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Mestre Topete: Um apaixonado pela vida, pela família, e pela capoeira
Posted by Cottidianos
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13:48
Domingo, 13 de setembro
Entrevista
Momento de grande alegria na vida de um
estudante é a formatura em um curso universitário. Ela representa o coroamento
de uma carreira estudantil vitoriosa. Significa também que muitos desafios
foram enfrentados e superados. Entretanto, longe de indicar estagnação, é o
início de novos desafios a enfrentar, de buscar novos caminhos para o sucesso
na vida profissional. É hora de colocar em prática toda a teoria que acumulou
nos bancos escolares, e de desenvolver a experiência começada nos laboratórios das
instituições de ensino superior.
No Brasil, onde a educação é relegada a
segundo plano, o momento de receber um diploma universitário é ainda mais
motivo de orgulho para o formando e para a família dele. Quando esse formando é
negro e vem das classes menos favorecidas, a alegria e a sensação de vitória
são ainda maiores.
Com Valdisinei Ribeiro Lacerda, não foi
diferente. Em 02 de junho de 2013, o salão de uma casa de shows e eventos aqui
da cidade de Campinas, lotado de convidados para a solenidade de formatura da turma
de Educação Física, da Faculdade Anhanguera de Campinas (FAC), representava para
ele, uma grande vitória. Ao seu lado, orgulhosos, estavam a mulher Márcia
Cristina, e o filho William. Os pais, Francisco
e Maria das Graças, já falecidos, certamente, olhavam tudo com carinho, do
mundo invisível, aos olhos dos homens.
Pela mente de Mestre Topete, nome de
batismo na capoeira, passavam os dias de luta, durante os quatro anos de
estudos que tivera de conciliar com o trabalho. Foi preciso muita força e
determinação para chegar aquele momento de êxito. Estudar com qualidade. Foi o
que ele se propôs a fazer, e conseguiu. Para ele o importante “não é a
quantidade de horas que você estuda, mas como você estuda. Não a quantidade de
horas que você treina pra ficar bom, mas como você treina. Então, o mais
importante não é quantidade, é qualidade”.
Outro momento importante na vida desse guerreiro
foi quando ganhou do poder público municipal, um espaço para montar sua
academia, no Terminal Central de Campinas. O dia da inauguração foi outro
momento de vitória, uma vez que poucos acreditavam que ele fosse conseguir
isso.
Conversei, recentemente, com o Mestre
Topete, em seu ambiente de trabalho: A Escola de Capoeira Angola Resistência. Foi
uma conversa tranquila e agradável, em um ambiente idem. Mesmo estando localizada
em dos locais de maior circulação de pessoas no centro de Campinas, a escola
parece um refúgio, protegido de todo o barulho, e de todo aquele tráfego intenso
de veículos e do também intenso movimento de pedestres.
Paranaense de nascimento, na cidade de
Cambira, mas campineiro de coração, nessa entrevista, Mestre Topete revela um
pouco de seu passado, de seu presente, dos seus sonhos e convicções, do amor
pela família, e de sua relação com o sagrado.
José
Flávio: Qual foi o fato que mais marcou a vida?
Mestre
Topete: O fato que mais marcou a
minha vida foi quando eu tive o privilégio de, com a capoeira, viajar para
outro país, chegando lá nesse outro país, eu tive dificuldade em comunicação.
Eu não falava o idioma, mas para dar aula, a capoeira, ela tem uma linguagem
corporal, sendo assim, não tive problemas. Eu fui para o México, Suécia,
Holanda, Alemanha, Guatemala, Estados Unidos. Quando eu voltei desses países —
eu fiquei três meses, na América, e três meses na Europa — eu senti necessidade
de estudar. Prestei o vestibular na FAC, e passei. O momento que mais marcou
foi a minha formatura. Hoje eu sou um professor de Educação Física. Tenho licenciatura
e tenho bacharelado, e já estou pensando numa pós-graduação, ou em um novo
curso. Só que estou em dúvida, porque meu filho iniciou o curso de Jornalismo,
e estou ajudando ele financeiramente. Eu não sei se vou conseguir dar
continuidade ao meu estudo e o dele, mas vou tentar. Porque o estudo para mim,
é uma coisa para a vida inteira, e eu aconselho todo mundo, independente da
profissão que seja, a estudar paralelamente. Se não puder fazer um curso, pelo
menos estudar o que está relacionado com a profissão. O dia mais marcante da
minha vida foi a minha formatura. “Eu sou um formado, eu sou um universitário.
Que legal! Eu gostaria que meu pai e minha estivessem vivos para ver essa
conquista, uma das minhas vitórias”.
