hilderaldo Luís Bellini - ex-zagueiro e capitão da seleção brasileira que conquistou a Copa do Mundo de 1958, na Suécia - resolveu assistir os jogos da Copa, bem acomodado no andar de cima. Bellini morreu na quinta-feira (20), em São Paulo, aos 83 anos. O craque, há dez anos, foi acometido pelo mal de   Alzheimer e, desde então, seu tempo foi divido entre a casa e as consatantes visitas ao hospital. Aliado a isso, também passou a sofrer problemas cardíacos. Foi internado essa semana devido a problemas relacionados ao coração e não resistiu a mais uma crise.

Em uma atitude nobre a família do jogador resolveu doar o cerebro dele ao Hospital das Clinicas. O objetivo da nobre doação é que os estudos sirvam para evitar que atletas e não atletas venham a sofrer do mal de  Alzheimer no futuro.

Na Grécia antiga, aos vencedores, era dado uma coroa feita de folhas de louro, vem daí a expressão “louros da vitória”. No mundo moderno as coroas de louro foram substitídas por trófeus. É bonito ver o vencedor, ao final do campeonato, levantar acima da cabeça, a taça que representa a vitória, não apenas naquele jogo, mas de toda uma etapa de treinamento duro e enfretamento com adversários difíceis. A expressão “louros da vitória”, sabemos de onde vem, porém, a expressão “levantar a taça de campeão”, onde surgiu? Confesso a vocês que não sabia que o ato de erguer a taça acima da cabeça, gesto caraterísitco de tantos esportes, fosse invenção de um brasileiro. 

Imagem: http://globoesporte.globo.com/sp/santos-e-regiao/

O gesto brotou, espontaneamente, na final da Copa do Mundo de 1958, na Suécia.  Uma seleção brasileira, que chegou ao torneio descreditada, venceu o campeonato, jogando contra a Suécia, dona da casa, por um placar de 5 a 2. O grito de campeão - que estava preso na garganta do brasileiro, desde a Copa de 1950, quando havíamos perdido o título para o Uruguai, no Mundial disputado no Brasil, em partida decisiva, jogada em um Maracanã lotado com uma torcida ávida por vitória, explodiu enfim: a taça do mundo era nossa. Estávamos no topo do futebol mundial. Eramos os melhores do mundo.

Aos vencedores, a festa. Ao final da competição, chegou a tão sonhada hora da entrega do troféu. Bellini, capitão da equipe brasileira, recebeu o trófeu das mãos do rei Gustavo, da Suécia e não sabia o que fazer com ela. Reporteres dos mais diversos países começarama gritar: “Bellini, levanta a taça! Levanta a taça”. Para agradar a todos e perimitir que fizessem uma bela foto daquele momento em que o Brasil ganhava seu primeiro trófeu em Copas do Mundo, o capitão da equipe brasileira ergueu a taça Jules Rimet acima da cabeça, gesto que até hoje se repete em competições esportivas mundo afora.
O zagueiro ganhou a vaga naquela seleção após jogar com destaque na esquipe do Vasco. Foi convocado para as Elimininatórias, em 1957, e seu estilo de jogar agradou tanto ao técnico, Vicente Feola. Este resoveu lhe dar a tarja de capitão da equipe. Durante o Mundial de 1958, Bellini destacou-se por jogar com muita seriedade e grande estilo, mesmo sendo ainda, praticamente, um garoto.

Foi nas ruas de Itapira, cidade do interior paulista, que o zagueiro, começou a amar o futebol, em sua inocência de criança desejosa de brincar, ele nem sabia o que era ser zagueiro. Entretanto, para as crianças, não importa se é zagueiro, atacante, meia-esquerda ou direita, o importante é dedicar-se a agradável arte da brincadeira. Também não era necessário nenhuma sofisticação para montar um campo de futebol: bastava um pequeno espaço de terra, uma pequena bola, que não precisava ser, necessariamente, de borracha, podia ser improvisada com meias cheias de algum material leve. As traves podiam ser feitas com pedaços de pau, fincados na terra, pedras, ou, até mesmo, com sapatos. Colocava-se dois de cada lado e estava pronto o campo de futebol que tantas alegrias dava aos garotos.

Foi crescendo e a paixão pelo futebol não o abandonava. Era chamado para participar de campeonatos amadores da região. Com um estilo de jogo no qual demonstrava raça, garra e muita determinação, além de demosntrar atos de lealdade para com os adversários, o jovem atleta chamava a atenção de todos, principalmente de “olheiros” de clubes menores. Um deles em especial, ficou fascinado com o estilo de jogo de Bellini. Era Mauro Xavier, que trabalhava para o pequeno clube Sãojoanense. Após ver a atuação do jovem em campo, Mauro, imediatamente, decidiu conversar com o presidente do clube, Francisco Bernardes, e lhe falou do novo talento que acabara de descobrir.

Dado carta branca para trazer Bellini para o time Sãojoanense, Mauro foi em busca do jovem talento, porém, não foi fácil convencê-lo. Motivo? Bellini não queria ser sumetido a testes. Venceu o talento e o jovem itapirense mudou-se para a cidade de São João, sede de seu novo clube. Nesse time da segunda divisão do campeonato paulista, Bellini ficou de 1949 a 1951, tempo suficiente para chamar a atenção de grandes clubes da capital.

Na corrida por novos talentos, chegou primeiro o Vasco, e levou Bellini para o Rio de Janeiro. No Vasco, o jovem ganhou destaque ao vencer três títulos do campeoanto carioca; 1952, 1956 e 1958. Além do Vasco, o atleta jogou também pelo São Paulo e pelo Atlético Paranaense. Decidiu “pendurar as chuteiras”, em 1970, quando jogava pelo Atlético.



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