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Respeitar as leis de trânsito é respeitar a própria vida
Posted by Cottidianos
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18:16
Domingo
passado (20), acordei cedo pela manhã e fui à missa na Paróquia Bom Pastor, no
Bairro São Bernardo, em Campinas. A paróquia está sobre a responsabilidade do
Pe. Paulinho que, pelo vi, recebe e orienta os seus fieis como um bom pastor
cuida de suas ovelhas.
Quando
voltava desta agradável oração dominical, vi, perto do Hospital Mario Gatti,
uma faixa que falava sobre passeio ciclístico. Não deu para ler direito, pois o
ônibus passou rápido por ela. Imediatamente, lembrei-me de que lera nos jornais
durante a semana, sobre um passeio ciclístico que ocorreria pelas ruas da
cidade, tendo como ponto de partida e de chegada, a Praça Arautos da Paz, no
Taquaral. Deduzi que a tal faixa se tratava desse evento. Gostaria de
participar dele, mas pelo adiantado da hora — já eram nove horas da manhã, —
logo deduzi que tinha perdido o evento.
Mesmo
assim, a primeira coisa que fiz ao descer do ônibus no Terminal Central, foi
perguntar a um funcionário da EMDEC se era realmente naquele domingo o passeio ciclístico.
Ele me disse que sim. Corri para casa, coloquei luvas e capacete, peguei a
bicicleta e rumei para o Taquaral, para se pegava ao menos o final do evento. Embora
já estivesse conformado de que quando chegasse lá o passeio já tivesse
terminado.
De
fato, quando cheguei a Praça Arautos da Paz só havia a corrida dos
organizadores para desarmar as estruturas montadas para a realização do evento.
Perguntei a um deles quantos ciclistas tinham participado. O rapaz me respondeu
haviam participado cerca de 400 ciclistas.
Na
verdade, não era apenas passeio ciclístico: os amantes da bike fizeram seu
percurso por algumas ruas da cidade, e os amantes da caminhada fizeram seu percurso
em volta da Lagoa Taquaral. O evento denominado, Passeio Ciclístico e Caminhada pela Paz no Trânsito, organizado
pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), fazia parte das
comemorações da Semana Municipal do Trânsito (Semutran), 2015.
A Semutran
ocorre anualmente, no mês de setembro, e tem por objetivo a conscientização
sobre questões referentes ao transito, e durante os dias que dura a campanha,
são realizadas várias atividades educativas. As atividades estarão sendo
realizadas entre os dias 15 e 29 de setembro. O foco da campanha são os
pedestres e os motociclistas.
A vida
é o nosso bem maior. O problema é que, no trânsito, a maioria das pessoas se
esquece disso e acabam prejudicando a própria vida e a vida de terceiros. Nas
ruas e cruzamentos da cidade, quanta irresponsabilidade vejo, tanto por parte
dos motoristas, quanto dos pedestres. Idem dos motociclistas. É uma falta de
educação generalizada. Os mais prejudicados são os pedestres e motociclistas, a
parte mais frágil do triangulo motorista-pedestre-motociclistas. Não nos
esqueçamos também dos ciclistas que não são respeitados pelos motoristas.
Não
apenas a EMDEC, mas também a CCR AutoBan, concessionária que administra o
Sistema Anhanguera-Bandeirantes, realizam campanhas de trânsito, durante a
Semana Nacional de Trânsito, cujo tema este ano é: “Década Mundial de Ações
Para a Segurança no Trânsito - 2011/2020: Seja VOCÊ a mudança no Trânsito.” Oficialmente,
a Semana Nacional de Trânsito ocorre entre os dias 18 a 25 de setembro, mas a CCR
AutoBan e a EMDEC, preveem atividades educativas até o final deste mês.
O esforço,
não apenas dessas duas empresas, mas também de outros órgãos que tratam da
mesma matéria, é justificável, uma vez que, no Brasil, trânsito rima com
guerra, tantas são as vitimas de acidentes de transito anualmente. Onde está o
problema, uma vez que os automóveis passam por severos testes de segurança
antes de saírem das fábricas? Deduz-se que o problema está em quem guia os
veículos, ou seja, o motorista, que pensa que leis de trânsito são apenas
teorias e que sinais de trânsito existem apenas para decorar as cidades. Por
causa dessa atitude, muitas vezes, acabam perdendo o bem mais precioso: a vida.
Segundo
o relatório, Dados de Acidentes de
Trânsito Fatais, com Vítimas e Atropelamentos 2013, publicado em novembro
de 2014, pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), entre
os anos de 2000 a 2013, a taxa média de crescimento da população tem sido de
1,3%. Em contrapartida, a taxa de evolução da frota de veículos automotores
cresce vertiginosamente. Se a média do crescimento da população é de 1,3%, a taxa
de crescimento da frota de veículos é de 5,1%, no mesmo período, superando em
cerca de 4 vezes a taxa de crescimento da população. Isso equivale a 1 veículo
para cada 1,33 habitantes.
