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Solidão de amigos
Posted by Cottidianos
on
00:18
Segunda-feira,
28 de setembro
A
vida, o que é? Boa pergunta a se pensar, e milhões de resposta a encontrar. Por
falar, nisso, caro leitor, já encontrou sua melhor definição para o que é a
vida? Dentre essas tantas coisas pode-se dizer que vida é metáfora de porto,
aeroporto, estrada, caminho, estação de trem. Na verdade ela é exatamente isso:
ponto de partida e de chegada. Acho que os inspirados compositores, Almir Sater
e Renato Teixeira, bem definiram isso no iluminado momento em que escreveram a
letra da canção, Tocando em Frente,
que, mais que uma canção, é uma reflexão sobre o viver. Dizem eles em um dos
versos da canção: “Todo mundo ama um dia,
todo mundo chora. Um dia a gente chega, e no outro vai embora”. É isso: um
dia a gente chega, e no outro vai embora.
E,
nesses pontos de chegada e partida da vida, encontramos amigos e amores, que
vivemos com intensidade, e a quem queremos muito bem. Essas rosas enfeitam
nossos jardins, alegram nosso viver. Porém, em determinado momento, como dizem
por aí, por circunstâncias da vida, temos que partir e deixar essas pessoas
queridas.
Delas
ficam as boas lembranças dos momentos alegres, ou difíceis que passamos juntos.
Com algumas mantemos contatos, mesmo que raros, mas que nos mantém unidos pelo
fio da amizade. Outras dessas pessoas simplesmente perdemos contato, nunca mais
as vimos, ou reencontramos. Como enviar um e-mail, acrescentá-los no Facebook,
enviar uma mensagem eletrônica, se nem sabemos o seu paradeiro? Sabemos que
elas estão em alguma esquina da vida, porém, de algum modo, não as apagamos de
nossa lista de amigos com que desejaríamos estar.
Neste
início de semana, não quero me estende muito, apenas passei para dedicar a esses
amigos e amigas que passaram pela minha vida — e dos quais eu perdi o contato,
restando apenas guardá-los com carinho, em um lugar especial dentro do coração,
— a letra da música, Solidão de Amigos.
Com esta canção relembro também uma das mais belas vozes da música brasileira:
o cantor, Jessé.
Jessé
ganhou projeção nacional em 1980, quando participou do Festival MPB Shell, da
Rede Globo. Naquele festival, Jessé cantou a música, Porto Solidão, ganhando o prêmio de melhor interprete. A música, de
autoria de Zeca Bahia e Ginko tornou-se o seu maior sucesso. Ao longo da
carreira, Jessé gravou 12 discos, porém, apesar da voz potente, e do repertório
bem escolhido e cheio de belas canções, Jessé nunca foi devidamente valorizado
pela crítica especializada. O cantor morreu, precocemente, aos 40 anos, vítima
de um acidente de trânsito, em 29 de março de 1993, quando ia fazer um show, na
cidade de Terra Rica, no Paraná.
Ofereço
também a bela canção Solidão de Amigos, a você caro leitor, aproveitando para
lhe desejar uma boa semana.
***
Solidão De
Amigos
Composição: Eunice Barbosa/Mário Maranhão
Interpretação: Jessé
Lenha
na fogueira, lua na lagoa
Vento
na poeira, vai rolando à toa
A
cantiga espera quem lhe dê ouvidos
A
viola entoa, solidão de amigos
A
saudade lembra de lembranças tantas
Que
por si navegam nessas águas mansas
A
saudade lembra de lembranças tantas
Que
por si navegam nessas águas mansas
Quando
a cachoeira desce nos barrancos
Faz
a várzea inteira se encolher de espanto
Lenha
na fogueira, luz de pirilampos
Cinzas
de saudades voam pelos campos
A
saudade lembra de lembranças tantas
Que
por si navegam nessas águas mansas
A
saudade lembra de lembranças tantas
Que
por si navegam nessas águas mansas
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