O segundo dia mais marcante da minha
vida, foi a entrega de minha academia. Eu tinha uma academia ali, embaixo do
viaduto, aí foi demolida por causa do processo de revitalização. Todo mundo
falava: “Ah, você não vai conseguir. Você acredita em políticos? E outras
coisas. De repente, eles me deram esse espaço aqui. Então, hoje eu sou grato a
Deus por me dar saúde para eu fazer uma coisa que eu gosto, que é minha
profissão, e agradeço a Deus por estas coisas que venho conquistando.
Hoje a Escola de Capoeira Angola é
multiplicadora. Estou com alunos no Estado de São Paulo, no Sul de Minas, e no
Mato Grosso do Sul. Então, estou muito feliz.
José Flávio:
Como
era a cidade na qual o Sr. nasceu?
Mestre
Topete: Eu não tenho nenhuma
informação sobre Cambira. Eu sou paranaense, e quando meus pais vieram para o
Estado de São Paulo, eu tinha um ano e seis meses. Não sei como falar, não
tenho como falar. Na verdade, eu nasci em Cambira, Paraná, e me criei no Estado
de São Paulo, e todos os costumes, eu peguei. Para não dizer que eu conheço o
Paraná, agora é que eu fui para Maringá, Cia Norte, Londrina, através da
capoeira, mas o agora, com 44 anos de idade.
José Flávio:
Em
que lugar no Estado de São Paulo, seus pais foram morar, depois que saíram do
Paraná?
Mestre
Topete: Vieram para a região de Campinas
mesmo, para o bairro de Matão, em Sumaré.
José Flávio:
Como
foi sua infância?
Mestre
Topete: Lembro que a gente morava no
Matão. Eu começei a trabalhar muito novo. Eu começei a limpar cocheira de vaca
na fazenda, onde as vacas faziam as necessidades dela. Aí eu pegava e vinha com
uma pá, carrinho de mão, catava e usava como esterco. E esse esterco, eu pegava
e levava para a horta. Eu também trabalhava na horta. Eu limpava canteiro de legumes,
de alface, de rúcula, e essas fezes das vacas a gente colocava em cima do
canteiro e usava como adubo. Depois disso, vendi sorvete. Foi vendendo sorvete
que eu pensei “Poxa, preciso fazer alguma arte marcial’.
José Flávio:
Quantos
anos tinha nessa época?
Mestre
Topete: Sete anos.
José Flávio:
E
já tinha essa consciência?
Mestre
Topete: Sim. Já tinha essa
consciência. Eram os anos 80, e estava passando muitos filmes de Bruce Lee. Eu
pensei “Vou fazer Kung Fu, ou Capoeira”. Do lado de minha casa no Matão, tinha um
rapaz que era capoeirista. Todos os dias, à tarde, a gente brincava na areia, na
rua. Foi onde eu tive admiração pela capoeira. Vi que o meu dinheiro dava para
pagar mensalidade, aí procurei uma academia, iniciei, e estou até hoje na
capoeira.
José Flávio:
O
Sr. começou na capoeira regional?
Mestre
Topete: Entrei na capoeira regional
com os grupos Godoy e Maya, no grupo Coquinho Baiano, em 13 de julho de 1986.
Depois me formei professor na regional (Capoeira Regional). Aí eu tive a
felicidade de conhecer a Capoeira Angola, gostei, e disse: “A partir de hoje,
eu treino Capoeira Angola”, então eu deixei a Capoeira Regional.
José Flávio:
O
que fez o Sr. deixar a Capoeira Angola e ficar…
Mestre
Topete: Sentimento. Eu gosto muito de
Capoeira Regional, mas me apaixonei pela Capoeira Angola. No lado profissional,
eu senti que não dava para dar aula de Capoeira Regional e Capoeira Angola,
tinha que ser uma ou outra. Aí eu escolhi a Capoeira Angola.
José Flávio:
Qual
é a diferença entre Capoeira Regional e Angola?
Mestre
Topete: A diferença é que a Capoeira
Angola é a primeira capoeira, chamada, Capoeira Mãe, que não tem mistura de
nenhuma arte marcial, e Capoeira Regional já tem essa característica. É
misturada com King Fu, Karatê, e outras lutas.
José Flávio:
Voltando
a sua infância, como eram seus pais? O que faziam?
Mestre
Topete: Eu perdi meus pais muito
cedo…
José Flávio:
Com
quantos anos?
Mestre
Topete: Digo muito cedo, entre aspas.
Quando perdi minha mãe, ela tinha 32 anos. Ela morreu de câncer de mama. Depois
que ela morreu, meu pai abandonou a gente. Foi embora, constituiu outra família.
