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Brasileiro ameaça segurança de voo e é preso no aeroporto de Miami
Posted by Cottidianos
on
18:42
Quarta-feira,
15 de janeiro
Há
pessoas que parecem viver alheias a realidade na qual estão inseridas...
A
questão da espionagem é tão antiga quanto a história da própria humanidade. Nos
Estados Unidos da América, essas ações foram intensificadas com os ataques às
Torres Gêmeas, no fatídico 11 de setembro de 2003. Depois disso a NSA (National
Security Agency) exagerou na dose de espionagem, coisa que só nos foi possível
saber, após as revelações de Edward Snowden ao britânico The Guardian e ao
americano The Washington Post. A agência
americana chegou a interceptar comunicações de líderes de vários países, como a
presidente do Brasil, Dilma Roussef e chanceler alemã, Angela Merkel. Snowdewn
tornou público e provou com documentos, que a NSA pode interceptar qualquer
comunicação, seja de qual computador ela tiver sido enviada. Isso não são
suposições, são fatos reais.
Bom,
mas não é sobre espionagem que quero falar nesse texto, embora ela não deixe de
permeá-lo. Quero falar de atitudes irresponsáveis que colocam em risco a vida e
a segurança de uma coletividade. O fato ao qual me refiro, aconteceu no
aeroporto de Miami.
Na
sexta-feira, dia 10 deste mês, o estudante brasileiro, Francisco Fernando Cruz,
de 22 anos, natural da cidade de Sorocaba, no Estado de São Paulo, estava de
malas prontas, no aeroporto, pronto para embarcar no vôo que partiria de Miami
com destino à Brasília. Morando há dois anos nos Estados Unidos, na cidade de
Montclair, no estado de Nova Jersey, no Condado de Essex, Fernando vinha ao
Brasil renovar o visto de permanência no país. Está nos Estados Unidos fazendo
curso de Markting na Faculdade de Montclair.
Em vez de pegar o vôo para o Brasil, pegou o rumo da cadeia
norte-americana.
Imagem: http://noticias.terra.com.br/brasil/brasileiro-pode-ficar-5-anos-preso-por-ameacar-derrubar-aviao-nos-eua,8d90ba36fc193410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html |
Aconteceu
o seguinte. Dias antes o estudante enviara e-mails ameaçadores, endereçados à policia
americana e à companhia TAM Linhas Aéreas. Em um dos e-mails o estudante
escreveu: “Voo não deve decolar. Alvejado. Ele vai cair. Retaliação”.
Imaginem... Se as agências de inteligência conseguiram interceptar informações
do governo brasileiro e do governo alemão, que não haviam emitido nenhuma
mensagem terrorista, que dirá uma mensagem com esse teor. Após investigação, as
autoridades descobriram que os e-mails haviam sido enviados de dois
computadores em Montclair, Nova Jersey. Um deles estava instalado na casa do
estudante brasileiro. O outro foi usado para enviar os e-mails pelo próprio
estudante nas dependências da universidade. Esse último registrou a imagem de
Francisco Fernandes. A partir daí tornou-se muito fácil localizá-lo e
prendê-lo, e as autoridades fizeram isso quando ele estava embarcando no
próprio vôo sobre o qual havia comunicado a ameaça.
Após
a prisão, o brasileiro foi revistado e a polícia não encontrou junto com ele
nenhum dispositivo que pudesse provocar algum acidente. Segundo os policiais
que o prenderam, Francisco Fernando Cruz, confessou haver sido ele mesmo quem
enviou os e-mails com mensagens ameaçadoras. Perguntado por qual motivo fez
isso, ele disse que era apenas para ver se as autoridades conseguiriam, de
fato, localizar o remetente. Ou seja, o estudante quis fazer um teste de
eficiência com as agências de inteligência americanas e se deu mal.
Num
caso desses, como era de se esperar, a TAM reforçou a inspeção de todas as
cargas e dos passageiros do voo, assim que foi notificada de que uma suposta
bomba teria sido colocada no vôo. Depois de verificar que nenhum risco havia
sido detectado, o vôo JJ8043 partiu, em segurança, com direção à Brasília.
