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Aproveita teu tempo com sabedoria. Usa teus dons com alegria
Posted by Cottidianos
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00:11
Domingo,
22 de novembro
“O tempo corre, o tempo é curto:
preciso
me apressar, mas ao mesmo tempo
viver
como se esta minha vida fosse eterna”.
(Clarice
Lispector)
A
cada um de nós é dado um tempo para gastar nessa terra. É como o Pai que
concede dinheiro aos filhos e lhes diz: “Vão por aí e gastem bem esse dinheiro.
Um dia chamarei vocês volta e lhes pedirei conta de como e em que gastaram essa
quantia”. Entretanto, esse Pai não diz
aos filhos, quando, nem em que momento de suas andanças pelo mundo, os chamará
de volta. A uns ele concederá mais tempo, a outros, menos tempo. A uns chamará no início da caminhada, a outros
no meio, e outros, apenas no fim. Também aos filhos não é dado conhecer os
critérios que o Pai eterno usará para esse chamado.
E
os filhos saem por aí, mundo afora, com esse dinheiro chamado tempo para gastar.
Uns o investem bem, em coisas construtivas, que fazem multiplicar, triplicar ou
quadruplicar o dinheiro investido. Esses são os que se lembraram das últimas
palavras do pai de que um dia seriam chamados de volta.
Outros
não. Passam a vida a gastar o tempo em atividades que em nada lhes faziam
crescer. Riam-se do sofrimento alheio. Divertiam-se espalhando medo e terror. Compraziam-se
em disseminar o mal, e embriagavam-se do amargo veneno da inveja e da cobiça. Por
mais que ajuntasse em celeiros, suas riquezas não se multiplicavam, suas moedas
nada rendiam. Queixavam-se de que não conseguem aproveitar bem a vida, e outras
queixas mais. Mas não percebiam que estavam empregando mal o tempo que lhes
fora dado.
Além
do tempo, o pai presenteou os filhos com um dom. A nenhum deles enviou à terra
de mãos vazias. A uns deu mais que um dom, mas a nenhum deles enviou de mãos
vazias. Tempo e dom. Dom e tempo. Duas moedas valiosas colocadas em nossas mãos
com funções diferentes. O primeiro regulará o modo como vivemos nossas vidas, o
segundo cuidará de nos fazer frutificar, a nós mesmos, e aos que dividem a caminhada
terrena conosco. Sobre cada um ele soprou um dom fundamental, e eles foram em
número de sete, a saber; sabedoria, ciência, fé, cura, milagres, profecia,
discernimento, o dom de falar em línguas, e o dom de interpretar essas línguas.
Se
cada um exercer bem o dom que lhes foi dado, as comunidades funcionarão em
harmonia e perfeição, assim como funciona nosso corpo humano. Por acaso alguém
já viu a mão se enfurecer com o pé, ou as pernas reclamarem com tronco por
causa do peso do corpo, ou, por acaso, alguém já viu o pulmão com inveja do
coração porque este bombeia mais ou menos sangue? Ou as veias contrariadas por
que estão tendo trabalho excessivo na distribuição de sangue pelo organismo?
Mesmo que tivéssemos essa capacidade de perceber o diálogo entre os membros e
órgãos de nosso corpo, jamais veríamos uma discussão entre eles, pois as
palavras de ordem que regem nosso corpo físico são duas: movimento e harmonia.
Se um órgão se enfraquece, o outro se enfraquece junto. Já pensou se o fígado reclamasse das aproximadamente
500 funções que desempenha no funcionamento do organismo?
E
nas comunidades religiosas, ou nos grupos sociais e de trabalho? Às vezes
reclamamos ao desempenhar apenas uma função que nos é confiada. Às vezes ainda
reclamamos por algo simples de fazer. Ou então, às vezes perdemos tempo ficando
com inveja de A ou de B, por que lhe foi confiada esta ou aquela tarefa, que
nos esquecemos de desempenhar bem aquela tarefa que a nos foi confiada, e em
consequência, enfraquecemos o trabalho de todo um grupo, de toda uma
comunidade.
Ao
sairmos de casa, de nossa casa eterna, o Pai nos concedeu ainda dons
auxiliares, dons estes que possuem a função de alegrar a nossa vida, suavizar a
nossa caminhada, e a de nossos irmãos em humanidade. A uns ele abençoou com o
dom da música; a outros com o dom do canto; a outros ainda com o dom da
pintura; da escultura, de gerenciar negócios, de governar, de escrever, de representar.
Mesmo dentro de um mesmo dom há uma diversidade. Por exemplo, no campo musical,
há músicos que apenas tocam, outros apenas compõem, outros apenas cantam, há os
que regem, e outros que conseguem desempenhar todas essas tarefas.
Porém
em se tratando de dom, ele é para ser distribuído, é luz para ser posta em cima
da mesa para clarear a todos. Esse é a função dos dons: unir e irmanar os
irmãos. Qual o objetivo de se esconder uma lâmpada debaixo da mesa? A quem ela
irá iluminar? Aos seus pés? Mas para que iluminar os pés se quem precisa de luz
é o coração, às mentes? Há pessoas que, por egoísmo, ou por desconhecimento das
leis eternas agem desse modo, escondendo seus dons. Quem age assim vive triste
e leva uma vida sombria, pois guarda dentro de si uma luz que é para iluminar a
todos. É semelhante a pessoa que se tranca um quarto e come sozinha, um pão que
é para ser repartido com a comunidade.
Ao
voltar para casa, o Pai eterno, pedirá contas a ambos os grupos de pessoas dos
dons que lhe foram ofertados. Àqueles que souberam que souberam saber fazer bom
uso do tempo, dos dons fundamentais e acessórios que lhes foram dados, aqueles que
souberam fazer crescer e multiplicar o que receberam, o Pai se alegrará com
eles e lhes dará em dobro o que já possuem. Infelizes daqueles que não souberam
aproveitar o tempo que lhes dado, nem os dons com quais foram presenteados, com
esses o Pai ficará triste e lhes tirará os presentes que lhes deu por que vê
que esses não souberam usá-los em beneficio próprio ou dos outros.
E
eu e você, e nós? Como estamos usando o tempo que nos foi dado? Estamos apenas
em quimeras, ou a disseminar a inveja e a maldade por onde passamos? Como
estamos usando os dons que nos foram dados? Estamos empenhados em
multiplicá-los fazendo com que se tornem luzes a iluminar o caminho? Ou estamos
apenas colocando nossa lamparina embaixo da mesa. Estamos vivendo e usando o
nosso dom, ou estamos apenas preocupados em olhar a vida alheira. Já pensou se
todos fossem cantores? Quem sobraria para fazer os melodiosos acordes, função inebriante
dos instrumentos musicais? Lembremo-nos, de que também nós, cada um de nós,
prestará contas ao Pai eterno. E como queremos que seja a atitude dele para
conosco, de alegria, ou de tristeza? Queremos ver nossos presentes multiplicados,
ou, justamente, retirado de nossas mãos?
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