Baseado
nestes dados é possível afirmar que há em Campinas um elevadíssimo número de
automóveis circulando pelas ruas e avenidas, o que leva o relatório da Emdec a
afirmar que a cidade de Campinas “é uma das cidades brasileiras com mais alta
taxa de motorização”.
Apesar
de, no período de 2000 a 2013, ter havido uma redução de 7,3% no número total
de vítimas fatais, em decorrência de acidentes de trânsito na malha urbana do
município, ainda é grande o número de acidentes com vítimas fatais.
Em
que faixa etária está localizada a maior parte das vítimas fatais em acidentes
de trânsito no município?
De
acordo com o relatório divulgado pela Emdec, no final do ano passado, a maior
parte das vítimas fatais no trânsito tinham entre 18 e 35 anos. A grande
maioria dos ocupantes de veículos que se envolvem em acidentes fatais é do sexo
masculino (93%), e apenas (7%) são do sexo feminino. Em se tratando da parte
mais frágil na questão trânsito, o pedestre, o número de vitimas fatais
encontram-se nas pessoas com mais de 60 anos. Ainda se dividirmos por sexo o número de pedestres atropelados, os homens
são maior número: 66% do sexo masculino, contra 34% do sexo feminino.
Em
relação aos acidentes fatais — aqueles que resultam em falecimento de uma ou
mais vítimas no momento ou em até 180 dias após a ocorrência — em 2013,
aconteceram 100 acidentes fatais, que resultaram em 101 mortes. Nessa estatística,
a motocicleta esteve envolvida em mais da metade dos acidentes fatais. Os motociclistas
estiveram envolvidos em 51% deles, sendo 51% nos acidentes com vítimas e 5% nos
atropelamentos.
Em
relação à natureza dos acidentes fatais, o relatório afirma que o atropelamento
de pedestre (pedestre x veículo), foi o tipo mais comum (34%).
Se
a evolução da frota de veículos, no período de 2000 a 2013, cresceu
enormemente, a taxa de evolução da frota de motocicletas é ainda maior. Ela cresce
a taxa média de 9,2% ao ano, compreendidos os anos de 2000 a 2013. Os mais
jovens deveriam ter um cuidado maior, pois a grande maioria dos ocupantes de
motocicletas mortos no trânsito são predominantemente jovens, e concentram-se
na faixa etária dos 18 aos 29 anos, e somam o percentual de 61,6% das vítimas. Ainda
nesse grupo, as mulheres levam vantagens. Dos que se envolvem em acidentes de
trânsito com motos, 94% são do sexo masculino e apenas 6% do sexo feminino.
À
desatenção e irresponsabilidade de muitos motoristas, vem se somar um inimigo
perigoso: o álcool.
Dos
101 acidentes com vítimas fatais, ocorridos em 2013, o Instituto Médico Legal
(IML) fez coleta de sangue com a finalidade de medir a dosagem alcoólica em 50
vítimas (49,5% do total). Desse total, 6 vítimas eram passageiros (2 de moto e
2 dos demais veículos), sendo o resultado apresentado, referentes apenas aos 44
condutores. 47,7% (21 deles) apresentaram dosagem alcoólica negativa, e 52,3%
(23), apresentaram dosagem alcoólica proibitiva, que equivale a crime e
infração gravíssima.
As
vítimas fatais com alcoolemia proibitiva somam juntos 65,2% das vítimas, que se
distribuem nas seguintes faixas etárias: 18 a 23 anos, 24 a 29 anos, e 30 a 35
anos.
Para
finalizar, gostaria apenas de acrescentar que as estatísticas aqui apresentadas
referem-se à cidade de Campinas, mas os conselhos e advertências implícitos nele
podem ser aproveitados em qualquer lugar e cidade onde você esteja. E que,
quando respeitamos as leis de trânsito, seja como motorista, pedestre, ciclista
ou motociclistas, estamos respeitando a nossa própria vida, e a vida daqueles que
caminham junto conosco.
Abaixo,
segue dados com indicações de dosagem alcoólica, constante do relatório da
EMDEC sobre acidentes de trânsito.
ÁLCOOL X RISCO
Até 0,2 g/litro no sangue - não produz efeito
aparente na maioria das pessoas. O risco de acidentes é nenhum.
De 0,2 a 0,5 g/litro no sangue - sensação de
tranquilidade, sedação, reação mais lenta a estímulos sonoros e visuais,
dificuldade de julgamento de distâncias e velocidades. O risco de acidentes
aumenta duas vezes.
De 0,5 a 0,9 g/litro no sangue - aumento do tempo
necessário à reação e estímulos. O risco de acidentes aumenta três vezes.
De 0,9 a 1,5 g/litro no sangue - redução da coordenação
e da concentração; alteração do comportamento. O risco de acidentes aumenta 10
vezes.
De 1,5 a 3,0 g/litro no sangue - intoxicação, confusão
mental, descoordenação geral mental, visão dupla, desorientação. O risco de
acidentes aumenta 20 vezes.
De 3,0 a 4,0 g/litro no sangue - inconsciência e estado
de coma.
Com 5,0 g/litro no sangue - coma e risco de morte.
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