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Novas tribos, novos tempos
Posted by Cottidianos
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00:30
Terça-feira, 15 de setembro
Na segunda-feira, 07 de setembro, abordei o tema do
uso abusivo do telefone celular, inclusive, em situações perigosas nas estradas
e ao atravessar ruas movimentadas. Falei ainda que devemos ter o cuidado de não
nos tornamo zumbis da era digital. Volto a esse tema novamente.
Ainda na semana passada, o amigo Zara, me enviou um
texto retornando a esse tema e sobre ele nos convidando a uma reflexão. Acho
que todos conhecem o ditado “o mundo na palma da mão”. Hoje, com a proliferação
dos modernos telefones celulares, ficou fácil para qualquer um, em qualquer
lugar, ter o mundo em suas mãos. Isso se torna como uma faca de dois gumes,
pode ajudar o indivíduo a avançar, ou pode fazê-lo retroceder. Pode levar as
pessoas a um considerável nível de comunicação e conhecimento que lhes
proporcione um melhor bem viver, e os conecte com pessoas que os façam avançar
e progredir mentalmente, ou também pode fazer as pessoas substituírem o verbo falar pelo verbo teclar, e o verbo pensar
pelo verbo navegar. Ou seja, a
tecnologia pode nos tornar seres humanos melhores, mas também pode nos tornar
zumbis, escravos de um mundo virtual que cabe na palma da mão. Por qual das
vias digitais pretende caminhar, a escolha é absolutamente sua, caro leitor.
Neste último sábado, dia 13 de setembro, não houve
ensaio do Coral Pio XI, então aproveitei para dar uma volta no Shopping D.
Pedro. O enorme templo do consumo estava lotado, pessoas iam e vinham pelos
corredores a todo segundo. Ficava até difícil caminhar. E a economia brasileira
está em crise, imagine se não estivesse... Passei na Fenac, e passeei entre
livros, milhares deles, Cds, Dvds, enfim um saudável mundo do entretenimento.
Já estava na saída da loja, quando meus olhos se
debruçaram sobre uma estante na qual havia fotos e vários produtos de Elvis
Presley. Fã que se preze não passa incólume por algum lugar onde estejam expostos
produtos do seu ídolo, sem que não pare para ver melhor, bem de pertinho.
Fiquei olhando os produtos e, quando dei por mim, já estava levando para o
caixa, o Dvd duplo, Elvis É Assim (Elvis:
That's the Way It Is), lançado em 1970, e que narra os ensaios e bastidores da
série de shows esplendorosos que o astro fez na cidade de Las Vegas, entre os
meses de julho e agosto, do ano de 1970, alcançando excelente recordes de
público. As apresentações no luxuosíssimo Internacional Hotel — que depois
mudaria o nome para Hilton International Hotel —, marcava a volta triunfal de
Elvis aos palcos. Nada mal para quem achava que Elvis estava musicalmente
morto.
Após esse breve retorno ao passado, volto ao nosso
presente mundo digital. Já de volta para casa, ainda nos corredores do
Shopping, no corredor da entrada das colinas, encontro o amigo Welligton.
Welligton, junto com o irmão Samuel, tem um quiosque no local, chamado,
Welligton Lopes Gravataria. Aproximei-me do quiosque, e inicei uma conversa com
Welligton. Quando chegava algum cliente, naturalmente, interrompíamos a
conversa, e a retomávamos logos depois. O comerciante me falava que havia lido
a postagem “Planeta de Zumbis”,
publicada neste blog, e que havia gostado muito. Relatava ele, que nos
corredores do shopping, a cena de pessoas se esbarrando enquanto digitavam no
celular, é muito comum. Um vem de um lado. Outro vem de outro. E tão entretidos
estão com seus mundos virtuais e particulares, que quando percebem já estão se
esbarrando. “O celular é bom, mas tem que usar com cuidado”, acrescentava ele.
Tudo isso, sem colocar na balança os males físico que
o uso indiscriminado do celular pode provocar, como dores no pescoço e na
coluna, de tanto ficar com a cabeça baixa, enquanto digitam, e também as
sensações de ansiedade, insonia, e angústia causados pela dependência do
aparelho.
A seguir, apresento a vocês, a reflexão proposta por
Waldemar Zaratini, mais conhecido por Zara.
***
Nova tribo
Por Waldemar Zaratini
Reflexões, fazemos isso a toda hora, ao
menos eu faço, não sei você, caro leitor, que está dedicando alguns minutos de
seu precioso tempo para ler essas poucas linhas.
Aliás, se parou para ler esse texto,
certeza que fará algum tipo de reflexão, para o bem, para o mal, ou
simplesmente se perguntando porque parou suas tão importantes tarefas para ler
essas linhas.
Voltando ao assunto que iniciei com a
primeira palavra que começa o texto.
Tenho notado em minhas andanças por aí,
com meu olhar de fotógrafo sempre em busca de uma boa cena, apesar de nem
sempre estar com uma câmera nas mãos ou mesmo tendo a câmera e não conseguir
realizar a imagem de que gostaria, por N fatores que não vem ao caso agora,
noto as pessoas com uma postura diferente, e nem sei se isso já existia.
Me acompanhem.
Sem precisão, mas recordo que não
existia a profusão de smartphones que existe hoje, e que preenche a mão de
qualquer incauto.
Popular, isso é, convido o leitor a
reparar também no metrô, ônibus ou caminhando, pessoas curvadas olhando para
uma telinha iluminada. Então, sinal dos tempos, e dos hábitos que vem junto com
ele. Eu vejo e penso que são corcundas modernos, todos bem abaixados entretidos
com o que se passa na tela e se distanciando do mundo real, apesar de estar
nele.
Estão imersos dentro do universo
virtual que o aparelho proporciona, já vi certa vez em uma mesa de restaurante,
onde dois casais ali acomodados estavam de olho na tela, dispensando o real que
era a interação entre eles, estavam mais preocupados em tirar uma ótima foto do
prato antes mesmo de experimentar, e comendo o prato frio pois a foto ótima
demorou a sair...
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