Houve uma vez, eu ‘tava em casa, pela manhã, um cara bateu na porta, perguntando:
“Você é o Valdiseney, filho de Francisco”? “É que sei pai faleceu e deixou um
herança, e você tem que assinar esses papeis”. Eu falei: “Não. Negativo. Se meu
pai deixou alguma coisa… Você é meu irmão?” Ele falou: “Não. É que minha mãe é
casada com ele há quatorze anos”. Eu disse: “É que sua mãe entrou de gaiata
nessa história. Se tem uma herança, quem merece recebê-la sou eu e minhas
irmãs. Eu sou de maior, mas minhas irmãs duas irmãs são de menor. Então, eu não
vou assinar nenhum papel, porque se eu tiver que assinar, vou assinar algo que
nós tenhamos direito”. O cara ficou bravo, e sumiu, desapareceu. Não recebi
herança nenhuma.
José Flávio:
E
suas irmãs?
Mestre
Topete: Todas elas eu criei. Minha
vida foi dura. Eramos em cinco, três irmãs, e dois irmãos. Uma das minhas irmãs
é portadora de necessidades especiais, e eu cuido dela até hoje.
José Flávio:
É
uma vida de guerreiro…
Mestre
Topete: Tem vez que eu paro para
analisar, eu falo: “Meu Deus!”… E a capoeira foi todo o suporte para isso. Com
a capoeira eu superei tudo isso. Hoje, com a capoeira eu estou tendo
oportunidade de estudar. Hoje sou formado em Educação Física, tenho
licenciatura, sou bacharel, estou dando estudo para o meu filho, que ‘tá
fazendo jornalismo, graças a Deus.
José Flávio:
Deu
também um suporte psicológico…
Mestre
Topete: Com certeza, mas a gente não
aprende, continua levando “baile”. Eu vendo material de capoeira, e o que eu
levo de baile aí que a pessoa não paga, não é brincadeira. Todo dia a gente tem
que refletir muitas coisas em nossa vida, e pensar bem o que fazer, que ação
tomar. Quais as medidas que a gente vai tomar. Você não pode, simplesmente, ir
fazendo, você tem que pensar antes. Às vezes, um segundo que você para e
reflete, você salva dez, vinte anos de sua vida.
José Flávio:
O
Sr. sempre resolve suas coisas na tranquilidade, no equilíbrio, ou às vezes
desespera?
Mestre
Topete: Com certeza, eu sou ser
humano, né? Como ser humano a gente fica “e agora?”. A gente fica nervoso. A
gente tem que chegar em casa — eu tenho uma mulher, tenho um filho — e manter o equilíbrio, pois eles não tem nada a ver com o que você passou o dia todo. Hoje
eu tô tentando me equilibrar em todos os sentidos, estou me preparando, tem
muitas vezes que eu fico bravo, assim triste, então eu penso “Porque é que eu
estou triste? Porque eu estou bravo?” São coisas miúdas, coisas pequenas, que
mudam muito a vida da gente. E uma das coisas que mais faz a gente mudar, é o estress.
A gente se estressa porque tem o hábito disso. Hoje eu tento manter o equilíbrio. Também procuro ter muito equilíbrio espiritual. Precisamos religar
a alma através da religião. Isso é que dá o suporte: Acreditar que Deus existe.
Eu sei que cada um tem uma crença, mas Deus é um só. Acreditar que existe uma
energia maior do que tudo nessa terra. Por isso que nós estamos aqui. Devemos
acreditar nisso, e pedir ajuda para isso.
José Flávio:
Sempre
tive a curiosidade de saber a sua religião… Qual é a sua religião? Tem religião
declarada, ou não?
Mestre
Topete: Eu nunca tive uma religião
declarada. Não posso dizer que sou evangélico, mas todos os domingos eu
frequento a Igreja Nazareno, há três anos. Me fez muito bem, me fez ser um
outro homem, me fez ter essa tranquilidade. Eu não tenho dúvida, Deus já me
provou, não uma vez, mas várias vezes, ele me provou, e hoje, eu não reclamo
mais da minha vida. Eu só tenho a agradecer. Às vezes, minha mulher ‘tá cansada, eu falo
“não, pra Deus a gente não pode estar cansado”. Então pego meu carro e vamos.
Não me batizei ainda, é uma igreja que … Eu tenho meu cabelo assim (diz,
mostrando o cabelo bem ao estilo afro), e nunca o pastor se importou. Eu vejo
meninas com os lábios pintados, com maquiagem. Eu vejo que é uma igreja que se
preocupa mais com o coração. Tem a doutrina dela, mas não é aquela igreja que
não pode isso, não pode aquilo. Porque tem gente que vai na igreja, mas o
coração está tão longe de Deus... Tem pessoas que frequentam a igreja já faz
tantos anos, e estão distantes de Deus.
São seus atos e suas ações que levam você mais próximo de Deus. Tem gente que
vai na igreja, mas as ações delas não são coisas que levam a Deus. Eu acho que
a gente não precisa de dinheiro, a gente precisa de Deus. Porque Deus é quem dá
saúde para a gente ganhar dinheiro. E a gente precisa de dinheiro, até dormindo
a gente precisa de dinheiro, seja um cobertor, um travesseiro.