Enfim, no final, após algum atraso e alguns aborrecimentos, tudo acabou bem,
exceto para Fernando. Autoridades do setor de segurança aérea querem que ele
responda criminalmente por ameaça à segurança de vôo. Na tarde de ontem,
terça-feira (14), um representante do Itamaty entrou um contato com a família
de Francisco Fernando, em Sorocaba/SP. A justiça americana não autorizou o
contato dele com os familiares. O representante do Itamaraty explicou à família
que o estudante foi ouvido no Centro de Detenção Federal, em Miami, em uma
audiência conhecida como pré-julgamento. Informou ainda, que o juiz Edwin G.
Torres manterá o brasileiro detido e que não lhe foi concedido o benefício de
responder as acusações em liberdade. No dia 24 de janeiro ocorrerá outra
audiência na qual será decidida qual punição será aplicada ao estudante. Se for
condenado o jovem pode pegar cinco anos de prisão, além de ter que desembolsar
US$ 250 mil para pagar a multa imposta.
Aqui
no Brasil, o último contato que o estudante havia mantido com familiares e
amigos, foi através das redes sócias e ocorreu, na quinta-feira, dia 09, antes
de ele sair para o aeroporto, de onde embarcaria para o Brasil. Um amigo de
Francisco Fernando da Cruz, que foi esperá-lo no aeroporto de Brasília. Ao
perceber que ele não havia desembarcado, entrou em contato com a família do
rapaz e comunicou que ele não havia passado pelo portão de embarque.
Desesperada, a família ligou para o consulado brasileiro em Miami a fim de
obter informações. O consulado está acompanhando o caso. Segundo a família, o
estudante não tem antecedentes criminais e que ele agiu de má-fé.
Sabe-se
lá o que se passou pela cabeça desse rapaz. No dia 08, um dia antes do embarque
para o Brasil, ele inventa de enviar, por e-mail, uma mensagem ameaçadora ao
Departamento de Polícia de Miami (MDPD) e à TAM Linhas Aéreas. O texto dizia: “Fight
must not take off. Targed. It will go down. Retaliation.
Cargo is dangerous. Be advised”. (Voo não deve decolar. Marcado. Vai cair. Retaliação.
Carga é perigosa. Estejam avisados). Eu, particularmente, acho que ele pensou
que as autoridades americanas não agiriam com tanta rapidez, uma vez que ele já
viajaria para o Brasil no dia seguinte ao envio dessas mensagens. Pensando
assim, resolveu fazer a brincadeira de mau gosto.
Penso
que, independente de estarmos ou não sob a possibilidade de sabermos estarem
sendo monitoradas nossas comunicações eletrônicas, devemos fazer um uso
responsável da Internet. Há pessoas que acham que podem fazer ou dizer o que
bem querem e entendem, só porque estão na intimidade de seus lares e a única
testemunha que tem diante de si é um computador. Não entendem que a Internet é
uma faca de dois gumes: tanto pode ser usada para o bem quanto pode ser usada
para o mal. E se usá-la para o mal, aí poderá funcionar o ditado popular: “O
feitiço poderá virar contra o feiticeiro”. Aqui no Brasil, recentemente, duas mulheres
foram condenadas pela justiça a pagar uma alta indenização a um veterinário.
Elas publicaram, no Facebook, fotos de uma cadela que, segundo elas, havia
ficado em péssimas condições após ser submetida a uma cirurgia de castração,
feita por um veterinário. Alem da imagem, foi postado um comentário no qual
denegriam a imagem profissional do veterinário e o acusavam de ser responsável
pelo situação na qual se encontrava o animal. Como o profissional conseguiu
provar que elas haviam mentido, as duas foram condenadas pela justiça a pagar uma
indenização. Uma foi condenada por ter feito a publicação e a outra por ter
curtido e compartilhado. O juiz, Marcos Douglas Balbino da Silva, da 2 Vara
Civel, da cidade de Piracicaba/SP, condenou as duas a pagar R$ 100 mil ao
veterinário.
Portanto,
muita atenção ao conteúdo dos e-mails que você envia, muito cuidado também com
os conteúdos que você publica, curte e compartilha nas redes sociais. Quando
você comunica-se através da Internet, mesmo que esteja sozinho em casa, nos
lugares mais distantes e remotos, é como se você subisse no alto de um monte e
gritasse para todo mundo ouvir. Se você vai subir no monte e gritar coisas para
todo o mundo ouvir, então que grite coisas boas, não é verdade?
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