José Flávio:
Eu
queria falar também de seu irmão. O Sr. teve um irmão que faleceu aos dezenove
anos.
Mestre
Topete: É meu irmão tinha epilepsia. Uma
vez o médico falou para a minha mãe: “Seu filho tem um problema hereditário,
tem ataque epilético. Se até os quinze anos, ele não melhorar, de quinze anos
ele não passa. E quando ele fez dezenove anos, ele morreu.
José Flávio:
A
sua relação com ele era uma boa relação?
Mestre
Topete: Ele tinha ataque epilético, e
era muito nervoso. Brigava por qualquer coisa. Mas era uma pessoa muito boa,
pura. Eu não falo que tenho saudades dele, porque ele sofreu tanto, que achei
que foi bom para ele. Assim como minha mãe. Eu queira que minha mãe estivesse
viva, só que minha mãe sofreu tanto, antes de morrer, que eu me conformei, eu
falei assim: “chegou a hora. É melhor ela ir, do que ficar sofrendo”. Então
fiquei conformado.
José Flávio:
O
Sr. falou que é casado, tem um filho…
Mestre
Topete: Sou casado com a Márcia Cristina
Claro Lacerda. É minha companheira, a mulher da minha vida, a mulher que
entende o que eu passo, me ajuda demais. Nesse tempo de 23 anos de
relacionamento, a gente teve um filho, que é o William Claro Lacerda. Hoje ele
tem dezoito anos. O moleque é superinteligente, bonito, está fazendo
jornalismo. Tenho uma família maravilhosa. E ainda tem a minha irmã que ainda
mora comigo. Sou feliz.
José Flávio:
Qual
a profissão da sua esposa?
Mestre
Topete: Copeira. Trabalha em uma
empresa chamada Empório Hospitalar.
José Flávio:
Como o Sr. a conheceu?
Mestre
Topete: Quando nós nos conhecemos,
acho que eu tinha 19 anos, e ela tinha dezesseis. Não, eu tinha vinte, e ela
dezesseis, sou quatro anos mais velho que ela. Foi no clube, na época da
lambada (estilo de dança). Avistei ela, chamei ela pra dançar, deu certo, 23
anos.
José Flávio:
Como é o Sr. em casa, como pai, marido?
Mestre
Topete: Minha relação com eles é a
melhor possível. Eu amo minha mulher, meu filho. Tento ser verdadeiro, ser
amigo, ser pai. Sou muito feliz em casa.
José Flávio:
O
Sr. trabalhou em uma empresa química?
Mestre
Topete: Trabalhei em uma empresa química
chamada Cola 7, que fazia vários tipos de cola, e fazia também aditivo para
radiador de carro, e sabonetes e shampoos. Trabalhei treze anos nessa empresa.
O único trabalho registrado (em carteira) que tive. Era uma firma que eu achava
que ia aposentar nela, porque dava para eu treinar capoeira e estudar. Só que,
um belo dia, deram férias coletivas pra nós, e a firma faliu. Foi uma tortura
para mim, porque eles não tinham dinheiro para pagar, eu tive que entrar com
uma ação judicial e, em dois anos, recebi o que me era direito. Nessa época da minha
vida, fiquei superapertado.
José Flávio:
Então
o Sr. ficou dois anos no sufoco?
Mestre
Topete: Não só dois anos, como acho
que a vida da gente é feita de altos e baixos. Eu vejo hoje que, assim como a
gente tem que manter o equilíbrio em todos os sentidos A gente tem que manter o
equilibrios financeiro. Existe uma música na Capoeira que fala assim, é um
corrido: “Oi sim, sim, sim, oi não, não,
não. Oi sim, sim, sim, oi não, não, não. E hoje tem, amanhã não. E hoje tem
amanhã, não”. Então quer dizer, é um ditado popular: “Oi sim, sim, sim, oi
não, não, não. E hoje tem amanhã não”. Então, tudo o que você pode fazer hoje,
não deixe para amanhã.
José Flávio:
Hoje, como é o seu dia-a-dia?
Mestre
Topete: Meu dia-a-dia é maravilhoso
todo dia. Cheio de felicidade, cheio de alegria. É igual ao corrido “Hoje tem,
amanhã não” Hoje vende, amanhã não. Hoje tem aluno, amanhã não. E vai indo,
administrando, vai tentando.
José Flávio:
Quantos núcleos da Escola de Capoeira Angola Resistência?
Mestre
Topete: Hoje ela virou
multiplicadora. Tem um núcleo em Hortolândia. Outro núcleo em Barão Geraldo.
Tem um núcleo em Pirassununga. Tem um núcleo em três lagoas, Mato Grosso do
Sul.
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